NURSE’S PERCEPTION OF EXPERIENCES IN THE MOBILE EMERGENCY CARE SERVICE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10927133
Renata Mota dos Santos1
Anne Milane Formiga Bezerra2
Maria Luísa Formiga Bezerra 3
Helena Karolyne Arruda Guedes4
Denisy Dantas melquíades Azevedo5
Wilma Kátia Trigueiro Bezerra6
Silvia Ximenes Oliveira7
Hellen Renatta leopoldino Medeiros8
RESUMO: A área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A assistência da equipe de saúde em situações de urgência e emergência se caracteriza pela necessidade do paciente ser atendido em um curto espaço de tempo, visto que as vítimas possuem risco iminente de morte. A principal função da enfermagem em urgências e emergências sem dúvida é a de ofertar um atendimento e manutenção das principais funções vitais do indivíduo, sempre protegendo a vida. O objetivo desse estudo foi avaliar a percepção do enfermeiro acerca das vivências no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Este estudo foi uma revisão integrativa, onde foram utilizado artigos científicos publicados nas bases de dados: LiLacs, Scielo, BIREME utilizando critérios de inclusão e exclusão num recorte temporal de 2017 a 2022. A coleta de dados teve um instrumento com informações retiradas dos artigos científicos sendo analisados de acordo com a literatura. Esta pesquisa compreendeu que o atendimento de urgências e emergência exige do enfermeiro um amplo conhecimento técnico-científico, concentração, agilidade, habilidade e tomadas de decisão rápida, uma vez que este é responsável pela avaliação da necessidade da vítima, definição de prioridades, cuidados de maior complexidade, como reanimação e estabilização do paciente. Os objetivos deste estudo foram alcançados à luz das considerações levantadas, pois foi possível identificar as potencialidades e vulnerabilidades vivenciadas pelos enfermeiros no cotidiano do serviço de atendimento pré – hospitalar, bem como as perspectivas dos enfermeiros sobre o futuro da sua profissão.
Palavras-chaves: Assistência Pré-Hospitalar. Enfermagem. Urgências.
ABSTRACT: The Urgency and Emergency area constitutes an important component of health care. The health team’s assistance in urgent and emergency situations is characterized by the patient’s need to be attended to in a short space of time, as victims are at imminent risk of death. The main function of nursing in urgencies and emergencies is undoubtedly to offer care and maintenance of the individual’s main vital functions, always protecting life. The objective of this study was to evaluate nurses’ perceptions of their experiences in the Mobile Emergency Care Service (SAMU). This study was an integrative review, using scientific articles published in the databases: LiLacs, Scielo, BIREME using inclusion and exclusion criteria in a time frame from 2017 to 2022. Data collection had an instrument with information taken from scientific articles being analyzed according to the literature. This research understood that urgent and emergency care requires nurses to have broad technical-scientific knowledge, concentration, agility, skill and quick decision-making, as they are responsible for assessing the victim’s needs, defining priorities, providing care greater complexity, such as resuscitation and stabilization of the patient. The objectives of this study were achieved in light of the considerations raised, as it was possible to identify the potentialities and vulnerabilities experienced by nurses in the daily routine of the pre-hospital care service, as well as the nurses’ perspectives on the future of their profession.
Keywords: Pre-Hospital Assistance. Nursing. Emergencies.
INTRODUÇÃO
A área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A crescente demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao aumento do número de acidentes e da violência urbana e à insuficiente estruturação da rede são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de serviços de Urgência e Emergência disponibilizados para o atendimento da população. Isso tem transformado esta área numa das mais problemáticas do sistema de saúde (BRASIL, 2017).
A assistência da equipe de saúde em situações de urgência e emergência se caracteriza pela necessidade do paciente ser atendido em um curto espaço de tempo, visto que as vítimas possuem risco iminente de morte. Esse atendimento teve seu início há séculos e desde então vem cada vez mais se aprimorando, sendo hoje indispensável, uma vez que salva inúmeras vítimas e contribui para o melhor prognóstico dos sobreviventes (MACHADO, 2017).
