REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202412121041
Luciano Chaves Dutra da Rocha¹; Karinne Aparecida de Souza Silva²; Alexandre Augusto Marçal Araújo³; Jaqueline Júlia Ribeiro França⁴; Juliana Nunes Ferreira⁵; Marli Cândida de Freitas Antunes⁶; Rafaela Gomes de Oliveira Jesus⁷; Walkíria Sarah de Castro Gonçalves dos Santos⁸.
RESUMO
Objetivos: Implementar e refletir sobre os indicadores de saúde do Programa Previne Brasil, como nova forma de estratégia da atenção primaria a saúde, relacionados a assistência oferecida ao paciente crônico portador de diabetes mellitus II e hipertensão arterial sistêmica na Estratégia de saúde da família (ESF) de Belo Horizonte, Minas Gerais. Métodos: Estudo descritivo e qualitativo, do tipo relato de experiência, baseado nas estratégias gerenciais e assistenciais realizadas entre os meses de setembro e dezembro de 2023 em uma unidade de Atenção Primária a Saúde, utilizada como campo de prática, em Belo Horizonte. Resultados e Discussões: A sensibilização e conscientização, dos membros da equipe, foi fator determinante para que a intervenção fosse efetiva, quanto ao atendimento aos usuários pertencentes a estes grupos. As ações e intervenções realizadas pelos acadêmicos de enfermagem teve impacto positivo, não apenas nos alcances dos indicadores, mas também na atualização cadastral e detecção de casos de descontrole clínicos Conclusão: O trabalho foi essencial para o desenvolvimento do pensamento crítico, raciocínio clínico, e gestão do cuidado.
Palavras-chave: Prevenção de Doenças, Diabetes Mellitus, Hipertensão, Atenção Primária à Saúde.
ABSTRACT
Objectives: Implement and reflect on the health indicators of the Previne Brasil Program, as a new form of primary health care strategy, related to the assistance offered to chronic patients with diabetes mellitus II and systemic arterial hypertension in the Family Health Strategy (ESF) from Belo Horizonte, Minas Gerais. Methods: Descriptive and qualitative study, experience report type, based on management and care strategies carried out between the months of September and December 2023 in a Primary Health Care unit, used as a field of practice, in Belo Horizonte. Results and Discussions: The sensitization and awareness of team members was a determining factor for the intervention to be effective in terms of serving users belonging to these groups. The actions and interventions carried out by nursing students had a positive impact, not only on the achievement of indicators, but also on updating records and detecting cases of clinical uncontrollability Conclusion: The work was essential for the development of critical thinking, clinical reasoning, and management of care.
Keywords: Disease Prevention, Diabetes Mellitus, Hypertension, Primary Health Care.
INTRODUÇÃO
A implantação do Programa Previne Brasil (PPB) representa um marco significativo na promoção da saúde e prevenção de doenças no contexto da enfermagem. Este programa, lançado pelo Ministério da Saúde (MS), busca reorganizar a Atenção Primária à Saúde (APS), fortalecendo a prevenção e o cuidado integral à população. O PPB propõe estratégias inovadoras, incluindo a ampliação do acesso aos serviços de saúde, a qualificação da atenção básica e a valorização da equipe de enfermagem como peça fundamental nesse processo (1). Ao adotar esse modelo, espera-se avançar na promoção da saúde e na prevenção de agravos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população atendida (2).
Atualmente, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) se configuram como uma das principais questões desafiadoras na esfera da saúde pública, gerando impactos que abrangem o bem-estar individual, atividades profissionais e a estruturação familiar e econômica (1). Essas enfermidades compreendem um conjunto de patologias associadas à maior parte das mortes prematuras, com uma projeção global de 52 milhões de óbitos até 2030 (3). Dada sua relevância epidemiológica, as DCNT, especialmente a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM), têm protocolos específicos na APS no contexto brasileiro. Diante de sua importância no âmbito epidemiológico, as DCNT, especialmente a HAS e o DM, possuem diretrizes específicas na APS no contexto brasileiro. Vale salientar que o PPB, uma nova abordagem de financiamento da APS, estipulada pela Portaria n.º 2.979 de 12 de novembro de 2019 (4) , destaca a inclusão de HAS e DM como elementos de um conjunto de indicadores da APS, sujeitos a avaliações a cada quadrimestre (5) . Esse programa inovador introduziu alterações no modelo de financiamento da APS, abandonando repasses fixos em favor de critérios mais dinâmicos, com ênfase na captação ponderada, através do registro de usuários no sistema, Eletrônico do Sistema Único de Saúde- Atenção Primária em saúde (e-SUS-APS, versão 5.2, ano de 2023, Ministério da Saúde- Brasil) e remuneração por desempenho, contemplando o alcance de metas associadas a sete indicadores de saúde(2) especialmente a “proporção de indivíduos com hipertensão, submetidos a consulta com medição da pressão arterial no semestre […] e […] a proporção de indivíduos com diabetes, submetidos a consulta com solicitação de hemoglobina glicada no semestre”(1) . Neste contexto, entre as doenças crônicas que apresentam elevado índice de complicações e agravos, está o diabetes mellitus tipo II (DMII).
