PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA EM PORTO NACIONAL-TO NO PERÍODO DE 2019 A 2022

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF HUMAN VISCERAL LEISHMANIASIS IN PORTO NACIONAL-TO IN THE PERIOD FROM 2019 TO 2022

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7845673


Adriano Silvestre Ferreira
Luma Crys Pinheiro Lima
Matheus Christian Rocha
Astério Souza Magalhães Filho


RESUMO

A leishmaniose visceral (LV) é considerada como um sério problema de saúde pública, causada por protozoário do gênero Leishmania. Sendo assim, este estudo tem como objetivo levantar informações a respeito do perfil epidemiológico da LV humana no município de Porto Nacional-TO no período de 2019 a 2022.A metodologia pautouse na pesquisa dedutiva, descritiva, retrospectiva, de abordagem quantiqualitativa, tendo-se como suporte bibliográfico referências específicas voltadas a Leishmaniose Visceral para embasamento teórico do tema. Os dados foram levantados na Secretaria Municipal de Saúde do município de Porto Nacional, sendo os mesmos obtidos no Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN). O ano que mais apresentou casos confirmados de LV foi 2019 (n=11), seguido dos anos de 2020 (n=06) e 2022 (n=06). Os meses com maiores números de casos confirmados de LV no município de Porto Nacional-TO, no período de 2019 a 2022, foram janeiro, fevereiro, março, abril e dezembro. O sexo masculino foi o que mais apresentou notificações de LV no município. A idade que mais se destacou foi de 1 a 9 anos, seguido de 30 a 49 anos. O ensino fundamental incompleto foi a escolaridade mais presente no grupo analisado, com prevalência da raça parda. Algumas características da população acometida por LV ainda persistem e estão relacionadas a sua incidência e por este motivo reforça-se a necessidade de uma abordagem mais diferenciada e direcionada a esses grupos, de maneira a acentuar a diminuição dos índices da LV.

Palavras-chave: Leishmaniose Visceral. Protozoário. Saúde Pública.  

ABSTRACT

Visceral leishmaniasis (VL) is considered a serious public health problem, caused by a protozoan of the genus Leishmania. Therefore, this study aims to gather information about the epidemiological profile of human VL in the city of Porto Nacional-TO from 2019 to 2022. The methodology was based on deductive, descriptive, retrospective research, with a quantitative and qualitative approach, having Specific references to Visceral Leishmaniasis were used as bibliographic support for the theoretical basis of the theme. Data were collected from the Municipal Health Secretariat of the city of Porto Nacional, which were obtained from the Information and Notifiable Diseases System (SINAN). The year with the most confirmed cases of VL was 2019 (n=11), followed by the years 2020 (n=06) and 2022 (n=06). The months with the highest numbers of confirmed cases of VL in the municipality of Porto Nacional-TO, from 2019 to 2022, were January, February, March, April and December. Males were the ones with the most notifications of VL in the municipality. The age that stood out the most was 1 to 9 years old, followed by 30 to 49 years old. Incomplete primary education was the most common education in the analyzed group, with a prevalence of brown race. Some characteristics of the population affected by VL still persist and are related to its incidence, and for this reason, the need for a more differentiated and targeted approach to these groups is reinforced, in order to accentuate the decrease in VL rates.

Keywords: Visceral Leishmaniasis. Protozoan. Public health.

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país que apresenta condições ambientais favoráveis que viabilizam a adaptação de diversas espécies de artrópodes devido sua localização geográfica no continente sul-americano, fazendo parte da zona tropical. Devido a isso, as populações animal e humana ficam suscetíveis a diversas enfermidades por eles transmitidas, dentre estas encontra-se a Leishmaniose Visceral (LV), que provoca efeitos negativos nestas populações (ALENCAR et al., 2020).