A principal função da enfermagem em urgências e emergências sem dúvida é a de ofertar um atendimento e manutenção das principais funções vitais do indivíduo, sempre protegendo a vida. O profissional de enfermagem é um dos responsáveis pelo primeiro atendimento, atendendo os casos, que muitas vezes são graves e necessitam de um atendimento rápido e eficaz. A assistência eficiente prestada às vítimas é o grande foco de um atendimento emergencial, para tanto, sabe-se que os profissionais necessitam de muito estudo e prática clínica. O raciocínio rápido e a habilidade do enfermeiro fazem toda a diferença quando se trata de um paciente com diversas lesões (ROCHA, 2020).
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) constitui um ponto móvel da Rede de Atenção às Urgências (RUE). Tem por finalidade atender a população fora do ambiente hospitalar ou em outras instituições de saúde em situações de injúria à saúde com potencial risco de morte (BRASIL, 2020).
Em estudos realizados, observou-se que o ambiente de trabalho pode proporcionar sentimentos positivos e negativos para os enfermeiros atuantes no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (APHM). Ao associar esses sentimentos negativos ao labor diário de cuidar do próximo, grande parte desses profissionais põe em risco a sua saúde, podendo ser esse fato prejudicial para o socorrista e a vítima (MARTINS; VIEIRA; SANTOS, 2017).
A literatura demonstra que a graduação em Enfermagem desenvolve conteúdos que conduzem à formação de profissionais aptos a desenvolver o cuidado de enfermagem em todos os níveis de atenção, fundamentados no domínio sobre o processo saúde-doença do indivíduo, família e coletividade. No contexto das urgências e emergências, o enfermeiro deve associar rapidamente esse aporte teórico apreendido com a prática assistencial, baseado nas habilidades e competências previamente adquiridas na academia por meio de metodologias facilitadoras do processo ensino-aprendizagem (ALMEIDA et al., 2017).
Faz-se importante ressaltar que a realização de pesquisas qualitativas com profissionais e usuários do SAMU e de outros pontos da RAS, como Unidade Básica de Saúde (UBS) e UPA permitiu evidenciar uma temática sobre a prática cotidiana e vivencias do enfermeiro no atendimento de urgência e emergência da população (ALVES, 2018). Diante disso, surgiram questionamentos a respeito da influência desse cenário na saúde física e mental no cotidiano laboral dos enfermeiros e entender como esses profissionais percebem o desgaste vivenciado nesse tipo de atividade com intuito de refletir o quanto esse contexto afeta sua qualidade de vida e várias questões foram levantadas, discutidas e aprofundadas no campo da atuação do enfermeiro afim de se conhecer as particularidades do seu trabalho, as características desses profissionais e os reflexos em sua vida pessoal.
Em fase do exposto, surgiu o seguinte questionamento: Qual é a percepção dos enfermeiros do SAMU sobre as particularidades cotidianas vivenciadas do seu trabalho no atendimento pré-hospitalar?
Este trabalho se justifica pela pluralidade existente no trabalho do enfermeiro do SAMU, pela crescente demanda de usuários direcionada para o serviço, o que impacta diretamente o aumento da necessidade de enfermeiros que sejam capacitados, em sentido amplo, para atender às demandas, comprometidos, que se identifiquem com o trabalho e que estejam dispostos a integrar as equipes de atendimento pré-hospitalar. E, ainda, por ser um profissional indispensável à equipe, falta clareza acerca das atribuições do enfermeiro (AVELAR; PAIVA, 2020).
Assim, tornam-se relevantes estudos que foquem as especificidades do trabalho do enfermeiro no cotidiano de um serviço em permanente expansão, permeado de estresse por motivos diversos e que exige capacitação para lidar com situações, nas quais há pressão permanente da coordenação e da população e com a exposição e controle dos usuários.
