EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF HOSPITALIZATION FOR DISEASES OF THE GENITURINARY SYSTEM
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7701834
Klystenes da Silva Lima1
Tiago Garcia Freire2
Heidy Favaro Nakashima Botelho3
Fernando de Souza Mazer4
José Augusto de Oliveira Botelho5
Carlos Augusto de Oliveira Botelho Júnior6
Caroline Franciscato Nakashima7
Benigno Alberto Moraes da Rocha8
RESUMO
Introdução: As doenças do aparelho geniturinário são aquelas que mataram os órgãos responsáveis pela eliminação de urina e pela reprodução, Dados disponíveis no Datasus, o sistema de informação em saúde do Brasil, mostram que as internações por doenças do aparelho geniturinário têm aumentado ao longo do tempo. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, com abordagem quantitativa e com utilização de dados secundários. Tem como finalidade o levantamento de todas as internações hospitalares no Vale de São Patrício I e II (correspondente à 28 municípios) conforme Código Internacional de Doença 10º revisão (CID10) N00 a N99. Resultados: O Vale do São Patrício I e II contam entre 345.794 a 351.616 habitantes entre os anos de 2018 a 2020. O sistema responsável pela obtenção desses dados corresponde ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), que abrange todas as atividades do setor, seja da rede hospitalar pública, seja da rede privada ou filantrópica, conveniada com o SUS. No período de 2018 a 2020 no Vale de São Patrício houve 4.920 internações por doenças do aparelho geniturinário, dentre essas internações ocorreu 89 óbitos, as internações geraram um total de gastos de 3.249.874,21 reais, atingiram em maioria as mulheres acima de 20 anos, nesses anos tiveram 3.253 internações de mulheres e 1.667 internações do sexo masculino. Conclusão: Conclui-se que esses dados de acordo com o DATASUS destacam a importância de se entender os fatores associados ao aumento das internações por doenças do aparelho geniturinário no Brasil, observa-se que a maioria das internações ocorreu em pacientes do sexo feminino, representando 66% do total, enquanto os pacientes do sexo masculino representam 34%.
Palavras-chaves: Estabelecimentos de saúde; Sistema Geniturinário; SUS.
Abstract
Introduction: Diseases of the genitourinary system are those that kill the organs responsible for urine elimination and reproduction, Data available on Datasus, the health information system in Brazil, show that hospitalizations for diseases of the genitourinary system have increased over the years. time. Methodology: This is an observational, cross-sectional and descriptive study, with a quantitative approach and using secondary data. Its purpose is to survey all hospitalizations in Vale de São Patrício I and II (corresponding to 28 municipalities) according to the International Code of Disease 10th revision (ICD10) N00 to N99. Results: Vale do São Patrício I and II have between 345,794 and 351,616 inhabitants between 2018 and 2020. The system responsible for obtaining these data corresponds to the Hospital Information System of the Unified Health System (SIH-SUS), which covers all activities in the sector, whether from the public hospital network, whether from the private or philanthropic network, which has an agreement with the SUS. In the period from 2018 to 2020 in Vale de São Patrício there were 4,920 hospitalizations for diseases of the genitourinary system, among these hospitalizations there were 89 deaths, hospitalizations generated a total expense of 3,249,874.21 reais, mostly affecting women over 20 years, in those years there were 3,253 hospitalizations of women and 1,667 hospitalizations of men. Conclusion: It is concluded that these data according to DATASUS highlight the importance of understanding the factors associated with the increase in hospitalizations for diseases of the genitourinary system in Brazil, it is observed that most hospitalizations occurred in female patients, representing 66% of the total, while male patients represent 34%.
Keywords: Health establishments; Genitourinary System; SUS.
INTRODUÇAO
As doenças do aparelho geniturinário são aquelas que mataram os órgãos responsáveis pela eliminação de urina e pela reprodução, incluindo os rins, ureteres, bexiga, uretra, próstata, útero, ovários e testículos. Essas condições podem ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, com sintomas que variam de dor, incontinência urinária, infertilidade, entre outros (Bailey, 2014). No Brasil, a internação hospitalar por doenças do aparelho geniturinário é um problema de saúde pública que tem recebido atenção crescente nos últimos anos (Castro, 2018).
Dados disponíveis no Datasus, o sistema de informação em saúde do Brasil, mostram que as internações por doenças do aparelho geniturinário têm aumentado ao longo do tempo. Um estudo publicado na revista BMC Public Health em 2020, utilizando dados do Datasus de 2008 a 2018, mostrou um aumento de 5,5% nas internações por doenças geniturinárias em todo o país nesse período (Nascimento, 2020). Outro estudo publicado na revista International Urology and Nephrology em 2021, analisando dados de internações em São Paulo de 2010 a 2018, encontrou um aumento significativo nas internações por prescrições, cálculos renais e ajuda renal (Sanches, 2021).