O DMII constitui um desafio significativo para a saúde pública, tanto no cenário nacional quanto local. No Brasil, dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (5) , apontam uma prevalência alarmante, afetando cerca de 10% da população adulta. A média da redução na expectativa de vida para o DMII é de 5 a 7 anos. Ao analisar as taxas de hospitalizações por condições sensíveis-DCNT na faixa etária de 30 a 69 anos, nota-se uma inclinação à diminuição entre os anos 2008 e 2017 nas enfermidades cardiovasculares e respiratórias crônicas. No entanto, a partir de 2015, houve um aumento nas hospitalizações relacionadas a doenças cardiovasculares (com aumento de 8%) e, especialmente, por diabetes (com incremento de 25% entre 2015 e 2017). Essa elevação coincide com o crescimento da prevalência do diabetes, conforme registrado pelo Inquérito Populacional Telefônico (5,6).
Em Belo Horizonte–Minas Gerais (MG), a realidade epidemiológica do DM e HAS são delineadas pelo perfil local de saúde. A análise desses dados é essencial para direcionar estratégias de prevenção e controle, especialmente no âmbito da enfermagem, reconhecendo o impacto dessa doença crônica na qualidade de vida da população (7). O cuidado a pacientes crônicos requer uma abordagem holística, considerando aspectos clínicos, psicossociais e educativos(1).
A HAS elevada é uma condição de origem multifatorial, frequentemente associada a alterações metabólicas, hormonais e fenômenos tróficos. Manifesta-se pela elevação dos níveis de pressão arterial, considerada como um dos principais fatores de risco para complicações cardíacas e cerebrovasculares, além de problemas renais (7,8) . A estimativa do número de indivíduos afetados por hipertensão no Brasil é de aproximadamente 18 milhões, sendo que apenas 30% destes mantêm a condição sob controle, aumentando, assim, a propensão a acidentes vasculares cerebrais, enfermidades renais e cardiovasculares. Por outro lado, as complicações decorrentes do diagnóstico tardio da hipertensão ou da falta de aderência ao tratamento podem resultar em hospitalizações e custos hospitalares, conforme evidenciado pelos dados disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) do MS. Em outras palavras, 17,6% das internações estão associadas à hipertensão e condições hipertensivas, representando 5,9% dos recursos financeiros despendidos pelo SUS (5,9).
O manejo de alguns casos de DMII, para além das intervenções não medicamentosas, demanda consistentemente a utilização de insulina, a qual é prescrita em um regime intensivo, compreendendo de três a quatro administrações diárias, divididas entre insulina basal e insulina prandial (1). As doses são ajustadas com base nas leituras de glicemia capilar, realizadas no mínimo três vezes ao dia. Tal esquema demonstra uma redução significativa na incidência de complicações microvasculares [GRAU B] e macro vasculares [GRAU C] em comparação com o tratamento convencional, consistindo em duas doses diárias de insulina(6). Devido à complexidade adicional no cuidado desses pacientes, eles geralmente recebem acompanhamento especializado, ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos (10).
A maioria dos indivíduos com DM e HAS, necessitam de abordagens não medicamentosas, geralmente complementadas com medicações orais, o tratamento abarca a acessibilidade e disponibilidade da medicação nos serviços de saúde, informações sociodemográficas, aceitação da medicação, percepção de perda de controle sobre o próprio corpo, persistência da condição, ausência de sintomas, entendimento e compreensão da doença e do protocolo terapêutico(8). Durante o processo de formação os acadêmicos de enfermagem desenvolvem habilidades essenciais, como a comunicação interprofissional e o estímulo ao autocuidado, contribuindo para sua formação integral, de forma clínica e estratégica, no manejo a pessoa portadora de doenças, bem como implementação de ferramentas para redução de agravos. A equipe de enfermagem torna-se imprescindível neste cenário, no que se refere as melhorias dos indicadores no processo de saúde e doença, provendo impactos significativos na saúde pública no Brasil(4).
