THE NURSE’S ROLE IN THE PREVENTION AND TREATMENT OF SEXUALLY TRANSMITTED INFECTIONS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8327515
Karine Bonfim Sartor
RESUMO: O papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é crucial para a saúde da população. O enfermeiro desempenha funções essenciais na educação sobre ISTs, fornecendo informações precisas sobre prevenção, como o uso de preservativos, vacinação e exames regulares. Além disso, eles são fundamentais na triagem, diagnóstico e tratamento das ISTs, coletando histórico sexual, realizando exames clínicos e encaminhando para tratamento adequado, inclusive prescrevendo medicamentos. Os enfermeiros também promovem ações de prevenção específicas para grupos vulneráveis, como adolescentes e gestantes, através de programas educacionais sobre a importância do sexo seguro e da busca por cuidados de saúde. A capacitação contínua dos enfermeiros em relação às ISTs e a implementação de estratégias de educação em saúde podem melhorar a eficácia do enfermeiro nessa área e reduzir a incidência de novos casos. A pesquisa busca analisar o papel do enfermeiro nas ISTs e propor estratégias para otimizar sua atuação, visando a melhoria dos resultados de saúde da população. O objetivo geral é investigar a percepção e conhecimento dos enfermeiros sobre ISTs, analisar políticas e diretrizes existentes e propor estratégias para melhorar o papel do enfermeiro nesse contexto. A pesquisa baseia-se em uma revisão abrangente da literatura científica, utilizando bases de dados especializadas e palavras-chave relevantes para selecionar estudos que abordem desafios, melhores práticas, políticas e diretrizes relacionadas ao tema. O foco é encontrar aspectos que possam ser aprimorados para aprimorar a atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento das ISTs.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiro; Tratamento; Doenças; Sexualmentee Transmissíveis
ABSTRACT: The role of nurses in the prevention and treatment of sexually transmitted diseases (STIs) is crucial for the health of the population. Nurses play essential roles in STI education, providing accurate information on prevention, such as condom use, vaccinations and regular checkups. In addition, they are fundamental in screening, diagnosing and treating STIs, collecting sexual history, performing clinical examinations and referring patients for appropriate treatment, including prescribing medication. Nurses also promote specific prevention actions for vulnerable groups, such as adolescents and pregnant women, through educational programs on the importance of safe sex and the search for health care. Continuous training of nurses regarding STIs and the implementation of health education strategies can improve nurses’ effectiveness in this area and reduce the incidence of new cases. The research seeks to analyze the role of nurses in STIs and propose strategies to optimize their performance, aiming at improving the health outcomes of the population. The general objective is to investigate the perception and knowledge of nurses about STIs, analyze existing policies and guidelines and propose strategies to improve the role of nurses in this context. The research is based on a comprehensive review of the scientific literature, using specialized databases and relevant keywords to select studies that address challenges, best practices, policies and guidelines related to the topic. The focus is on finding aspects that can be improved to improve nurses’ performance in the prevention and treatment of STIs.
KEYWORDS: Nurse; Treatment; Illnesses; Sexually and Transmissible
1. INTRODUÇÃO
O papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (IST’s) é de suma importância para a saúde da população. Primeiramente, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na educação e conscientização sobre as IST’s, fornecendo informações precisas e atualizadas sobre métodos de prevenção, como o uso de preservativos, a importância da vacinação e a realização de exames periódicos. Essa orientação contribui para a redução do número de novos casos e para a disseminação de práticas seguras.
Além disso, o enfermeiro desempenha um papel essencial na triagem, diagnóstico e tratamento das IST’s. Por meio da coleta de histórico sexual e realização de exames clínicos, ele é capaz de identificar precocemente a presença de infecções e encaminhar os pacientes para o tratamento adequado. O enfermeiro também está capacitado para prescrever medicamentos, quando necessário, e acompanhar o paciente durante todo o processo de recuperação.
