EXPERIENCE OF CAPS NURSES DURING THE COVID-19 PANDEMIC
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202408272134
Naiara Mariana da Costa1; Natália Michelato Silva2; Tobias Divino dos Santos3; Mariana Gondim Mariutti Zeferino4
RESUMO
Introdução: A pandemia vigente se torna uma preocupação com a saúde mental da população, pois além do medo de contrair a doença, a COVID-19 tem provocado sensação de insegurança em todos aspectos da vida, da perspectiva coletiva à individual, do funcionamento diário da sociedade às modificações nas relações interpessoais. Um dos serviços que tem sido desafiado são os Centros de Atenção Psicossocial, os quais oferecem atendimento às pessoas em sofrimento mental. Objetivo: descrever a PERCEÇÃO de enfermeiros do CAPS durante a pandemia da covid-19 e o quanto essa pode interferir na assistência no setor Método: Pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa, a qual foi realizada uma entrevista com os Enfermeiros que atuam no Centro Atenção Psicossocial no município de São Sebastião do Paraíso. Para a análise dos dados foi utilizado análise de conteúdo do tipo temática. Resultados e discussão: De acordo com as enfermeiras, a percepção da pandemia no setor foi revelada com sentimentos de apreensão, medo, falta de segurança e preparo; o desempenho profissional neste período tem sido um desafio e envolto de alterações na rotina do local e alterações na saúde física e mental das entrevistadas e ao mesmo tempo uma valorização do profissional e uma melhora nas relações humanas e as dificuldades e desafios frente a pandemia no CAPS estão centradas no distanciamento físico e social, a falta de EPIs, o medo de contaminação, a dificuldade de socialização, problemas no sono e a piora da saúde mental dos pacientes de modo geral o que esta de acordo com a maior parte dos estudos referentes a este tema. Considerações Finais: A pandemia da COVID-19 faz parte de uma crise que a população vive, incluindo os usuários do CAPS, familiares e usuários, condições essas que apesar das circunstâncias necessitam de vínculos sólidos e a criação de estratégias de cuidados que possam garantir a assistência segura em um momento de extrema insegurança para todos, sendo importante promover mudanças para a continuação da assistência da demanda, dentro do possível, trazendo a necessidade de um trabalho por setores, dando ênfase a comunicação em parceria com outros serviços de saúde e de outras políticas públicas. Ficou evidente que os profissionais sentem necessidade de capacitação, recursos materiais, físicos e também de vencer as dificuldades e desafios, principalmente relacionada a pandemia e refletir diante do tema para recriar formas no intuito de continuar realizando seu trabalho da melhor forma possível.
Palavras-Chave: Enfermagem; Saúde Mental, Psiquiatria.
SUMMARY
Introduction: The current pandemic becomes a concern for the mental health of the population, because in addition to the fear of contracting the disease, COVID-19 has caused a feeling of insecurity in all aspects of life, from the collective to the individual perspective, the daily functioning of the society to changes in interpersonal relationships. One of the services that has been challenged are the Psychosocial Care Centers, which offer care to people in mental suffering. Objective: to describe the experience of CAPS nurses during the covid-19 pandemic and how much this can interfere with care in the sector Method: An interview was conducted with nurses who work at the Psychosocial Care Center in the municipality of São Sebastião do Paraíso. Thematic content analysis was used for data analysis. Results and discussion: According to the nurses, the perception of the pandemic in the sector was revealed with feelings of apprehension, fear, lack of security and preparation; professional performance in this period has been a challenge and involved changes in the routine of the place and changes in the physical and mental health of the interviewees and, at the same time, an appreciation of the professional and an improvement in human relations and the difficulties and challenges facing the pandemic in the CAPS are centered on physical and social distance, lack of PPE, fear of contamination, difficulty in socializing, sleep problems and the worsening of the mental health of patients in general, which is in line with most of the studies referring to this topic. Final Considerations: The COVID-19 pandemic is part of the crisis conditions that the population is experiencing, including CAPS users, family members and users, conditions that, despite the circumstances, require solid bonds and the creation of care strategies that can guarantee safe assistance at a time of extreme insecurity for everyone, it being important to promote important changes for the continuation of assistance in demand, as far as possible, bringing the need for work by sectors, emphasizing communication in partnership with other health services and of other public policies. It was evident that professionals feel the need for training, material, physical resources and also to overcome difficulties and challenges, mainly related to the pandemic and reflection on the subject to recreate ways in order to continue carrying out their work in the best possible way.
Key words: Nursing; Mental Health, Psychiatry.
1. INTRODUÇÃO
Desde o final do ano de 2019, o mundo enfrenta uma crise após a descoberta de um novo vírus. Esse vírus é uma variação de um coronavírus preexistente, denominado novo coronavírus (SARS-CoV-2) que causa uma doença com manifestações predominantemente respiratórias (HUANG, 2020a; 2020b).
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como uma síndrome gripal. As pessoas com COVID-19 geralmente desenvolvem sinais e sintomas, incluindo problemas respiratórios leves e febre persistente, em média de 5 a 6 dias após a infecção (período médio de incubação de 5 a 6 dias, com intervalo de 1 a 14 dias) (BRASIL, 2020).
A preocupação com a saúde mental da população se intensifica durante uma grave crise social. A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) pode ser descrita como uma dessas crises, a qual tem se caracterizado como um dos maiores problemas de saúde pública internacional das últimas décadas, tendo atingido praticamente todo o planeta (BRASIL, 2020). Um evento como esse pode ocasionar perturbações psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda a sociedade, em variados níveis de intensidade. Dessa forma, diferentes áreas do conhecimento, dentre elas a psicologia e a psiquiatria são demandados a propor formas de lidar com o contexto que permeia a crise (FARO et al., 2008; BRASIL, 2020).
