PERFIL DOS ATENDIMENTOS EM SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS DURANTE O PERÍODO PANDÊMICO DE 2020 A 2022.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202412082139


Hermon Santos Branquinho
Orientadora: Catharine De Cassia Lanna De Freitas Rolim


RESUMO

O aumento pela procura de serviços em saúde mental observado a pandemia do triênio 2020-2022 levou debates e discussões a respeito da psiquiatria, psicologia e afins aos mais diferentes ambientes. Diversos autores apontam que o sofrimento psicológico durante esse período abrangeu os mais diferentes segmentos sociais, e foi um efeito imediato da atuação do vírus sobre a saúde das pessoas e das medidas de contenção de transmissão através do isolamento social, suspensão de serviços e uma resultante crise econômica. Diferentes estudos elencaram uma série de manifestações psiquiátricas destacando-se: medo, estresse, sentimentos de desamparo, insônia, raiva, depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, ideações, tentativas e /ou suicídio consumado. Este estudo objetivou analisar os atendimentos de transtornos psiquiátricos na cidade de Anápolis durante a pandemia nos anos de 2020 e 2022. Realizou-se um estudo descritivo que usou a base de dados da plataforma DataSUS do Ministério da Saúde para construção de gráficos e tabelas que permitiram visualizar o perfil dos atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares e seu detalhamento em transtornos prevalentes, etnia, sexo e distribuição etária. Percebeu-se prevalência de internações por transtornos de humor, com maior predominância do sexo feminino, pobreza na informação quanto a etnia mais prevalente, e uma maior ocorrência de eventos na faixa etária entre 50-59 anos. Propõe-se como sugestão a maior interação e diálogo entre a Atenção Primária e a Rede de Atenção Psicossocial para um acompanhamento longitudinal dos pacientes portadores de transtornos mentais e prevenção de agravos em pessoas com sofrimento mental que possa levar a um adoecimento psíquico.

Palavras chave:  saúde mental, pandemia, atenção psicossocial

ABSTRACT

The increase in demand for mental health services observed by the pandemic of the 2020-2022 triennium led to debates and discussions about psychiatry, psychology in the most different environments. Several authors point out that the psychological suffering during this period covered the most different social segments, and was an immediate effect of the virus’s action on people’s health and the measures to contain transmission through social isolation, suspension of services and a resulting economic crisis. Different studies have listed a series of psychiatric manifestations, including: fear, stress, feelings of helplessness, insomnia, anger, depression, anxiety, post-traumatic stress, ideations, attempts and/or completed suicide.This study aimed to analyze the care of psychiatric disorders in the city of Anápolis during the pandemic in the years 2020 and 2022. A descriptive study was carried out that used the database of the DataSUS platform of the Ministry of Health to construct graphs and tables that allowed the visualization of the profile of outpatient care and hospital admissions and their breakdown into prevalent disorders, ethnicity, gender and age distribution. There was a prevalence of hospitalizations due to mood disorders, with a greater predominance of females, poor information regarding the most prevalent ethnicity, and a higher occurrence of events in the age group between 50 and 59 years. It is proposed as a suggestion the greater interaction and dialogue between Primary Care and the Psychosocial Care Network for a longitudinal follow-up of patients with mental disorders and prevention of problems in people with mental suffering that can lead to mental illness.

Keywords –  mental health, pandemic, psychosocial care

1 INTRODUÇÃO

O aumento pela procura de serviços em saúde mental observado após o evento pandêmico do triênio 2020-2022 tem levado debates e discussões a respeito da psiquiatria, psicologia e afins aos mais diferentes ambientes de diálogos de nosso cotidiano.

Diferente de outros momentos da história humana, depressão, ansiedade, bipolaridade e pânico não são mais vocábulos que povoam apenas a mente dos psiquiatras e psicólogos, pelo contrário, pode-se ouvir hoje discussões calorosas nas portas das casas, nos aplicativos de conversa virtual, nas redes sociais, nas salas de espera de consultórios e até ambientes destinados ao puro entretenimento, trazendo o assunto saúde mental como foco principal.

Esse aumento do interesse e maiores debates sobre os transtornos mentais, seus tratamentos e métodos diagnósticos teve seu crescimento associado a uma crescente divulgação de notícias veiculadas pela imprensa e nas redes sociais sobre a incidência de transtornos mentais durante a pandemia.

