PAPILOMA VÍRUS HUMANO E A PREVENÇÃO AO CARCINOMA DE CÉRVICE UTERINA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7856643


Annibal Nakamura de Medeiros1
Rebeca Ferreira Nery2
Ian Wagner Paixão Simões3
Samuel Carvalho Miranda4
Breno Rafaelle Gehlen Montecinos Gallo5
Raphael Apolinário Oliveira6
Lorenna Nogueira de Faria7
Rafaela Vivas Costa8
Lucas da Paz Fernandes9
José Diego Silva Alves10
Letícia de Souza Emílio11
Jadson Nilo Pereira Santos12


RESUMO 

OBJETIVO: Diante do exposto, o principal objetivo deste estudo foi verificar os principais fatores de risco associados ao HPV no câncer do colo do útero no Brasil e avaliar a relação entre a infecção pelo papilomavírus humano e o desenvolvimento do câncer do colo do útero.. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa que se constituiu das seguintes etapas: identificação da questão norteadora, estabelecimento de critérios de inclusão e de exclusão; categorização dos artigos (extração, organização e sumarização das informações); avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados e apresentação da revisão. Na primeira etapa foi formulada a seguinte questão norteadora: “Quais os principais fatores de risco associados ao HPV no câncer de colo uterino no Brasil?”. RESULTADOS E DISCUSSÃO:  o HPV manifesta um interessante mecanismo de infecção, visando sempre se alocar em regiões com mucosa exposta, o reconhecimento e entendimento  deste  mecanismo fisiopatológico entre a mucosa orofaríngea e o agente causador  são  considerados  de  fundamental importância para o profissional de saúde, por se tratar de uma doença cada vez mais emergente na população mundial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, pode-se considerar que os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento do HPV e do câncer do colo do útero são tabagismo, doenças sexualmente transmissíveis (HIV, clamídia, tricomoníase e candidíase), uso de anticoncepcionais hormonais, número e características dos parceiros, associação entre prematuros atividade sexual e infecção pelo papilomavírus humano. Existe uma associação direta entre a presença do HPV e o câncer do colo do útero, sendo que o tipo de HPV, sua carga viral, agressividade persistente e outros cofatores são fatores associados ao câncer do colo do útero. 

Palavras-Chave: Papilomavírus Humano. Prevenção. Câncer de Colo de Útero.

ABSTRACT

OBJECTIVE: In view of the above, the main objective of this study was to verify the main risk factors associated with HPV in cervical cancer in Brazil and to evaluate the relationship between human papillomavirus infection and the development of cervical cancer. METHODOLOGY: This is an integrative review that consists of the following steps: identification of the guiding question, establishment of inclusion and exclusion criteria; categorization of articles (extraction, organization and summarization of information); assessment of included studies; interpretation of results and presentation of the review. In the first stage, the following guiding question was formulated: “What are the main risk factors associated with HPV in cervical cancer in Brazil?”. RESULTS AND DISCUSSION: HPV manifests an interesting infection mechanism, always aiming to allocate itself in regions with exposed mucosa, the recognition and understanding of this pathophysiological mechanism between the oropharyngeal mucosa and the causative agent are considered of fundamental importance for the health professional, for It is an increasingly emerging disease in the world’s population. FINAL CONSIDERATIONS: Therefore, it can be considered that the main risk factors associated with the development of HPV and cervical cancer are smoking, sexually transmitted diseases (HIV, chlamydia, trichomoniasis and candidiasis), use of hormonal contraceptives, number and partner characteristics, association between premature infants sexual activity and human papillomavirus infection. There is a direct association between the presence of HPV and cervical cancer, and the type of HPV, its viral load, persistent aggressiveness and other cofactors are factors associated with cervical cancer.

KEYWORDS: Human Papillomavirus. Prevention. Cervical Cancer.

1 INTRODUÇÃO

     O câncer do colo do útero é um grave problema de saúde pública em todo o mundo e é o segundo tipo de tumor mais prevalente em todo o mundo, causando significativa morbidade no Brasil. Atualmente é listado como o terceiro tipo de tumor mais comum entre as mulheres no país e a quarta causa de morte por câncer na mesma população. Na maioria dos casos, o HPV – Papilomavírus Humano está diretamente relacionado ao desenvolvimento desse tipo de câncer (SOUZA AAR,et al., 2018). 