A Leishmaniose é uma doença provocada por um protozoário do gênero Leishmania, da família Trypanosomatidae. Sua transmissão acontece através da picada da fêmea de um invertebrado hematófago pertencente à família dos flebótomos, conhecido popularmente como mosquito-palha. É uma doença constituída por dois tipos, sendo estes a Leishmaniose Tegumentar (LT) e a Leishmaniose Visceral (LV). A LT afeta a pele e membranas mucosas e a LV acomete os órgãos internos (ALMEIDA et al., 2020). 

A LV é conhecida popularmente como Calazar e é uma doença que acontece em vários países do mundo, sendo responsável por aproximadamente 59.000 mil óbitos por ano. A presença endêmica da LV encontra-se distribuída em 98 países pelo mundo, sendo que a mesma apresenta aumento progressivo no número de ocorrência. Segundo a Organização Pan Americana da Saúde, a LV encontra-se mais concentrada em 13 países das Américas, sendo que, entre os anos de 2001 a 2021 foram registrados 69.665 novos casos, com uma média de 2.488 casos por ano. No ano de 2021, do total de casos, 93,5% foram notificados no Brasil, e os demais casos estão distribuídos entre a Argentina, Colômbia, Paraguai e Venezuela (OPAS, 2022).   

A LV possui distribuição territorial dos casos autóctones em 25% dos 5.570 município brasileiros e está presente nas 27 Unidades da Federação. Em 2021, os estados que mais apresentaram casos confirmados de LV, foram: Maranhão com 249 casos; Ceará 168 casos; Minas Gerais com 167 casos e Pará com 151 casos. O estado do Tocantins, no ano de 2021, apresentou um total de 97 casos confirmados, distribuídos em 84 municípios (BRASIL, 2022).

Até a década de 1970, a LV era considerada, no Brasil, como uma doença de transmissão doméstica e pet-doméstica, com ocorrência exclusivamente rural. Porém, nas últimas décadas ocorreu uma expansão tanto do campo geográfico quanto da transmissão, trazendo a doença para os centros urbanos, inclusive para as metrópoles maiores do país. Essa expansão aconteceu devido a alguns fatores, como é o caso do aumento da densidade populacional nos centros urbanos, grandes migrações que ocorreram nas últimas décadas, condições de vida inadequadas de determinada parte da população, alterações ambientais e adaptação do vetor ao meio urbano (ALMEIDA et al., 2020).

Os principais sinais e sintomas apresentados pelos indivíduos acometidos pela LV, são: anemia, edema, estado de debilidade progressivo, hepatoesplenomegalia, febre, linfadenopatia, hipergamaglobulinemia, sendo que, quando não tratada, a doença pode levar o paciente a óbito (NEVES et al.,2022).

Sendo assim, o objetivo deste estudo é levantar informações a respeito do perfil epidemiológico da LV humana no município de Porto Nacional-TO no período de 2019 a 2022.

METODOLOGIA

Para alcançar o objetivo proposto, a metodologia adotada nesta pesquisa foi a dedutiva, descritiva, retrospectiva, de abordagem quantiqualitativa, tendo-se como suporte bibliográfico referências específicas voltadas a Leishmaniose Visceral para embasamento teórico do tema. Segundo Prodanov (2013), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir dos materiais que já foram publicados como livros, teses, artigos e internet, sempre atento a veracidade do material que será estudado. Ainda segundo o autor, esse tipo pesquisa tem por intuito ampliar o conhecimento acerca da pesquisa desenvolvida através do contato com as obras já escritas.

A revisão de literatura foi desenvolvida em bases de dados como: Scielo, BVCSalud e Google Acadêmico. A pesquisa retrospectiva, ao qual realizou-se uma análise temporal a respeito da Leishmaniose Visceral no município de Porto NacionalTocantins, utilizou-se dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde do município de Porto Nacional, sendo os mesmos obtidos no Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN).

