PAPEL DO FARMACÊUTICO NA PREVENÇÃO DE HIPOVITAMINOSE D EM PACIENTES IDOSOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502181330


Cleide Duila de Nazaré da Silva¹
Edinelma da Silva Oliveira²
Elizabeth Queiroz de Jesus³
Silvio Pereira Barreto⁴
Francisca Elisangela Sousa Ferreira⁵
Yury Gabriel Tavares Rodrigues⁶
Vitor Carvalho de Almeida⁷
Joaquim Victor de Carvalho Sodré⁸
Larissa Cardoso Benício Palheta⁹
Marcilene Conceição Borges¹⁰
Thalia de Cássia Sousa Gomes¹¹
Hélio Márcio Amaral Mendes¹²
Lariza Perla e Silva Martins¹³
Luã Augusto Barros Cunha¹⁴
Wallace Fagner Silva da Conceição¹⁵


RESUMO

A vitamina D é um pro hormônio de extrema importância no fortalecimento ósseo e no sistema imunológico essencial para a homeostasia. O presente estudo objetiva retratar a importância do profissional farmacêutico na prescrição e na orientação da vitamina D e sua fisiopatologia.  A deficiência desta vitamina é frequentemente observada em idosos, pois o estado nutricional é comprometido devido a uma ingestão inadequado de cálcio e da vitamina D. Os assuntos foram abordados através de uma revisão bibliográfica visando a explicação e conhecimento da temática proposta. A realidade da polifarmácia entre os idosos é considerável, pois a população geriátrica faz uso de vários medicamentos devido as patologias geradas com a idade, sendo importante o acompanhamento farmacêutico para garantir o uso seguro dos medicamentos utilizando de maneira correta e a quantidade adequada.

PALAVRA CHAVE: “Vitamina D”, “Deficiência de Vitamina D”, “Assistência farmacêutica ao idoso”, “Hipovitaminose D”, “Vitamin D in Elderly” e “ Suplementação em vitamina D”.

INTRODUÇÃO

Estima-se que a descoberta da vitamina D teve início em meados do século XVII, com a industrialização da Europa. Trata-se de um pró-hormônio, que se apresenta em duas formas, ergocalciferol (D2) e colecalciferol (D3) (Feltrin et al., 2019). Atua como um regulador da fisiologia osteomineral, especialmente do metabolismo do cálcio e do equilíbrio de fósforo, assim como interfere em outras funções fisiológicas, como a modulação do músculo esquelético e da diferenciação das células (Oliveira et al., 2021). Esta vitamina é obtida principalmente através da exposição da pele ao sol, e também pela ingestão de alguns alimentos, como fontes de óleo de peixe, além dos suplementos orais (Dutra et al., 2020).

A vitamina D tem papel importante na saúde das pessoas, principalmente na terceira idade, pois é responsável por manter os níveis de cálcio no organismo e este controle é por meio do Sistema endócrino no qual inclui os metabólitos da vitamina D e o paratormônio (PTH) que estimula a produção da forma ativa da vitamina D a 1,25-dihideoxivitamina D (1,25 (OH2D), (Calcitriol), pelo rim (Almeida, 2019). Diante disso, a vitamina D possui diversas atividades, além de garantir um bom funcionamento dos principais órgãos do ser humano, inclusive a pele (Piotrowska; Wierzbicka; Żmijewski, 2016). Sendo assim, o equilíbrio da vitamina D nos idosos além de importante é essencial para a saúde, pois auxilia no processo de envelhecimento e proporciona uma melhor qualidade de vida (Cruz, 2020).. Os idosos estão passando por diversas mudanças fisiológicas e funcionais, visto que essa população tem aumentado nos últimos anos, da mesma maneira estão mais susceptíveis a doenças crônicas (Costa et al., 2022).. A insuficiência de vitamina D se torna comum nos idosos, estudos sugerem que está relacionado a uma série de outros distúrbios, como as doenças cardiovasculares, hipertensão, dentre outras (Mosekilde, 2005). Está relacionado também aos hábitos alimentares e também devido a menor exposição ao sol (Dantas et al., 2022).

De acordo com Domingues, observou-se uma crescente procura pela suplementação de vitamina D, e consequentemente o uso indiscriminado desta vitamina (Domingues, 2022).

Desta forma, esta revisão irá abordar os problemas relacionados com a hipovitaminose na população idosa e possíveis intervenções terapêuticas relacionada com a atividade farmacêutica.

