PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MULHERES EM IDADE TARDIA QUE GESTARAM E PARIRAM, PIAUÍ, 2017-2022

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11098369


Francisca Fabiana Peres Aragão da Silva1
Antonia Arlene Lima2
Kristhyellen Araújo da Silva3
Ana Leticia Ferreira Haidar4
Mércia Carvalho da Costa5
Iraneide Nunes Nascimento6
Leonilson Neri dos Reis7
Jorge de Brito e Silva008
Johildo Dos Santos Rocha9
Jessica Germano Sousa da Silva10
Ana Karine de Resende Coelho11
Glória Islaine Rodrigues de Sousa Araújo12
Maria da Guia Damasceno de Ananias13
Adgerson Paulo de Sá Silva14
Mykaelle Soares Lima15


RESUMO

A participação feminina tem se mostrado cada vez mais presente em diversas esferas da vida. Dessa forma, o adiamento da maternidade para um momento oportuno evidencia-se cada vez mais frequente. Assim, é importante compreender os aspectos relacionados à maternidade em mulheres acima de 35 anos, visto que essa situação vem aumentando nos últimos anos. Objetivo: conhecer o perfil clínico-epidemiológico das mulheres que gestaram e pariram em idade tardia no Piauí entre 2017 e 2022 no Piauí. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de caráter descritivo e retrospectivo. A pesquisa percorreu as seguintes etapas: planejamento e condução da pesquisa; extração, análise, discussão das informações; e divulgação dos resultados. A amostra de estudo foi composta por informações extraídas do SINASC, que estão disponíveis e de domínio público no DATASUS. Os dados extraídos foram avaliados por meio de porcentagem simples segundo as seguintes variáveis selecionadas: características maternas; características da gestação e parto; características do recém-nascido. Foram empregados periódicos, livros e artigos publicados em sítios científicos para a discussão e a fundamentação dos dados. Resultado e Discussão: Conforme os estudos encontrados, as mulheres têm adiado a gravidez por conseguir ampliar sua participação na sociedade e no mercado de trabalho associada à existência de mais recursos para controle da natalidade. Associaram-se à gravidez em idade tardia as variáveis: ter 35 a 39 anos, ser parda, casada, com 8 a 11 anos de instrução, gravidez única, pré-natal adequado, parto cesário, idade gestacional de 37 a 41 semanas, nascimento no hospital, sexo masculino, peso ao nascer de 3.000 a 3,999 g, índice de Apgar realizado entre 8 a 10 no 1º e no 5º minuto de vida e bebês sem anomalia. Conclusão: A partir dos estudos apresentados, é possível concluir que a prioridade por projetos individuais tem um grande impacto no adiamento da maternidade, mas, quanto maior a idade da gestante, maiores foram os níveis de instrução, adesão ao pré-natal, contudo não foi expressiva a taxa de complicações, visto as características da gestação e dos nascidos foram em suma satisfatórias.

Palavras-chave: Gravidez; Idade tardia; Perfil epidemiológico; Piauí.

ABSTRACT

Women’s participation has become increasingly present in various spheres of life. As a result, postponing motherhood until an opportune moment is becoming increasingly common. It is therefore important to understand the aspects related to motherhood in women over 35, since this situation has been increasing in recent years. Objective: To understand the clinical and epidemiological profile of women who gave birth at a late age in Piauí between 2017 and 2022. Methods: This is a descriptive and retrospective epidemiological study. The research went through the following stages: planning and conducting the research; extracting, analyzing and discussing the information; and disseminating the results. The study sample was made up of information extracted from SINASC, which is available and in the public domain at DATASUS. The extracted data was evaluated using simple percentages according to the following selected variables: maternal characteristics; pregnancy and childbirth characteristics; and newborn characteristics. Journals, books and articles published on scientific websites were used to discuss and substantiate the data. Results and Discussion: According to the studies found, women have been postponing pregnancy in order to increase their participation in society and the job market, associated with the existence of more resources for birth control. The following variables were associated with late pregnancy: being 35 to 39 years old, brown, married, with 8 to 11 years of schooling, a single pregnancy, adequate prenatal care, caesarean delivery, gestational age of 37 to 41 weeks, hospital birth, male gender, birth weight of 3,000 to 3,999 g, Apgar score between 8 and 10 in the 1st and 5th minute of life and babies without anomalies. Conclusion: From the studies presented, it is possible to conclude that prioritizing individual projects has a major impact on postponing motherhood, but the older the pregnant woman, the higher the levels of education, adherence to prenatal care, however, the rate of complications was not significant, since the characteristics of the pregnancy and the babies born were satisfactory.