O papilomavírus humano (HPV) infecta as células epiteliais que revestem o colo do útero sem ativar o sistema imunológico ou causar uma resposta inflamatória local. Ele infecta o interior das células e atua sobre os genes responsáveis ​​pela regulação da atividade e desenvolvimento controlados pelas células, produzindo lesões transitórias e lesões que podem ser precursoras de malignidade (SILVA DO,et al.,2021; SOARES MN,et al., 2020).

O Ministério da Saúde recomenda que o rastreamento desse tipo de câncer seja iniciado a partir dos 25 anos e que, para as mulheres sexualmente ativas, sejam repetidos dois exames normais com intervalo de um ano a cada 3 anos até os 64 anos. Para detectar esses casos com o maior sucesso possível, recomenda-se que a maioria dos testes seja realizada em mulheres de 25 a 64 anos (SOUZA AAR,et al., 2018).

Estima-se que a condição socioeconômica da população feminina seja um fator associado ao reconhecimento dos sinais e sintomas da doença. Portanto, a importância de fatores como idade, escolaridade, estado civil e multiparceiros deve ser considerada para medidas preventivas e educativas voltadas para a prevenção da infecção pelo HPV. A maioria das mulheres notará sintomas iniciais, como verrugas vaginais, feridas na área genital, corrimento, dispareunia, dor abdominal baixa, coceira e dificuldade para urinar. Por fim, prevenir o câncer do colo do útero com o uso de preservativos nas relações sexuais, rastreamento precoce com Papanicolaou e vacinação contra os tipos mais agressivos de HPV (tipos 16 e 18), pois estão associados ao desenvolvimento de câncer uterino agressivo (SILVA DO, et al., 2021;  SOARES  MN,et  al., 2020).

Diante do exposto, o principal objetivo deste estudo foi verificar os principais fatores de risco associados ao HPV no câncer do colo do útero no Brasil e avaliar a relação entre a infecção pelo papilomavírus humano e o desenvolvimento do câncer do colo do útero.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa que se constituiu das seguintes etapas: identificação da questão norteadora, estabelecimento de critérios de inclusão e de exclusão; categorização dos artigos (extração, organização e sumarização das informações); avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados e apresentação da revisão. 

Na primeira etapa foi formulada a seguinte questão norteadora: “Quais os principais fatores de risco associados ao HPV no câncer de colo uterino no Brasil?”

A operacionalização da pesquisa iniciou-se com a definição dos critérios de inclusão: estudos primários que incluíram pacientes com papiloma vírus humano e a prevenção; e publicados nos idiomas inglês, português e espanhol, com recorte temporal para inclusão dos artigos dos últimos cinco anos (2018-2023). Foram excluídos estudos como teses; dissertações; relatos de experiência e trabalhos completos disponíveis para download.

De forma pareada, a coleta de dados foi realizada em 2023 por meio do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Service of the U.S. National Library of Medicine (PUBMED), utilizando o método de busca avançada.

Empregou-se, para a busca, uma associação de três descritores de assunto do Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH), sendo: “HPV”, “Prevenção” e “Câncer de Colo de Útero” Utilizou-se, como estratégia de busca, a realização de entrecruzamentos aos pares com o operador booleano “AND” para associação dos descritores. Inicialmente, foram identificadas 830 referências primárias nas bases de dados.

Após a identificação, os artigos foram submetidos a um processo de triagem, por meio de análise da temática abordada, que incluía leitura do título, resumo e análise segundo critérios de inclusão e exclusão. Nesse processo, os artigos duplicados entre bases de dados e aqueles repetidos entre os selecionados foram identificados, tendo sido realizada a eleição definitiva das referências elegíveis para leitura na íntegra.  Utilizou-se o instrumento Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA) para relatar o processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos estudos, conforme representado na figura 1.

Figura 1 – Processo de busca e seleção dos artigos por meio de cruzamentos dos termos Medical Subject Headings (MeSH) e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), via bases de dados e biblioteca virtual..