O relato de experiência acerca da implementação do PPB em pacientes diabéticos é de suma importância, por fornecer uma visão prática e contextualizada dos desafios e benefícios dessa iniciativa. Ao documentar experiências vivenciadas no campo de estágio, contribui-se para compartilhamento de práticas bem-sucedidas, promovendo a disseminação de conhecimentos que podem aprimorar a assistência aos pacientes com doenças crônicas. A relevância desse relato se destaca ainda mais ao ser respaldada pelas orientações do MS (10), proporcionando uma base sólida e alinhada com as diretrizes nacionais de saúde pública (4).
Diante disso, surge a seguinte questão norteadora: qual a experiência dos acadêmicos de enfermagem no manejo de pacientes crônicos portadores de DM e HAS no PPB. Portanto, o presente estudo visa implementar e refletir sobre os indicadores de saúde do Programa, como nova forma de estratégia da APS, relacionados a assistência oferecida ao paciente crônico portador de DMII e HAS na Estratégia de saúde da família (ESF) de Belo Horizonte–MG.
MÉTODOS
Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado em estratégias gerencias e assistências, de abordagem qualitativa, por acadêmicos de enfermagem do décimo período de graduação, faculdade Pitágoras – Belo horizonte, MG – no contexto de prática de Módulo de Estágio Supervisionado II, cujo objetivo é proporcionar ao aluno condições para viver a prática profissional na APS e desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes na área do cuidado coletivo, individual e do processo de gestão, e organização do cuidado integral, considerando as políticas de saúde e os grupos prioritários por elas definidos. Para promoção e melhorias dos indicadores de saúde municipais, no que prevê o PPB do MS. As intervenções foram realizadas entre os meses de setembro a dezembro de 2023 no Centro de Saúde Coqueiros, região noroeste do município de Belo Horizonte–MG. Para contextualizar o cenário da experiência, o local possui uma área de 1.085m² construída e cerca de 20 mil pessoas cadastradas com cinco equipes de ESF, o município possui uma população estimada em 2,5 milhões de habitantes, divididos em 9 regionais, 152 centros de saúde, totalizando 589 ESF com cobertura de 81,2% do território.
Realizou-se levantamento de dados pelo sistema eletrônico da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte denominado Solução Integrada de Gestão Hospitalar, Ambulatorial e de Regulação (SIGRAH, 2.0, 2023, PRODABEL- Brasil) com objetivo de gerar relatórios cadastrados e procedimentos realizados. Desta forma, foi possível selecionar a equipe que apresentava indicadores abaixo do desejado, diante dos critérios de escolha, a equipe selecionada foi a equipe 2 cujo território é dividido em (microáreas 5, 6, 7, 8 e 9) em seguida houve elaboração e sugestões de ações para mudanças significativas no cenário de assistência à saúde ao paciente crônico portador de DM e HAS.
Foram levantadas prioridades para o direcionamento das ações pelos acadêmicos de enfermagem, a população adscrita. De acordo com PPB, pacientes com níveis glicêmicos registrados há mais de seis meses deveriam ser reavaliados, solicitados os exames e registrados no prontuário eletrônico, assim foram feitas as intervenções, vale ressaltar que todas as ações foram supervisionadas pelo enfermeiro, preceptor de campo e Gerente da Unidade.