Keywords: Pregnancy; Late age; Epidemiological profile; Piauí.

1 INTRODUÇÃO

A gestação tardia é mais frequente após os 35 anos, sendo mais prevalente devido ao fator de prioridade de carreira, estabilidade financeira, estudos e à variedade de métodos contraceptivos disponíveis (Silva et al., 2017). Atualmente, existem muitos estudos apontando o aumento de gestação em idade avançada, porém majoritariamente apresentam a visão biomédica do fenômeno e não buscam uma análise aprofundada sobre os aspectos relacionados à temática.

Segundo o Ministério da Saúde (2012), a gestação é um fenômeno fisiológico que pode ser considerado pelas gestantes e profissionais da saúde como uma experiência de vida sadia, que proporciona mudanças dinâmicas no âmbito físico, social e emocional. No entanto, em países em desenvolvimento, é notório que essa questão está relacionada a diversas outras vulnerabilidades (Canhaço et al., 2015).

Dessa forma, a participação feminina tem aumentado em diversas áreas da vida. A diminuição de natalidade e o adiamento da maternidade podem ser explicados por diversos fatores, dentre eles os sociais relacionados ao planejamento familiar e à inserção em diversos setores da sociedade (Giordani et al., 2018).

Para Souza et al. (2016), apesar de boa parte da literatura abordar os riscos da gestação de mulheres acima de 35 anos, é possível afirmar que existem fatores que se relacionam a riscos na gravidez mais evidentes que a idade. Assim, perspectiva de considerar aspectos positivos como as influências dos fatores de proteção é que se propõe abordar o impacto de processos psicossociais numa melhor adaptação ao período gravídico, bem como nos fatores relacionados a uma assistência efetiva e de qualidade no pré-natal (Aldrighi et al., 2018).

Por isso, é importante falar sobre o assunto tanto na universidade quanto na sociedade, ajudando a discutir o assunto, visto que ainda tem muitos desafios e estigmas relacionados. Além disso, uma assistência diferenciada em uma gravidez tardia que atenda a aspectos psicossociais e de saúde que possam surgir são de suma importância quando o sistema pode conhecer as características sociodemográficas desse público (Marques e Pontelli, 2019).

Dessa forma, este trabalho pretende analisar o perfil clínico e epidemiológico das mulheres em idade tardia em relação à gestação e ao parto.

2 MÉTODO

Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter descritivo e retrospectivo sobre o perfil sociodemográfico das características maternas, gestacionais e clínicas do parto de mulheres acima de 35 anos, no estado do Piauí, nos anos de 2017 a 2022.

Para a condução da pesquisa foi realizada conforme as seguintes etapas que justificam um estudo epidemiológico, entre elas destacam-se: organização, extração, análises e divulgação dos dados. Assim, para Creswell (2014), interpretar a análise é extrair sentido dos dados obtidos conforme o conhecimento do pesquisador sobre a temática e assim fazer comparações com a literatura existente.

 A extração dos dados foi realizada por meio da coleta de dados secundários do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), utilizando dados dos nascimentos de mães residentes no estado piauiense ocorridos entre 2017 e 2022. Cabe destacar que a Declaração de Nascidos Vivos (DNV) é o instrumento utilizado para alimentar o SINASC e contém informações sobre a gestação e o parto para alimentar as bases de dados do MS. A estratificação das informações foi possível pelo fato de esses dados estarem disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS).