BVS: Biblioteca Virtual em Saúde; MEDLINE®: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online; LILACS: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PUBMED: Service of the U.S. National Library of Medicine

De modo a assegurar a qualidade dessas etapas e evitar vieses de seleção, adotou-se como estratégia procedimental a dupla checagem de todos os estudos por mais um revisor, que atuaram de forma independente. A avaliação para inclusão ou exclusão dos estudos tinha como parâmetros os critérios previamente estabelecidos e a questão norteadora. Em situações de divergência de opiniões, um terceiro avaliador foi designado para repetir o processo de leitura e emitir um novo parecer, visando garantir uniformidade, validade e rigor ao processo de inclusão dos estudos na revisão. Assim, a amostra final foi composta por 11 artigos.

Após a seleção, a avaliação da qualidade metodológica dos estudos foi realizada com base no instrumento, Nível de Evidência Científica por Tipo de Estudo – “Oxford Centre for Evidence-based Medicine”, que classifica os artigos em níveis de evidência e graus de recomendação. Esse processo foi realizado por dois avaliadores, sem que houvesse troca de informação entre eles. No somatório dos escores dos dois avaliadores, todos os artigos incluídos na amostra enquadraram-se na categoria A, B e C. Destaca-se que não houve discordância entre os pares no processo de avaliação e não houve necessidade de um terceiro avaliador.

Para extração dos dados, utilizou-se um instrumento elaborado pelos pesquisadores, contendo as variáveis autor, ano, título e resultados. Após procedimentos de codificação, as informações foram organizadas por semelhanças e divergências, tendo sido reduzidas e compiladas eletronicamente em planilha do programa Microsoft Office Excel® versão 2013.

O estudo dispensou submissão ao Conselho de Ética e Pesquisa, por não tratar de pesquisa clínica que envolva animais e seres humanos, e apenas realizar coletas de informações em sistemas secundários de domínio público.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

A apresentação dos resultados desta revisão contemplou breve caracterização dos estudos primários, sumarizada no quadro 1, e posterior síntese descritiva dos aspectos teóricos, metodológicos e analíticos adotados na condução das pesquisas.

Quadro 1. Característica dos estudos incluídos na Revisão Integrativa. 