Esses dados destacam a importância de se entender os fatores associados ao aumento das internações por doenças do aparelho geniturinário no Brasil. Um estudo publicado na revista Science & Health Coletiva em 2018 analisou as internações por trato urinário do trato urinário em hospitais públicos de Belo Horizonte e constatou que a maioria dos pacientes era do sexo feminino e de baixa renda (Castro, 2018). Outro estudo publicado na Revista da Associação Médica Brasileira em 2019, que analisou os dados do Datasus de 2008 a 2017, identificou que as internações por câncer de próstata têm aumentado no país, com maior incidência em homens idosos (Ferreira, 2019).
Para enfrentar esse desafio de saúde pública, é fundamental investir em prevenção e tratamento adequado das doenças do aparelho geniturinário. Um estudo publicado na revista Einstein em 2018 avaliou a eficácia de um programa de prevenção de trato urinário em idosos institucionalizados e mostrou redução significativa nas taxas de infecção após a implementação do programa (Fonseca, 2018). Outro estudo publicado na revista International Brazilian Journal of Urology em 2020 avaliou a passagem da laparoscopia na remoção de cálculos renais e encontrou bons resultados em termos de tempo de recuperação e taxa de sucesso (Francisco, 2020).
Em resumo, as doenças do aparelho geniturinário representam um importante desafio de saúde pública no Brasil, com aumento nas taxas de internações hospitalares nos últimos anos. É necessário investir em prevenção e tratamento adequado dessas condições, levando em consideração fatores como gênero, idade, renda e região geográfica. O uso de novas tecnologias e abordagens terapêuticas.
Nesse sentido foi realizado este trabalho com o objetivo de descrever as principais características das internações, pelo Sistema Único de Saúde, por doenças do trato geniturinário nas regiões de saúde Vale do São Patrício I e II nos anos d 2018 a 2020.
MÉTODOS
DESENHOS DE ESTUDO
Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, com abordagem quantitativa e com utilização de dados secundários. Tem como finalidade o levantamento de todas as internações hospitalares no vale de são patrício I, II conforme Código Internacional de Doença 10º revisão (CID10) N00 a N99.
POPULAÇÃO E LOCAL DE ESTUDO
Os dados coletados sobre o perfil das internações hospitalares em pessoas acometidas por Doenças do aparelho geniturinário no Sistema Único de Saúde são referentes ao vale de são Patrício I e II com 28 municípios.
Os dados do ministério da saúde do Vale do São patrício I e II contando com 345.794 A 351.616 habitantes entre anos de 2018 a 2020.
O sistema responsável pela obtenção desses dados corresponde ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), que abrange todas as atividades do setor, seja da rede hospitalar pública, seja da rede privada ou filantrópica, conveniada com o SUS. Possuindo, portanto, uma grande base de dados.
COLETA DE DADOS
A coleta de informações foi realizada na base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, a partir do SIH-SUS, no qual utiliza como instrumento o formulário de Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Esse formulário é preenchido pelos hospitais na hora da internação, no intuito de reembolsos pelas assistências prestadas nos pacientes, depois são enviadas para o gestor municipal ou estadual, e a partir disso o Datasus processa esses dados, obtendo os serviços prestados e formando a base de dados do SIH-SUS.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Para este estudo foram selecionadas pessoas residentes nas regiões de saúde São Patrício I e II que internaram pelo SUS, por doenças do sistema geniturinário registrados no SIH/SUS.
VARIÁVEIS
Para este estudo investigamos as principais causas de internações hospitalares por Doenças do aparelho Geniturinário segundo o capítulo do Cid-10 com variáveis como: sexo, cor/raça, faixa etária (subdividida em faixearia I), ano da internação (2018 a 2020) e valeres das internações.
METODOLOGIAS DE ÁNALISE DE DADOS
Os dados foram obtidos a partir do banco de dados do Datasus/SIH por meio do programa Tabnet e depois coletados para planilha em Microsoft Office Excel 2019. Para análise dos dados, foram identificadas as causas de internações hospitalares de acordo com CID-10, entre o período de 2018 a 2020 e os aspectos demográficos de acordo com as variáveis de faixa etária e sexo, e também, sobre a sobre valores de internações.
Antes de começar a análise, os dados foram revisados um a um.
