PERCEPÇÃO DAS GESTANTES QUANTO À CONSULTA DE ENFERMAGEM E CONSULTA MÉDICA RECEBIDA NO PRÉ-NATAL

PERCEPTION OF PREGNANT WOMEN FOR NURSING CONSULTATION AND MEDICAL CONSULTATION RECEIVED ON PRENATAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7915733


Luciana Gomes Ferreira Lindoso1
Orientadora: Profª. Esp. Georgia de Kássia Nascimento Lobato


RESUMO

A atenção pré-natal permite o monitoramento da saúde da gestante, identifica fatores de risco e realiza a detecção e o tratamento oportuno de afecções, o que contribui para melhores desfechos maternos e perinatais. O presente trabalho tem por objetivo avaliar a assistência prestada às gestantes em uma Unidade Básica de saúde em São Luís – Maranhão. Tratou-se de um estudo exploratório descritivo, prospectiva de natureza quantitativa, foi desenvolvido em uma Unidade Básica de saúde em São Luís – Maranhão, realizada no período de dezembro de 2013 a abril de 2014, conforme descrito no cronograma. A população foi constituída por 80 gestantes atendidas e que aceitaram responder ao questionário. A pesquisa resultou quanto a caracterização das 80 gestantes, 53% das gestavam estavam na faixa etária entre 20 a 25 anos; quanto ao estado civil, 57% eram solteiras; 42% dessas gestantes estavam na 1 gestação; 58% realizaram o pré-natal nas outras gestações; 50% realizaram de 7 ou mais consultas; 50% acharam muito bom o atendimento; 85% delas foram atendidas por enfermeiros, sendo que dessas 43% sentiam-se muito satisfeitas no atendimento; das que foram atendidas pelos médicos 9% estavam satisfeitas; sobre o esclarecimento de suas dúvidas, 86% sentiam-se esclarecidas. Conclui-se que, o Enfermeiro ocupa uma posição importante, na equipe multidisciplinar, pois tem qualificação para o atendimento à mulher, possuindo um papel extremamente importante na área educativa, de prevenção e promoção da saúde.

Palavras-Chave: Gestantes. Consulta. Pré-natal. Enfermagem. Médico

ABSTRACT

The prenatal care allows monitoring of the pregnant woman’s health, identifies risk factors and performs detection and timely treatment of diseases, which contributes to better maternal and perinatal outcomes. This study aims to assess the care provided to pregnant women in a Health Basic Unit in São Luis-Ma. This was a descriptive exploratory study, prospective quantitative, was developed in a Health Basic Unit in São Luis-Ma, held from December 2013 to April 2014, as described in the schedule. The population consisted of 80 pregnant women attending and agreed to answer the questionnaire. The research resulted as the characterization of the 80 pregnant women, 53% of gestavam were aged between 20-25 years; as marital status, 57% were single; 42% of these women were in first pregnancy; 58% had prenatal care in other pregnancies; 50% had 7 or more consultations; 50% found very good service; 85% were attended by nurses, and of these 43% felt very satisfied in attendance; of which were attended by doctors 9% were satisfied; on the clarification of your questions, 86% they felt clarified. In conclusion, the nurse occupies an important position in the multidisciplinary team, it has qualified to meet the woman, having an extremely important role in the field of education, prevention and health promotion.

Keywords: Pregnant women. Query. Prenatal care. Nursing. Doctor

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, as questões relativas à saúde reprodutiva têm despertado interesses de pesquisadores, gestores e sociedade por se tratar de um tema relevante para o delineamento de políticas populacionais e para o desenvolvimento socioeconômico. Em 2001, 50,8% da população brasileira era composta por mulheres, e um total de 43.113.841 de mulheres estava em idade reprodutiva (entre 15 e 44 anos) (BRASIL, 2004a).

Em todo o mundo, a cada ano, ocorrem 120 milhões de gravidez, entre as quais mais de meio milhão de mulheres morrem em consequência de complicações, durante a gravidez ou o parto, e mais de 50 milhões sofrem enfermidades ou incapacidades sérias relacionadas à gravidez (CUNHA, et al., 2009).