Os critérios de inclusão foram os dados das gestações de nascidos vivos de mães com idade materna de 35 anos ou mais, nos anos de 2017 a 2022, no estado do Piauí. Os dados foram coletados em novembro de 2023, os quais foram atualizados em 22 de março de 2024.

As variáveis estudadas foram categorizadas por meio das informações de gestações por região de saúde, características maternas, gestação e dados obstétricos da RN: raça/ cor da pele, estado civil, instrução, tipo de gravidez, duração da gestação, consulta pré-natal, tipo de parto; além de características do Recém-Nascido (RN): sexo, peso, Apgar 1º e 5ºm, anomalia congênita, local de ocorrência.

Foi utilizado o Microsoft Office Excel versão 2013 para processamento dos dados. Utilizou-se a estatística descritiva, calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis.

Este estudo respeitou os aspectos éticos segundo a Resolução 466/2012, os quais neste estudo foram utilizados dados secundários de agregados disponíveis ao público no site da DATASUS, não necessitando submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

3 RESULTADOS

No Gráfico 1, observa-se a distribuição de mulheres que tiveram uma gestação no estado do Piauí entre 2017 e 2022, distribuídas pelos eixos quantidade geral e apenas aquelas com idade igual ou superior a 35 anos. Através dos dados, observa-se que do total de 279.428 nascimentos no Piauí, entre os anos em estudo, 36.007 eram gestações de mulheres em idade tardia.

Gráfico 1: Frequência da gestação de nascidos vivos de mulheres por local de residência, Piauí, 2017-2022.

Fonte: SINASC/DATASUS, 2024.

Na figura 1, observa-se a distribuição de mulheres que tiveram uma gestação com idade igual ou maior a 35 anos por macrorregiões de saúde no estado do Piauí entre 2017 e 2022. Foram registrados 36.007 casos, sendo que a maioria ocorreu na macrorregião de saúde Meio norte (52,13%), litoral (18,49%), cerrados (15,52%), semiárido (13,85%) e fatos expostos que ignoravam essa informação (0,01%).

Figura 1: Frequência da gestação de nascidos vivos de mulheres acima de 35 anos por regiões de saúde, Piauí, 2017-2022.

Fonte: SINASC/DATASUS, 2024.

Em relação às características maternas, a faixa etária que predominou foi de 35 a 39 anos (79,89%), de raça/cor da pele parda (81,97%), o estado civil casada (41,21%) e união consensual (36,54%) e ainda, com 8 a 11 anos de instrução (45,35%) e 12 anos e mais (31,85%).

Tabela 1: Características das mulheres acima de 35 anos, mães de nascidos vivos, Piauí, 2017-2022.

Fonte: SINASC/DATASUS, 2024.

Quanto às características da gestação e parto, as características predominantes destacam-se: gravidez única (97,52%), com pré-natal adequado (65,70%), tipo de parto cesáreo (69,88%), pariram com 37 a 41 semanas (83,84%), e ocorreu o nascimento no hospital (98,09%), conforme a Tabela 2.

Tabela 2: Características da gestação e parto de nascidos vivos de mulheres acima de 35 anos, Piauí, 2017-2022.

Fonte: SINASC/DATASUS, 2024.

As características do recém-nascido apresentadas com maior frequência foram: sexo masculino (51,28%), peso ao nascer de 3.000 a 3,999 g. (62,48%), índice de Apgar – que confere a vitalidade ao nascimento – de 8 a 10 no 1º minuto de vida (87,67%) e no 5º minuto (97,61%). Além disso, 99,01% dos recém-nascidos não apresentaram nenhum tipo de anomalia congênita, conforme a Tabela 3.

Tabela 3: Características do recém-nascido vivo de mulheres acima de 35 anos, Piauí, 2017-2022.

Fonte: SINASC/DATASUS, 2024.