Em uma matéria publicada em março de 2022 no portal de notícias G1, foram divulgados dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicaram um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão em todo o mundo, atribuído ao impacto do isolamento social durante a pandemia (G1, 2022).

Outros dados fornecidos pela OMS durante o primeiro ano da pandemia mostraram um aumento significativo nos sintomas depressivos na Etiópia, atingindo um nível três vezes maior que a estimativa de incidência desses sintomas no período pré-pandêmico (Cruz et al., 2021). Carvalho et al (2023) apontam que o sofrimento psicológico durante esse período abrangeu os mais diferentes segmentos sociais, e foi um efeito imediato da atuação do vírus sobre a saúde das pessoas e das medidas de contenção de transmissão que utilizaram do isolamento social, suspensão de serviços seguidos de uma resultante crise econômica.

Ornell et al (2020) elencaram uma série de manifestações psiquiátricas observadas nesse triênio, destacando-se: medo, estresse, sentimentos de desamparo, insônia, raiva, depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, ideações, tentativas e /ou suicídio consumado.

Considerando o estado de Goiás, foco de nosso estudo, encontra-se um estudo realizado por Ferreira et al (2023) em que foi avaliada a incidência de transtornos mentais em estudantes de medicina em uma instituição do interior do estado durante a pandemia. Foi-se observado uma incidência de cerca de 76% de transtornos mentais entre os acadêmicos, estando distribuídos nesta porcentagem transtornos como: ansiedade generalizada, depressão maior, pânico e fobia social, além de outros.

E quanto ao município de Anápolis? Como se deu nesta cidade a procura por atendimentos e tratamentos em saúde mental durante este período? Este artigo propôs-se a investigar essa premissa, utilizando para esse fim dados obtidos a partir do DataSUS.

2 OBJETIVOS

Este estudo tem como objetivo principal analisar os atendimentos relacionados a transtornos psiquiátricos na cidade de Anápolis durante o período pandêmico de 2020 a 2022, com o intuito de traçar um perfil desses atendimentos ao longo desses três anos.

Adicionalmente, o estudo visa caracterizar a incidência desses transtornos sob uma perspectiva epidemiológica, categorizando os dados obtidos segundo variáveis como sexo, idade e tipo de transtorno diagnosticado.

Outro objetivo é discutir os resultados em comparação com estudos semelhantes previamente publicados, de modo a embasar possíveis melhorias na assistência em saúde mental no município, com base no perfil dos pacientes atendidos durante o período em análise.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este artigo compõe-se de um estudo descritivo que usou como base de dados os registros de atendimentos em saúde mental ocorridos na cidade de Anápolis, estado de Goiás, durante o triênio da pandemia de Covid -19, a saber os anos 2020 a 2022. Foram pesquisados também, para título de comparação, os registros de atendimentos em saúde mental no mesmo município em um período de 3 anos anteriores à pandemia, a saber 2017 a 2019. 

Para pesquisa dos dados foi realizado acesso ao site do DataSUS através do link: https://datasus.saude.gov.br/. O acesso foi realizado no período entre julho e setembro de 2024 para coleta de dados e confecção das tabelas com os resultados.

Uma vez no site do DataSUS prosseguiu-se com a pesquisa através do TabNet, acessando na página inicial os links Assistência à Saúde e Epidemiológicas e Morbidade.  A seguir foram acessados outros links para obtenção de dados: em Assistência à Saúde acessou-se ao link Produção Ambulatorial (SIA/SUS). Já em Epidemiológicas e Morbidade optou-se pelo link Morbidade Hospitalar SIH/SUS.

Dentro da base de dados do SIH foram pesquisadas informações quanto às internações por transtornos mentais durante o período supracitado delimitando como mês inicial da pesquisa Fevereiro/2020, a saber um mês antes do decreto oficial de Pandemia Covid -19 conforme a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a qual decretou definitivamente o estado de Pandemia em 11 de março de 2020 (Opas, 2020). 

No Estado de Goiás, o primeiro decreto sobre o estado de emergência de enfrentamento da pandemia data de 13 de março de 2020, sendo reforçado por um novo decreto liberado em 26 de março de 2020 que instituiu o fechamento de estabelecimentos para redução da disseminação viral (Goiás, 2020).

Para a pesquisa referente aos três anos anteriores à pandemia, utilizou-se o mesmo procedimento metodológico, porém convencionou-se como intervalo de tempo o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2019.