Desta forma, considera-se que o tema abordado nesta pesquisa contribui significativamente com o conhecimento científico. Tendo em vista o número reduzido de estudos nesta área, existe ainda a necessidade de muita informação no sentido de valorizar o trabalhador. Contudo, o objetivo desta presente pesquisa é avaliar a percepção do enfermeiro acerca das vivências no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa integrativa de revisão da literatura que se caracteriza como um método de sumarizar estudos anteriores, permitindo reunir e sintetizar resultados sobre um determinado assunto, de forma ordenada e sistemática, contribuindo para o aprofundamento do tema da pesquisa a ser investigada. (SOUSA et al, 2020).
A revisão integrativa de literatura é um método que objetiva resumir os resultados obtidos em pesquisas acerca de um tema ou questão, de maneira organizada e ampla. Através deste método é possível ainda a inclusão simultânea de pesquisa quase experimental, acrescentando também dados de literatura teórica e empírica, o que proporciona maior compreensão do tema de interesse, e por possuir uma variedade na composição da amostra é possível resultar em um cenário repleto de conceitos complexos (FURASTÉ 2018).
Segundo Furasté (2018), a revisão integrativa se desenvolve em cinco etapas, descritas a seguir:
Primeira etapa: Criação do problema. Cria-se a questão norteadora e permite identificar o propósito da revisão o que facilita definir os critérios de inclusão e exclusão, a extração e análise das informações e identificação das melhores estratégias de busca, facilitando a definição dos descritores a serem revisados.
Segunda etapa: Coleta de dados. São definidas as bases de dados a serem utilizadas na busca justificando os critérios utilizados.
Terceira etapa: Avaliação dos dados. Determina os procedimentos a serem utilizados na avaliação dos estudos selecionados que permitam encontrar as evidências, e avalia a qualidade dos artigos a partir das evidencias.
Quarta etapa: Análise e interpretação dos dados. Sintetiza e discute os dados extraídos dos artigos, realiza-se uma comparação com o conhecimento teórico, delimitando prioridades para futuras pesquisas.
Quinta etapa: Apresentação dos resultados. Através de tabelas, quadros ou fluxogramas, permitindo ao revisor apresentar ao leitor uma grande quantidade de dados para análise sistemática, resumo e discussão dos principais resultados e conclusões.
Para estabelecer a amostra de estudo a revisão bibliográfica foi realizada no período de fevereiro a maio de 2023. Durante a revisão de literatura, foi realizada uma busca através da base de dados BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) que foram as bases de dados eletrônicas utilizadas nesta pesquisa.
Para conduzir esta pesquisa, elaborou-se a seguinte pergunta: Qual é a percepção dos enfermeiros do SAMU sobre as particularidades cotidianas vivenciadas no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Seguindo os critérios de inclusão: a) artigos publicados em língua portuguesa inglesa e espanhola; b) estar no formato de artigo científico; c) ter sido publicado entre os anos de 2017 e 2022; d) estar disponível gratuitamente e na íntegra nas bases de dados eletrônicas eleitas. Foram critérios de exclusão os artigos sem o acesso on-line, escritos em outros idiomas que não foram os citados nos critérios de inclusão e artigos que não possuíam acesso ao texto completo e os que não atendiam a questão norteadora.
Durante a revisão de literatura, foi realizada uma busca através da base de dados BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e foram localizados 05 artigos utilizando os seguintes descritores: Assistência Pré-Hospitalar; enfermagem, Urgências.
A coleta dos dados foi realizada em duas etapas. Na primeira, foram identificados os dados de localização do artigo, ano e periódico de publicação. Na segunda etapa ocorreu a análise dos artigos, a partir de seus objetivos, metodologia empregada e resultados encontrados, sintetizando os resultados por similaridade do conteúdo.
A análise dos dados ocorreu a partir da literatura minuciosa, na íntegra e da realização de resumos dos artigos selecionados de todas as produções obtidas, sobre a temática em questão, tendo como finalidade atingir o refinamento cientifico necessário para a criação do artigo. Utilizou-se um instrumento constituído pelo pesquisador, preenchido para cada artigo que permitiu a obtenção das informações sobre: títulos, autor (es), base de dados, ano de publicação e tipo de estudo.
