PERCEPÇÃO DA DOR: QUESTIONÁRIO APLICADO A ADOLESCENTES NA CIDADE DE PEDRO AFONSO – TO

PERCEPCIÓN DEL DOLOR: CUESTIONARIO APLICADO A ADOLESCENTES DE LA CIUDAD DE PEDRO AFONSO – TO

PAIN PERCEPTION: QUESTIONNAIRE APPLIED TO ADOLESCENTS FROM THE CITY OF PEDRO AFONSO – TO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202503230744


Aline Fiestel1; Diogo Costa Santos2; Stefanie Ingrid Oliveira3; Mário Alves Teixeira Neto4; Leandro Lelis Marques Gondim5; Talyta Bastos Andrade6


RESUMO:

Este estudo transversal, descritivo e observacional, conduzido com 277 estudantes do ensino básico e médio, investigou a percepção da dor e as intervenções relacionadas ao cuidado do paciente, complementando-se com uma revisão sistemática da literatura científica. Os resultados revelaram que a dor é uma experiência subjetiva, influenciada por fatores biopsicossociais, e que a analgesia multimodal, incluindo abordagens farmacológicas e não farmacológicas, é fundamental para o manejo eficaz da dor aguda e crônica. A pesquisa destacou a importância da identificação precoce da dor e da implementação de estratégias preventivas, como a analgesia preventiva e o suporte psicológico, para mitigar o risco de cronificação da dor. Observou-se que a maioria dos participantes utiliza analgésicos comuns para alívio da dor, e que a comunicação médico-paciente e o fornecimento de informações sobre o controle da dor são cruciais para a satisfação do paciente. Conclui-se que a abordagem multidisciplinar e a implementação de políticas públicas são essenciais para garantir um manejo adequado da dor, considerando-a um direito humano fundamental.

Objetivo: Este estudo tem como objetivo revisar e analisar a evidência científica disponível sobre a percepção da dor em adolescentes, considerando os fatores fisiológicos, emocionais e sociais que influenciam sua experiência. Além disso, busca avaliar a eficácia de diferentes métodos de alívio da dor e destacar a importância de uma abordagem integral no tratamento dos pacientes.

PALABRAS CLAVE: Dor, Perceção, Adolescentes, Tratamento, Analgesia.

ABSTRACT:

This cross-sectional, descriptive, and observational study, conducted with 277 students from elementary and high school, investigated the perception of pain and interventions related to patient care, complemented by a systematic review of the scientific literature. The results revealed that pain is a subjective experience, influenced by biopsychosocial factors, and that multimodal analgesia, including pharmacological and non-pharmacological approaches, is fundamental for the effective management of acute and chronic pain. The research highlighted the importance of early pain identification and the implementation of preventive strategies, such as preventive analgesia and psychological support, to mitigate the risk of pain chronification. It was observed that most participants use common analgesics for pain relief, and that doctor-patient communication and the provision of information about pain control are crucial for patient satisfaction. It is concluded that a multidisciplinary approach and the implementation of public policies are essential to ensure adequate pain management, considering it a fundamental human right.

OBJECTIVE:

This study aims to review and analyze the available scientific evidence on pain perception in adolescents, considering the physiological, emotional, and social factors that influence their experience. Furthermore, it seeks to evaluate the effectiveness of different pain relief methods and highlight the importance of a comprehensive approach in patient treatment.

KEYWORDS: Pain, Perception, Adolescents, Treatment, Analgesia.

1. INTRODUÇÃO

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) define a dor aguda como ‘uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial’ (1). O processo doloroso é caracterizado como uma experiência subjetiva, cuja intensidade e qualidade variam entre indivíduos, sendo influenciadas por fatores como condições socioeconômicas, culturais, fisiológicas e psicológicas (1).

Admite-se que a persistência da dor aguda possa provocar mudanças na plasticidade do sistema nervoso, contribuindo para a cronificação da dor. Esse fenômeno é apontado como uma das razões para a importância do controle eficaz da dor aguda (5).