AUTORES/ANOTÍTULORESULTADOS
SÁ, Kássia Camila Camargo; SILVA, Luciano Ribeiro. 2019O exame papanicolau na prevenção do câncer no colo uterino: Uma revisão integrativaApós leitura criteriosa encontrou-se os seguintes dados: 26% dos artigos relatam sobre a importância da realização do exame Papanicolaou; 20% sobre a realização da coleta para o exame, finalidade do exame e sua sensibilidade; 27% apontam os fatores de risco e 27% dos artigos selecionados têm em comum a importância da realização do exame Papanicolaou e os fatores de risco. 
MELO, Ester Marcele Ferreira de et al. 2019Câncer cérvico-uterino: conhecimento, atitude e prática sobre o exame de prevençãoA prevalência de conhecimento, atitude e prática adequados foi de 35,2%, 98% e 70,6%, respectivamente. O conhecimento adequado foi associado a não ter filhos, ter renda familiar de dois salários mínimos e religião espírita/afro-brasileira. 
MORAES, Sarah Zattar de Oliveira et al. 2019Exame Papanicolau: comparação de fatores de risco e proteção em relação a variáveis sociodemográficas e de saúde por meio de inquérito telefônicoObservou-se que possuir plano de saúde, ter realizado mamografia, possuir entre 35 e 64 anos e ser legalmente casada são fatores de proteção para a realização do exame. Enquanto inatividade física é um fator de risco. O exame é mais prevalente entre mulheres com curso superior.
GUEDES, Daiany Helena Stein, et al. 2020Infecção pelo HPV: rastreamento, diagnóstico e conduta nas lesões HPV-induzidasA partir da análise das variáveis ​​sociodemográficas, a idade média observada foi de 44 ±1,21 anos (com mínimo de 18 e máximo 76 anos). A maioria das entrevistadas estava na faixa etária acima de 35 anos, 45 (60,0%); era de cor parda, 57 (76,0%); solteiras, 36 (48,0%); com ensino médio completo, 57 (76,0%); 48 (64,0%) e 42 (56,0%) apresentavam história de infecção pelo HPV. Ao analisar a origem do encaminhamento, 42 (56,0%) mulheres foram contra referenciadas de Unidades Básicas de Saúde ou Centro de Referência e Encaminhamento. Quanto ao histórico familiar de câncer, detectou-se que 28 (37,3%) mulheres apresentavam esse fator. Verificou-se, ainda, que 21 (28,0%) prontuários não possuíam informação.
ATAIDES, Monique Cezimbra; MEZZOMO, Lisiane Cervieri; CALIL, Luciane Noal. 2021Infecção pelo HPV na região Sul do Brasil: uma revisão integrativa da literaturaA  prevalência  estimada  de  infecção  pelo  HPV  foi  de  46,19%. Os genótipos mais encontrados foram HPV 6, de baixo risco, e os subtipos HPV 16,HPV  18,  HPV  31  e  HPV  58,  de  alto  risco.  Nas  amostras  classificadas  como  LSIL/HSIL  ou  de  células escamosas atípicas (ASC), tipos virais de baixo risco HPV 6, HPV 11 e HPV 44 foram os mais prevalentes, enquanto para os de alto risco os subtipos HPV 16, HPV, 18 e HPV, 58 foramos mais encontrados.
DE ALMEIDA, Aldenora Aparecida Farias et al. 2022Educação em Saúde para a prevenção de câncer de colo de útero decorrente do HPV.Foram incluídos nesta revisão de literatura 12 artigos científicos. Com isso, emergiram três temas: Estratégia de prevenção relacionada a transmissão de HPV; Detecção precoce do câncer do colo de útero; relação entre HPV e o câncer de colo de útero; esquema vacinal na prevenção primária contra o HPV. 
SANTOS, Tamyres Oliveira. 2022Aplicabilidade da colpocitologia oncológica na prevenção e no diagnóstico do câncer cervicalA coleta e a seleção dos dados para a obtenção desses resultados, resultaram na inclusão de 15 artigos que foram utilizados e analisados de acordo com a metodologia apresentada. Conclusão: O rastreamento cervical contribui como um meio de prevenção do câncer do colo do útero, isto porque ele é respaldado com base na história dessa patologia, a qual possui desenvolvimento progressivo através das alterações cervicais pré-malignas. Essas modificações identificadas precocemente e tratadas de forma adequada diminuem a probabilidade do câncer, e consequentemente as mortes causadas. 

PANOBIANCO, Marislei Sanches et al. 2022.
Conhecimento de acadêmicos de enfermagem sobre a vacina contra o papilomavírus humano82,4% dos estudantes do primeiro ano e 95,5% do último responderam que sabiam o que é o papilomavírus humano, e afirmaram ser um vírus sexualmente transmissível. Lacunas de conhecimento foram identificadas, quanto à finalidade do exame citopatológico, aos fatores de risco relacionados à infecção e relacionados à vacina, como número de doses e possíveis riscos e benefícios da mesma.


DE LIMA, K. F., Mello, L.H.C. , P., Gomes, L. M., Rodrigues-Antunes, S., Cristinne, D., & Feio, A. (2022)
A importância dos fatores associados à não adesão ao exame preventivo do câncer de colo uterino por mulheres brasileiras – revisão sistemáticaTais achados corroboram com os resultados do estudo de Barbosa et al.(15), que demonstrou queda da mortalidade por câncer de colo de útero (CCU) entre os anos de 1996 a 2010, na proporção de 1,7% ao ano, com as maiores taxas de redução observadas para o Sul (variação percentual anual VPA = -3,9%), Sudeste (VPA = -3,0%) e Centro-Oeste (VPA = -2,0%); além disso, os estados do Norte e do Nordeste registraram o menor percentual de exames realizados entre os anos de 2011 a 2013.
PEREIRA, R. S. de Oliveira, A. Ade Oliveira, J. V. N. de Carvalho, W. D. J. N., de Souza, A. A. R. (2022).Relação da infecção do papiloma vírus humano (HPV) com a apresentação de carcinomas decélulas escamosas de regiões da orofaringeApós a  análise  dos  artigos  foram  encontradas  as  seguintes  linhas  de  apresentação  de conclusão: Existência de um aumento de neoplasias de orofaringe relacionada à presença de HPV. Ademais, os estudos demonstraram a relação do papiloma vírus humano com carcinomas epidermóides de orofaringe através das variantesdo HPV-16
LOPES, L.S.; ALVES, L. da S.; SILVA, LL da.. 2023Atuação do enfermeiro na prevenção e detecção precoce do câncer uterino na atenção básica: uma scoping reviewOs resultados foram analisados ​​e constatou-se que ainda existe um número considerável de mulheres que desconhecem as causas do câncer de útero, a finalidade do exame preventivo; e associar o exame como algo a ser feito quando houver alguma anormalidade; que não realizam o exame regularmente e que realizam o exame apenas por queixas ginecológicas.