Figura 1: Fluxograma dos artigos selecionados
RESULTADOS
O Quadro abaixo contém os artigos selecionados para a revisão integrativa. Desta forma, contemplam as principais referências selecionadas sobre a temática em questão e das bases de dados citada.
Quadro 1- Caracterização dos estudos selecionados (n=07), segundo o autor (es)/ano de publicação, temática, resultados e conclusão acerca do pensamento exposto, Patos, 2023.
AUTOR (ES) / ANO DE PUBLICAÇÃO | TEMÁTICA | OBJETIVOS | MÉTODO EMPREGADO | PRINCIPAIS CONCLUSÕES |
Avelar et al. (2020) | Configuração identitária de enfermeiros de um serviço de atendimento móvel de urgência. | analisar como tem se configurado a identidade de enfermeiros que trabalham em um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), baseando-se no modelo de Dubar. | Qualitativo. | Os resultados desta pesquisa apontam para um projeto identitário de reconhecimento entre seus membros no qual os enfermeiros frequentemente se veem obrigados a adotar padrões de comportamento direcionados a preencher a expectativa do outro. |
Bueno et al. (2019) | Percepção da equipe de enfermagem de um serviço de atendimento pré-hospitalar móvel sobre o gerenciamento de enfermagem. | Caracterizar o gerenciamento/ supervisão do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar móvel, segundo a visão da equipe de enfermagem. | Qualitativo. | Verificou-se relação de distanciamento entre equipe e supervisor, com carência de educação em serviço. A capacitação insuficiente resulta em insegurança e angústia em relação ao processo de cuidar. Ressaltam que as situações estressoras requerem maior disponibilidade do enfermeiro supervisor. |
Martins et al. (2017) | Reflexos do trabalho na qualidade de vida de enfermeiros | Descrever como os enfermeiros que atuam no SAMU em Mossoró-RN, Brasil, percebem os reflexos desse tipo de trabalho em sua qualidade de vida | Estudo qualitativo, com abordagem descritiva. | O estudo contribuiu para que esses profissionais pudessem refletir sobre a importância do cuidar de si dentro do ambiente de trabalho. Bem como, a necessidade que este setor possui de realizar atividades que envolva os profissionais e a qualidade de vida desses no ambiente de trabalho. |
Rocha (2020) | Atuaçao da enfermagem em urgências e emergências | Analisar a produção cientifica sobre a atuação da enfermagem durante os procedimentos de urgência e emergência | Qualitativo. | Ao se analisar a dimensão dos serviços de emergência verifica-se que existe uma apreciação do profissional de saúde que atua nas emergências, por se tratar de um dos profissionais da área da saúde que precisa diariamente ampliar seus conhecimentos, pois a constante evolução nas formas de assistência e dos equipamentos hospitalares utilizados para prestar o cuidado ao paciente, faz com que este profissional sinta a necessidade constante de reciclagem, melhorando com isso o seu campo de atuação. Uma das mudanças desta evolução é o cuidado do paciente de forma planejada. |
Romanzini et al. (2018) | Concepções e sentimentos de enfermeiros que atuam no atendimento pré-hospitalar sobre a prática e a formação profissional. | Identificar os sentimentos resultantes da atuação e formação dos enfermeiros do serviço de atendimento pré-hospitalar (APH) móvel de urgência. | Estudo descritivo, com abordagem qualitativa. | São muitos os desafios e dificuldades encontradas pelos enfermeiros no ingresso ao APH, mas mesmo assim eles têm conquistado seu espaço, realizando com sucesso a prestação do cuidado que é a principal função da Enfermagem. |
Santana et al. (2020) | Cotidiano laboral da equipe de enfermagem em um serviço de atendimento móvel de urgência: influências na qualidade de vida | Compreender o cotidiano laboral da equipe de enfermagem em um serviço de atendimento móvel de urgência e suas implicações na qualidade de vida. | Qualitativo. | A qualidade de vida da equipe de enfermagem do SAMU pode sofrer influência do impacto das cenas traumáticas e da exposição aso riscos físicos. Devido à complexidade do serviço e às dificuldades encontradas no cotidiano laboral, os profissionais sentem necessidade de ações que promovam a saúde do trabalhador. |