Além do medo de contrair a doença, a COVID-19 tem provocado sensação de insegurança em todos aspectos da vida, da perspectiva coletiva à individual, do funcionamento diário da sociedade às modificações nas relações interpessoais. Quanto à saúde mental, é importante dizer que as sequelas de uma pandemia são maiores do que o número de mortes (ORNELL et al., 2020; BROOKS et al., 2020).
Os sistemas de saúde dos países podem entrar em colapso, os profissionais de saúde, em sua maioria ficam exaustos com as longas horas de trabalho e, além disso, o método de controle mais efetivo da doença, que é o distanciamento social, impacta consideravelmente a saúde mental da população (ORNELL et al., 2020; BROOKS et al., 2020).
A organização de estratégias psicossociais é emergente, diante da atual pandemia, evento que, sem dúvida, representa um evento sem precedente no mundo, atingindo a todos, com casos emergindo a cada momento e desafiando os serviços de saúde. Um dos serviços que tem sido desafiado continuamente são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os quais oferecem atendimento às pessoas em sofrimento mental, articulado com vários serviços por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), instituída pela Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011 (BRASIL, 2020).
Uma dessas articulações é a do CAPS com a Atenção Primária à Saúde (APS), para manejo de situações relacionadas aos pacientes com transtorno mental e à pandemia da COVID-19. Nesse cenário, no qual é comum a convivência com uma gama de estressores psicossociais, como ameaças à saúde para si e para os entes queridos, interrupções nas rotinas, separação da família, dificuldades no acesso aos medicamentos, perda de salário, isolamento social devido a programas de quarentena, surgem movimentos de ações intersetoriais, de solidariedade, de cidadania e de respeito e preservação da vida, desafios centrais da RAPS (TAYLOR, 2019).
Percebe-se a dificuldade em relatar o papel e a função da equipe de enfermagem junto à equipe de saúde do CAPS. Ressalta-se que o exercício profissional da enfermagem é regulamentado pela Lei n° 7498/86, que descreve as atividades de enfermagem bem como as que são específicas do enfermeiro, e afirma o direito do enfermeiro à participação como membro da equipe de saúde. Neste aspecto, a Portaria Ministerial n. 336/02 traz a obrigatoriedade da presença de um enfermeiro no CAPS (BRASIL, 1986; BRASIL, 2020)
Além da obrigatoriedade do profissional médico e enfermeiro na formação da equipe mínima, a Portaria acima citada contempla outras vagas para serem ocupadas por outros profissionais da saúde e/ou outras áreas que tenham afinidade com a saúde mental como psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais (BRASIL, 1986; BRASIL, 2020). Registra-se que o enfermeiro é o profissional capacitado durante sua formação para a observação dos aspectos biopsicossociais necessários para o cuidado na prática diária.
Entender como os enfermeiros percebem o seu trabalho no CAPS durante a pandemia da covid-19 e o quanto este fato pode interferir na assistência no setor pode melhorar a qualidade do atendimento feito por estes profissionais, dando subsídios para sua atuação. Acredita-se que a pandemia da covid-19 possa interferir no trabalho desses profissionais, tanto psicologicamente como fisicamente. O estudo pretendeu responder a seguinte questão: Qual a PERCEÇÃO de enfermeiros do CAPS durante a pandemia da covid-19, como os profissionais percebem a pandemia e o quanto essa pode interferir na assistência no setor?
Os objetivos deste estudo foram: conhecer a percepção de enfermeiros do CAPS durante a pandemia da covid-19 no setor e os específicos são conhecer as dificuldades sentidas por esses profissionais no setor de atuação e identificar os desafios que estes profissionais encontram durante a pandemia no setor.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de campo, exploratório descritivo de abordagem qualitativa. O trabalho de campo aproxima o pesquisador de uma realidade sobre formular uma pergunta e também estabelecer interação com os “atores” que estão passando por aquela realidade, construindo dessa forma um conhecimento importante para a pesquisa social (MINAYO, 2010). O estudo descritivo é um estudo para descrever as características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada. Os estudos descritivos, assim como os exploratórios, favorecem, na pesquisa mais ampla e completa, as tarefas da formulação clara do problema e da hipótese como tentativa de solução. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas (CERVO; BERVIAN, 2007).
A abordagem qualitativa que responde a questões muito particulares, trabalhando com o universo de significados, aspirações, crenças, valores e atitudes, preocupando-se com o espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos de uma realidade não quantificável (MINAYO, 2010).
Essa abordagem oferece a possibilidade de um estudo em que a observação e a fala dos envolvidos são instrumentos de trabalho, permitindo o aprofundamento e a compreensão do fenômeno enfocado.
O estudo foi realizado em um município localizado na região Sudoeste do Estado de Minas Gerais, cujos dados do IBGE6 em 2019 possuí uma população estimada 70 956 habitantes. Um município tradicionalmente ligado ao agronegócio, com economia diversificada no setor de serviços, indústrias e comércio.
Em relação à área de saúde do município, apresenta-se em gestão plena segundo o Pacto de Gestão em Saúde. O funcionamento dos serviços de saúde encontra-se de forma piramidal, ou seja, por nível de complexidade crescente.
Encontra-se no topo da pirâmide um hospital psiquiátrico e um geral, Santa Casa, ambos conveniados pelo SUS7, e um asilo (Instituição de Longa Permanência para Idosos). Na parte mediana está o ambulatório de especialidades, pronto socorro, ambulatório especializado em doenças infectocontagiosas, dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS II8 e CAPS ad9), os quais são responsáveis pelo nível secundário de saúde. E na base da pirâmide, ou seja, nível primário tem 17 Unidades de Saúde da Família (USF), um ambulatório de puericultura e imunização. Consta ainda com clínicas particulares de atendimento por convênios, as quais participam dos três níveis de atenção em saúde.