Dessa forma, a extração de um cisto ou uma apendicite supurada, por exemplo, pode ocasionar dor antes e/ou após a intervenção cirúrgica. O estado físico e as comorbidades do paciente contribuem significativamente para uma reabilitação mais confortável e com menos dor (2). 

Por outro lado, as cirurgias eletivas, como a correção de hérnias, a remoção de cálculos renais ou da vesícula, estão associadas a quadros de dor que podem ser controlados com analgesia simples. Nessas situações, a dor não persiste por muito tempo, o que permite que a cirurgia seja programada dentro de alguns dias. Além disso, as cirurgias de urgência implicam um maior risco para a vida. Em muitos casos, a dor relatada pelos pacientes é intensa, com sensações de ardência e grande desconforto (3).

Por essa razão, os médicos e profissionais de saúde preferem intervir cirurgicamente, mantendo o paciente internado e sob medicação para minimizar a dor, estabilizar seu estado clínico e promover a melhora do quadro (3).

Dessa forma, os estímulos nocivos de origem mecânica, térmica ou química provocam danos nos tecidos, o que resulta na acumulação de substâncias algênicas, como histaminas, prostaglandinas e íons de hidrogênio. Essas substâncias sensibilizam as terminações nervosas livres, gerando potenciais de ação e despolarizando a membrana neuronal (4).

Portanto, a busca pelo tema em foco seguiu se norteando pela questão de qual é a contribuição da literatura de artigos científicos de estudantes de medicina sobre a dor e as intervenções de estudo para o cuidado do paciente.

Para abordar este tema, considerou-se relevante analisar as produções científicas em Medicina relacionadas ao assunto, destacando os autores, os tipos de pesquisas realizadas, a coerência entre os enfoques teóricos e metodológicos das questões com estudantes de três escolas, assim como os resultados e as conclusões alcançadas.

2. MATERIAIS E MÉTODOS:

O projeto de pesquisa foi conduzido entre os dias 3 e 5 de fevereiro de 2025, com a aplicação de questionários nas escolas públicas Colégio Cristo Rey e Colégio Cívico-Militar de Tempo Integral Professor Antônio Belarmino Filho, localizadas no município de Pedro Afonso, na região norte do estado de Tocantins. O objetivo foi investigar a percepção sobre a dor e as intervenções relacionadas ao cuidado do paciente.

Trata-se de um estudo de natureza transversal, descritivo e observacional, inserido no projeto de pesquisa intitulado “Análise sobre o dor em estudantes de educação secundária”, desenvolvido pela Liga Acadêmica de Anestesiologia e Farmacologia da Universidade Central do Paraguai (UCP).

A coleta de dados foi realizada por meio de dois formatos: impresso e online. Utilizou-se um questionário estruturado, disponibilizado também na plataforma Google Forms, facilitando a coleta de dados e ampliando os canais de obtenção das informações. Foram analisados dados de 277 estudantes, abrangendo do 8º ano da educação básica ao 3º ano do ensino médio, sendo 172 participantes do Colegio Cristo Rey e 105 do Colegio Cívico-Militar Professor Antônio Belarmino Filho. A amostra foi composta por 152 participantes do sexo feminino e 123 do sexo masculino, incluindo estudantes que haviam se submetido a intervenções cirúrgicas recentes, como colecistectomias, apendicectomias, entre outras.

A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de uma busca sistemática nas bases de dados Scielo e CICCO. A busca abrangeu os termos “dor pós-operatória”, “cirurgia”, “tratamento da dor” e “cuidados pós-operatórios”, resultando em 32 e 424 artigos, respectivamente, para os termos “dor pós-operatória” e “tratamento da dor” na plataforma Scielo, e mais de 1600 e 7700 artigos, respectivamente, na CICCO. As referências bibliográficas foram analisadas, destacando-se pontos relevantes para a fundamentação teórica do estudo, os quais são abordados ao longo deste artigo.