Outro aspecto relevante é o trabalho do enfermeiro na promoção de ações de prevenção direcionadas a grupos específicos, como adolescentes, gestantes e populações vulneráveis. Através de programas de educação em saúde, o enfermeiro pode abordar temáticas relacionadas à prevenção das IST’s, como a importância do sexo seguro, a realização de testes rápidos e a necessidade de tratamento imediato. Essas ações contribuem para a redução do estigma em torno das IST’s e para o
aumento da adesão aos cuidados de saúde, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos afetados.
Os enfermeiros têm um papel crucial na prevenção e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (IST). Eles contribuem para diminuir a incidência de novos casos, proporcionando tratamento adequado aos pacientes e melhorando a saúde sexual da população em geral, por meio de ações educativas, rastreamento, diagnóstico, promoção do tratamento e medidas preventivas.
O problema de pesquisa será, como o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (IST’s) pode ser otimizado para melhorar os resultados de saúde da população?
A hipótese é que a capacitação contínua dos enfermeiros em relação às IST’s, incluindo o acesso a informações atualizadas sobre métodos de prevenção, testes diagnósticos e tratamentos eficazes, pode aumentar sua eficácia na prevenção e tratamento das IST’s. Além disso, a implementação de estratégias de educação em saúde direcionadas à população, visando a conscientização sobre a importância do sexo seguro e a busca por cuidados de saúde, pode contribuir para a redução da incidência de IST’s e melhorar os resultados de saúde.
A prevenção e o tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (IST’s) são de extrema importância para a promoção da saúde pública. As IST’s representam um problema de saúde global, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. O enfermeiro desempenha um papel crucial nesse contexto, pois está envolvido na educação, triagem, diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes. No entanto, é fundamental justificar a relevância dessa pesquisa para melhorar a atuação do enfermeiro nessa área.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (IST’s) e propor estratégias para otimizar sua atuação nessa área, visando a melhoria dos resultados de saúde da população. Os específicos foram, Investigar a percepção e o conhecimento dos enfermeiros em relação às IST’s, por meio de entrevistas ou questionários, a fim de compreender suas necessidades de capacitação e apoio para desempenhar efetivamente seu papel nessa área; Analisar as políticas e diretrizes existentes relacionadas à prevenção e tratamento de IST’s, identificando lacunas e possíveis melhorias, com foco na atuação do enfermeiro e propor estratégias e recomendações para otimizar o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento das IST’s, levando em consideração os aspectos identificados na revisão da literatura,nas entrevistas/ questionários e nas políticas existentes.
Foi realizada uma revisão abrangente da literatura científica sobre o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de IST’s. Serão consultadas bases de dados especializadas, como PubMed, Scopus e CINAHL, utilizando palavras chave relevantes.Foram selecionados estudos que abordem desafios,melhores práticas, políticas e diretrizes relacionadas ao tema.
2. INTRODUÇÃO ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST’S)
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias ou outros microorganismos. É transmitida principalmente através do contato sexual (oral, vaginal ou anal) com uma pessoa infectada sem o uso de preservativo masculino ou feminino. A transmissão de DSTs também pode ocorrer de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação. Embora menos comuns, as DSTs também podem ser transmitidas de forma não sexual pelo contato com membranas mucosas ou através da pele danificada por secreções corporais contaminadas.
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias ou outros microorganismos. É transmitida principalmente através do contato sexual (oral, vaginal ou anal) com uma pessoa infectada sem o uso de preservativo masculino ou feminino. A transmissão de DSTs também pode ocorrer de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação. Embora menos comuns, as DSTs também podem ser transmitidas de forma não sexual pelo contato com membranas mucosas ou através da pele danificada por secreções corporais contaminadas.
As ISTs podem se apresentar como feridas, corrimento e verrugas anogenitais, juntamente com outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardor ao urinar, feridas na pele e inchaço intestinal. Exemplos de doenças sexualmente transmissíveis incluem herpes genital, sífilis, gonorréia, tricomoníase, infecção por HIV, infecção por papilomavírus humano (HPV) e vírus da hepatite B e C. As doenças sexualmente transmissíveis geralmente afetam os órgãos genitais, mas também podem afetar outras partes do corpo (como mãos, olhos e língua).