O presente estudo foi realizado no CAPS de uma cidade do interior de Minas Gerais. O CAPS II que será realizado o estudo, possui 14 profissionais, sendo estes, 2 médicos psiquiatras, 3 psicólogos, 1 assistente social, 1 terapeuta ocupacional, 2 enfermeiras, 2 técnicas de enfermagem, 1 educador físico, 1 nutricionista, 1 administrativo e 1 recepcionista.
Foram convidados a participar do estudo 2 enfermeiros. Para a seleção dos participantes serão observados os seguintes critérios: os que atuam no CAPS há pelo menos um ano e concordarem em participar da pesquisa, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
A pesquisa foi realizada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus de Passos, atendendo a resolução 466/2012 do Ministério da Saúde com vistas à preservação dos aspectos éticos relacionados à pesquisa envolvendo seres humanos.
As participantes foi esclarecidas quanto aos objetivos e a metodologia do estudo, sendo solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O pesquisador compromete-se a manter sigilo sobre as informações dos sujeitos de pesquisa, que serão identificados somente com números e letras.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturada, a qual o pesquisador organiza questões sobre o tema que está sendo estudado, esse instrumento permite, e muitas vezes dá incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal (PÁDUA, 2018).
O instrumento de coleta de dados, o qual esta no APÊNDICE B, foram uma entrevista semi estruturada seguindo os protocolos exigidos para prevenção da COVID 19 como uso de máscaras, distanciamento físico, lavagem das mãos e uso de álcool gel, o instrumento contém três questões norteadoras voltadas para PERCEÇÃO de enfermeiros no CAPS durante a pandemia da covid-19, será realizada as entrevistas nos meses de setembro a dezembro de 2022.
A análise do trabalho foi realizada através da análise de conteúdo que de acordo com (MINAYO, 2010, p. 303):
“Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicações do conteúdo das mensagens, indicações (quantitativos ou não) que permitam a interferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens”
Durante a análise e interpretação dos dados coletados e transcritos, será utilizado as iniciais dos nomes, para preservar as entrevistadas. A primeira etapa é a fase de pré-análise, a qual se relaciona a etapa de organização do material para serem analisados e na retomada das hipóteses e dos objetivos iniciais da pesquisa, o investigador deve participar e perguntar sobre as relações entre as etapas realizadas e elaborar indicadores que orientem na compreensão do material e na investigação final. Essa primeira etapa inclui a leitura flutuante, sendo um conjunto das comunicações, havendo um contato direto do pesquisador com o material de campo, impregnado pelo seu conteúdo. A relação entre as hipóteses iniciais, hipóteses emergentes e as teorias relacionadas ao tema, podendo trazer sugestões que podem ser capazes de ultrapassar a sensação do caos inicial (MINAYO, 2010).
Faz parte ainda desta primeira fase de acordo com a mesma autora acima citada, a Constituição do corpus, que constitui o universo estudado em sua totalidade seguindo as normas de validade qualitativa, chamada exaustividade, a qual, o material será contemplado levando em consideração todos os aspectos levantados no roteiro. Acrescenta também a essa fase, a representatividade que inclui as características essenciais do universo pretendido e homogeneidade, os quais são considerados preciosos critérios obedecidos, aos temas tratados e aos atributos dos interlocutores. A Pertinência também é incluída, para que os documentos analisados sejam adequados, para dar respostas aos objetivos do estudo, consistindo na leitura e na constituição de núcleos de sentido observando a exaustividade, representatividade e homogeneidade.
A segunda fase trata-se de uma exploração do material, visando alcançar o núcleo de compreensão do texto relacionado a caracterização que consiste em um processo de resolução às palavras e expressões significativas, sendo uma etapa delicada com uma abordagem, tensa e rica. A análise temática tradicional trabalha em primeira fase registrando palavras, frases, temas personagens e acontecimentos na pré-análise e em segundo lugar, a escolha de regras de contagem, por meio de codificações e índices quantitativos. E em terceiro lugar, classifica e agrega dados. A terceira fase consiste no tratamento dos resultados obtidos e interpretações. Os resultados brutos são submetidos (tradicionalmente), a operações estatísticas simples (porcentagens) ou complexas (análise fatorial) que colocam as informações obtidas em agrupamentos que serão analisados por análise temática (MINAYO, 2010).
A análise temática é bastante formal, mantendo sua crença na significação da regularidade, usando de conteúdo tradicional as raízes positivistas da análise de conteúdo tradicional, porém com variantes, trabalhando com significados em lugar investindo em interferências estatísticas, na principal valorização os significados é a modalidade de enunciação (MINAYO, 2010).
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A experiência da reforma psiquiátrica no Brasil ocorreu no início da década de 1970 e deu origem a diversas transformações sociais, permitindo a emergência de um novo modelo de assistência em saúde mental. Dentre esses, destacaram-se as experiências do CAPS (CEZAR, MELO, 2018).
Dessa forma, os CAPS tornam-se um dos principais dispositivos de assistência psiquiátrica brasileira. A portaria n° 336/2002 por sua vez, atualiza a anterior e regulamenta os serviços de saúde mental em diferentes modalidades de CAPS, como Unidade de atendimento capaz de oferecer aos seus usuários cuidados intensivos, sendo elaborado por uma equipe multiprofissional, com o objetivo de oferecer atendimento a população, realizando acompanhamento clínico e inserindo os usuários do serviço por meio do trabalho, lazer, exercícios do direito civil e fortalecimento dos laços familiares e da comunidade (CEZAR, MELO, 2018).