Em consequência dessas complicações maternas fetais, a razão da mortalidade materna no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), em 2002, foi de 50,3 por cem mil nascidos vivos. A região Nordeste teve o maior índice, 60,8, seguida da região Centro-Oeste, com 60,3, região Sul, com 56,6, e Norte, com 53,2; o menor índice foi encontrado na região Sudeste, com 45,9 (BRASIL, 2004b)

O Programa de Atenção integral à Mulher (PAISM) constituiu-se parte da estratégia de expansão e consolidação de uma rede de serviços básicos de saúde em todo o território nacional, no contexto das lutas por mudanças no sistema de saúde nacional, com a contribuição específica do movimento autônomo de mulheres (MANDÚ, 2007).

Neste contexto de reflexão sobre os interesses e anseios da vida da população feminina o Ministério da Saúde, por meio de uma portaria publicada em 1º de junho de 2000, institui o PAISM, que se propõe a atuar com a gestante e o seu neonato, de forma humanizada, tendo em vista o atendimento das suas múltiplas carências. Neste programa o papel dos trabalhadores da saúde é proporcionar o bem-estar físico, mental, psicológico e social da mulher, interagindo com a gestante e tentando descobrir quais as condições que permeiam à sua gravidez (SOUZA et al., 2009).

A assistência pré-natal deve ser organizada para atender às reais necessidades da população de gestantes, através da utilização de conhecimentos técnico-científicos e recursos adequados e disponíveis para cada caso. Reforça-se, ainda, que as ações de saúde precisam estar voltadas para cobertura de toda a população alvo da área de abrangência da unidade de saúde, assegurando a continuidade no atendimento, o acompanhamento e a avaliação dessas ações sobre a saúde materna-perinatal (FAJARDO, 2000).

Para compreender melhor, o pré-natal é um atendimento básico multidisciplinar que objetiva alcançar e manter a integridade das condições de saúde materna e fetal, cujos resultados devem ser avaliados a longo prazo, com a formação de pessoas hígidas, úteis à comunidade e ao país (TEDESCO, 2001).

Essa forma de assistência multidisciplinar à mulher durante o ciclo gravídico puerperal tem por finalidade orientação sobre hábitos de vida, dieta, atividade física, higiene e vestimenta, bem como orientação psicológica, além de preparação para o parto, cuidados com o recém-nascido e amamentação. Inclui ainda realização de tratamento e diagnóstico de doenças pré-existentes que podem se complicar e se agravar no período gestacional (MURTA, 2008).

Trata-se de consultas sobre a supervisão médica e de enfermagem como forma de prevenção, controle, ou tratamento de intercorrências na gestação. Tem por objetivos principais identificar, tratar ou controlar doenças, prevenir complicações na gestação ou parto, assegurar a boa saúde materna, promover o bom desenvolvimento fetal, reduzir os índices de morbidade e mortalidade materna e fetal, preparar o casal para o exercício da paternidade, dentre outros (CARVALHO, 2007).

“A frequência ideal das consultas pré-natais é de dez para nulidade sem complicações na gravidez e de sete para as multíparas, também sem complicações” (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2011, p. 130). A primeira consulta deve ocorrer o mais precocemente possível na unidade básica de saúde, no ambulatório ou até por meio de visita domiciliar. Nesta consulta deverá ser estabelecido um calendário de consultas pré-natais, obedecendo um intervalo mensal (4 semanas) até a 30ª semana de gestação, quinzenal da 31ª a 37ª semana, semanal da 38ª a 40ª semana e 2 vezes por semana da 41ª a 42ª semana de gestação (SILVA, 2007).

Essas consultas são necessárias, visto que, a redução das taxas de morbidade e mortalidade materna e perinatal dependem, significada mente, da avaliação da assistência pré-natal, uma vez que a qualidade dessa assistência tem relação estreita com os níveis de saúde de mães e conceptos (MOURA; HOLANDA JR.; RODRIGUES, 2003).