O tipo de análise estatística utilizada corresponde a medida de proporção. Para a obtenção dessa proporção, foi colocado o número de casos por doenças (CID-10) que internaram no Sistema Único de Saúde, dividido pelo total de casos por doenças no mesmo período, multiplicando por 100. Para analisar a proporção de internações no período de 2018 a 2020, procederam de forma diferente, obtendo o total de internações por doença, segundo CID-10, dividida pelo total de internações registradas no período do estudo, vezes 100. Sendo assim, obteve a porcentagem dos dados.
Para a análise dos dados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2019 e depois os dados foram apresentados por meio de tabelas, e descritos no texto.
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Os dados utilizados por este estudo são disponíveis em plataforma governamental oficial, públicos e não identificados, sendo assim, de acordo com a resolução 466/2012 CNS não há necessidade de ser aprovado por um comitê de ética em pesquisa, no entanto, asseguramos todos os preceitos éticos que envolve a pesquisa com seres humanos previstos nas resoluções 466/2012 e 510/2016, conforme as normas do CONEP/CNS (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa / Conselho Nacional de Saúde).
RESULTADOS
Com base na tabela 1 fornecida, apresenta dados sobre o número de internações e óbitos relacionados a doenças geniturinárias em duas diferentes regiões de São Patrício, para os anos de 2018, 2019 e 2020.
Para São Patrício I, em 2018, foram 1.022 internações por doenças geniturinárias, o que representou 40% de todas as internações da região naquele ano. Também ocorreram 23 óbitos por doenças geniturinárias, o que representou 45% de todas as mortes na região naquele ano. Em 2019, ocorreram 823 internações (32%) e 13 óbitos (25%) por doenças geniturinárias, e em 2020 ocorreram 662 internações (26%) e 14 óbitos (27%).
Para São Patrício II, em 2018, foram 928 internações por doenças geniturinárias, o que representou 39% de todas as internações da região naquele ano. Também ocorreram 16 óbitos por doenças geniturinárias, o que representou 42% de todas as mortes na região naquele ano. Em 2019, ocorreram 705 internações (30%) e 12 óbitos (32%) por doenças geniturinárias, e em 2020 ocorreram 672 internações (28%) e 9 óbitos (24%).
Não é possível tirar conclusões desses dados sem contexto adicional, como a população total de cada região, a distribuição etária da população e os tipos específicos de doenças geniturinárias que estão sendo considerados. Também é importante observar que o impacto da pandemia de COVID-19 nas internações e óbitos nessas regiões não está refletido nesta tabela.
Os dados apresentados na figura 1 mostram o valor total de gastos com internações por doenças do aparelho geniturinário em duas regiões de saúde, São Patrício I e São Patrício II, durante os anos de 2018 a 2020.
De acordo com os dados, São Patrício I teve um gasto total de R$ 1.769.826,95 em internações por doenças do aparelho geniturinário, enquanto São Patrício II apresentou um gasto total de R$ 1.480.047,26. Juntas, essas duas regiões totalizaram um gasto de R$ 3.249.874,21 em internações por doenças do aparelho geniturinário.
Esses números sugeridos que as internações por doenças do aparelho geniturinário podem representar um custo significativo para o sistema de saúde nessas regiões. No entanto, é importante lembrar que os custos de internação são influenciados por muitos fatores, incluindo a gravidade da doença, a duração da internação e os recursos necessários para o tratamento, entre outros. Portanto, é difícil fazer uma análise mais aprofundada com base apenas nesses dados. Seria necessário ter mais informações sobre o contexto em que essas internações ocorreram para entender melhor os custos envolvidos.
Figura1. Distribuição de gastos (em reais) por internação por doenças do aparelho geniturinário, nas regionais de saúde São Patrício I e II, nos anos de 2018 a 2020, no estado de Goiás, Brasil.
Os dados apresentados sobre as internações por doenças do aparelho geniturinário por faixa etária nas regiões de saúde de São Patrício I e São Patrício II permitem avaliar como as diferentes faixas etárias são preparadas por essas condições. De acordo com a tabela, a faixa etária mais internada por internações por essas doenças é de 20 a 49 anos, seguida pela faixa etária de 50 a 69 anos.
Embora não esteja claro a partir desses dados quais doenças do aparelho geniturinário foram responsáveis pelas internações, sabe-se que várias condições são mais comuns em diferentes faixas etárias. Por exemplo, a infecção urinária do trato urinário é mais comum em mulheres jovens, enquanto a hiperplasia prostática benigna é mais comum em homens idosos.
Já se de internações por doenças do aparelho geniturinário separado por sexo e região de saúde. Observa-se que a maioria das internações ocorreu em pacientes do sexo feminino, representando 66% do total, enquanto os pacientes do sexo masculino representam 34%.