Vitamina D

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel importante para o metabolismo ósseo é considerada um hormônio esteróide, antioxidante, precursora do colesterol e com atividade anti- inflamatória devido ao aumento de citosinas e interleucinas em pacientes com doenças auto-imune por exemplo (Nogueira et al., 2021). Cerca de 20% desse hormônio é adquirido por fontes exógenas no qual se divide em dois grupos, um grupo é Vitamina D2 (ergocalciferol) obtida em alimentos de origem vegetal e o outro grupo é a vitamina D3 (colecalcoferol) presente em alimentos de origem

O processo de síntese endogéna do grupo de moléculas da vitamina D, inicia-se quando os raios solares, mas precisamente os raios ultravioletas B (UVB) no comprimento de onda entre 290 a 315 nonômetro atingem as profundas camadas da Epiderme (estrato, espinhosa e basal) do indivíduo onde fica acondicionado a substância precursora 7- deidrocolesterol (7- DHC) no qual para que haja concentrações ideias é necessário a presença da enzima 7-deidrocolesterol – redutase (DHCR7) com atividade adequada convertendo o 7- DHC em colesterol (Castro, 2011). Para a Vitamina D ser ativada, ela é convertida de D3 para D4 sendo necessário duas reações de hidroxilação. A primeira reação química ocorre no fígado pelo Citocromo P450 originando a 25- hidroxicolecalciferol (25 OH)D que é a forma circulante, a segunda reação ocorre no rim formando a 1,25 – dihidroxicolecalciferol (1,25 OH) D forma ativa (Costa, 2017).Enquanto que receptores de vitamina D (RVD) que são essenciais para a homeostase do cálcio e saúde óssea, estão distribuídos em diversas partes do corpo como cérebro, pâncreas, intestino, rins, ossos entre outros.

 As concentrações de vitamina D no organismo são proporcionais as quantidades adquiridas, seja por produção cutânea, ingestão alimentar ou por suplementação (Elicker et al., 2021).

 Vale ressaltar, que a Síntese cutânea da vitamina D por Luz solar, no qual é a principal fonte de obtenção, é comprometida em idosos devido ao processo de envelhecimento, apresentam um afinamento na espessura da Epiderme e derme ocasionando a diminuição da reserva dessa vitamina, agravando-se com dieta desequilibrada em alimentos fontes de vitamina D além da má absorção pelo trato gastro intestinal pelo uso de múltiplos medicamentos. ( Fraga; S; S; 2019)            animal como peixes, leite, queijos e fígado. Essa vitamina é produzida principalmente pela via endógena com a exposição da camada basal da epiderme aos raios ultravioletas B ( UVB) (Francez et al., 2021).

Figura 1 – O processo de síntese da vitamina D, ativação e absorção

Fonte: autor próprio

Segundo o médico patologista clinico e diretor de ensino da Sociedade Brasileira de Patologia Clinica / medicina laboratorial ( SBPC/ML), orienta que é fundamental realizar exames para o acompanhamento dos níveis séricos de vitamina D, principalmente nos pacientes na terceira idade. (SBEM, 2017). O marcador bioquímico para avaliar os níveis séricos de vitamina D é o exame laboratorial dosagem de (1,25 OH) D (Elicker et al., 2021).

Síntese da Vitamina D

     Tabela 1 –  VALORES DE REFERÊNCIA DE VITAMINA D     

25 (OH)DSTATUSINFORMAÇÕES
>20 ng/mlDESEJAVELPopulação de modo geral
30 – 60 ng/mlRECOMENDADOGrupos de riscos como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, entre outros.
10- 20 ng/mlBAIXORisco de aumentar remodelação óssea e com isso perda de massa óssea além dos riscos de osteoporose e fraturas
< 10 ng/ mlMUITO BAIXACom riscos de evoluir com defeito na mineralização óssea que é osteomalácia e Raquitismo
>100 ng/mlCONSIDERADO ELEVADORiscos de Hipercalcemiia e intoxicação

Fonte: Adaptado da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia ( SBEM)

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado através de uma revisão da literatura com estudo transversal com abordagem quantitativa em pesquisas já existentes realizadas no Brasil e no mundo entre o período de 2018-2022, com exceção de alguns estudos de anos anteriores, na população geriátrica a fim de compreender o motivo da Hipovitaminose D em idosos e como o farmacêutico pode atuar nessa problemática.

          Os dados foram coletados a partir de fontes de internet em bancos de dados em plataformas de trabalhos científicos como Eletrônico Library Online(SCIELO), plataforma de busca da National Library of Medicine(PUBMED) e site de busca como Google Acadêmico que abordam o referido tema em Línguas Estrangeira e Nacional. Foram utilizados para a busca os descritores, “Vitamina D”; “Deficiência de Vitamina D”;“Assistência farmacêutica ao idoso”; “Hipovitaminose D”, “Vitamin D in Elderly” e “ Suplementação em vitamina D”.  Como critérios de inclusão, foram adicionados ao estudo, publicações e trabalhos científicos do período de 2005-2022, que tenham como tema central “a deficiência e importância da vitamina D”, e a “assistência farmacêutica em idosos”. E foram excluídos quaisquer participante que não se enquadrem  nos critérios de inclusão.