A saúde sexual é parte fundamental da avaliação geral de saúde de qualquer pessoa. Conhecer a história sexual dos usuários é imprescindível para uma abordagem centrada na pessoa, a fim de que se possa compreendê-la como um todo29. Essa investigação deve ser estruturada para identificar os fatores de risco relacionados à saúde sexual, reconhecendo práticas e comportamentos sexuais e também oportunidades para intervenções breves de mudança de comportamento. (CLUTTERBUCK, 2012)
As ISTs são um dos problemas de saúde que mais impactam o sistema público de saúde e a qualidade de vida das pessoas no Brasil e no mundo. Além dos vírus das hepatites B e C, é causada por vírus, bactérias ou outros microorganismos sexualmente transmissíveis, incluindo herpes genital, sífilis, gonorréia, HPV, HIV/AIDS, clamídia e tricomoníase e, dependendo da doença, graves podem ocorrer complicações.
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) representam um problema sério de saúde pública global. A transmissão ocorre principalmente através de relações sexuais desprotegidas (vaginais, anais ou orais). Como estudante de enfermagem, é essencial aprofundar o conhecimento sobre as ISTs para compreender sua epidemiologia, métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento. Ao concluir este curso, será possível explorar os desafios enfrentados pelas principais doenças sexualmente transmissíveis, bem como os fatores de risco e abordagens necessárias para combatê-las.
Estima-se que no Brasil, no período de 1999 a 2015 foram notificados 196.701 casos de hepatite B, 152.712 de hepatite C e 3.660 de hepatite D (BRASIL, 2016a). Com relação às infecções pelo HIV, de 2007 até junho de 2016 foram notificados 136.945 casos, e quanto a Aids, entre 2000 a junho de 2016, foram notificados 634.051 casos (BRASIL, 2016b). No período de 2010 até junho de 2016 foram notificados um total de 227.663 casos de sífilis adquirida (BRASIL, 2016c).
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) se mostram como um impactante problema na saúde pública, pois são infecções causadas por diversos microrganismos, com manifestações e evoluções clínicas distintas, e, pelo fato de o controle dessas infecções ter a interferência de questões culturais, de gênero e comportamentais (SILVA, 2018).
As ISTs têm sido uma preocupação crescente nos últimos anos, afetando pessoas de todas as idades, etnias e classes sociais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de novos casos de ISTs ocorrem anualmente em todo o mundo. Entre as ISTs mais prevalentes estão a clamídia, a gonorreia, a sífilis,o herpes genital,o HPV(Papilomavírus humano) e o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), representam um desafio significativo para a saúde pública em escala global. No Brasil, especificamente, tem sido observado um aumento preocupante na prevalência das infecções pelo HIV entre a população jovem, com um aumento estimado de 0,9% desde 2002, de acordo com a pesquisa realizada por (Costa 2013).
A prevenção das ISTs é uma estratégia essencial para reduzir sua disseminação. A educação em saúde desempenha um papel fundamental, conscientizando a população sobre a importância do uso correto de preservativos em todas as relações sexuais, a realização de testes regulares para detecção precoce das infecções e a importância de comunicar-se abertamente com os parceiros sobre sua saúde sexual.
Em todo o mundo, mais de 1 milhão de IST’s são adquiridas todos os dias. Dentre estas, os casos de HIV, sífilis e hepatites B e C tiveram um aumento significativo nos últimos tempos, tornando-se indispensável o rastreamento com os testes sorológicos dessas infecções de forte impacto epidemiológico (FREITAS, 2021).
No Brasil, o controle das ISTs requer protagonismo de todos os trabalhadores da saúde e compreensão da responsabilidade das diferentes instâncias do SUS. O principal serviço de saúde responsável por esse controle é a atenção básica, devendo existir ainda, quando necessário, a interação desse serviço com os de média e alta complexidade. Tendo em vista a quebra da cadeia de transmissão das ISTs e do HIV, a unidade de saúde deve garantir, o mais breve possível, o acolhimento adequado e com privacidade, respeitando o princípio da integralidade (BRASIL, 2015).