Foi estabelecido o período temporal compreendido entre os anos de 2019 a

2022 para levantar a ocorrência dos casos da LV no município de Porto Nacional-TO. Para a busca de materiais publicados na internet, utilizou-se os descritores: Leishmaniose visceral AND Porto Nacional AND epidemiologia. Os critérios de inclusão utilizados, foram: ano de Publicação compreendido nos últimos 06 anos (2017 a 2023); publicações nos idiomas português e/ou inglês; trabalhos do tipo: artigos, teses e/ou dissertações. 

Os critérios de exclusão, foram: ano de publicação inferior a 2017; publicações de resumos expandidos; trabalhos que não se referissem especificamente ao tema. Durante a busca, selecionou-se 83 publicações, sendo que destas, 68 foram excluídas, permanecendo na pesquisa um total de 15 publicações.

Todas as informações coletadas foram demonstradas em tabelas e gráficos, além de realizar uma breve discussão sobre o assunto, tendo como base autores descritos na literatura. 

3 RESULTADOS

Categorizou-se uma análise temporal a respeito da Leishmaniose Visceral no município de Porto Nacional-Tocantins. O número de casos notificados de LV no município, no período de 2019 a 2022, foi de 381 notificações, sendo que deste, foram confirmados 84 casos, conforme demonstra a Tabela 1.

Tabela 1: Distribuição dos casos notificados e confirmados de LV no município de Porto Nacional, no período de 2019 a 2022

Fonte: Sinan (2023)

O ano que mais apresentou casos confirmados de LV foi 2019 (n=11), seguido dos anos de 2020 (n=06) e 2022 (n=06). Procurou-se identificar a distribuição dos casos ao longo dos meses no período de 2019 a 2022, bem como o tio de entrado do paciente, conforme demonstra a Tabela 2.

Tabela 2: Distribuição dos casos confirmados de LV, ao longo dos meses, no município de Porto Nacional, no período de 2019 a 2022

Fonte: Sinan (2023)

Os meses com maiores números de casos confirmados de LV no município de Porto Nacional-TO, no período de 2019 a 2022, foram janeiro, fevereiro, março, abril e dezembro, sendo que estes meses foram os mais representativos em ambos os anos analisados. A Tabela 3 demonstra a distribuição dos casos de LV no município conforme sexo, idade, escolaridade e raça.

Tabela 3: Distribuição dos casos de LV no município conforme sexo, idade, escolaridade e raça

Fonte: Sinan (2023)

O sexo masculino foi o que mais apresentou notificações de LV no município, em ambos os períodos analisados. A idade que mais se destacou em casos notificados foi de 1 a 9 anos, seguido de 30 a 49 anos. O ensino fundamental incompleto foi a escolaridade mais presente no grupo analisado, com prevalência da raça parda. Procurou-se identificar a droga inicial prescrita aos pacientes confirmados com LV no período analisado, conforme demonstra o Gráfico 1.

Gráfico 1: Droga inicial prescrita aos pacientes confirmado com LV no município de Porto Nacional-TO, o período de 2019 a 2022

Fonte: Sinan (2023)

A Anfotericina B Lipossomal foi a droga mais prescrita em ambos os períodos, seguida da Antimonial Pentavalente. Para finalizar, procurou-se verificar o tipo de evolução dos casos, sendo o mesmo apresentado no Gráfico 2.

Gráfico 2: Evolução dos casos confirmados com LV no município de Porto Nacional-TO, o período de 2019 a 2022

Fonte: Sinan (2023)

O óbito por LV ocorreu nos anos de 2019 (n=1) e 2022 (n=2), porém foram constatados que ocorreram óbitos por outra causa nos pacientes acometidos por LV no período analisado, mais especificamente no ano de 2019 (n=4), 2020 (n=2) e 2022 (n=1). A maioria dos pacientes evoluíram para a cura. 

DISCUSSÃO

Por vários anos a LV foi considerada como uma endemia rural, porém, com o passar do tempo a mesma vem apresentando importantes alterações no padrão epidemiológico da doença, sendo que os principais fatores responsáveis por essas alterações, são: saneamento básico incipiente, processo migratório, urbanização acelerada, baixas condições socioeconômicas e desmatamento incontrolado, o que pode justificar o crescente número de casos notificados e confirmados de LV em áreas urbanas (ALMEIDA et al., 2020).  