           Foram aptos a participar no estudo temas publicados da hipovitaminose D em idosos de ambos os sexos, que utilizem ou não a suplementação vitamínica D para a comparação dos dados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da avaliação de 27 artigos dessa revisão, foram selecionados 15 artigos relacionados ao tema, onde os estudos demonstram a importância da vitamina D e sua correlação com o funcionamento do organismo.

Tabela 2 – Estudos da avaliação de vitamina D em pacientes idosos .

Autor, anoArtigoHipovitaminose/ HipervitaminosePopulação estudadaQual a forma de medida
Feltrin et al., 2019Níveis séricos de vitamina D em pacientes geriátricos33,2% Níveis normais de Vitamina D e 57% Insuficiente533 idodos entre 50- 79 anos, Cidade Criciúma/ SC- Brasil 88,4% Feminino 16% MasculimoPacientes de ambulatórios geriátricos no ano 2012
Oliveira et al,. 2019Riscos da suplementação com doses excessivas de vitamina DHipovitaminoseEstudo de casos de uma idosa de 67 anos que automedicava com vitamina DIdosa 67 anos diagnosticada com hipervitaminose D, devido a automedicação
Dutra et al., 2020Deficiência e biodisponibilidade da vitamina D: Uma revisão bibliográfica.Deficiência e biodisponibilidade  de vitamina DSuplementação de pessoas > 60 anos, mulheres gestantes e doenças desencadeadas por essa vitaminaRevisão de literatura sobre deficiência e biodisponibilidade da vitamina D nos últimos 10 anos.
Almeida, 2019Papel do cálcio e vitamina D na prevenção  e tratamento da osteoporoseHipovitaminoseIdosos e adolescentes portugueses1500 idosos portugueses com 40% de deficiência de vitamina D. Nos adolescentes apresenta níveis baixos desta vitamina, com incidência nos meses de  inverno
Cruz, 2020A importância da vitamina D para saúde dos idososHipovitaminose D correlacionada a deficiência de ingestão de cálcioPopulação idosa de ambos os sexos das regiões do Brasil, Dinamarquesa e Europeias.Série histórica no período de 2015 – 2020
Dantas et al., 2022Vitamina D: Importância e implicações da deficiência na saúde da população idosa.Hipovitaminose : 53, 49% nas Mulheres e 24,84% HomensPopulação idosa de ambos os sexos na faixa etária entre 50 a 69 anos.329 participantes entre o período dos meses de Maio e Outubro de 2017.
Domingues, 2022Causas da toxicidade por vitamina d em idosos: Uma revisão de relatos de casosHipervitaminose D devido a automedicação e a associação a outros medicamentos como calcitriol.População idosa entre 67 a 86 anos de ambos os sexosRelato de casos de 06 pacientes entre 2016- 2021.
Costa, 2017          Vitamina D e o envelhecimento73% Deficiência vitamina D em idoso > 90 anos 25% Insuficiência 40 – 49 anos e 40% Suficiente < 10 anosPopulação Portuguesa entre 10 – 90 anos de idade e de ambos os sexos.Pesquisas entre 2007 a 2017.
Elicker et al., 2021Níveis de vitamina D em idososHipovitaminose679 pacientes de ambos os sexos com uma média de idade de 71 anos sendo: 506 mulheres 173 homensIdosos atendidos em um laboratório de analises clinicas da cidade de Cruz Alta- RS
Fraga; S; S, 2019Vitamina D  na geriatria: Porque suplementar ?HipovitaminosePopulação geriátrica com reduzida exposição solar cutâneaRevisão da literatura com base em artigos que evidenciam uma suplementação medicamentosa prescrita corretamente por profissionais capacitados.
Jorge et al., 2018Deficiência da Vitamina D e doenças  cardiovascularesHipovitaminose e sua relação com doenças cardiovascularesPopulação geral considerados de riscos em relação a doenças cardiovascularesResultados obtidos foram de trabalhos já publicados
Rolizola et al. , 2022Insuficiência de vitamina D e fatores associados: Um estudo com idosos assistidos por serviços de atenção básica a saúde.Hipovitaminose533 idosos > 60 anos em três cidades do estado de São Paulo.Avaliação da 25(OH)D sérica por quimiluminescência com fatores associados a condições sociodemográficas.
Galvão et al., 2016Eficácia da reposição de  vitamina D3 em idosos na dose de 50.000 UI por semana durante 8 semanas: É suficiente ?Hipovitaminose D por deficiência e insuficiência de vitamina DIdosos de ambos os sexos com 60 anos ou maisForam recrutados no período de 10 de junho a 30 de julho de 2014.
Silva; Batalha 2022Relevância da suplementação de vitamina D na prevenção da osteoporose em idosos.HipovitaminosePrevenção de osteoporose em idoso de ambos os sexosResultados de estudos da revisão de literatura
Maeda et al., 2014Recomendações da Sociedade Brasileira de Em docrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose DHipovitaminosePopulação de risco como idosos e mulheres na pós menopausaBaseada através de recentes evidencia cientificas sobre o tratamento da hipovitaminose D