Ademais, foi proposta a utilização de questionários com casos práticos, com o intuito de garantir a verossimilhança dos dados e aproximar os achados científicos da realidade dos participantes. Esta abordagem, alicerçada em fontes bibliográficas relevantes, assegura a validade técnica e crítica do estudo, alinhando-se à literatura existente sobre o tema.

A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão sistemática da literatura científica, com foco em artigos publicados nos últimos cinco anos, em português, inglês e espanhol, que abordassem o tema da dor pós-operatória em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Foram excluídos artigos que não atendiam aos critérios de inclusão, bem como aqueles que não apresentavam dados originais. O processo de análise dos artigos selecionados foi realizado por meio de uma matriz de extração de dados, o que possibilitou identificar as principais estratégias de manejo da dor pós-operatória e seus respectivos resultados.

FISIOPATOLOGÍA DEL DOLOR:

A dor é algo muito pessoal e variado. Provoca sentimentos e reações emocionais desconfortáveis, moldadas por diversos elementos, como convicções e princípios culturais, experiências passadas de sofrimento, estado de espírito e a habilidade de lidar com os desafios de cada pessoa. Assim, é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou similar à associada a uma lesão tecidual real ou potencial (4, 5, 6).

No artigo “Atualização sobre a fisiologia da dor/vias da dor”, de José Roberto Provenza e José Eduardo Martinez, publicado na Revista da Sociedade Paulista de Reumatologia em 2021, os autores discutem detalhadamente os mecanismos de transmissão da dor. Eles explicam que as fibras nociceptivas A-delta e C conduzem impulsos nervosos para a astra posterior da medula espinhal (7, 8).

A partir daí, a informação dolorosa é transmitida através de vias ascendentes, como os tratos espinotalâmicos e espino reticulares, chegando a estruturas superiores como a formação reticular, o tálamo, a substância cinza periaquedutal, o sistema límbico e, finalmente, o córtex cerebral. Essas vias são fundamentais para a percepção consciente da dor e para a integração das respostas emocionais e fisiológicas associadas (7).

Esse processo também intensifica a atividade do sistema nervoso autônomo, promovendo um aumento na síntese de catecolaminas e hormônios, como parte da resposta fisiológica à dor (7, 8, 9).

A amplificação da atividade do sistema nervoso autônomo na presença de estímulos dolorosos vem acompanhada de uma série de mudanças fisiológicas sistêmicas. Entre elas, destaca-se o aumento da frequência cardíaca (taquicardia), da pressão arterial (hipertensão) e da frequência respiratória (taquipneia) (5). Essas respostas refletem o papel adaptativo da dor aguda, que prepara o corpo para reagir diante de situações ou lesões ameaçadoras (6, 10, 11).

No entanto, quando a dor persiste além do tempo esperado para a resolução do processo patológico subjacente, há um desequilíbrio nos mecanismos neurofisiológicos envolvidos na percepção da dor. A persistência do estímulo nociceptivo pode levar a uma sensibilização central, caracterizada por um aumento da excitabilidade neuronal e uma redução nos mecanismos inibidores do sistema. Nestecontexto, a liberação contínua de neurotransmissores excitatórios, como o glutamato e a substância P, contribui para a hiperatividade das vias nociceptivas. Esse processo facilita a perpetuação da dor, independentemente da resolução do dano tecidual inicial. Além disso, a dor crônica costuma estar associada a mudanças emocionais, como depressão e ansiedade, o que reforça a importância de um enfoque multidisciplinar no manejo da dor (4, 12).

Do ponto de vista terapêutico, o controle adequado da dor implica no uso de estratégias farmacológicas e não farmacológicas. Os analgésicos de ação periférica, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), atuam para reduzir o processo inflamatório e modular a produção de substâncias algogênicas. Por outro lado, os analgésicos de ação central, como os opioides e os adjuvantes, interferem diretamente na transmissão e percepção da dor no sistema nervoso central (13, 14, 15).