Atualmente, a consulta de enfermagem na rede básica de saúde é realizada de acordo com o roteiro estabelecido pelo Ministério de Saúde (2000)1, garantida pela Lei do Exercício Profissional e o Decreto no 94.406/87, o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pelo enfermeiro (LIMA; MOURA, 2005).

Sendo assim, podemos ver que embora as taxas de morbimortalidade materna ainda permaneçam altas e tratando-se de um desafio a ser vencido, a atenção qualificada no pré-natal pode contribuir significativamente na redução dessas taxas e promover uma maternidade segura. No entanto, o oferecimento de uma atenção qualificada está na dependência do desempenho qualificado por parte dos profissionais que assistem mulheres na gestação (CUNHA et al, 2009).

A gestação é um momento singular na vida de qualquer mulher, pois se caracteriza pela capacidade de gerar e abrigar um novo ser. Assim, a assistência pré-natal passa a ser considerada instrumento que facilita o desenvolvimento de uma gestação tranquila e saudável, pois pode garantir para a gestante uma melhor apropriação das suas condições de vida e saúde (SOUZA et al., 2009).

Diante do exposto, fica evidenciado a necessidade de verificarmos como é feita a consulta de enfermagem e consulta médica nas Unidade Básicas de Saúde, visto que, a atenção integral a gestante reduz o risco de morbimortalidade materno fetal. Por isso, o interesse pelo tema surgiu pela necessidade de demonstrar como as gestantes são atendidas e se realmente são atendidas de forma adequada pelo serviço de saúde na qual estão buscando. Para isso, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a assistência prestada às gestantes em uma Unidade Básica de saúde em São Luís – Maranhão.

2. METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo exploratório descritivo, prospectiva de natureza quantitativa, foi desenvolvido em uma Unidade Básica de saúde em São Luís – Maranhão, realizada no período de dezembro de 2013 a abril de 2014, conforme descrito no cronograma.

 A população foi constituída por 80 gestantes atendidas e que aceitaram responder ao questionário.

Utilizou-se como instrumento para a coleta de dados um questionário contendo identificação da população (idade, estado civil, quantos filhos e demais perguntas e opiniões das gestantes sobre o tema).

Os dados foram coletados através da aplicação de questionário com perguntas fechadas, no momento da consulta de enfermagem às pacientes, nos turnos manhã e tarde de segunda a sexta-feira. Após a coleta dos dados, as respostas recolhidas foram mensuradas e demonstradas através de tabelas, para melhor entendimento dos objetivos almejados.

Em atendimento a Resolução 466/12 sobre ética na pesquisa que envolve seres humanos, a pesquisa foi iniciada após consentimento formal através de ofício, encaminhado à Diretoria Geral da referida Unidade, assim como a pesquisadora se comprometeu por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a utilizar as informações coletadas apenas para fins científicos, garantindo o sigilo dos dados, assim como não provocou nenhum dano financeiro e mora aos pesquisados e nem à instituição de saúde.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a tabela 1, observa-se que 53% das gestavam estavamna faixa etária entre 20 e 25 anos, seguida de 26% entre 26 a 30 anos; quanto ao estado civil, 57% eram solteiras e 43% casadas.

Tabela 1 – Distribuição das gestantes quanto a faixa etária, e estado civil. São Luís – Maranhão, 2015
Variáveisnf(%)
Faixa etária 20 a 25            42  53
26 a 30       2126
31 a 35       1721
Estado civil  Solteira         46  57
Casada       3443
TOTAL80100

Ximenes e Oliveira (2004) afirmam que a idade das gestantes não deve ser analisada como um fator simplesmente biológico, que de forma isolada seja responsável por causar problemas a saúde da mãe e seu filho. As condições de vida, a saúde e principalmente a qualidade da assistência obstétrica no pré-natal, seriam mais relevantes que a faixa etária das gestantes.