HIPOVITAMINOSE D EM IDOSOS, E SUA PREVALÊNCIA NO BRASIL E NO CENÁRIO MUNDIAL 

Na atualidade a deficiência de vitamina D, têm sido declarada um problema de saúde pública no mundo todo, por motivo de suas consequências no desenvolvimento de diversas doenças, entre elas diabetes mellitus tipo 2, raquitismo, obesidade, doenças cardiovasculares, doenças auto-imunes e em destaque a osteoporose que afeta principalmente a população idosa

De acordo com Feltrin et al., 2019 de 533 idosos estudados, 88,4% são de mulheres e de acordo com Elicker et al., 2021 de 609 idosos entrevistados, 506 também eram mulheres evidenciando assim que as mulheres têm maior pré-disposição do que os homens. Estudos epidemiológicos têm comprovado

                    devido a perda da massa óssea (Francez et al.,2021).


A partir dos dados coletados nessa revisão, observou-se que fisiologicamente a população idosa apresenta insuficiência vitamínica D devido ao processo de envelhecimento que ocorre, há perda de massa cutânea que interfere na síntese dessa vitamina e consequentemente ocasionando a hipovitaminose, e dessa população verificou-se a prevalência no sexo feminino.

que uma parte relevante da população mundial, demonstra baixos níveis plasmáticos de vitamina D. De acordo com o mapa, países como o Brasil, Alemanha e Índia chegam a apontar taxas de deficiência de vitamina D superiores a 50% (Jorge et al.,2018). Como mostra neste mapa abaixo.

Figura 2 – Prevalência mundial da deficiência de vitamina D em adultos. Adaptado de: Palácios C, Gonzalez L. Isvitamin D deficiency a major global public health problem? J Steroid Biochem Mol Biol. 2014 October; 144PA: 138–145. doi:10.1016/j.jsbmb.2013.11.003.

          Apesar da posição geográfica do Brasil apresentar uma boa acessibilidade de raios ultravioleta (UVB), possibilitando ao indivíduo á uma exposição solar durante o ano todo. Um estudo realizado em Recife – Pe apresentou, em 234 idosos do sexo casos (26,09 ± 9,20 ng/ml). Diante disso uma identificação precoce possibilitaria estratégias de prevenção e controle dessa condição no Brasil (Rolizola et al., 2022).

Com base no trabalho de Silva e Batalha (2022) os resultados de estudos de revisão demonstram que para combater a osteoporose é relevante a suplementação de vitamina D que auxilia na prevenção de fraturas e quedas.

No artigo publicado por Domingues, 2022, relata também os perigos da automedicação, pois levam a toxicidade o que demonstra a necessidade de um acompanhamento de um profissional da saúde capacitado para a orientação necessária sobre o uso da suplementação vitamínica D.

Orientação Farmacêutica: Suplementação de Vitamina D em idosos

O Farmacêutico é um profissional da saúde especialista nos fármacos, capacitado para promover a saúde e o uso racional dos medicamentos (Santos et al.,2021), além de desempenhar                 masculino e constatou insuficiência em 66,7%, com concentração sérica de 25(OH)D abaixo do recomendado (27,86 ± 1,52 ng/ml). Dados similares encontrados em outra pesquisa em Palhoça/SC, com 287 idosos constatou a hipovitaminose na maioria dos

atendimento clínico na orientação farmacêutica no contato direto com a população geral especialmente em idosos. (Faria; Paiva., 2021).  Outra situação importante usada no cuidado ao paciente na terceira idade pelos profissionais de saúde, em especial ao farmacêutico é o acompanhamento seguro e efetivo na polifarmácia, situação onde o paciente faz uso de cinco ou mais medicamentos. Para que não ocorra complicações na terapia nessa população de risco e, sobretudo proporcionar uma melhor qualidade de vida (Silva; L; S, 2021).