Além disso, podem ser utilizadas técnicas não farmacológicas, como fisioterapia, acupuntura e intervenções psicológicas, para abordar os aspectos emocionais e funcionais associados à dor. A personalização do tratamento é fundamental, considerando a etiologia da dor, o estado clínico do paciente e os riscos potenciais associados às intervenções terapêuticas (14, 16, 17).

Portanto, a monitorização contínua da resposta do paciente ao tratamento é essencial para ajustar as intervenções conforme necessário. Também é importante estabelecer objetivos de tratamento realistas e avaliar periodicamente o progresso por meio de escalas de dor validadas e feedback dos pacientes. Um enfoque multidisciplinar, que envolva diferentes especialidades médicas e profissionais de saúde, pode otimizar os resultados e proporcionar uma assistência mais integral (18, 19).

3. PREVENÇÃO:

A profilaxia da dor, tanto em suas fases iniciais quanto tardias, representa um desafio significativo para a medicina, notadamente para as especialidades de anestesiologia e cirurgia, dada a complexidade inerente ao manejo da dor. No intuito de otimizar o cuidado ao paciente durante o período perioperatório e antecipar a ocorrência da dor, tem-se observado um aumento substancial no número de estudos dedicados a esta temática. Urge, portanto, a capacitação das equipes médicas para a implementação de intervenções eficazes e a prevenção de procedimentos desnecessários ou inapropriados (5, 17, 19).

De esta manera, el dolor se manifiesta como una experiencia perceptiva y emocional compleja, resultante de la activación de circuitos neuronales en respuesta a estímulos específicos. Este proceso desempeña un papel crucial en la protección y supervivencia del individuo, funcionando como una señal que indica la necesidad de atención para prevenir daños mayores (8). No obstante, la modulación de la percepción del dolor está influenciada por una intrincada interacción entre factores fisiológicos, psicológicos y sociales, lo que confiere a esta experiencia un carácter altamente personal y variable entre individuos (9, 11).

Na semiologia clínica, a dor pode ser classificada como aguda ou crônica, em função de sua duração e repercussão funcional. A dor aguda é de curta duração e surge como reação imediata a lesões, inflamações ou procedimentos cirúrgicos, e atua como mecanismo protetor que guia e prepara o organismo para a recuperação, uma vez diagnosticada e tratada a causa. A dor crônica, por sua vez, dura períodos mais longos, frequentemente superiores a três meses, mesmo na ausência de um estímulo prejudicial contínuo, e está ligada a alterações neurofisiológicas e psicológicas que podem afetar significativamente a qualidade de vida (10,11).

Claro, aquí tienes una traducción y revisión del texto al portugués, enfocada en una redacción erudita y precisa para un contexto científico:

Tradução e Revisão:

“As investigações recentes continuam a explorar a eficácia da analgesia preventiva na redução da sensibilização central e da hiperalgesia induzida por procedimentos cirúrgicos. Embora alguns estudos tenham demonstrado resultados positivos, a evidência não é conclusiva, e não existe um consenso definitivo sobre sua efetividade. Por exemplo, uma revisão publicada em 2023 aponta que, embora a evidência seja favorável ao emprego da analgesia preventiva, ainda não existe um consenso total sobre isso (16, 21).

Ademais, uma revisão de 2020 indica que, embora a analgesia preventiva permita atenuar a sensibilização central e a hiperalgesia induzida pela incisão, alguns estudos demonstram que esta estratégia não tem sido tão bem-sucedida quanto se esperava (9, 14).

Em suma, embora a analgesia preventiva possua o potencial de mitigar alterações neuroplásticas, como a sensibilização da medula espinhal resultante de trauma, a evidência atual não é conclusiva, e estudos adicionais são necessários para determinar sua eficácia na redução da intensidade ou duração da dor.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

A média de idade dos estudantes foi de 15 anos, como se mostra no gráfico a continuação.