 Na pesquisa realizada utilizando o link Epidemiológicas e Morbidade foram utilizados dados pesquisando-se em Morbidade Hospitalar do SIH/SUS selecionando internação psiquiátrica por transtornos específicos pela lista de comorbidades, onde foram selecionados: Transtornos delirantes e Transtornos afetivos e de humor. Foram excluídos deste estudo dados referentes a transtornos mentais relacionados ao uso de substâncias, transtornos de personalidade e transtornos do desenvolvimento. Optou-se por realizar essa exclusão a fim de focar o estudo nos transtornos mentais mais prevalentes conforme mostrado pela epidemiologia dos transtornos mentais. Por fim, foi selecionado o intervalo de idade entre 20 e 59 anos, a etnia e o sexo, para se conhecer a ocorrência de internação por determinados transtornos em cada segmento populacional citado. 

O mesmo processo metodológico foi realizado para obtenção de dados quanto aos atendimentos em saúde mental dentro do âmbito ambulatorial, sendo para isto utilizado o banco de dados do SIA/SUS. Dentro deste sistema optou-se por pesquisar os dados de Atendimento Individual em Centro de Atenção Psicossocial e Acolhimento Noturno de Paciente em Centro de Atenção Psicossocial dentro do mesmo período selecionado para as demais tabelas confeccionadas.

Por fim, utilizou-se os dados obtidos e as tabelas confeccionadas para realizar a construção dos gráficos aqui apresentados a fim de realizar uma discussão dos resultados obtidos.

As tabelas e gráficos foram confeccionados a partir da ferramenta da Microsoft Office, Excel 2024. Foram construídos em tal ferramentas as tabelas e gráficos bem como sua formatação. A análise estatística aqui apresentada também foi calculada utilizando-se o Excel 2024, onde foi aplicado o Teste T De Student para análise de dados, utilizando como referência o valor de p <0,05.

4 RESULTADOS

O gráfico 1 e tabela 1 logo abaixo mostram o número de atendimentos ambulatoriais registrados no período estudado, separando o número de atendimentos por ano de realização do mesmo. 

É possível inferir através dos dados obtidos que houve um aumento na procura por atendimento ambulatorial dentro de um serviço especializado de saúde mental ao longo do período analisado, de maneira que fica evidente um crescimento de 72% no número de atendimentos entre os anos de 2020 e 2021. Quando comparamos os anos de 2020 e 2022, temos um aumento mais expressivo ainda, sendo perceptível um aumento de 93% no número de atendimentos entre esses anos.

Gráfico 1 – Atendimentos ambulatoriais em Caps por ano – Fonte Ministério da Saúde

Tabela 1 – Atendimentos ambulatoriais em Caps por ano – Fonte – Ministério da Saúde

Município/ Ano202020212022Total
Atendimentos Caps ANÁPOLIS44297620855820607

Para fins de comparação, confeccionou-se a tabela e gráfico 1.1 que mostram os dados referentes aos atendimentos em CAPS no período anterior à pandemia, perfazendo os anos de 2017 a 2019.

Município / Ano201720182019Total
Atendimentos CAPS -ANÁPOLIS28249427095231

Tabela 1. 1 – Atendimentos ambulatoriais em Caps por ano de 2017 a 2019 – Fonte – Ministério da Saúde

Gráfico 1. 1 – Atendimentos ambulatoriais em Caps por ano de 2017 a 2019 – Fonte – Ministério da Saúde

Ao comparar os dois períodos, é evidente que houve um aumento substancial no número de atendimentos ambulatoriais. O total de atendimentos aumentou de 5.231 no período de 2017-2019 para 20.607 no período de 2020-2022

A análise estatística com um teste t de amostras independentes encontrou um valor de p = 0,027, revelando que essa diferença é estatisticamente significativa, com um valor p menor que 0,05.Este aumento reflete uma maior procura por atendimentos em saúde mental ocorridos durante a pandemia de Covid-19 no município de Anápolis.

Os itens abaixo, gráfico 2 e tabela 2, refletem a realidade do total de internações por transtornos mentais, mostrando o número total de internações por transtornos mentais em cada ano. Estão registrados no gráfico e na tabela a designação de cada transtorno mental atendimento na modalidade investigada. 