Fonte: Autores, 2023.

   De acordo com Quijano et al., 2018 patologicamente, o HPV manifesta um interessante mecanismo de infecção, visando sempre se alocar em regiões com mucosa exposta, o reconhecimento e entendimento  deste  mecanismo fisiopatológico entre a mucosa orofaríngea e o agente causador  são  considerados  de  fundamental importância para o profissional de saúde, por se tratar de uma doença cada vez mais emergente na população mundial.

Segundo Lima (2022), a realização do exame se mostrou mais elevada em mulheres de maior poder aquisitivo, brancas e que viviam com o companheiro. Sendo esta última variável um fator de risco associado à infecção pelo HPV, pois as mulheres que possuem múltiplos parceiros se expõem mais a esta infecção quando comparadas às que tiveram apenas um parceiro. Observou-se que ter um plano de saúde, ter realizado mamografia, possuir entre 35 e 64 anos e ser legalmente casada são fatores de proteção para a realização do exame. Enquanto inatividade física é um fator de risco (MORAES et., 2019).

Quanto ao conhecimento sobre o HPV, tanto os estudantes do primeiro ano quanto do último, obtiveram resultados satisfatórios para as primeiras perguntas e os dados corroboram os da pesquisa realizada com estudantes de medicina em Goiás, em que 98-99,4% dos participantes afirmaram já terem ouvido falar sobre o HPV e o reconhecem como uma IST. Esse é um resultado importante, pois pode tê-los alertado, mesmo que discretamente, quanto a um risco à saúde apresentado pelo HPV (PANOBIANCO MS et al., 2022). 

O câncer de colo de útero é um problema sério de saúde pública no Brasil, sendo também uma das principais causas de morte no mundo. É de fundamental importância o acompanhamento para detecção precoce, o que pode prevenir esta neoplasia (DE ALMEIDA et al., 2022).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Portanto, pode-se considerar que os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento do HPV e do câncer do colo do útero são tabagismo, doenças sexualmente transmissíveis (HIV, clamídia, tricomoníase e candidíase), uso de anticoncepcionais hormonais, número e características dos parceiros, associação entre prematuros atividade sexual e infecção pelo papilomavírus humano. Existe uma associação direta entre a presença do HPV e o câncer do colo do útero, sendo que o tipo de HPV, sua carga viral, agressividade persistente e outros cofatores são fatores associados ao câncer do colo do útero. 

Além disso, outros fatores de risco associados ao desenvolvimento de câncer de cólon, baixo nível socioeconômico, nuliparidade ou menos gravidezes, mais de dois parceiros sexuais ao longo da vida, não uso de preservativos, uso de contraceptivos e associações de certas doenças sexualmente transmissíveis

Sendo assim, a associação desses fatores coadjuvantes com a suscetibilidade individual, aliada ao tipo de HPV que acomete o sexo feminino, pode favorecer lesões displásicas de alto ou baixo grau. Quanto ao exame de rastreamento do câncer de colo uterino, observou-se que o programa tem dificuldade em recrutar e identificar grupos de alto risco.

REFERÊNCIAS 

ATAIDES, Monique Cezimbra; MEZZOMO, Lisiane Cervieri; CALIL, Luciane Noal. Infecção pelo HPV na região Sul do Brasil: uma revisão integrativa da literatura. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 45, n. 4, p. 206-223, 2021.

DA SILVA, Maria Luiza Laureano Galvão; DE MORAIS, Alanna Michely Batista; DE SOUSA, Milena Nunes Alves. Papilomavírus humano e fatores de risco no câncer de colo uterino. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 23, n. 1, p. e 11746-e 11746, 2023.