Em relação à distribuição das internações por região de saúde, São Patrício I e II apresentaram números bastante semelhantes, com 2.551 e 2.369 internações, respectivamente. O total de internações na região foi de 4.920, sendo que a maioria ocorreu na região de São Patrício I.
Os dados apresentados na figura 2 referem-se à quantidade de internações por doenças do aparelho geniturinário segundo a cor/raça na região de saúde São Patrício. A maioria das internações ocorreu em pacientes da raça/cor parda (44,4%), seguida por pacientes da raça/cor branca (21,4%) e amarela (12,0%). As internações de pacientes da raça/cor preta representam apenas 2,1% do total. É importante ressaltar que quase 20% das internações não possuem informação sobre a cor/raça do paciente.
Figura 2. Distribuição das internações por doenças do aparelho geniturinário nas regiões de saúde São Patrício I e II nos anos de 2018 a 2020.
DISCUSÃO
Os dados fornecidos na tabela 1 apresentam o número de internações e óbitos relacionados a doenças do aparelho geniturinário em duas regiões diferentes de São Patrício, para os anos de 2018, 2019 e 2020. No entanto, é importante ressaltar que a interpretação desses dados deve ser feita com cautela, pois há diversas limitações que devem ser levadas em consideração.
Uma limitação importante é que a tabela não especifica quais doenças do aparelho geniturinário foram consideradas. As doenças do aparelho geniturinário podem incluir condições como infecções do trato urinário, doenças renais, câncer de próstata, entre outras. A falta de informações sobre as doenças em questão torna difícil aprender precisas sobre a saúde da população nestas regiões.
Outra limitação é que a tabela não fornece informações sobre a faixa etária das pessoas que foram hospitalizadas ou suspeitadas de doenças do aparelho geniturinário. Algumas doenças do aparelho geniturinário são mais comuns em determinadas faixas etárias, como o câncer de próstata, que é mais comum em homens acima dos 50 anos de idade. A falta de informações sobre a idade das pessoas admitidas torna difícil determinar se as taxas de internação e mortalidade são uma preocupação significativa para a população em geral ou apenas para um subgrupo específico.
Além disso, a tabela não considera a população em risco na região. A quantidade de internações e óbitos deve ser interpretada em relação ao tamanho da população da região, a fim de determinar se as taxas observadas são relativamente altas ou baixas. Sem esses dados populacionais, não é possível avaliar o impacto dessas doenças nas regiões de São Patrício.
Também é importante ressaltar que os dados se referem apenas aos anos de 2018, 2019 e 2020 e não levam em consideração o impacto da pandemia de COVID-19. Durante uma pandemia, houve uma redução significativa no número de internações e procedimentos eletivos, enquanto os recursos de saúde foram direcionados para tratar pacientes com COVID-19. É possível que essas mudanças tenham afetado a taxa de hospitalizações e óbitos por doenças do aparelho geniturinário nestas regiões.
Dito isso, a tabela apresenta alguns “insights” interessantes. Por exemplo, podemos observar que o número de internações por doenças do aparelho geniturinário em São Patrício I sofri de 1022 em 2018 para 662 em 2020. Por outro lado, o número de internações em São Patrício II caiu relativamente estável durante esse período. Essas tendências sugerem que as intervenções preventivas ou tratamentos médicos na região podem impactar a ocorrência dessas doenças.
Em resumo, os dados fornecidos na tabela são um ponto de partida para entender a ocorrência de doenças do aparelho geniturinário nas regiões de São Patrício, mas a falta de informações sobre a população, faixa etária e tipo de doença em questão limita a interpretação.
Os dados apresentados sobre os gastos com internações por doenças do aparelho geniturinário em duas regiões de saúde, São Patrício I e São Patrício II, são úteis para entender a carga econômica que essas condições representam para o sistema de saúde nessas regiões. No entanto, é importante ter em mente que o custo das internações pode variar amplamente dependendo de vários fatores, incluindo a gravidade da doença, o tempo de internação e o tipo de tratamento necessário.
No entanto, estudos muito robustos destacam a importância de entender o custo das doenças do aparelho geniturinário para o sistema de saúde, bem como o impacto que esses custos podem ter no acesso dos pacientes ao tratamento. A pesquisa também destaca a importância do desenvolvimento de políticas de saúde que podem ajudar a controlar esses custos e garantir que os pacientes tenham acesso ao tratamento necessário (The Lancet, 2018), (Prática de Urologia, 2019).
Os dados sobre as internações por faixa etária em relação às doenças do aparelho geniturinário, com destaque para as regiões de saúde São Patrício I e II. Observe-se que a faixa etária que mais apresentou internações foi a de 20 a 49 anos, representando 43% do total de internações. Esse dado é preocupante, uma vez que essa faixa etária é considerada produtiva e representa uma parcela importante da população economicamente ativa.