Discordando do presente estudo, a pesquisa de Spindola et al (2006) identificaram em seu estudo, prevalência de 72,7% de gestantes casadas ou unidas consensualmente e 23,1% de solteiras (BRASIL, 2000). A presença do parceiro é de grande importância para a gestante, visto que o período gestacional é um período de mudanças fisiológicas que podem gerar dúvidas, angústias e ansiedade por tudo o que está acontecendo. O parceiro pode tornar esse momento de grande apreensão e medo em algo carregado de emoção, motivando a mulher a se comportar da forma mais natural possível, contribuindo deste modo para o processo de humanização.

Conforme a tabela 2, 42% dessas gestantes estavam na 1 gestação, seguida da 2ª gestação com 30%; 58% realizaram o pré-natal nas outras gestações; 50% realizaram de 7 ou mais consultas, seguida de 33% com 3 a 6 consultas; 50% acharam muito bom o atendimento e 33% apenas bom.

Tabela 2 – Distribuição das gestantes quanto quantidade de gestação, de filhos, realização do pré-natal, consultas realizadas e atendimento. São Luís – Maranhão, 2015

Em estudo semelhante com primigestas e multigestas, Bisognin et al (2011) mencionam a que dentre as mulheres multigestas, obteve-se (21,6%) com duas e três gestações, (6,8%) com cinco gestações, (4,6%) com quatro gestações e (1,13%) com sete e oito gestações. As demais, (37,5%) estão em sua primeira gravidez. Conhecer estas características é imprescindível, pois mulheres que apresentam um elevado número de gestações (cinco ou mais) apresentam um maior risco de morbimortalidade materna em consequência do alto número de gravidez.

O calendário de atendimento pré-natal deve ser planejado em função dos períodos gestacionais que caracterizam elevado risco materno e perinatal. Precisa ser iniciado precocemente no primeiro trimestre e deve ser regular e completo assegurando que todas as avaliações propostas sejam cumpridas e preenchendo o cartão da gestante e a ficha de pré-natal. 

O PHPN preconiza que o número mínimo de consultas de pré-natal deverá ser de seis consultas, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último trimestre (BRASIL, 2005). 

O menor número de consultas no pré-natal pode estar associado a um início mais tardio, ou a dificuldades de acesso aos serviços de saúde, ainda está associado, como fator de risco, ao nascimento pré-termo. Tal situação pode atrapalhar o diagnóstico e tratamento de determinadas situações, como menor ganho de peso gestacional, que é um fator adjunto ao baixo peso ao nascer (NASCIMENTO, 2003).

Segundo a tabela 3, 85% delas foram atendidas por enfermeiros, sendo que dessas 43% sentiam-se muito satisfeitas no atendimento; das que foram atendidas pelos médicos 9% estavam satisfeitas; sobre o esclarecimento de suas dúvidas, 86% sentiam-se esclarecidas.

Tabela 3 – Distribuição das gestantes quanto atendimento pelo enfermeiro e pelo médico e esclarecimento de dúvidas. São Luís – Maranhão, 2015

Dentre as categorias profissionais atuantes na atenção ao pré-natal, o enfermeiro ocupa uma posição de destaque na equipe, pois tem qualificação para o atendimento à mulher, possuindo um papel extremamente importante na área educativa, de prevenção e promoção da saúde, além de ser agente da humanização e do fortalecimento do vínculo entre o profissional e a gestante/família (MOURA; RODRIGUES, 2003; LANDERDAHL et al., 2007).

A consulta de enfermagem não substitui a consulta médica e vice-versa, tendo que se ponderar a importância e a necessidade de atuação do médico no acompanhamento das gestantes. Certificou-se que, em alguns municípios, a consulta pré-natal era disponibilizada pelo médico, pelo menos, duas vezes, ao longo da gestação; já em outros, a consulta médica era proporcionada apenas mediante o encaminhamento de enfermagem por motivos principais de pressão alta, sangramento, déficit de peso da gestante, anormalidade na curva de crescimento uterino e dúvidas quanto à avaliação da idade gestacional (MOURA et al., 2005).