A educação sexual e a promoção da saúde devem começar antes do início da vida sexual. Isso destaca a importância de uma abordagem integrada entre os setores de Educação e Saúde, o que é abordado por meio das políticas públicas nessa área. Nesse contexto, o profissional de saúde desempenha um papel fundamental ao fornecer orientação sobre sexualidade, saúde reprodutiva e aconselhamento contraceptivo.(MIRANDA, 2018 p. 21)
É crucial identificar precocemente as ISTs para prevenir complicações graves. Profissionais de saúde, incluindo enfermeiros, têm um papel fundamental ao realizar testes e triagens para essas infecções. Uma vez feito o diagnóstico, a intervenção imediata é essencial para evitar a disseminação e complicações adicionais. Embora a maioria das ISTs possa ser tratada com medicamentos específicos, é essencial aderir ao tratamento para obter resultados eficazes.
No entanto, a abordagem das IST pode ser permeada por receio sobre falar, fazer e apropriar-se dessa temática, tais fragilidades fazem com que o aconselhamento, por exemplo, concentre-se nos parâmetros biológicos e solicitação de exames, fragmentando a atenção à saúde. Muitos profissionais adotam a conduta de tratamento medicamentoso sem convocar as parcerias sexuais, por medo de se envolverem em questões que possam comprometê-los diante do serviço. A detecção das ISTs, em muitos casos, é comprometida pelo fato da abordagem ser realizada de forma inadequada, o que representa uma barreira e remete a necessidade de capacitação dos profissionais. (BARBOSA, 2015).
Apesar dos esforços para prevenir e controlar as ISTs, ainda enfrentamos grandes desafios. O estigma ligado a algumas dessas infecções pode persistir se alguém for infectado e não receber o tratamento adequado. Além disso, a falta de acesso aos cuidados de saúde, principalmente em comunidades vulneráveis, pode dificultar o diagnóstico e tratamento precoce dessas doenças.
O estudo das Doenças Sexualmente Transmissíveis é de extrema importância para profissionais de enfermagem e da área da saúde em geral. A compreensão dos fatores de risco, medidas preventivas e ações para diagnóstico e tratamento adequados são essenciais para combater a disseminação dessas infecções e melhorar a saúde sexual da população. O papel do enfermeiro como educador e provedor de cuidados é essencial para reduzir o impacto das ISTs na sociedade e promover uma melhor qualidade de vida para os indivíduos afetados por essas infecções.
Pode-se destacar mais de 30 agentes etiológicos como causa das ISTs, incluindo protozoários, fungos, vírus e bactérias. As manifestações clínicas podem se apresentar sob a forma de úlceras genitais, corrimento vaginal e uretral e doença inflamatória pélvica. A principal via de transmissão é por contato sexual, podendo também ser transmitida por via sanguínea, durante a gestação da mãe para a criança, através do parto ou amamentação. A ocorrência de IST está ainda associada à pobreza, desigualdade de gênero e influência sociocultural no comportamento sexual (BRASIL, 2015).
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são ocasionadas por mais de 30 variedades distintas de microrganismos, incluindo vírus, bactérias, fungos e protozoários. A nível global, anualmente, são registrados mais de 376 milhões de novos casos dessas infecções. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, aproximadamente uma em cada 25 pessoas já teve ou possui algum tipo de uma das quatro ISTs mais comuns: sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase. (OPAS 2019)
As ISTs são doenças que podem ser transmitidas por meio de relações sexuais desprotegidas. No entanto, ao longo do tempo, a terminologia evoluiu, e essas condições são agora frequentemente chamadas de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Essas mudanças na nomenclatura refletem uma compreensão mais abrangente e atualizada dessa doença infecciosa.
O uso do termo IST enfatiza a importância de reconhecer que nem todas as infecções causam doenças imediatamente. Algumas pessoas infectadas tornam-se portadores assintomáticos que não apresentam sintomas. Portanto, o foco não está apenas no controle da doença, mas também na transmissão com ênfase na prevenção e detecção precoce.