DE LIMA, Karoline Fernandes et al. A importância dos fatores associados à não adesão ao exame preventivo do câncer de colo uterino por mulheres brasileiras–revisão sistemática. RBAC, v. 54, n. 1, p. 55-61, 2022.

DE ALMEIDA, Aldenora Aparecida Farias et al. Educação em saúde para a prevenção do câncer do colo do útero decorrente do HPV. Revista de Divulgação Científica Sena Aires , v. 11, n. 3, pág. 302-313, 2022. 

GUEDES, Daiany Helena Stein et al. Fatores associados ao papilomavírus humano entre mulheres com câncer de colo uterino. Rev Rene, v. 21, p. 32, 2020.

LOPES, L.S.; ALVES, L. da S. .; SILVA, LL da . Atuação do enfermeiro na prevenção e detecção precoce do câncer uterino na atenção básica: uma scoping review. Investigação, Sociedade e Desenvolvimento , [S. l.] , v. 11, n. 16, pág. e247111638155, 2022. 

MORAES, Sarah Zattar de Oliveira et al. Papanicolau: comparison of risk and protective factors related to sociodemographic and health variables by telephone-based surveillance. Rev. epidemiol. controle infecç, p. 234-240, 2019.

MELO, Ester Marcele Ferreira de et al. Câncer cérvico-uterino: conhecimento, atitude e prática sobre o exame de prevenção. Revista Brasileira de Enfermagem , v. 72, p. 25-31, 2019. 

NOLETO J,e t al. Perfil de resistência de bactérias carreadas por artrópodes no ambiente nosocomial:uma revisão integrativa.Open Science Research,2022; 577-583.

PEREIRA, Rafael Santana et al. Relação da infecção do papiloma vírus humano (HPV) com a apresentação de carcinomas de células escamosas de regiões da orofaringe: Uma revisão sistemática. Medicina (Ribeirão Preto), v. 55, n. 4, 2022.

PANOBIANCO, Marislei Sanches et al. Conhecimento de acadêmicos de enfermagem sobre a vacina contra o papilomavírus humano. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, 2022

SÁ, Kássia Camila Camargo; SILVA, Luciano Ribeiro. O exame papanicolaou na prevenção do câncer no colo uterino: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica da Faculdade Evangélica de Ceres, v. 8, n. 1, p. 8-8, 2019. 

SOUZA  AAR, et  al.Indicadores  de  monitoramento  do  câncer  de  colo  de útero  em  um  Município Maranhense. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018; 11(2): e126.

SILVA  DO, et  al. Ação  educativa  sobre  a  prevenção  do  papiloma  vírus  humano  e  do  câncer  de  colo uterino: um relato de experiência.

Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2021; 13(12): e9302.

SANTOS, Tamyres Oliveira. Aplicabilidade da colpocitologia oncológica na prevenção e no diagnóstico do câncer cervical. 2022. 

SOARES MN,et al.Tipos histológicos do câncer do colo do útero associado com a infecção pelo HPV em  pacientes  atendidas  em  hospital  de  referência  oncológica  no  estado  do  Pará.Revista  Eletrônica Acervo Científico, 2020;14: e 4821.

SILVÉRIO, Gabriel Matias Borges et al. Papiloma vírus humano e a relação com o câncer de colo uterino Human papillomavirus and the relationship with cervical cancer. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 3, p. 17265-17265, 2022.


1Graduando em Medicina, IDOMED- Estácio de Sá, Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Brasil
3Graduanda em Enfermagem, Faculdade São Francisco da Paraíba, Cajazeiras, Paraíba, Brasil.
3Graduando em Medicina, Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC-JF); Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
4Graduando em Medicina, Centro Universitário do Norte de Minas (Funorte), Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
5Graduando em Medicina, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, Santa Catarina, Brasil.
6,7, 8,9 Graduando em Medicina, UNIPAC, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
10Graduando em Medicina, Universidade Federal do Cariri, Barbalha, Cariri, Ceará
11Graduanda em Enfermagem, Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
12Enfermeiro, Mestre em Ciências Aplicadas a Saúde – UFS.