Gráfico 2 – Internações por ano e tipo de transtorno atendido por ano – Fonte – Ministério da Saúde – legenda: em laranja – transtornos de humor; em azul – transtornos psicóticos.

Tabela 2 – Internações por ano e tipo de transtorno atendido – Fonte – Ministério da Saúde

Transtornos/Ano de internação202020212022Total
Esquizofrenia Transtornos esquizotípicos e delirantes202203296702
Transtornos de humor [afetivos]7257086522098
Total9279119482800

Com base nos dados visualizados na tabela e gráfico, consegue-se inferir um total de 2800 internações englobando os dois grupos de transtornos. É importante ressaltar que não são informados dados sobre a especificação de qual instituição realizou a interação e nem sobre a duração da mesma. De forma que apenas pode-se presumir que se trata do número total de internações por transtornos psiquiátricos no município, tanto em hospitais gerais quanto em instituições psiquiátricas vinculadas ao Sus, abrangendo também desde internações de curta até longa duração.

Dos dados obtidos consegue-se perceber a grande prevalência dos transtornos de humor sobre os transtornos psicóticos nas internações ocorridas durante os 3 anos.  Em 2020, os transtornos de humor corresponderam a 78% do total das internações psiquiátricas, já em 2021 e 2022 estes transtornos perfizeram respectivamente 77% e 68% do total das internações no município.

Outra análise perceptível é a queda do total de interações por transtornos de humor ao longo dos três anos, em 11%, ao passo que as internações por transtornos psicóticos aumentaram progressivamente chegando a um valor de 31% se comparado o ano de 2020 com 2022.

Pode-se discutir que tais variações ao longo do tempo possam estar ligadas ao próprio transcorrer da pandemia e as mudanças nas diretivas de contenção da disseminação do coronavírus durante esses 3 anos, uma vez que 2020 marca o período de maior restrição ao funcionamento dos serviços de atendimento ambulatorial e eletivo devido a vigência do chamado lockdown (Goiás, 2020).  

Por outro lado, conforme decreto de 29 de abril de 2022 do governo de Estado de Goiás, o estado de emergência foi prorrogado até 30 de maio do mesmo, com retorno do funcionamento regular de serviços ambulatoriais após essa data, incluindo dentre estes os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), com maior acolhimento aos transtornos de humor e outros acometimentos os quais não demandem contenção química e leito específico devido ao risco de fuga e agressividade intensa (Goiás, 2022).

É importante lembrar que conforme a Portaria n° 336, de 19 de fevereiro de 2002 do Ministério da Saúde, assinada pelo então ministro em exercício José Serra, os Caps III, como o Caps Vida Ativa do município de Anápolis é assim classificado, possuem capacidade de oferta de acolhimento noturno em serviço de 24 horas para pacientes com transtornos mentais em risco de autoextermínio, quadro maníaco moderado e depressão moderada (Brasil, 2002).

Se compararmos ambos os gráficos e tabela 1 e 2 é possível perceber que os dados do gráfico e tabela 1 mostram um aumento dos atendimentos em Caps de 2021 para 2022, enquanto os dados da tabela e gráfico 2 mostram em relação aos transtornos de humor uma diminuição de internações. Fazendo um paralelo entre essas 2 realidades, faz-se necessário a análise estatística dos dados a fim de confirmar a relação entre ambos os eventos.

Por isso procedeu-se à construção da tabela 3 e gráfico 3 que seguem logo abaixo.

Gráfico 3 – Número de acolhimentos noturnos em Caps por ano – Fonte – Ministério da Saúde

Tabela 3 – Número de acolhimentos noturnos em Caps por ano – Fonte – Ministério da Saúde

Município202020212022Total
ANÁPOLIS4359418781
Total4359418781

Os dados registram o número de acolhimentos noturnos realizados durante cada ano do período estudado. Percebe-se que conforme já dito anteriormente, em 2020 o número de acolhimentos foi ínfimo e inexpressivo, uma vez que ocorria durante este ano a fase de maior restrição aos atendimentos ambulatoriais.

Com o transcorrer da pandemia e a mudança nas diretivas de saúde para contenção da transmissibilidade do coronavírus nos anos de 2021 e 2022, é possível então perceber um aumento no número dos acolhimentos noturnos. Em níveis percentuais teve-se um aumento de 98% dos acolhimentos entre 2020 e 2021 e de 14% entre 2021 e 2022.