O tratamento de pessoas com infecções sexualmente transmissíveis é fundamental para melhorar a qualidade de vida e interromper a cadeia de transmissão dessas infecções. É importante destacar que os serviços de saúde, incluindo diagnóstico e tratamento no SUS, são oferecidos gratuitamente. Optamos por utilizar o termo infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em vez de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), pois ele enfatiza a capacidade de uma pessoa se infectar e disseminar a infecção, mesmo sem apresentar sinais ou sintomas aparentes.
A mudança para o termo IST também está alinhada com a terminologia utilizada internacionalmente por organizações de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNAIDS. Essa padronização global ajuda a promover uma abordagem mais consistente na prevenção e no tratamento dessas infecções em todo o mundo.
Além disso, o uso do termo IST é considerado mais inclusivo, pois reconhece a importância do acesso a serviços de prevenção, testagem e tratamento para todas as pessoas, independentemente de apresentarem ou não sintomas. Dessa forma, busca-se reduzir a estigmatização associada às DSTs e encorajar a conscientização, a educação e as práticas de prevenção, como o uso de preservativos e a realização de exames regulares.
3. O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE IST’S
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) constituem um grande desafio para a saúde pública, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. O enfermeiro desempenha um papel fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento dessas infecções, além de ser um agente crucial na educação em saúde sexual. Neste trabalho, abordaremos a importância da atuação do enfermeiro na prevenção de ISTs, destacando suas competências e estratégias eficazes para reduzir a disseminação dessas infecções.
Mesmo com unidades básicas de saúde (UBS) disponibilizando métodos, diagnósticos e tratamentos adequados e gratuitos, há uma baixa procura por mulheres, contudo, o enfermeiro tem um papel fundamental neste meio. Com efeito, é importante usar recursos de prevenção na forma educativa, haver distribuição gratuita de preservativos, discutir desigualdade de gênero, de forma que as mulheres tomem decisões sobre seu corpo (SILVA, 2018)
Os profissionais de saúde, em destaque o enfermeiro, que trabalham em unidades básicas e participam de visitas domiciliares, devem discutir o assunto sobre educação sexual junto à distribuição de materiais educativos, explicar a importância da prática sexual protegida, ofertando preservativos gratuitos e apontar os riscos de não utilizá-lo, oferecer testes rápidos disponíveis na UBS, e o principal, compartilhar informações importantes para mulheres, como exames preventivos e consultas ginecológicas periódicas, apresentar e ensiná-las sobre o uso do preservativo feminino. É importante que elas se sintam empoderadas para fazer a negociação de utilização de preservativos durante a relação para ter uma vida sexual saudável. (MUSWEDE, 2004 p. 63)
É necessário que todos os profissionais escutem as necessidades de cada usuário do serviço, considerando as vulnerabilidades e evitando julgamentos ou preconceitos, respeitando a singularidade de cada indivíduo e sua história de vida. Para que haja a integralidade do serviço prestado, é preciso uma boa interação da equipe de saúde, atuando de forma interdisciplinar, possibilitando dessa forma, a
comunicação horizontalizada entre as ciências. Infelizmente, o acesso a serviços de saúde para a obtenção de cuidados é cheio de percalços, o indivíduo, na maioria das vezes, encontra diversas barreiras que contribuem ainda mais para o agravamento do seu problema. Embora o acesso à saúde seja um dever do Estado e um direito de todos, podemos observar, na prática, que esse direito tem sido negligenciado (BRASIL, 2012)
É crucial que os enfermeiros incentivem o uso consistente de preservativos em todas as relações sexuais. Além de fornecer preservativos gratuitamente, eles podem ensinar técnicas para o uso adequado, aumentando a adesão e reduzindo o risco de transmissão de ISTs. Outra função essencial dos enfermeiros é oferecer testes rápidos e confidenciais para detectar ISTs. Realizar triagens regulares em grupos de risco possibilita a detecção precoce da infecção e intervenções oportunas.