4 DISCUSSÃO

Conforme o Ministério da Saúde, as mulheres com idade inferior a 35 anos são consideradas tardias ou com idade avançada, podendo sofrer complicações durante a gestação, o que as torna uma gestação de alto risco. De acordo com Canhaço et al. (2015), a alteração no perfil de vida é uma significativa alteração, uma vez que, atualmente, as mulheres preferem, em sua maioria, a estabilidade financeira, em detrimento da estabilidade financeira. 

De acordo com Ferreira et al. (2021), é notório que a região nordeste enfrenta desafios persistentes em termos de desenvolvimento socioeconômico, o que pode ter um impacto negativo na saúde, especialmente em termos de gestação em idade avançada. Sendo assim, os estudos sobre o perfil epidemiológico de mulheres que estão gestando e pariram nessa faixa etária são extremamente relevantes para as discussões e o aprofundamento do conhecimento por parte dos profissionais de saúde, das autoridades e da sociedade na totalidade.

4.1 FATORES ASSOCIADOS À GESTAÇÃO EM IDADE TARDIA

De acordo com Gonçalves (2012), a ocorrência de gestação em mulheres com idade avançada está claramente associada ao nível socioeconômico alcançado e ao casamento tardio. Entre os fatores que podem levar a complicações em uma gravidez tardia, destacam-se os sociais, emocionais e econômicos.

Sendo assim, uma análise do estado do nordeste brasileiro é de suma importância, uma vez que é caracterizada por uma história de vulnerabilidade sociodemográfica, o que torna a discussão de diversas perspectivas, dentre elas as de fatores sociais, pessoais e profissionais. Além disso, Gomes (2021) atestou que a prioridade a projetos individuais têm um impacto significativo no adiamento da maternidade. No entanto, quanto maior a idade da gestante, maior a probabilidade de complicações. A fim de fomentar discussões sobre a gestação de mulheres em idade tardia, é importante fomentar novas discussões em nossa sociedade.

Por fim, para Abreu et al. (2014) e Gravena et al. (2012) esse grupo de mulheres é considerado de alto risco, devido ao aumento da ocorrência de síndromes hipertensivas, aumento de peso, miomas, diabetes e aborto. Por isso, a importância de profissionais da saúde em estudar sobre o assunto.

4.2 GESTAÇÃO EM IDADE TARDIA NO PIAUÍ ENTRE 2017 E 2022

Assim, através deste estudo, foi possível perceber que 12,88% dos nascimentos no Piauí entre 2017 e 2022 foram de gestações em idade tardia, que vem apresentando um crescimento gradativo, conforme o Gráfico 1. Dessa forma, uma das hipóteses sugeridas para esses resultados é a de que outras características dessas gestantes sejam, de fato, os novos papéis sociais que as mulheres vêm desempenhando dentro da sociedade (Souza, 2016).

De acordo com Oliveira (2014), a perspectiva da industrialização e do capitalismo em sociedades em desenvolvimento são fatores favoráveis para uma grande parte das gestações tardias, uma vez que as mulheres buscam, antes de terem um filho, o êxito profissional. Apesar de a idade materna ser um fator de risco para a gestação e de estar associada à morbidade, é notório que, nos últimos anos, tem sido cada vez mais favorecido que as mulheres organizem suas gestações após os 30 anos. No entanto, é de suma importância que os mecanismos assistenciais adotem estratégias para o êxito nessas gestações.

Entre os dados obtidos foi possível fazer uma distribuição segundo as regiões do Piauí, entre os dados temos que foram registrados 36.007 casos de nascimentos de mães em idade avançada, onde a maioria ocorreu na macrorregião de saúde Meio norte (52,13%), litoral (18,49%), cerrados (15,52%), semiárido (13,85%) e fatos expostos que ignoravam essa informação (0,01%). Com base nos dados, é possível supor que as áreas com maiores índices concentrem mais pessoas, além de serem compostas por cidades com mais empresas.