A mesma portaria estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) poderão constituir-se, nas seguintes modalidades: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i (infantil) e CAPS AD (álcool e drogas). Os CAPS são definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional e classificados da seguinte forma: CAPS I: Municípios com população entre 20.000 a 70.000 habitantes, têm equipe mínima de 9 profissionais, de níveis médio e superior, e têm como usuários adultos com transtornos mentais severos e persistentes e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, com funcionamento durante o dia e de segunda a sexta (BRASIL, 2020; CENCI, 2015); CAPS II: Municípios com população entre 70.000 a 200.000 habitantes, têm equipe mínima de 12 profissionais, e capacidade para o acompanhamento de cerca de 360 pessoas por mês. Atendem também adultos com transtornos mentais severos e persistentes, funcionando durante o dia, de segunda a sexta (BRASIL, 2020); CAPS III: Municípios com população acima de 200.000 habitantes, têm equipe mínima de 16 profissionais, entre níveis médio e superior, além de equipe noturna e de final de semana. Têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 450 pessoas por mês, realiza, quando necessário, acolhimento noturno (internações curtas, de algumas horas, no máximo, sete dias, funcionando 24h, diariamente, incluindo feriados e fins de semana (BRASIL, 2020; CENCI, 2015); CAPS I (infantil): Municípios com população acima de 200.000 habitantes, especializados no atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais e têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 180 crianças e adolescentes por mês. A equipe mínima para estes serviços é de 11 profissionais, funcionando durante o dia, de segunda a sexta (BRASIL, 2020).
Já o CAPS AD (álcool e drogas): Municípios com população acima de 100.000 habitantes, especializados no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas como um dos serviços substitutivos à internação, podendo acrescentar o atendimento de desintoxicação. A equipe mínima é composta por 13 profissionais, funcionando durante o dia, de segunda a sexta (BRASIL, 2002; CENCI, 2015).
Cada usuário de CAPS deve ter um projeto terapêutico individual, isto é, um conjunto de atendimentos que respeite a sua particularidade, que individualize o atendimento de cada indivíduo na unidade e externamente a ela e que tenha atividades durante o dia no serviço, de acordo com suas necessidades (BRASIL, 2020).
A proposta de trabalho no CAPS inclui, além da pessoa com transtorno mental, a família e a sociedade, exigindo atividades direcionadas a um grupo ampliado, para o qual a enfermagem deverá utilizar do saber acumulado na profissão e agregá-lo ao que é necessário na prática cotidiana do CAPS. A oferta de oficinas terapêuticas, as reuniões de equipe interdisciplinar, o atendimento familiar, as atividades de cuidado, administração, acolhimento e visitas domiciliares requerem flexibilização no fazer da enfermagem (BRASIL, 2020).
O enfermeiro é considerado um facilitador da inclusão do cuidado holístico na saúde mental, baseando sua assistência na empatia, solidariedade, autonomia e respeito aos direitos dos cidadãos. A atuação do enfermeiro no modelo biopsicossocial, baseia-se nas relações interpessoais estabelecidas com os indivíduos portadores de transtornos mentais que ajuda o mesmo a realizar as suas atividades cotidianas, aplicando a escuta qualificada permitindo que o profissional veja o indivíduo como alguém além da sua doença mental (CAFÉ et al., 2020).
A atuação do enfermeiro no CAPS não é baseada apenas em normas e sim, na desconstrução e reconstrução de conceitos a partir, do contato com a equipe, paciente e família, buscando sempre a mudança baseada na Reforma a fim de ofertar uma assistência humanizada. A elaboração dos projetos terapêuticos e nas discussões das equipes a fim de participar do planejamento e execução dos tratamentos estabelecidos faz parte do sistema laboral do enfermeiro (ALMEIDA; MAZZAIA, 2018).
A OMS decretou no dia 11 de março de 2020 a pandemia ocasionada pela COVID-19, sendo assim, ouve uma alta taxa de transmissão e um aumento mundial da doença. A disseminação e propagação do coronavírus, trouxe muitos sentimentos que estão relacionados com a incerteza provocada por tantas mudanças em pouco tempo, esses sentimentos podem trazer fatores de risco para a integridade da saúde mental de indivíduos saudáveis e ainda responsáveis por potencializar o agravamento de pessoas com transtornos (LOPES et al, 2021). Faz-se necessário assim, uma reorganização da atenção à saúde, não somente relacionada aos infectados pelo coronavírus, mas ainda a saúde mental propiciou sentimentos como: medo, relacionado a perda de pessoas próximas e queridas e também dos meios de sustento. Esse medo pode trazer outros fatores vivenciados nesse período, levando a irritabilidade, tristeza, ansiedade e angústia. Considerando todos os acontecimentos, foi preciso reorganizar a rede de atenção psicossocial desde medidas relacionadas a disseminação do vírus nos ambientes assistencial ao manejo da atenção as manifestações de sofrimento mental (LOPES et al., 2021).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Apresentação dos participantes
No Quadro 1 abaixo foi apresentado as características sociodemográficas dos enfermeiros, segundo a idade, sexo, estado civil, tempo de trabalho no local, tempo de formação (Graduação), pós-graduação e se está no setor desde a pandemia.
Dados | E1 | E2 |
Idade | 37 | 62 |
Sexo | feminino | feminino |
Estado civil | casada | casada |
Tempo de trabalho no local | 13 anos | 3 anos e meio |
Tempo de Graduação | Ensino Superior completo em Enfermagem – 4 anos | Ensino Superior completo em Enfermagem – 41 anos |
Pós-Graduação | Saúde pública, dependência química e atenção psicossocial | Saúde Pública e pediatria |
Setor | Sim | Sim |
Quadro 1 – Dados sociodemográficos das enfermeiras no CAPS.
Os resultados encontrados neste estudo mostram que em relação a faixa etária variou dos 37 aos 62 anos, sendo 100% do sexo feminino e casadas, em relação ao tempo de trabalho no local uma das entrevistadas uma tem 3 anos e a outra 13 anos, o tempo de formação de 4 e 41 anos, ambas com pós-graduação e estiveram no setor desde o início da pandemia.