Desta forma, o enfermeiro que atua no cuidado à saúde da mulher tem um papel importante quanto a isso. Dentre as ações do enfermeiro, destacam-se as atividades de cunho preventivo e de controle das infecções sexualmente transmissíveis. Ainda, pesquisadores ressaltam a atuação dos enfermeiros em medidas de cuidado sexual dos jovens e na manutenção de estratégias para que as mulheres possam refletir sobre a importância de uma consulta ginecológica. (ARAUJO, 2020 p. 1215)
Um diagnóstico de IST pode causar angústia e ansiedade para quem sofre. Nesse sentido, o enfermeiro tem importante papel no apoio emocional, esclarecendo dúvidas e orientando sobre a importância do tratamento e prevenção de complicações.
Apesar do papel significativo desempenhado pela enfermagem na Atenção Primária à Saúde (APS), essa categoria profissional enfrenta desafios decorrentes de alta carga horária, equipes reduzidas e falta de materiais nas unidades,o que contribui para a sobrecarga desses profissionais (ROCHA 2018).
Os enfermeiros têm um papel fundamental em desenvolver abordagens específicas para alcançar populações vulneráveis, como jovens, profissionais do sexo, moradores de rua e usuários de drogas. Esse grupo enfrenta um maior risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis e pode enfrentar obstáculos para acessar os cuidados de saúde. Portanto, é essencial direcionar esforços para oferecer-lhes suporte e assistência adequados.
Na atenção primária em saúde (APS), o enfermeiro desenvolve ações de gerência, assistência e educação em saúde em todo nível de cuidado. O profissional deve estar ligado a atividades que visem a promoção da saúde, satisfazendo as necessidades da clientela, estimulando a universalidade, assegurando a autonomia dos usuários e a participação nos rumos das políticas de saúde (COREN, 2018).
Tavares Luna, (2012) ao desenvolver as atividades educativas em grupo, deve facilitar a tomada de consciência específicas para cada envolvido dos grupos educativos para promover e conscientizar a mudança de comportamento das práticas sexuais, facilitando a construção de atitude crítica e reflexiva permitindo a iniciação de medidas preventivas das ISTs/Aids.
Na atenção primária no Brasil, o enfermeiro desempenha suas atribuições específicas nos serviços de saúde, em outros espaços comunitários e no domicílio. Em conjunto com a equipe de saúde desenvolve atividades em grupo, solicitação de exames complementares, prescrição de medicamentos e encaminhamentos. Além disso, o profissional de enfermagem é responsável por planejar, avaliar e gerenciar as ações desenvolvidas pelos agentes comunitários de saúde; participar e contribuir positivamente para a educação permanente da equipe a qual faz parte; e participar do gerenciamento dos insumos da Unidade Básica de Saúde (BRASIL, 2011)
No caso das gestantes, o enfermeiro tem a tarefa de promover a prevenção vertical, realizando a triagem e o tratamento de ISTs durante o pré-natal, evitando a transmissão para o bebê durante o parto. O enfermeiro desempenha um papel importante na notificação obrigatória de casos de ISTs, contribuindo para a vigilância epidemiológica e o controle dessas infecções em âmbito nacional.
O conhecimento de estratégias diferenciadas ao ensino e orientações quanto às ISTs, mostra-se, nos artigos analisados, que a integração de conhecimentos entre educadores e profissionais da saúde e o enfermeiro, foca nas relações sexuais, reprodução, orientação sexual, mudança de comportamento e adesão ao uso de preservativo. (BESERRA, PINHEIRO e BARROSO, 2008)
A atuação do enfermeiro na prevenção de ISTs é fortalecida quando há colaboração com outros profissionais de saúde, como médicos, psicólogos e assistentes sociais. A troca de conhecimentos e experiências aprimora as estratégias de enfrentamento das ISTs.
O enfermeiro pode liderar campanhas de prevenção de ISTs, engajando a comunidade e sensibilizando para a importância do autocuidado e da responsabilidade compartilhada na prevenção dessas infecções.
A tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante na prevenção das IST, permitindo a disseminação de informações por meio de aplicativos, sites e redes sociais. Os enfermeiros podem usar essa ferramenta para atingir um público mais amplo.