Por se tratar de um relato de experiência, a submissão deste estudo ao comitê de ética em pesquisa, não se faz necessária, entretanto foram seguidos os padrões éticos conforme recomendações nacionais e internacionais, salienta-se que houve anuência da instituição para publicação do relato de experiência.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme definiu a Portaria GM/MS n.º 3.222/2019, a listagem de indicadores do PPB, e as ações estratégicas que serão contempladas para a inclusão de novos indicadores a partir de 2021, foram necessárias mudanças e adaptações no processo de trabalho visando a conformidade neste cenário. Os acadêmicos de enfermagem, como integrantes provisórios das equipes de saúde durante o período de estágio, puderam proporcionar ações e iniciativas práticas, com intuito de alcançar os indicadores propostos. Dessa forma, promover melhorias na qualidade do atendimento, bem como tratamento efetivo e humanizado ao implementar e desenvolver as atividades em campo, propor o cuidado centrado na pessoa como principal pilar para o desenvolvimento do vínculo de confiança com usuário. Partindo desta primícia, visou-se ampliar o número de pacientes portadores de DM e HAS assistidos conforme os critérios e prazos estabelecidos pelo PPB, bem como qualificar e padronizar a assistência a estes grupos especificamente. Para tal, realizou-se busca ativa telefônica e/ou presencial de todos os pacientes vinculados a equipe, pelas agentes comunitárias de saúde (ACS), extraiu-se do sistema Gestão pacientes vinculados, faltosos, sem acompanhamento efetivo nos últimos 6 meses ou mais. Levantou-se então uma proporção considerável de pacientes sem o devido registro de acompanhamento no prontuário. Os pacientes então foram chamados e avaliados mediante consulta de enfermagem: avaliação dos dados vitais, antropométricos, exame físico, e posteriormente agendamento para coleta de exames de sangue para pacientes diagnosticados previamente com DM conforme os critérios médicos.
A sensibilização e conscientização dos membros da equipe, foi fator determinante para que a intervenção fosse efetiva durante o atendimento aos usuários pertencentes a estes grupos. As ações realizadas pelos acadêmicos de enfermagem tiveram impacto positivo, não apenas nos alcances dos indicadores, mas também na atualização cadastral e detecção dos casos de descontrole metabólico, como valores acima do desejado para hemoglobina glicada, glicemia de jejum e pressão arterial. Importante ressaltar que os descontroles supracitados podem ser reflexo de período pandêmico em que o foco assistencial sofreu prejuízos no que se refere à continuidade dos cuidados.
Compreendendo a educação em saúde como fator primordial para a redução de agravos, os respectivos pacientes foram convidados pelas agentes comunitárias de saúde ACS) para também participarem de um momento informativo desenvolvido pelos Acadêmicos de Enfermagem e observou-se uma boa interação e receptividade, possibilitando a compreensão do quanto é importante que os pacientes crônicos façam acompanhamento periódico do quadro clínico, bem como saiba quais os sinais de danos e agravos relacionados às doenças. Para esse momento utilizou-se o método de roda de conversa como forma de abordagem introduzindo os principais mitos e verdades acerca das doenças e como os hábitos saudáveis podem impactar positivamente para a melhora do quadro clínico. Tudo isso, possibilitou promover a autonomia, fortalecer vínculo entre o usuário e a comunidade, troca de saberes e a detecção das principais fragilidades dos pacientes atendidos.
CONCLUSÃO
O PPB propõe um novo modelo de financiamento para a APS, com mudanças significativas na forma de repasse dos recursos ao nível municipal. Diante da importância da proposta, os acadêmicos de enfermagem compreenderam a responsabilidade dos enfermeiros na proteção, promoção e prevenção a saúde. Agiram juntamente com toda a equipe de saúde para atingir as metas, estabelecer e aperfeiçoar processos de trabalho e gerenciamento do cuidado através das ferramentas digitais e protocolos já estabelecidos na APS para impulsionar os resultados a fim de aumentar a adesão dos pacientes crônicos portadores de DM e HAS ao tratamento.
Como futuros profissionais Enfermeiros, os estudantes desenvolveram o pensamento crítico, raciocínio clínico e gestão do cuidado. Entretanto, vale ressaltar, que o Programa pauta principalmente em números de atendimentos e aspectos clínicos/biomédicos que pode comprometer o atendimento holístico por parte da equipe, isso pode trazer impactos negativos na qualidade da assistência, uma vez que o foco parece ser prioritariamente quantitativo. Espera-se que com este relato de experiência os gestores e profissionais do SUS promovam uma reflexão e adaptação em como conciliar a qualidade nos atendimentos durante a adaptação das unidades com objetivo de alcançar as metas e desta forma, ocorrer otimização, continuidade e qualidade no atendimento e assim, manter a escuta humanizada e qualificada dos pacientes crônicos como os portadores de DM e HAS.
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¹Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0005-1481-8377;
²Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7781-5318;
³Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-6164-5052;
⁴Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0004-4899-8401;
⁵Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0001-6300-7336;
⁶Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0001-1284;
⁷Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-9432-2321;
⁸Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0005-8496-3748.