Além disso, estudos mostram que as doenças do aparelho geniturinário estão relacionadas a diversos fatores, como hábitos de vida e fatores socioeconômicos, como baixo nível de escolaridade e renda, o que pode estar associado ao maior número de internações nessa faixa etária (Manjunatha, 2019)
Por outro lado, a faixa etária acima de 70 anos apresentou um número significativo de internações, representando 19% do total, o que pode estar relacionado ao envelhecimento da população e um maior risco de desenvolvimento de doenças do aparelho geniturinário nessa faixa etária.
Comparando esses dados com outros estudos, é possível observar que as doenças do aparelho geniturinário representam um importante causa de morbidade em diversas populações, sendo responsáveis por um grande número de internações hospitalares em todo o mundo. Além disso, a distribuição dessas doenças por faixa etária varia de acordo com as características demográficas de cada população.
Dessa forma, é importante que as políticas públicas de saúde sejam direcionadas para a prevenção e tratamento das doenças do aparelho geniturinário em todas as faixas etárias, com medidas que visem a promoção da saúde e prevenção de doenças, além de garantir o acesso ao tratamento adequado para aqueles que já apresentaram a doença.
Os dados apresentados sobre as internações por sexo mostram que as mulheres apresentam um maior número de internações por doenças do aparelho geniturinário em comparação com os homens, tanto na região de saúde São Patrício I quanto na São Patrício II. Esses resultados estão em consonância com a literatura científica, que indica uma maior incidência de doenças do aparelho geniturinário em mulheres, principalmente em gerações reprodutivas, devido à presença de estruturas anatômicas específicas, como a uretra curta e a proximidade do ânus.
Além disso, é importante destacar que as internações por doenças do aparelho geniturinário são uma preocupação de saúde pública, pois representam uma parcela significativa dos custos do sistema de saúde. Os dados do Ministério da Saúde indicam que os sobreviventes, por exemplo, são a segunda causa mais comum de hospitalização em todo o mundo e estão entre as principais causas de internação hospitalar em diversos países, incluindo o Brasil.
Nesse sentido, é fundamental que sejam realizadas ações preventivas e educativas para a promoção da saúde e prevenção de doenças do aparelho geniturinário, especialmente em grupos de maior risco, como mulheres em idade reprodutiva e idosos. Estratégias como a adoção de hábitos saudáveis de higiene pessoal e sexual, o uso adequado de preservativos e vacinação contra algumas doenças, como o HPV, podem contribuir para a redução da incidência dessas doenças e, consequentemente, da demanda por internações hospitalares.
Já os dados referentes à internação por raça/ cor mostram que os resultados estão de acordo com estudos que mostram que a raça/cor pode ser um fator de risco para doenças do aparelho geniturinário. Por exemplo, um estudo realizado no Brasil com pacientes que realizaram cirurgia para tratamento de câncer de próstata mostrou que pacientes da raça/cor preta tiveram resultados piores em relação à sobrevida e recidiva da doença em comparação com pacientes (Migowski, 2010). Além disso, outro estudo mostrou que a população negra apresenta maior prevalência de doenças renais crônicas (Tomeleri, 2009).
É importante ressaltar que a ausência de informações sobre a cor/raça do paciente pode limitar a análise e compreensão dos resultados, impedindo a identificação de possíveis desigualdades raciais no acesso e tratamento das doenças do aparelho geniturinário.
CONCLUSÃO
Conclui-se que esses dados de acordo com o DATASUS destacam a importância de se entender os fatores associados ao aumento das internações por doenças do aparelho geniturinário no Brasil, observa-se que a maioria das internações ocorreu em pacientes do sexo feminino, representando 66% do total, enquanto os pacientes do sexo masculino representam 34%. Essa faixa etária mais internada por internações por essas doenças é de 20 a 49 anos, seguida pela faixa etária de 50 a 69 anos, para enfrentar esse desafio de saúde pública, é fundamental investir em prevenção e tratamento adequado das doenças do aparelho geniturinário.
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1Graduando Bacharel em Enfermagem – UEG
2Médico – Mestre – Especialista em Ginecologia
3 Médica – Especialista em Pediatria
4Médico – Mestre – Especialista em Psiquiatria
5Médico – Mestre – Especialista em Oftalmologia
6Especialista em Oftalmologia
7Médica – Mestre – Especialista em Infectologia
8Biomédico- Doutor em Medicina Tropical e Saúde Pública – UEG e UnigGoyazes