          Gráfico 1 – Faixa etária do público pesquisado.

Os dados obtidos dos 277 participantes revelaram a seguinte distribuição em relação à frequência de percepção da dor: 45,4% relataram experienciar dor de maneira infrequente, 32,1% indicaram sentir dor com periodicidade mensal, 13,3% experienciam dor semanalmente e 9,2% referiram sentir dor diariamente. Estes resultados são apresentados no gráfico 2.

Gráfico 2 – Frequência da dor nos participantes.

Através destes dados, podemos analisar a frequência da dor dos participantes, o que pode ser utilizado para a prevenção de doenças, um aspecto crucial na atualidade para a redução de doenças mais graves.

Dos 235 participantes que já experimentaram outro método não farmacológico para a diminuição da dor, 44,7% usaram e obtiveram sucesso, 11,1% usaram e não obtiveram resultados, e 44,3% nunca experimentaram métodos alternativos. Apresentado no gráfico 3.

Gráfico 3 – Utilização de  métodos não farmacológicos para o alívio da dor.

Posto isso, observa-se que a utilização de recursos alternativos, é uma área conhecida e utilizada pela maioria dos participantes, e sua eficácia está relacionada ao tipo de dor a qual foi utilizada para amenizar, em sua maioria, essa utilização é voltada ao alívio de cefaleias e dores musculares.

Dentro do questionário abordado na pesquisa, foram feitas perguntas, separadas a estudantes que já haviam passado por algum processo cirúrgico, dentre os 277 participantes, 55 passaram por cirurgia. A classificação de dor foi feita em níveis, onde o participante opta pelo mais relacionado ao seu processo de dor do pós-operatório. Com isso, 30,9% não tiveram nenhum tipo de dor, 40% sentiram dor leve, 20% sentiram dor moderada e 9,1% dos participantes tiveram dores intensas. Apresentado no gráfico 4.

Gráfico 4 – Demonstração da dor pós operatório dos participantes, organizada por níveis de sensação de intensidade.

A percepção da dor é um fenômeno complexo e subjetivo. A compreensão dos fatores que influenciam a percepção da dor é crucial no contexto da tomada de decisões clínicas durante o processo de reabilitação cinesiológica (4).

Consequentemente, a utilização de medicamentos para a atenuação da dor demonstrou-se eficaz na maioria dos participantes, observando-se dor leve ou ínfima em comparação com aqueles que relataram dores intensas.

Dentro da pesquisa 72 participantes concederam sua opinião referente a atuação do profissional de saúde no âmbito hospitalar e sua qualidade do serviço social prestado. Com isso, 66,7% responderam que o médico foi muito atencioso e competente, 13,9% responderam que o médico atendeu sua necessidade, mas pareceu insuficiente, 19,4% o médico não foi receptivo. Apresentado no gráfico 5.

Gráfico 5 – Demonstração de responsabilidade profissional perante a resposta de queixas dos participantes.

À vista disso, a negligência médica vem aumentando a cada ano, situações onde o profissional deixa de atuar de forma responsável e ocasiona danos ao paciente por causa do seu comportamento, alterando a relação médico-paciente, que deve ser crucial, em vista que muitas doenças atuais ocorrem ou se agravam por falta de uma explicação correta ou mais humanizada por parte do profissional de saúde.

Dos 277 participantes, 216 responderam sobre a utilização de medicamentos. Destes, 76,4% responderam que utilizaram analgésicos comuns, 19,4% Anti-inflamatório não esteroide e 6% opióides apresentado no gráfico 6.

Gráfico 6 – Demonstração de utilização de medicamentos para a amenização da dor pelos participantes.