Nota-se que uma entrevistada tem 37 anos e a outra 62 anos e que o pode-se notar é apesar do setor ser de intensa dor, sofrimento, alta demanda de pacientes, cansaço físico e mental e estresse, decorrente do esforço, se tem profissionais que não são jovens, isso pode ir de encontro a necessidade de trabalho mesmo com certa idade (LOPES; LEAL, 2018).
Em referência ao gênero, o sexo feminino como maior prevalência evidencia o fato de que na qualificação universitária em níveis médios e técnicos, fazendo parte do processo da parte histórica, isto é, que tem relação com a história de enfermagem, visto que o cuidar é de certa forma ainda uma atuação identitária feminina (LOPES; LEAL, 2018).
O estudo realizado por Lopes e Leal (2018), revelou que em 1987 a maioria do contingente de enfermeiros era do sexo feminino, padrão este, que se estende até os dias atuais. Portanto, tal situação ocorre há muitos anos na enfermagem com explicação pela história dessa profissão, mostrando que ainda é socialmente construída pelo gênero feminino.
Em relação ao tempo de trabalho no local uma das entrevistadas uma tem 3 anos e a outra 13 anos, Villela et al. (2018) acrescentam que, na década de 1980 a média de vida do trabalho do enfermeiro era em torno de dez anos, no entanto, a partir da década de 1990 vem ocorrendo mudanças, pois houve um aumento cada vez maior do número de Instituições de graduação, e em consequência uma saturação no mercado de trabalho; em contrapartida os profissionais que se encontram há um tempo maior de graduação no local, podem estar relacionados ao fator de concurso público e segurança em relação ao serviço e tempo de trabalho, além do que houve um aumento de pessoas que estão realizando a Graduação mais tardiamente, inclusive pessoas que já possuem um curso técnico e que posteriormente realizou o sonho de fazer uma graduação.
O trabalho executado no CAPS é específico o que demanda qualificação e formação específica, demandando um trabalho de muita sobrecarga, sendo assim os profissionais de enfermagem estão expostos a exigências solicitações dos usuários, médicos, familiares e instituições o que acaba levando-os a sentimentos de angústia, além das dificuldades relacionadas às complexidades técnicas de assistência aos usuários, o que se faz necessários conhecimentos específicos e uma educação continuada em busca de maiores conhecimentos para a melhoria cada vez mais na assistência e habilidade para lidar com esses pacientes (VILLELA et al., 2018).
A proposta de trabalho no CAPS, exige que o profissional enfermeiro desenvolva atividades direcionadas ao maior número possível de pessoas e também em meio a pandemia a criação de estratégias, a reorganização de fluxo no setor e diversas outras adequações por conta da crise instalada pelo impacto da pandemia, para o qual a enfermagem deve utilizar do saber acumulado na profissão para além da pandemia da COVID-19 agregando cursos e especializações ao que é necessário na prática profissional cotidiana do CAPS, o que mostra a importância de experiência na área, tempo de profissão e de atividades no setor e de ter uma pós-graduação na área para mehor preparo (BRASIL, 2020; BARBOSA et al, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020)
Analisando cuidadosamente os depoimentos cedidos pelos entrevistados, os resultados foram divididos em 3 categorias:
4.2 Percepção da pandemia da COVID-19 no CAPS
4.3 Percepção acerca da pandemia para o desempenho profissional.
4.4 Dificuldades e desafios frente a pandemia no CAPS.
4.2 Percepção da pandemia da COVID-19 no CAPS
De acordo com as enfermeiras, a percepção da pandemia no setor foi revelada com sentimentos de apreensão, medo, falta de segurança, capacitação e preparo, conforme mostra as falas a seguir:
“No início foi um momento de muita apreensão, sentimento de medo e desesperança. Um medo de levar o vírus para nossos familiares que são grupos de risco. Além do medo, veio o sentimento de impotência diante dos casos de COVID aumentando cada vez mais. E a cada dia pude perceber os casos de ansiedade, TOC e depressão aumentado exponencialmente, pessoas com medos, compulsões por limpeza, sintomas depressivos e de luto”. (E 1)
“Exaustão não só pela proximidade com o elevado número de mortes de pacientes, colegas de profissão e familiares, e também pelas alterações significativas que a pandemia provocou na vida pessoal e profissional, excesso de trabalho devido afastamento de alguns profissionais, medo de contaminação devido falta de segurança uso inadequado EPIS. Falta de estrutura e capacitação adequada para a realização das atividades.Senti muita insegurança, pois faltou também preparo técnico dos profissionais para atuar na pandemia”. (E 2)
O sofrimento que esses profissionais enfrentam não deve ser ignorado, pois a pandemia poderá atingi-los de variadas formas, os quais cada um apresentará efeitos diferentes (DANZMANN; SILVA; GALLASCH et al., 2020).
O trabalho desses profissionais necessita de capacidade técnica, científica, prática, informativa e, além disso, controle emocional no exercício da profissão, considerando que envolve situações de risco, desgaste, deveres com as pessoas, encarando inquietações, dúvidas e preocupações, indicando que apesar de gratificante é um trabalho, no qual os profissionais precisam de atenção também relacionada à sua saúde e de conhecimento em como lidar com uma doença contagiosa relacionada a uma pandemia (DAL’BOSCO et al., 2020).