Nery et al., (2017) destacam que tem ocorrido um grande aumento de cães sororreagentes para LV canina nas áreas urbanas, sendo que esse fato tem contribuído para a disseminação da doença em humanos residentes na zona urbana, além de chamar a atenção para um importante problema de saúde chamado Leishmaniose Visceral Humana. 

Verificou-se neste estudo que os meses com maiores números de notificações de LV no município de Porto Nacional-TO, no período estudado, foram janeiro, fevereiro, março, abril e dezembro. Sabe-se que esses meses são considerados como período chuvoso no Estado, o que pode contribuir para o aumento da proliferação do mosquito transmissor da doença, uma vez que a transmissão da doenças, segundo a OPAS (2022) acontece quando fêmeas infectadas do mosquito palha, tatuquiras, asadura, birigui, dentre outros, picam hospedeiros infectados e depois picam o homem, transmitindo o protozoário causador da LV. Oliveira et al., (2019) ressaltam que a proliferação de flebotomíneos está diretamente ligado ao índice pluviométrico, e, portanto, a uma maior disseminação da LV.

Reis et al., (2019) informam que o flebotomíneo L. longipalpis em sua fase de larva se desenvolve em ambientes terrestres úmidos, com baixa luminosidade e rico em matéria orgânica. Os parasitos podem possuir ciclo de vida promastigotas no vetor, incentivado por pequenos aumentos da temperatura tolerável, o que aumenta a probabilidade da fêmea do flebotomíneo sobreviver tempo suficiente para o desenvolvimento do parasito no seu interior. A temperatura aproximada de 25ºC é a ideal para o desenvolvimento do parasito nos vetores, além do aumento da temperatura aumentar a densidade de flebotomíneos adultos, aumentando o contato do vetor com o hospedeiro, provocando a disseminação da doença. 

Neste estudo, verificou-se que o sexo de maior ocorrência da doença foi o masculino. No estudo de Silva et al., (2017) ao realizarem uma análise espacial da LV no município de Palmas-TO, também constatam predomínio do sexo masculino, sendo esse achado reforçado também por Silva et al., (2022); Suavinha Jayme et al., (2018). Souza et al., (2018) reforçam que a maior frequência de casos de LV está relacionado ao sexo masculino, não por ser mais suscetível e sim pela maior exposição ao vetor, uma vez que os homens estão mais presentes em locais que laboram e que é o principal habitat do flebotomíneo, enquanto que as mulheres ficam menos expostas uma vez que a maioria frequenta mais ambientes intra e peridomicílio. 

Quanto a faixa etária, verificou-se neste estudo que a mais acometida foi a de 1 a 9 anos e 30 a 49 anos. Corroborando com este estudo, Silva et al., (2022) também verificaram maior frequência de LV em crianças de 1 a 9 anos. Do total de casos analisados em estudo realizado por Sousa et al., (2018), a população na faixa etária de 1-4 anos e 5-9 anos foram as que mais tiveram incidência de LV. Silva et al., (2022) ressaltam que essa predominância em faixas etárias mais baixas (0-9 ano) se justifica pelo fato de que a criança fica exposta ao vetor, além de possuir imunidade baixa devido não está totalmente desenvolvida, o que justifica a fragilidade nos primeiros anos de vida.  

Com relação a escolaridade, o ensino fundamental incompleto foi mais predominante. Suavinha Jayme et al., (2016) ao analisarem o perfil epidemiológico dos casos de LV no município de Palmas-TO, também verificaram que a maioria ocorrem em pessoas analfabetas ou que possuem apenas o ensino fundamental incompleto. Silva et al., (2017) atribuem a maior incidência da LV em pessoas com baixa escolaridade devido esses indivíduos estarem inseridos no grupo de baixo poder aquisitivo e, por consequência, serem os que mais sofrem com a doença. Desta maneira, a educação em saúde realizada durante os anos escolares, possui forte potencial de controle epidemiológico, à medida que aborda ações direcionadas à adoção de práticas preventivas e realização de manejo ambiental, ações essenciais para prevenção e controle da doença.  