A análise de correlação entre o número de acolhimentos noturnos no CAPS e o número de internações psiquiátricas revelou um coeficiente de correlação de aproximadamente 0,208, com um valor de p de 0,866. Este valor de p, sendo significativamente maior que 0,05, indica que não há uma correlação estatisticamente significativa entre o aumento dos acolhimentos noturnos no CAPS e a diminuição das internações psiquiátricas.

Esses resultados sugerem que, com base nos dados analisados, o aumento de acolhimentos noturnos no CAPS pode não estar associado à redução nas internações psiquiátricas. ​
Retomando a análise sobre as internações foi possível traçar o perfil dos pacientes internados durante a pandemia de forma mais detalhada. Realizando uma filtragem em dados a partir das próprias seleções disponíveis dentro DataSUS, conseguiu-se construir tabelas e gráficos que possibilitam visualizar dados como sexo e etnia dos pacientes submetidos a internações psiquiátricas.

O gráfico 4, acompanhado abaixo da tabela 4, registra a caracterização dos pacientes internados quanto a distribuição por sexo e transtorno mental.

Gráfico 4 – Transtornos divididos por sexo – Fonte – Ministério da Saúde

Tabela 4 – Transtornos divididos por sexo – Fonte – Ministério da Saúde

Lista Morbidades –   CID-10MascFem.Total
Esquizofrenia transtornos esquizotípicos e delirante444258702
Transtornos de humor [afetivos]47216262098
Total91618842800

Dentro os indivíduos do sexo masculino constata-se um maior número de indivíduos portadores de transtornos de humor em comparação com os transtornos psicóticos, porém a diferença é pequena. Já dentre indivíduos do sexo feminino a diferença se mostra expressiva, sendo o número de portadoras de transtornos de humor cerca de 6 (seis) vezes maior que o de pacientes com transtornos psicóticos. 

Percebe-se ainda uma diferença entre os pacientes dentro do mesmo grupo de transtorno. Dentre os transtornos de humor se constata que o número de mulheres é 3,5 vezes maior que o de homens, ao passo que nos transtornos psicóticos o número de homens internados foi de 1,7 vezes maior que o de mulheres.

   Conforme disponibilizado pelo DataSUS, foi selecionado para caracterização a etnia dos pacientes distribuídos dentre os grupos dos transtornos mentais estudados. Os grupos estudados foram: branca, preta, parda, indígena e sem informação. Os resultados são vistos no gráfico 5 e tabela 5.

Gráfico 5 -Transtornos divididos por etnia – Fonte – Ministério da Saúde

Tabela 5 – Transtornos divididos por etnia – Fonte – Ministério da Saúde

Lista Morbidades CID-10 / EtniaBrancaPretaPardaAmarelaSem informaçãoTotal
Esquizofrenia e transtornos psicóticos126463646160702
Transtornos de humor [afetivos]15425394515202098
Total280717581116802800

Verifica-se que o maior número de pacientes internados não apresentou informação quanto a etnia declarada em seu registro de internação, estando também este grupo dentro dos transtornos de humor. A etnia mais registrada foi a “parda” em ambos os transtornos, correspondendo a 27% do total de pacientes. O menor número coube a etnia “amarela”, que correspondeu a apenas 0,4% dos pacientes internados.

Comparando-se as etnias entre os dois grupos de transtornos mentais é possível constatar uma proximidade entre os números encontrados, sendo visível uma diferença maior apenas no grupo cuja etnia não foi relatada e na etnia “preta”. Neste grupo étnico percebe-se também um maior número de indivíduos com transtornos psicóticos, os quais correspondem a 64% do total de pacientes com etnia “preta”.

Por último, curiosamente, na etnia “amarela” o número de indivíduos em cada grupo patológico, ocorrendo 6 dentre os transtornos psicóticos, que corresponde a 54% do total desta etnia, contra 5 nos transtornos de humor, completando 45% do total de pacientes com etnia “amarela”. 

A última análise realizada foi a comparação entre faixa etárias e os transtornos mentais ocorridos em cada uma das faixas. Como já relatado na metodologia, optou-se por filtrar o intervalo de idade entre 20 e 59 anos. Observe os resultados colhidos no gráfico 6 e tabela 6.