Estudos mostram que há uma falta de uma formação e capacitação da enfermagem para os trabalhos nas instituições de serviço destinado à saúde mental, sendo que poucos profissionais realizam capacitação ou curso de especialização na área, ficando apenas o conteúdo dado na graduação, os quais em sua maioria são fragmentados e superficiais para quem realmente vai realizar o atendimento à pessoa em sofrimento mental. E posteriormente a maioria desses profissionais não tem acesso a uma educação continuada ou uma capacitação, podendo levar a problemas de forma direta na assistência realizada nesses serviços (BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; BRASIL, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
As falas relacionadas a percepção desses profissionais mencionada netes estudo e em outros estudos, enfatizam que os entraves apontados pelos profissionais são em um primeiro momento o medo do desconhecido e do contágio para com o próprio enfermeiro, seja pela falta e uso inadequados de EPIS e de estrutura muitas vezes não adequada, falta de recursos humanos capacitados e de recursos material disponíveis, impedindo que o mesmo exerça o seu trabalho e também o contágio dos familiares em seu entorno, trazendo situações que podem gerar estresse e o despreparo especifico interferindo em suas vidas, levando muitas vezes ao adoecimento tanto físico como emocional Além disso, existe a realidade estressora ocasionada pelos sentimentos gerados durante o período de isolamento social e a possibilidade de agravamento daqueles com transtorno pré-existente ou ainda o surgimento de novos casos (LOPES et al., 2021; BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020)
A proteção da saúde dos profissionais, assim, é fundamental para evitar a transmissão da doença, sendo necessário adotar protocolos de controle de infecções (padrão, contato e via aérea) e disponibilizar EPIs, incluindo máscaras N 95, aventais, óculos, protetores faciais e luvas. Além disso, deve-se proteger a saúde mental dos profissionais e trabalhadores de saúde, por conta do estresse a que estão submetidos nesse contexto (OMS, 2020; TEIXEIRA et al., 2020).
4.3 Percepção acerca da pandemia para o desempenho profissional
De acordo com as enfermeiras, o desempenho profissional na pandemia tem sido um desafio e envolto de alterações na rotina do local e alterações na saúde física e mental das entrevistadas e ao mesmo tempo uma valorização do profissional e uma melhora nas relações humanas, conforme mostra as falas a seguir:
“O desempenho profissional acabou sendo atingido de duas maneiras, a primeira e dolorosa, foi que acabamos desenvolvendo sintomas de ansiedade e como dito anteriormente de medo. Com isso, o desempenho profissional acabou sendo prejudicado, pois de certa forma ficamos adoecidos física e psicologicamente. Por outro lado, pude perceber um novo olhar para a valorização ainda maior a respeito da vida, da saúde e da importância do contato, convivência e das relações humanas como um todo. Dessa forma, o lado da humanização ficou mais aguçado ainda”. (E 1)
“Interromper diversas atividades coletivas, deixando muitos usuários desassistidos e desamparados, houve estabelececimento de protocolos específicos e mudança de fluxo de pacientes, dentre outras mudanças, para reduzir os riscos de contaminação e tentar ao máximo continuar atendendo dentro do limite. Também tivémos que lidar com o risco de adoecer e um alto grau de exposição dos profissionais”. (E 2)
O profissional de enfermagem, em especial o enfermeiro, além de uma exigência da política na saúde mental, é um profissional importante para desempenhar ações relacionadas à assistência nessa área, contribuindo de forma significativa para o trabalho nos CAPS (BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019).
Entre algumas das atribuições específicas estão a utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e o Processo de Trabalho da Enfermagem (PTE) que organiza direcionando as ações e cuidado de Enfermagem para os pacientes e sua família. Nessas ações estão incluídas administração de medicamentos, verificar sinais vitais, realizar de consulta de enfermagem aos pacientes e familiares, muitas vezes também realizam orientação sobre o uso da medicação, seus efeitos colaterais, a importância da adesão ao tratamento, em alguns casos sendo administrando no CAPS mesmo (BRASIL, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
A equipe de modo geral, sendo o responsável o enfermeiro participa de forma contínua das ações de educação em saúde no setor, dando ênfase a promoção da saúde e prevenção dos agravos, estando esses diretamente ligados a qualidade de vida e assistência em saúde dos usuários do setor, também além da verificação de sinais vitais, realiza algumas vezes procedimento como curativos, entre outros.
Esses procedimentos dependem da disposição de materiais disponíveis no setor, outra ação importante são as visitas ao domicílio, onde é realizado a busca ativa pelos pacientes e familiares quando não ocorre a adesão ao tratamento. As visitas domiciliares em algumas circunstâncias podem ser comprometidas pela ausência de transporte, mas na medida do possível os profissionais fazem o possível para manter a assistência sem causar danos (BRASIL, 2020; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
As ações envolvem também atividades externas, ou seja, fora do setor, fazendo parte de Projetos Terapêuticos Singulares PTS), que são realizados entre profissionais e usuários, dando ênfase a sua reabilitação psicossocial e sua autonomia, sendo o enfermeiro o participante ativo dessa construção desse Projeto (BARBOSA et al, 2020).
Os profissionais da enfermagem, de maneira geral são o que pessoal da área da saúde que os usuários acabam tendo um vínculo maior dentro do serviço, pois esta promove o acolhimento, não que seja uma ação exclusiva desses profissionais, porém foi identificado que eles são os que mais mantêm contato com pacientes e sua família, a qual se trata de uma característica da enfermagem estar sempre presente, visto que na maioria dos serviços de saúde esses profissionais são os que estão em maior contato com os usuários, o que possibilita a criação de vínculo e confiança (BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; BRASIL, 2020; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020).