A avaliação constante das estratégias de prevenção é fundamental para identificar pontos fortes e lacunas nas ações do enfermeiro. O monitoramento dos indicadores de saúde relacionados às ISTs permite ajustes nas abordagens
Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na prevenção, identificação e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis. Eles fornecem educação sobre práticas sexuais seguras, realizam testes de IST’s, fornecem aconselhamento e administram tratamentos adequados.” (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE ENFERMEIROS, 2017)
O enfermeiro desempenha um papel essencial na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis, sendo um agente-chave na educação em saúde, na promoção do uso de preservativos, na realização de testes e no apoio emocional aos pacientes. A atuação efetiva do enfermeiro na prevenção de ISTs contribui para a melhoria da saúde sexual da população e para a redução do impacto dessas infecções na sociedade.
4. O ENFERMEIRO NO TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE PESSOAS COM IST’S:
O enfermeiro desempenha um papel crucial no tratamento e acompanhamento de pessoas com Doenças Sexualmente Transmissíveis (ISTs), sendo um membro fundamental da equipe de saúde responsável pelo cuidado e suporte aos pacientes afetados por essas condições. O tratamento das ISTs requer uma abordagem interdisciplinar e holística, onde o enfermeiro desempenha um papel central na promoção da saúde sexual e no controle dessas doenças. Neste trabalho, exploraremos a importância do enfermeiro no cuidado de pacientes com ISTs e como suas habilidades e conhecimentos contribuem para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.
O exercício da Enfermagem é regulamentado pela Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que institui que o enfermeiro, técnicos e auxiliares, só podem exercer a profissão caso estejam legalmente habilitados pelo Conselho Regional onde residem. Especificamente quanto ao profissional enfermeiro, consolida a consulta de enfermagem, a prescrição do cuidado, assistência em pacientes graves com risco de vida, participação na promoção da saúde e prevenção de agravos, assistência a gestantes e puérperas, dentre outras competências do profissional na ciência do cuidado, do planejamento, da organização e cuidados de maior complexidade que requerem conhecimentos científicos de tomadas de decisões imediatas (BRASIL, 2015).
A regulamentação do exercício de enfermagem, segundo a Lei n° 7.498/86, dispõe as atribuições do enfermeiro, as quais são importantes ressaltar: prescrever medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; prevenção e controle de doenças transmissíveis em geral; consulta de enfermagem e educação visando à melhoria de saúde da população (BRASIL, 1986).
Os enfermeiros são fundamentais na promoção da saúde sexual e na prevenção de IST’s. Eles desempenham um papel central na triagem, orientação, fornecimento de preservativos, administração de vacinas e encaminhamento para serviços especializados quando necessário””. (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS, 2020)
Os enfermeiros desempenham um papel importante na educação e conscientização sobre doenças sexualmente transmissíveis. Isso inclui fornecer informações precisas sobre prevenção, transmissão e tratamento adequado. Os enfermeiros são treinados para rastrear ISTs como HIV, sífilis e hepatite B para ajudar na detecção precoce e no tratamento adequado.
O ponto principal é informar as mulheres em geral sobre os programas de prevenção que estão disponíveis no sistema de saúde gratuito. Destarte, cabe ao enfermeiro a necessidade de orientá-las sobre esses programas, visto que este é um meio de demonstrar a essas mulheres a vulnerabilidade em relação à IST. Em contrapartida, a equipe de enfermagem deve destacar parte do público negro, em que
as mulheres negras devem ser empoderadas como parte da redução da desigualdade de gênero, fornecendo a elas a total informação que necessitam para diminuir sua vulnerabilidade em IST, sendo a mais prevalente.(BASTOS, 2013)
O enfermeiro trabalha em estreita colaboração com os médicos para garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado para suas ISTs, monitorando a adesão aos medicamentos. O enfermeiro desempenha um papel fundamental na educação sobre práticas sexuais seguras e no incentivo ao uso de preservativos para prevenir a disseminação de ISTs.