Gráfico 6 – Transtornos divididos por idade – Fonte – Ministério da Saúde

Tabela 6 -Transtornos divididos por idade – Fonte – Ministério da Saúde

Lista Morbidades CID-10 / idade20 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 a 59 anosTotal
Esquizofrenia transtornos psicóticos156150244152702
Transtornos de humor [afetivos]2593375979052098
Total41548784110572800

O maior grupo etário no total de internações, quando se se leva em análise ambos os transtornos juntos, foi o intervalo de 50 a 59 anos que corresponde a 37% de todas as internações, seguido do intervalo de 40 a 49 anos com 30% do total. O intervalo de 30 a 39 anos perfaz um total de 17% e por último o segmento mais jovem, 20 a 29 anos, com apenas 15%.

Em todas as faixas etárias estudadas, houve maior número de pacientes no grupo de transtornos de humor, sendo que no intervalo de 50 a 59 anos os indivíduos com esse transtorno correspondem a 85% do total de pacientes com a idade avaliada. Esse segmento de idade também apresentou maior prevalência dentro do grupo de transtornos de humor, e corresponde a 43% do total de pacientes internados com transtornos de humor.

O segmento etário com maior número dentre os pacientes internados com transtornos psicóticos foi o intervalo 40 a 49 anos, e em termos percentuais seu valor correspondeu a 35% do total de pacientes internados com esse tipo de acometimento. 

Por último, para fins de análise estatística confeccionou-se a tabela e gráfico 7, os quais trazem o total de internações devido a transtornos mentais no município de Anápolis no período anterior a pandemia, incluindo os anos de 2017 a 2019.

Município /Ano201720182019Total
ANÁPOLIS – Internações por transtornos psiquiátricos12120538670

Tabela 7 – Internações por transtornos psiquiátricos no município de Anápolis de 2017 a 2019 – Fonte – Ministério da Saúde

Gráfico 7- Internações por transtornos psiquiátricos no município de Anápolis de 2017 a 2019 – Fonte – Ministério da Saúde

Para averiguar quanto ao aumento no número de internações entre os períodos pré e durante a pandemia de Covid-19, aplicou-se o teste T de Student comparando os dados de ambos os períodos. Assim sendo, comparou-se os dados da tabela 7 com o somatório do total de internações por ambos os transtornos constando na tabela 2.

A análise estatística revelou um valor para p de 0,011 (p < 0,05) após a aplicação do teste, o que indica uma diferença estatisticamente significativa nas internações entre os 2 períodos, comprovando mais uma vez o aumento do número de atendimentos durante o período pandêmico no município de Anápolis.

5 DISCUSSÃO

No contexto da reforma psiquiátrica, a implantação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) retomou o protagonismo dos serviços de atenção primária à saúde como estratégia de incentivo a uma atuação mais preventiva e mais voltada à integralidade do cuidado, sendo ainda estes dispositivos de caráter aberto e comunitário, implantados com substitutivos aos hospitais psiquiátricos (Sanine et al., 2024).

Conforme mostrado nos resultados acima, a procura por atendimentos ambulatoriais em CAPS no período estudado aumentou de forma progressiva durante o triênio 2020-2022, quando comparados com o período anterior de 2017 a 2019, conforme demonstrado pelos dados. Tal achado foi também afirmado por Sanine et al. (2024) que afirmaram em seu estudo que a pandemia de COVID-19 se concretizou como um fator agravante para aumento da procura por atendimentos na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no município de São Paulo.

Apesar de não se tratar de um estudo conduzido exclusivamente dentro do âmbito de um serviço como o CAPS, Ishigami et al. (2024) realizaram a investigação da prevalência de ansiedade e depressão durante o ano de 2020 entre trabalhadores de unidades de referência para tratamento de COVID-19, aplicando a estes profissionais os instrumentos PHQ-9 e GAD-7, e encontraram uma prevalência de 41% para a depressão entre os investigados. 

Entretanto, quando se realiza uma comparação do perfil dos números estudados, entre esta pesquisa e a Ishigami et al. (2024), há uma diferença no perfil etário. Os autores encontraram em seu estudo uma maior prevalência de depressão em pacientes mais jovens e com intervalo de idade entre 30-39 anos, enquanto neste estudo os transtornos de humor prevaleceram na faixa etária entre 40-49 anos.

Da Rocha et al. (2021), conduziram uma pesquisa aprofundada sobre as internações psiquiátricas ocorridas em todo território brasileiro entre os anos de 2000 e 2014, e encontraram dados relevantes para comparação com esta pesquisa aqui apresentada. 