Em relação as práticas de enfermagem na assistência para a reabilitação psicossocial dos pacientes podem-se identificar o uso da comunicação, da escuta de forma qualificada, participação das oficinas terapêuticas, participação nas atividades que fazem a geração de renda, dentre outras. A enfermagem atua de forma interdisciplinar, com a participação de toda equipe de saúde, contribuindo das atividades dos demais profissionais e vice-versa, fortalecendo esse processo de reabilitação (BRASIL, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
A quantidade de profissionais de enfermagem atuantes nos hospitais existe em número reduzido o que obriga o profissional a ter que dividir seu tempo e se dedicar não somente ao campo assistencial e na pandemia da COVID-19 percebe-se a necessidade de reorganização do cuidado em saúde mental para que haja uma continuidade do tratamento prestado aos usuários portadores de transtorno mental, pois o isolamento e a repetição das consequências da pandemia, transformaram os profissionais da enfermagem em profissionais com múltiplas atividades e funções tendo muitas vezes que usar a criatividade, conhecimento, habilidades para reorganizar o setor, criar estratégias, enovar para conseguir manter o cuidado a esses pacientes, dentro do limite, para que assim, não seja prejudicado o cuidado a eles, no entanto podendo levar o funcionário a sobrecarga, ao estresse e ao medo da exposição ao vírus na pandemia e o contágio às pessoas da família no retorno às suas casas o que pode influenciar no desempenho de suas ações (LOPES et al., 2021; BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020)
Nota-se que a enfermagem que atua nos CAPS desempenha ações e atividades bastante diversificadas, a depender do público de usuários que frequentam os CAPS, e que, na maioria, são exercidas pela equipe de enfermagem, especificamente o enfermeiro ou de forma coletiva com os demais profissionais da área da saúde, apresentando também algumas características tanto negativas como positivas que são fatores que podem até potencializar ou fragilizar o processo de trabalho nos serviços (BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; BRASIL, 2020).
Percebe-se que as atividades desempenhadas pela enfermagem estão mais relacionadas ao exercício próprio da profissão e que são importantes para o funcionamento dos CAPS. Em sua maioria, os estudos demonstram que esses profissionais possuem uma parcela significativa para a efetivação da assistência nestes serviços, atuando diretamente com os usuários dos CAPS. Embora as atividades desempenhadas estejam mais relacionadas ao processo de trabalho da profissão, o profissional de enfermagem pode contribui significativamente no processo de reabilitação psicossocial de forma coletiva (BARBOSA et al, 2020; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020).
Algumas das ações e atividades importantes do enfermeiro são acolhimento, visitas domiciliares, oficinas e grupos terapêuticos, organização do CAPS, reunião de equipe, atividades externas, geração de renda, além de consulta de enfermagem, comunicação terapêutica, administração de medicamentos, educação em saúde e verificação de sinais vitais e curativos (CARVALHO, 2020).
As atividades exercidas no setor são bastante diversificadas, dependendo inclusive do perfil atendido. Apresentam-se, também, algumas características positivas e negativas que são fatores que podem até potencializar ou fragilizar o trabalho nos serviços, sendo que a pandemia trouxe uma modificação no andamento no processo de trabalho deste setor (BRASIL, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020).
Mudanças que ocorreram por conta da pandemia, trouxeram a necessidade de uma reorganização dos fluxos e do processo de trabalho do CAPS frente à pandemia da COVID-19 com a implantação de protocolos novos, orientações para a organização e gerenciamento desses setores. Dentre esses protocolos estabelecidos, três principais intervenções são importantes como a criação de instalações comunitárias para o cuidado de pacientes leves e; centros de treinamento e com direcionamento para enfermarias ou similares específicos para os casos graves (RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
Dentre as recomendações e orientações mais importantes foram a indicação para o adiamento ou suspensão de serviços rotineiros e eletivos, fluxos efetivos de pacientes (com triagem anterior e encaminhamento de casos de COVID-19) e visitas de rotina para a promover saúde (SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
Assim, o trabalho no setor mostra a importância de adequar dentro das realidades, a capacidade de criar e diminuir dentro do possível a burocratização para continuar com a assistência a demanda no CAPS, tentando manter o desempenho dos profissionais (BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; BRASIL, 2020; SILVA, 2019).
Também se faz importante ser lembrado a importância das parcerias inclusive com o com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) que pode auxiliar em informações sobre esses pacientes e também no processo de cuidados aos usuários em situação de rua e que demandam suporte de assistência social (BRASIL, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020).
4.4 Dificuldades e desafios frente a pandemia no CAPS
De acordo com as enfermeiras, as dificuldades e desafios frente a pandemia no CAPS estão centradas no distanciamento físico e social, a falta de EPIs, o medo de contaminação, a dificuldade de socialização, problemas no sono e a piora da saúde mental dos pacientes de modo geral, conforme mostra as falas a seguir:
“A maior dificuldade foi manter o distanciamento físico e social no momento em que as pessoas mais precisavam de acolhimento e “colo”. Além da falta de EPI’S no início que nos deixou bastante angustiados. E mais uma vez o medo constante, principalmente de contrair o vírus e passar para os familiares e também a pior da saúde mental no geral, dos pacientes, por conta da pandemia, levando a aumento de crises e de distúrbios psiquiátricos”. (E 1)
“Dificuldade de socialização – estresse; choro frequente – perturbação do sono; dificuldade para relaxar e falta de concentração; sensação negativa com futuro e melhora do relacionamento entre colegas” (E 2);
Nota-se também que o enfermeiro, de modo geral, a equipe de enfermagem, muitas vezes trabalha em serviços onde a uma precária estrutura, com recursos insuficientes e poucos materiais para o desenvolvimento de oficina e atividades terapêuticas, o que pode levar ao desgaste emocional e físico desses profissionais, o que mostra o retrato da maioria dos serviços de saúde mental no nosso país (BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; BARBOSA; EAST; CHAVES, 2019; BRASIL, 2020; SILVA, 2019).
Esse cenário foi responsável por produzir inúmeras reflexões a respeito da importância do cuidado psicossocial, pois esse é um fator biológico presente em todo ser e o caos que emergiu com a pandemia apenas serviu para somar com outros fatores causadores de sofrimento mental que já existiam e eram ignorados, estigmatizados e esquecidos pela sociedade, trazendo ainda maior dificuldade no exercício do processo de trabalho do enfermeiro (LOPES et al., 2021).