Analgésicos e anti-inflamatórios representam o tratamento inicial para uma vasta gama de condições de saúde. Estima-se que até 50% das consultas realizadas na atenção primária estejam relacionadas à dor e requeiram a prescrição de fármacos (21). De modo geral, tais analgésicos são também empregados no tratamento da dor pós-operatória. Contudo, os dados coletados não especificaram o tipo de dor ou tratamento ao qual os participantes foram submetidos. Constatou-se que a utilização de analgésicos comuns é a conduta terapêutica mais prescrita pelos médicos.

Dos 248 participantes que expressaram suas opiniões acerca do fornecimento de informações por parte dos médicos aos pacientes, 89,1% afirmaram que os profissionais necessitam prover informações mais detalhadas sobre o controle da dor, enquanto 10,9% discordaram da necessidade de tal conduta.

Segundo resultados de pesquisa de (22) a relação médico-paciente frente à telemedicina, onde, o objetivo de um dos artigos discutidos era compreender que fatores levaram os participantes a identificarem coerção ao expressarem-se em relação ao seu tratamento. Teve como resultado, que o descontentamento com a falta de informação recebida do médico levou os entrevistados ao sentimento de terem sido abandonados.

Em consonância, os resultados obtidos na pesquisa revelaram que o descontentamento dos pacientes em relação à atenção médica é de notável magnitude, evidenciando-se que apenas 50% dos participantes receberam aconselhamento sobre o controle da dor antes ou após a cirurgia.

Gráfico 7 – Demonstração de opinião do participante, referente a ofertar de informações sobre o controle da dor.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A identificação precoce da dor em estudantes é crucial para a implementação de estratégias preventivas específicas. O manejo eficaz da dor, que inclui analgesia multimodal e suporte psicológico, pode mitigar o risco de transição da dor aguda para a crônica (13). Dessa forma, para a prevenção, é fundamental implementar analgesia adequada e adotar técnicas preventivas que minimizem o risco de lesão nervosa sempre que possível.

Apesar dos avanços científicos e dos esforços para identificar pacientes em risco, as estratégias para prevenir e controlar a dor ainda são insuficientes. Na América Latina, o tratamento eficaz requer uma abordagem proativa, que inclui a reeducação de profissionais de saúde e pacientes, a participação de formuladores de políticas e o desenvolvimento de políticas públicas que priorizem essa questão.

Garantir um manejo adequado da dor não é apenas uma demonstração de excelência clínica, mas um direito humano fundamental. O sucesso depende de uma atitude positiva, do compromisso coletivo e da promoção de sistemas de saúde mais eficazes, capazes de fornecer atendimento digno e de qualidade a todos os pacientes. Além disso, a Declaração de Montreal estabelece que o acesso à terapia da dor é um direito humano fundamental, sublinhando a importância de garantir tratamentos eficazes para aqueles que sofrem de dor (14).

5. CONFLITOS DE INTERESSES:

Os autores deste estudo declaram que não houve financiamento ou qualquer tipo de apoio financeiro para a redação deste artigo. Ademais, a pesquisa foi conduzida com o objetivo de expandir e comparar os estudos existentes com os resultados encontrados na mesma. Desta forma, todos os dados e resultados foram analisados de maneira independente, de modo que a conclusão deste estudo reflete objetivamente a evidência encontrada.

6. REFERÊNCIAS

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1ORCID: 0000-0003-0843-9248. Discente del 8to periodo del curso Medicina de la Universidad Central del Paraguay.

2ORCID: 0009-0000-1289-3174.Discente del 5to periodo del curso Medicina de la Universidad Central del Paraguay.

3ORCID: 0000-0002-0954-9417. Médica Interna em Hospital Districtal de Santa Rita.

4ORCID: 0000-0002-7856-46X . Discente del 9no periodo del curso de Medicina de la Universidad Central del Paraguay.

5Discente del 3ro período del curso Medicina de la Universidad Central del Paraguay – ORCID: 0009-0003-8069-9789

6ORCID: 0009-0003-0313-8347. Discente del 9no periodo del curso de Medicina de la Universidad Central del Paraguay.