Em seu estudo os autores encontraram uma maior prevalência total de internações por transtornos associados ao uso de substâncias, os quais não foram alvo deste estudo, porém, seguidos destes transtornos encontrou-se em segundo lugar os transtornos psicóticos com prevalência de 34% seguidos pelos transtornos de humor com um total de 15% (Da Rocha et al., 2024).

Neste estudo o encontrado foi diferente. Os transtornos de humor se mostraram mais prevalentes nas internações, com os transtornos psicóticos em segundo lugar. Outra diferença nos achados entre ambos os estudos foi quanto a prevalência no sexo. Da Rocha et al. (2024) encontraram uma maior prevalência do sexo masculino, enquanto neste estudo foi constatado uma maior prevalência do sexo masculino apenas nas internações por transtornos psicóticos, porém nos transtornos de humor prevaleceu o sexo feminino nas internações.

Quanto à observação sobre o impacto do acolhimento que resulte em uma redução no número de internações, os estudos já publicados trazem achados que não evidenciam nenhuma unanimidade para se construir essa afirmação.

Miliauskas et al. (2019) encontraram em seu estudo uma associação entre esses eventos. Os autores afirmam que um aumento na cobertura dos serviços de CAPS incorreram consequentemente em uma redução no número de internações de portadores de transtornos mentais em hospitais gerais nas regiões metropolitanas do Sudeste.

Onocko-Campos et al. (2018), citado por Rocha et al. (2024) em seu trabalho, encontraram resultados semelhantes ao conduzir um estudo sobre a prevalência de reinternação psiquiátrica de usuários de CAPS de 4 grandes centros urbanos brasileiros. Os autores, conforme também relatado por Da Rocha et al. (2024), encontraram uma redução em 10% na taxa de reinternação de usuários frequentemente assistidos por um CAPS.

Já Volpe et al (2018) contemplaram uma realidade diferente em seu estudo conduzido em Belo Horizonte. Ao realizar um estudo de série regressiva do número de internações em 2 hospitais psiquiátricos da capital mineira, os autores avaliaram como desfechos de interesse 3 variáveis: reinternação precoce (< 7 dias), médio prazo (8-30 dias) e tardia (31-365 dias). Os dados mostraram que a cobertura do CAPS não influenciou na taxa de reinternação, com um número maior de reinternações tardias.

Ainda comparando o estudo de Volpe et al (2018) com a presente pesquisa, seus dados mostraram diferenças com os aqui encontrados em relação aos transtornos mais prevalentes na internação. Os autores, semelhantemente Da Rocha et al. (2024), encontraram uma prevalência maior de internações de transtornos psicóticos sobre os de humor.

Carvalho et al (2023) conduziram um estudo semelhante sobre a morbidade hospitalar por transtorno mental durante a pandemia de COVID-19, analisando dados de internações em todo território nacional nos anos de 2020 e 2021, e realizou uma análise regressiva em relação às internações pelos mesmos transtornos no período entre os anos de 2008 e 2019, a fim de comparar a ocorrência de aumento dos eventos.

Os autores perceberam em seu estudo que houve decréscimo nas internações por transtornos mentais em todo território brasileiro durante o período de 2020 e 2021, acentuando uma queda que já era visível desde o ano de 2014 conforme os dados mostrados pelo estudo (Carvalho et al, 2023).

Em relação às internações por subgrupo patológico da CID-10, houve prevalência dos transtornos psicóticos em primeiro lugar, com destaque especial para a esquizofrenia como a doença mais prevalente dentre as internações desse grupo, seguidos pelos transtornos de humor. Em relação ao sexo e etnia, foram observadas maior prevalência do sexo masculino e etnia branca, ficando a menor prevalência para a etnia indígena (Carvalho et al, 2023).

Ruppelt et al. (2021) conduziram um estudo investigando o perfil das internações em unidade de atenção psicossocial em hospital universitário no Rio Grande do Sul durante a pandemia de COVID-19. Os resultados encontrados possibilitaram visualizar uma prevalência de internações do sexo feminino e etnia branca.  Dentre os transtornos mais submetidos a regime de internação destacaram-se os transtornos de humor, com especial atenção ao aumento dos transtornos depressivos, conforme afirmaram os autores.