Santos (2022) | Atuação do enfermeiro no atendimento préhospitalar móvel de urgência e emergência | Analisar a atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar móvel de urgência e emergência. | Revisão integrativa | Contudo, o enfermeiro no APH vem se expondo a ergonomia desfavoráveis, baixos salários, carga horária exaustiva, influenciando em sua saúde física e mental. Assim, a atuação do enfermeiro no APH ainda é de forma fragmentada desenvolvendo pouca autonomia, apesar de possuir extrema importância na composição da equipe, pois ele promove assistência, gerenciamento, educação, liderança e humanização. Ainda, provou-se a necessidade de educação permanente com capacitações teórico-prático realístico aos enfermeiros do SAMU, com ênfase em saúde mental à pacientes em crise psiquiátrica. |
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
DISCUSSÕES
Os estudos que compuseram a amostra da análise da revisão integrativa permitiram identificar teorias existentes na literatura sobre a composição das equipes e as condições de trabalho dos serviços móveis de Urgência e Emergência .
A equipe do SAMU está em contato direto com situações de urgência e emergência, e estas são caracterizadas por condições difíceis devido a características peculiares ao ambiente de trabalho ( BAGGIO et al, 2019).
O Enfermeiro tem um ambiente muito complexo de trabalho, gestão de pessoas de todas as formas, gestão de conflitos. Os profissionais tem que manter a equipe íntegra, manter time, porque numa ocorrência complexa, todo mundo desempenhando bem e trabalhando bem, de forma coesa é essencial.
O enfermeiro atuante no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (APHM) exerce papel importante na assistência às vítimas decorrentes de um agravo à saúde, assim como na atuação junto com a administração e coordenação dos serviços internos na base da unidade. As atividades desempenhadas pelos enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) são: ações voltadas para assistência, gerência, ensino, pesquisa, mediação de conflitos, elaboração de protocolos internos de atendimento para guiar sua atuação na estabilização dos pacientes (VERONESE et al, 2017).
Os enfermeiros além de assumir a coordenação de enfermagem como acontece en varios plantões, e das ocorrencias, tem o trabalho administrativo. Isto acontece porque fica a cargo do enfermeiro do plantão, na ausência do enfermeiro coordenador,a organização do controle dos materiais, equipamentos e serviços administrativos, podendo ocacionar uma sobrecarrega do enfermeiro, visto que, além dessas particularidades, ele ainda é responsável pela assistência direta ao paciente.
Mata et al (2018), diz que durante o atendimento, os profissionais que compõem as equipes do APHM ficam expostos a alguns fatores que dificultam o processo de trabalho, como riscos ambientais, acidentes em rodovias, violência e lugares de difícil acesso, envolvimento da população como estressores que provocam adoecimento, bem como a ocorrência de comunicação ineficaz entre os profissionais.
O resultado disso é um cotidiano repleto de situações inesperadas e angustiantes, além do contato direto com situações emergenciais, o que gera cansaço e estresse nos diário desta profissão, bem como uma postura constante de atenção durante o horário de trabalho (BATISTA et al, 2017).
Fica evidente que o enfermeiro exerce várias funções que podem trazer sobrecarga de tarefas, implicando no gerenciamento do serviço e em sua atuação no atendimento à vítima. Como resultado, o profissional pode desencadear estresse emocional e físico em virtude da responsabilidade que possui perante o paciente.
De acordo com Silva, 2020, as condições de trabalho não se mostraram favoráveis ao desempenho das funções dos trabalhadores e à garantia da sua segurança nos produtos examinados, o que sugere que estamos perante uma questão que é amplamente reconhecida como exigindo investimento.