Neste cenário é notado problemas sérios envolvendo farmacoterapia, como: (1) tratamento de vários medicamentos simultaneamente, (2) fármacos utilizados sem orientação médica, (3) interações farmacológicas com outros medicamentos e (4) certos alimentos.

A orientação farmacêutica é fundamental na saúde dos idosos na diminuição de complicações relacionada aos medicamentos como informação sobre doenças e redução de gastos, pois são grandes consumidores de diversos tipos de medicamentos, devido as várias patologias que surgem no processo de envelhecimento, assim como a perda de massa cutânea, ocasionando a Hipovitaminose D. (Junior; Batista, 2018).

Nos últimos anos, tem se intensificado a insuficiência de vitamina D, nessa população, devido a falta de suplementação, ocasionando diversos riscos a saúde do idoso, como fraturas, síndromes metabólicas, dentre outras (Duarte et al., 2018)  Desta forma, a suplementação é fundamental, segundo a SBEM, deve-se optar pela vitamina D3, pois é bastante eficaz quando aplicada conforme a posologia (Galvão et al., 2016). Em âmbito mundial os critérios para o tratamento da deficiência de vitamina D, compreende o uso de suplemento ergocalciferol (D2) na América do Norte e colecalciferol (D3) na Europa (Ruggiero et al.,2019).

Tabela 3 – Dose diárias recomendadas de suplementação de vitamina D.

Até 6 meses300UI
Mais de 6 anos400UI
Adultos com mais de 24 anos200UI
Gestantes e lactantes400UI
Na ausência de exposição solar600 a 800UI
Idoso800UI

Adaptado de Silva; Batalha (2021)

Para suplementação indica-se a vitamina D3 devido a sua versatilidade, pois é a mais disponível no mercado, a mais estudada, efetiva e a que é hoje a mais reconhecida no exame laboratorial 25(OH) D. A vitamina D2 tem meia vida curta comparada a D3 o que ocasionaria em doses diárias ( Maeda et al., 2014)

Tabela 4 – Medicamentos com Vitamina D3 (colecalciferol) isolada disponíveis no Brasil


Nome comercial
  
   Laboratório

Tamanho embalagem

Concentração/ unidade
Addera D3Mantecorp/ Farmasa10 ml132 UI/gota
Addera D3Mantecorp/ Farmasa30 comprimidos1.000 UI/ comprimido
Addera D3Mantecorp/ Farmasa4 comprimidos7.000 UI/ comprimido
Addera D3Mantecorp/ Farmasa4 comprimidos50.000 UI/ comprimido
BioDUnião Química20 ml200 UI/gota
DforteMarjan Farma60 cápsulas200 UI/ Cápsula
DPrevMyralis Pharma30 cápsulas1.000 UI/cápsula
DPrevMyralis Pharma30 cápsulas2.000 UI/cápsula
DPrevMyralis Pharma30 cápsulas5.000 UI/cápsula
DPrevMyralis Pharma30 cápsulas7.000 UI/cápsula
DePuraSanofi10 e 20 ml200 UI/gota
DePuraKidsSanofi10 e 20 ml200 UI/gota
DeSolApsen10 e 20 ml200 UI/gotas
Dose DAché10 e 20 ml200 UI/gota
Maxxi D3Myralis Pharma10 e 100 ml200 UI/gota
Vitax D3Arese Pharma90 cápsulas200 UI/capsula
Vitax D3Arese Pharma20 ml200 UI/gota
Vitersol DMarjan 20 ml20 ml200 UI/gota
Vitersol DMarjan60 cápsulas200 UI/cápsula

Adaptado de Maedaet al (2014)

CONCLUSÃO

Conclui-se que a prevalência de hipovitaminose D está relacionado no desenvolvimento de diversas patologias, como doenças cardiovasculares, as degenerativas como Alzheimer e Parkinson, esclerose múltipla, diabetes melitus, dentre outras. Esta vitamina tem sua importância comprovada, pois está relacionado com o metabolismo do cálcio, um importante mineral, essencial ao organismo.

Os resultados deste estudo comprovam também a importância do profissional farmacêutico na atenção a saúde do idoso, garantindo o uso seguro dos medicamentos e o fortalecimento quanto a adesão ao tratamento, reduzindo gastos, promoção da saúde e prevenção de deficiência de vitamina D entre a população de maior risco, como idosos.

Portanto, a utilização de suplementação de vitamina D é essencial. Estudos revelam seus benefícios para promover a saúde, porém, deve ser utilizada com orientação e instrução de um profissional.

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