Além disso, existe a realidade estressora ocasionada pelos sentimentos gerados durante o período de isolamento social e a possibilidade de agravamento daqueles com transtorno pré-existente ou ainda o surgimento de novos casos. A pandemia de COVID-19 trouxe a necessidade de reorganização dos serviços de saúde, dentre eles é possível perceber a necessidade de organização do cuidado como um todo ao paciente para que houvesse uma continuidade do tratamento prestado aos usuários SUS (LOPES et al., 2021; BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; EAST, CHAVES, 2019; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020)
Estudos acrescentam que os profissionais da enfermagem têm enfrentado no cotidiano um processo de trabalho precário e inúmeros problemas no sistema de saúde, como falta de infraestrutura para realizar o atendimento, falta de insumos, número reduzido de profissionais, falta de EPI’s, jornadas extensas, sobrecarga de trabalho, baixos salários e falta de capacitação (JUNIOR; DAVID, 2020; GALLASCH et al., 2020). E também a categoria continua sendo a única profissão da saúde que não possui carga horária da jornada de trabalho e nem piso salarial de acordo com o seu trabalho com definição legal (ABEN, 2020). No Brasil, a maioria desses problemas já existia, no entanto, com a pandemia houve um agravamento tendo que ter novas recomendações e orientações desde do seu início.
Com o aparecimento dos primeiros casos no Brasil de infecção por SARS-CoV-2, o MS deliberou novas recomendações na direção do isolamento e distanciamento social. Para tanto, foram definidos e discutidos novos fluxos de triagem para todos os frequentadores do CAPS que, passariam pela avaliação da enfermagem e dos médicos. Sendo que a triagem dividiu os pacientes em grupos: o primeiro, assintomático, com livre circulação; o segundo, com sintomas brandos da COVID-19, sendo testados, encaminhados para isolamento com monitoramento via telefone enquanto esperavam o resultado do exame; e o último, com sintoma grave, precisando de cuidados intensivos (BRASIL, 2020; SILVA, 2019; RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
Diante da especificidade do trabalho no CAPS, foi sugerido a presença de profissionais no serviço na triagem para acolhimento, avaliação e encaminhamento dos pacientes. O encaminhamento seguiu a orientação de ter a presença de profissional da enfermagem no acolhimento do serviço para a realização de triagem básica para síndrome gripal e que os atendimentos devem ocupar os espaços externos, evitando a permanência em salas por períodos longos (RAFAEL; NETO; CARVALHO, 2020; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2020).
Em alguns locais (CAPS) o serviço foi reorganizado priorizando a atenção à crise, realizada em atendimentos individuais com equipe multidisciplinar para maior suporte, incluindo consultas psiquiátricas para aqueles os que precisariam de avaliação de medicação, procurando seguir as orientações para evitar locais aglomerados, sendo locais de convivência, oficinas terapêuticas e atendimentos coletivos suspensos (BARBOSA et al, 2020; BARBOSA; BARBOSA EAST, CHAVES, 2019; BRASIL, 2020; SILVA, 2019;).
A fim de manter padronizar os serviços foram enviados um informe aos dispositivos da rede de saúde mental sobre as mudanças ocorridas, destacando que este fato poderia interferir no processo de trabalho do setor, o que se torna um desafio para os profissionais (BRASIL, 2020; SILVA, 2019).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O acontecimento da pandemia e sua vigência traz uma preocupação com a saúde mental da população, pois além do medo da doença, a pandemia da COVID-19 tem provocado insegurança em várias dimensões da vida tanto aspecto coletivo como de cada indivíduo. Trouxe alteração no funcionamento cotidiano da sociedade e modificou as relações interpessoais, sendo que um dos serviços que tem sido desafiado são os CAPS, os quais oferecem atendimento às pessoas em sofrimento mental.
Sendo, assim a pandemia da COVID-19 faz parte de condições de crise que a população vive, incluindo os usuários do CAPS, familiares e usuários, condições essas que apesar das circunstâncias necessitam de sólidos vínculos e a criação de estratégias de cuidados que possam garantir a assistência segura em um momento de extrema insegurança para todos, sendo importante promover mudanças para a continuação da assistência da demanda, dentro do possível, trazendo a necessidade de um trabalho por setores, dando ênfase a comunicação em parceria com outros serviços de saúde e de outras políticas públicas.
Ficou evidente que os profissionais sentem necessidade de capacitação, recursos materiais, físicos e também de vencer dificuldades e desafios, principalmente relacionada a pandemia e reflexão diante do tema para recriar formas no intuito de continuar realizando seu trabalho da melhor forma possível.
A limitação deste trabalho está no número pequeno de entrevistadas, o que pode não retratar completamente a percepção e dificuldades vividas por enfermeiros na pandemia neste setor. Sugere-se assim que sejam realizadas pesquisas novas sobre o tema para reflexão e colaboração para a área de saúde mental.
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5Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
6SUS – Sistema Único de Saúde.
7CAPS II – Centro de Atenção Psicossocial.
8CAPS ad – Centro de Atenção Psicossocial, Álcool e Drogas.
1Graduando em Enfermagem pela Libertas – Faculdades Integradas – E-mail: naiarac990@gmail.com.
Artigo apresentado à Libertas – Faculdades Integradas para obtenção do título de Graduação em Enfermagem.
2Professor-coordenadora da área da saúde. Doutora em Ciências EERP-USP. Docente na Libertas – Faculdades Integradas – E-mail: saude@libertas.edu.br.
3Professor. Mestre em Ciência da Saúde pela EERP-USP. Docente na Libertas – Faculdades Integradas – E-mail: tobiassantos@libertas.edu.br.
4Professor-orientador. Doutora em Ciência da Saúde pela EERP-USP. Docente na Libertas – Faculdades Integradas – E-mail: marianazeferino@libertas.edu.br.