5 CONCLUSÕES

A pandemia de COVID-19 foi mais que um desafio de enfrentamento do contágio de um vírus, antes, representou um divisor de águas dentro dos cuidados de saúde, influenciando desde as áreas clínicas, as políticas de saúde e com impacto também na saúde mental.

Os desafios trazidos pelo período pandêmico afetaram diretamente a saúde mental de diversos segmentos sociais e a procura por serviços de saúde mental se revelou com uma tendência no período pós-pandemia.

Deste modo a oferta de serviços de saúde mental de qualidade e com acessibilidade a toda população é uma poderosa arma para tratar e prevenir a piora da condição daqueles já portadores de transtornos mentais, como também é um meio para promover o enfrentamento do sofrimento mental em tempos de exceção para aqueles sem um transtorno definido, evitando a progressão de um sofrimento temporário para um adoecimento psiquiátrico crônico.

Assim sendo, o trabalho da Rede de Atenção Psicossocial, formada pelos CAPS, a Atenção Primária em Saúde e os Serviços hospitalares desempenham um papel primordial para o cuidado da saúde mental em tempos de crise como na pandemia de COVID-19. E precisam ser fortalecidos sendo firmados como políticas públicas eficazes.

Pelos dados obtidos na pesquisa foi possível perceber o trabalho essencial do CAPS no acolhimento noturno e atendimento ambulatorial de pacientes em sofrimento mental. Apesar da baixa correlação estatística quando confrontados os dados sobre acolhimento noturno e taxas de internação, ainda assim o CAPS é um importante instrumento de atenção à saúde mental e de grande suporte ao paciente portador de transtorno psiquiátrico durante os períodos de crise como a pandemia de Covid-19.

REFERÊNCIAS

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GOIÁS. Decreto número 10079 de 29 de abril de 2022, altera o decreto número 9960 de 30 de setembro de 2021 sobre as medidas de contenção para disseminação do COVID-19 no Estado de Goiás. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=431001. Acesso em 30 de outubro de 2024.

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1 Licenciada em Pedagogia (Faculdade Pan Americana – 2014). Especialista em Tecnologia em Educação (Faculdade Pan Americana – 2016). 3° Sargento. Auxiliar do FUNSAU – CPR VIII / Altamira. E-mail: drfrncicleiaazevedo@gmail.com. ORCID https://orcid.org/0009-0000-3796-985X.
2 Licenciada em Letras (Universidade Federal do Pará – 2008). Especialista em Direito Constitucional (Faculdade Unopar – 2022). 3º Sargento. Auxiliar da CorCPR VIII / Altamira. E-mail: sysi.rodrigues@gmail.com. ORCID https://orcid.org/0009-0002-6969-7865


TABELAS, FIGURAS E ANEXOS

Tabela 1 – Atendimentos ambulatoriais em Caps por ano – Fonte – Ministério da Saúde7

Tabela 2 – Internações por ano e tipo de transtorno atendido – Fonte – Ministério da Saúde9

Tabela 3 – Número de acolhimentos noturnos em Caps por ano – Fonte – Ministério da Saúde11

Tabela 4 – Transtornos divididos por sexo – Fonte – Ministério da Saúde13

Tabela 5 – Transtornos divididos por etnia – Fonte – Ministério da Saúde14

Tabela 6 -Transtornos divididos por idade – Fonte – Ministério da Saúde15

Tabela 7 – Internações por transtornos psiquiátricos no município de Anápolis de 2017 a 2019 – Fonte – Ministério da Saúde16

Gráfico 1 – Atendimentos ambulatoriais em Caps por ano – Fonte Ministério da Saúde7

Gráfico 2 – Internações por ano e tipo de transtorno atendido por ano – Fonte – Ministério da Saúde – legenda: em laranja – transtornos de humor; em azul – transtornos psicóticos.9

Gráfico 3 – Número de acolhimentos noturnos em Caps por ano – Fonte – Ministério da Saúde11

Gráfico 4 – Transtornos divididos por sexo – Fonte – Ministério da Saúde12

Gráfico 5 -Transtornos divididos por etnia – Fonte – Ministério da Saúde14

Gráfico 6 – Transtornos divididos por idade – Fonte – Ministério da Saúde15

Gráfico 7- Internações por transtornos psiquiátricos no município de Anápolis de 2017 a 2019 – Fonte – Ministério da Saúde17