A este respeito, Monteiro et al., (2020) ressaltam que a educação em saúde, possui forte potencial de controle epidemiológico, onde a limitação da baixa escolaridade acaba refletindo negativamente na prática preventiva. Os autores destacam que, quanto maior a escolaridade, melhor é a educação em saúde e maior o potencial de controle epidemiológico. Porém, a baixa escolaridade ou a ausência dela levam a refletir que para uma inexistência ou pouca prática preventiva para a LV. 

Quanto a raça, a que mais prevaleceu foi a parda. O mesmo achado foi encontrado por Silva et al., (2022) no município de Caruaru-PE, no período de 2012 a 2020. Os autores identificaram prevalência da raça parda, seguida da raça branca, sendo que o menor percentual foi encontrado na raça preta.

A medicação mais utilizada no município de Porto Nacional-TO foi a Anfotericina B Lipossomal, seguida da Antimonial Pentavalente. Aguiar; Rodrigues (2017) ressaltam que a Anfotericin B Lipossomal é a única opção para pacientes que possuam contraindicações, que possuam refratariedade ao uso dos antimoniais pentavalentes e para gestantes. É considerada a mais potente droga leixhmanicida disponível no comercio. Atualmente, duas formulações estão disponíveis, sendo estas a Anfotericina B que disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, o desoxicolato de Anfotericina B e Anfotericina B lipossomal.

Sobre o Antimonial Pentavalente, Santiago et al (2021) destacam que estes são medicamentos de primeira escolha para todos os tipos de leishmaniose e podem ser administrados tanto via intramuscular (IM) quanto intravenosa (IV). É um pró fármaco, que é convertido na forma ativa trivalente, sob condições de pH baixo nos fagócitos hospedeiros. O mecanismo de ação gerado pelo Antimonial Pentavalente, provoca toxicidade tanto contra o parasito quanto contra hospedeiro. Existem dois antimoniais pentavalentes disponíveis no mercado, sendo o antimoniato de meglumina (Glucantime®) e o estibogluconato de sódio (Pentostan®). O medicamento de escolha, no Brasil, é o Glucantime ®.

Verificou-se, neste estudo, que a maioria dos pacientes que contraíram LV evoluíram para a cura. Para Suavinha Jayme et al., (2016) a proporção de cura nos casos de LV está diretamente relacionado com a capacidade que os serviços de saúde local possuem para diagnosticar precocemente a doença, além da sua disponibilidade de recursos como laboratório, medicamentos, materiais e profissionais capacitados para aplicarem o tratamento certo nos casos.   

CONCLUSÃO

Este estudo viabilizou a avaliação do perfil epidemiológico da LV em Porto Nacional-TO, no período de 2019 a 2022. O embasamento da pesquisa teve como ponto dados que possibilitaram a avaliação de diferentes características da população alvo, comparando-as ano a ano dentro do período de análise. 

Os resultados demonstram uma redução no total de notificações realizadas anualmente, bem como o número de confirmação dos casos, embora os anos de 2020 e 2022 tenham apresentado o mesmo quantitativo de confirmações de casos. Outra verificação foi Verificou-se a predominância de casos em grupos específicos, como crianças de até 9 anos de idade, sexo masculino, menor escolaridade, raça parda. 

O decréscimo de casos nos anos analisados demonstram que as medidas adotadas pela rede de saúde pública do município, direcionada ao combate da doença, tem se mostrado efetivas. 

Além disso, percebe-se que algumas características da população acometida por LV ainda persistem e estão relacionadas a sua incidência e por este motivo reforça-se a necessidade de uma abordagem mais diferenciada e direcionada a esses grupos, de maneira a acentuar a diminuição dos índices da LV.

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