Autores sugerem a gestão compartilhada do cuidado do pré-natal, no qual o enfermeiro, junto com o médico, promove uma assistência de pré-natal de qualidade e garante a realização de todas as diretrizes propostas pelo Ministério da Saúde. Uma possibilidade de ação integrada de enfermeiros e médicos, nessa situação específica, talvez fosse a determinação de protocolo bem definido para a atuação de ambos, de maneira a ser implementado em uma relação harmoniosa, conscienciosa e ética, sustentada no compromisso com a segurança do cliente e com a resolubilidade dos seus problemas (MOURA; RODRIGUES, 2003).

Com relação a tabela 4, apesar de algumas não terem realizado pré-natal anterior, 100% delas compreendem a importância do pré-natal, pois acreditam que as consultas ajudam na sua saúde e dos seus bebês e assim, recomendam a unidade pesquisa para outras gestantes.

Tabela 4 – Distribuição das gestantes quanto a importância do pré-natal. Santa Inês-Ma, 2015

A realização do pré-natal representa papel fundamental em termos de prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. Permite identificar doenças que já estavam presentes no organismo, porém, evoluindo de forma silenciosa, como a hipertensão arterial, diabetes, doenças do coração, anemias, sífilis etc. (AMARAL et al., 2010)

Seu diagnóstico permite medidas de tratamento que evitam maior prejuízo à mulher, não só durante a gestação, mas por toda sua vida; detecta problemas fetais, como más formações. Algumas delas em fases iniciais permitem o tratamento intraútero que proporciona ao RN uma vida normal; avalia ainda aspectos relativos à placenta, possibilitando tratamento adequado. Sua localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos maternos; identifica precocemente a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, ocasionando convulsões e coma. Esta patologia constitui uma das principais causas de mortalidade no Brasil (SOUZA et al., 2013).

4. CONCLUSÃO

Conclui-se que a gestação, embora constituindo um fenômeno fisiológico que na maior parte dos casos tem sua evolução sem intercorrências, requer cuidados especiais mediante assistência pré-natal. Essa, por sua vez, tem como objetivo principal acolher e acompanhar a mulher durante sua gestação, período caracterizado por mudanças físicas e emocionais vivenciado de forma distinta pelas gestantes.

Neste estudo foi possível observar a percepção das gestantes em relação às orientações recebidas em seu pré-natal. Em maioria, elas afirmam ter recebido orientações, o que nos faz acreditar, num primeiro momento, que os profissionais estão realizando esta prática,

Onde diante da pesquisa foi apontado que, 53% das gestavam estavam na faixa etária entre 20 e 25 anos; quanto ao estado civil, 57% eram solteiras; 42% dessas gestantes estavam na 1 gestação; 58% realizaram o pré-natal nas outras gestações; 50% realizaram de 7 ou mais consultas; 50% acharam muito bom o atendimento; 85% delas foram atendidas por enfermeiros, sendo que dessas 43% sentiam-se muito satisfeitas no atendimento; das que foram atendidas pelos médicos 9% estavam satisfeitas; sobre o esclarecimento de suas dúvidas, 86% sentiam-se esclarecidas.

Nota-se que, os profissionais da área da saúde não podem tornar-se omissos com relação ao atendimento no pré-natal, é necessário que estimulem a participação ativa das gestantes para que ocorram trocas de saberes entre eles. Uma gestante bem orientada torna-se uma aliada para o sucesso do pré-natal e consequentemente para a vivência de uma gestação e puerpério saudáveis.

Nessa perspectiva, é relevante darmos seguimento à investigação iniciada, objetivando conhecer a percepção que familiares e profissionais do serviço têm a respeito da consulta de pré-natal realizada por enfermeiros na referida unidade básica. Sem dúvida novos elementos serão pontuados, possibilitando melhor adequação às necessidades da gestante, ao mesmo tempo em que proporcionarão visibilidade ao trabalho do enfermeiro no cenário da saúde pública, no nível da atenção básica.

REFERÊNCIAS

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1Pós-Graduanda do curso de Enfermagem Obstétrica e Neonatal do Ceuma Universidade.