De acordo com Alves et al. (2018), há diversos elementos que estão relacionados a essa situação de adiamento da maternidade, tais como a ampliação do acesso aos recursos de controle de natalidade, a ampliação dos cuidados contra a infertilidade, a prioridade dada à carreira profissional, a busca pela estabilidade financeira e outros motivos. Dessa forma, os profissionais de saúde têm um papel relevante na diminuição das complicações relacionadas à função reprodutiva, ao prestarem assistência adequada ao ciclo gravídico puerperal, promovendo uma gestação tranquila e sadia, assim como qualquer outra gestação.

4.3 CARACTERÍSTICAS MATERNAS, GESTAÇÃO E PARTO DE MÃES ACIMA DE 35 ANOS DE NASCIDOS VIVOS NO PIAUÍ

Em relação às relações às características maternas, os dados extraídos e analisados mostram que a faixa etária que predominou foi de 35 a 39 anos (79,89%), de raça/cor da pele parda (81,97%), o estado civil casada (41,21%) e união consensual (36,54%) e ainda, com 8 a 11 anos de instrução (45,35%) e 12 anos e mais (31,85%). Dessa forma, a caracterização da amostra presente nesta pesquisa é semelhante à encontrada em outras pesquisas. Dessa forma, conhecer o perfil epidemiológico de mulheres que pariram tardiamente no estado é de suma importância para a elaboração de estratégias e implementação de políticas públicas (Alves et al., 2017; Souza, 2016).

De acordo com Fernandes et al. (2021), apesar do progresso tecnológico no sistema de informação, existem limitações nos resultados do estudo em relação à carência de informações sobre algumas variáveis. Dessa forma, percebemos a fragilidade pela qual a alimentação dos sistemas de informações ainda tem.

De acordo com Pícoli et al. (2016), o perfil socioeconômico no Brasil é semelhante, sobretudo nas características que atraem a mulher, como a pobreza e a cor/cor da pele, o que demonstra as desigualdades sociais, a situação econômica e a inadequação no acesso aos serviços de saúde. Concordando com essa ideia, é notório a fragilidade dos dados coletados e examinados ao examinarmos as informações contidas na tabela.

De acordo com Gomes et al. (2021), a carência de instrução tem um impacto significativo em aspectos cruciais do processo de gestação e até mesmo obstétrico. Neste estudo, verificou-se um nível de instrução satisfatório entre as mulheres, sendo que a maioria delas possuía um nível de escolaridade superior. A instrução deve ser avaliada na consulta pré-natal, pois esse dado poderá influenciar na compreensão das informações que serão transmitidas durante a consulta, tanto em termos de hábitos de vida quanto de cuidados gerais (Peixoto et al., 2012).

Segundo Martinelli e colaboradores (2021), a gestação tardia é frequentemente planejada e é altamente recomendável, uma vez que apresenta características sociais, econômicas, hábitos, acesso ao pré-natal e ao parto mais vantajoso. 

No entanto, a pesquisa revelou que a maioria das mulheres possui um companheiro. É importante salientar a relevância de um pai no suporte físico, social e emocional a esse contexto, uma vez que essas mães estão frequentemente inseridas em um contexto de trabalho dinâmico (Costa et al., 2016; Anjos et al., 2014).

Já às características predominantes da gestação e parto, observou-se destaque para: gravidez única (97,52%), com pré-natal adequado (65,70%), tipo de parto cesáreo (69,88%), pariram com 37 a 41 semanas (83,84%), e ocorreu o nascimento no hospital (98,09%).

Mediante isso, observa-se uma boa adesão ao pré-natal, bem como desfechos favoráveis das gestações e partos. Conforme o Ministério da Saúde, o pré-natal é caracterizado por medidas acolhedoras, evitando intervenções desnecessárias, a detecção precoce de patologias que possam comprometer a gestação e o acesso a serviços de excelência, que vão desde a atenção ambulatorial até a assistência hospitalar de alto risco.