Do ponto de vista de Santos (2022), com relação as dificuldades e desafios é constante a presença de muitos obstáculos enfrentados pelos enfermeiros no APH, podendo indicar possível desinteresse por parte dos gestores de saúde, refletindo em exposição do profissional a ergonomia desfavoráveis, baixos salários, carga horária exaustiva e estresse, influenciando na saúde física e mental.
Nesta perpesctiva, se faz necessário que o enfermeiro desenvolva competências cognitivas, comportamentais e procedimentais para o gerenciamento da equipe de enfermagem, recursos físicos e materiais com interesse de contribuir para um adequado funcionamento estrutural do serviço e para prestar uma assistência de qualidade, que abrange o atendimento às vítimas com habilidade.
Diante do exposto, a pesquisa sugere que devem ser incentivados estudos que examinem as condições de trabalho associadas às diversas composições da equipe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos deste estudo foram alcançados à luz das considerações levantadas, pois foi possível identificar as potencialidades e vulnerabilidades vivenciadas pelos enfermeiros no cotidiano do serviço de atendimento pré-hospitalar, bem como as perspectivas dos enfermeiros sobre o futuro da sua profissão.
Os resultados de numerosas análises de estudos sugerem que os enfermeiros estão rotineiramente expostos ao estresse, à ansiedade, à pressão emocional , ao esforço físico e ao esforço mental. A atuação do enfermeiro em um local de urgência e emergência pressupõe que a sua principal função é assegurar um atendimento ao paciente com segurança, eficiência e brevidade, o livrando dos riscos. Para tanto a preparação e a capacitação recorrente é sem dúvida é o caminho para bons resultados.
No entanto, a complexidade da profissão de enfermagem e o desafio de aprender a teoria ao considerar a sua aplicação prática tornam-se mais evidentes quando se tenta compreender estas relações entre cuidados de emergência e cuidados emergentes.
Um profissional que fica restrito ao trabalho, reduzindo seu autocuidado e o lazer pode potencializar situações que lhe desgastam emocionalmente interferindo diretamente em sua qualidade de vida. Isso acaba por ser traduzido em sintomas psicológicos que em sua maioria são somatizados pelo organismo em doenças crônicas.
Como resultado, o estudo ajudou esses profissionais a refletirem sobre a importância de cuidar de si no ambiente de trabalho, bem como, a necessidade que este setor possui de realizar atividades que envolva os profissionais e a qualidade de vida desses no ambiente do mesmo.
Ainda são necessárias pesquisas para avaliar os pontos fortes e fracos de serviços semelhantes aos descritos neste estudo, com o objetivo qualificando-os quando necessário, isto terá impacto direto na eficácia dos processos de trabalho e, consequentemente, no cuidado prestado às pessoas em situações de emergência .
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1Enfermeira Coordenadora de Imunização no município de Catingueira-PB. Email: renatinhamota@gmail.com
2Enfermeira Doutora em Ciências da Saúde. Docente do Curso de Enfermagem UNIFIP. Email: annebezerra@fiponline.edu.br
3Acadêmica do Curso de Bacharelado em Nutrição pela UNIFIP.
4Enfermeira, graduada pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Cajazeiras PB, Mestre em SAI pela UFCG Pombal-PB. Email: karolynearruda@hotmail.com
5Mestre em Ciências da Saúde pela Santa Casa de São Paulo. Especialista em UTI, Enfermagem do Trabalho e Metodologias Ativas para Educação Superior.Email: denisynelquiades@fiponline.edu.br
6Enfermeira Especialista em Saúde da Família e Auditoria em saúde Gestão em serviços de saúde. Mestre em Sistemas Agroindústrias UFCG. Email: wilmatrigueiro@gmail.com
7 Doutora em Ciências da Saúde. Docente do Curso de Enfermagem da UNIFIP.Email: silviaximenes@gmail.com
8Mestra em Ciências da Saúde. Docente do Centro Universitário de Patos.