Em relação a via de parto, percebe-se uma predominância pela via cesariana. Segundo o estudo de Silva et al. (2014), o número de cesarianas tem aumentado significativamente, o que demonstra que é um evento que ocorre em todos os níveis socioeconômicos. De acordo com Gomes et al. (2021), a taxa de incidência de partos normais diminui à medida que a idade aumenta, devido à preocupação com complicações que podem surgir durante o procedimento normal.

As características do recém-nascido apresentaram-se satisfatórias e normais, sendo que foi prevalente as seguintes características: peso ao nascer de 3.000 a 3,999 g. (62,48%), índice de Apgar – que confere a vitalidade ao nascimento – de 8 a 10 no 1º minuto de vida (87,67%) e no 5º minuto (97,61%).

Os estudos de Benavides et al. de 2019 demonstram que a síndrome de Down está diretamente relacionada à idade materna avançada, sendo o distúrbio cromossômico mais comum devido ao envelhecimento dos ovócitos. Neste estudo, a taxa de anomalia congênita que está relacionada à idade avançada da mão não foi significativa.

Os resultados desta pesquisa revelaram que as gestantes entre 35 e 39 anos, de cor parda, conviveram com outros e tinham um bom nível de escolaridade. Além disso, foi possível observar resultados satisfatórios em relação à gestação e ao parto.

5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa demonstra que o número de mulheres com gestação tardia no Piauí tem aumentado de forma gradativa em relação ao período estudado, o que demonstra que os objetivos foram alcançados e os resultados alcançados.

Apesar de serem notadas algumas limitações em termos de qualidade das informações contidas nos sistemas, foi possível notar um perfil de mulheres em idade tardia, bem como sua gestação e parto. Dado que o estudo é retrospectivo, baseado em dados obtidos por meio de sistemas de informação eletrônica, verificou-se a necessidade de aprimorar as informações em banco de dados, como a raça/cor, a escolaridade, o estado civil, a ocupação, o número de gestações e a ausência de dados referentes à gestante.

Sendo assim, este artigo é extremamente relevante, pois traz informações relevantes para os profissionais de saúde que, no dia a dia, lidam com mulheres que optam pela gestação tardia, bem como para as próprias mulheres, que poderão ser esclarecidas sobre os riscos de saúde que podem surgir ao longo da gestação, além de prevenir complicações obstétricas.  Por fim, a pesquisa mostrou  a relevância da temática no meio acadêmico, científico e social, como algo de suma importância.

REFERÊNCIAS

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1 Graduanda de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, E-mail: fabianasoaresperes@outlook.com

2 Graduanda de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, E-mail:arlenelimadd@gmail.com

3 Graduanda de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, email: Kristhyellen2015@gmail.com

4 Graduanda de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, E-mail: analeticiahaidar98@gmail.com

5 Graduanda de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, email: Mercyyacarvalho@gmail.com

6 Graduanda de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, E-mail: milly_ejc@hotmail.com.br

7 Enfermeiro pelo Centro Universitário do Piauí-UNIFAPI, E-mail – leonyllson18@hotmail.com

8 Jorge de Brito e Silva, Graduando de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina, email: jorg.britto@hotmail.com

9 Graduando de Enfermagem Faculdade Estácio Teresina,
E-mail: johildo.jesus@hotmail.com

10 Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Santo Agostinho, E-mail: jessicagermano.s.s@gmail.com

11 Graduanda de Enfermagem da Faculdade UniFacid Wyden, E-mail: anakarinesilva2000@gmail.com

12 Graduanda de Enfermagem da Faculdade UniFacid Wyden, E-mail: Gloriaislaine18@gmail.com

13 Bacharelado em Enfermagem Faculdade Estácio Ceut, E-mail: mariadaguiada@hotmail.com

14 Bacharelado em Enfermagem Faculdade FAESF – Floriano, E-mail: adgerson6@hotmail.com

15 Enfermeira pela UFPI, E-mail: enfamykaelle@gmail.com