Nesse sentido, pode-se observar que desde o estabelecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), fica evidente que o enfermeiro desempenha um papel crucial na promoção da melhoria dos indicadores de saúde. Além disso, dentro desse contexto, o enfermeiro exerce uma função essencial no rastreamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) por meio da realização de testes rápidos, conforme destacado por (CASSIANI; SILVA 2019).
Quando se trata de ISTs que causam lesões na pele ou nas mucosas, os enfermeiros desempenham um papel importante ao oferecer tratamento adequado para garantir a cicatrização e prevenir infecções secundárias. Além disso, eles podem apoiar as pessoas para que possam comunicar a infecção aos seus parceiros sexuais, incentivando-os a buscar tratamento e prevenir a disseminação. Essa abordagem é essencial para cuidar tanto do paciente quanto da saúde pública.
O enfermeiro pode orientar sobre como o paciente pode se cuidar durante o tratamento de uma IST, enfatizando a importância do autocuidado. Em alguns casos, você pode ter uma co-infecção relacionada a IST. Os enfermeiros são muito importantes no tratamento desses efeitos colaterais. É importante que os enfermeiros adotem uma abordagem sem julgamento ao tratar pacientes com ISTs, criando um ambiente de confiança e compreensão.
Dessa maneira, o enfermeiro desempenha funções de grande relevância, como a realização de consultas de pré-natal de baixo risco, administração de vacinas, rastreamento de câncer de mama e colo do útero, além do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. (BRASIL 2020).
O enfermeiro acompanha o progresso dos pacientes ao longo do tratamento, monitorando sua saúde geral e fornecendo apoio contínuo. O enfermeiro desempenha um papel na notificação das autoridades de saúde sobre casos de ISTs, contribuindo para o controle de surtos e a prevenção de disseminação.
Além do tratamento, os profissionais de saúde podem encorajar os pacientes a realizar exames regulares, o que é fundamental para detectar precocemente infecções sexualmente transmissíveis. Os enfermeiros têm um papel ativo no desenvolvimento e implementação de programas de prevenção de ISTs em suas comunidades e escolas. Eles trabalham em colaboração com médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde, proporcionando cuidados abrangentes para aqueles que vivem com ISTs. É importante que os cuidadores estejam cientes dos desafios socioeconômicos enfrentados pelas pessoas com ISTs e contribuam para superar essas barreiras, garantindo o bem-estar dos pacientes.
Em casos de gestantes com ISTs, o enfermeiro atua na prevenção vertical, evitando a transmissão da infecção para o bebê durante a gravidez e o parto. O enfermeiro pode se envolver em campanhas educativas nas comunidades, aumentando a conscientização sobre as ISTs e medidas preventivas.
Os enfermeiros têm a oportunidade de utilizar a tecnologia na área da saúde para rastrear pacientes, enviar lembretes sobre medicamentos e oferecer atendimento online. Além disso, eles desempenham um papel significativo ao contribuir para a pesquisa sobre ISTs, participar de estudos epidemiológicos e desenvolver novas estratégias de tratamento. Essa abordagem inovadora permite que os enfermeiros proporcionem cuidados ainda mais eficientes e promovam avanços na área da saúde.
A enfermagem desempenha um papel essencial na prevenção e no controle das IST’s. Os enfermeiros atuam na identificação precoce, tratamento e aconselhamento dos pacientes afetados, bem como na educação da comunidade sobre a prevenção e práticas sexuais seguras.” (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS, 2018)
Os enfermeiros desempenham um papel diversificado e importante no cuidado e acompanhamento das pessoas que vivem com infecções sexualmente transmissíveis. Suas atividades vão desde educação e prevenção até apoio emocional e assistência direta ao paciente. Os enfermeiros ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e a prevenir a disseminação de ISTs na comunidade por meio de uma abordagem abrangente e sem julgamentos.
Sem dúvida, a atuação desse especialista na área da saúde sexual é de extrema importância e seu trabalho é essencial no contexto da saúde pública para gerenciar e reduzir esta doença. Como estudantes de enfermagem, compreendemos a importância de continuar pesquisando nessa área e aprimorando nossas habilidades para contribuir de forma efetiva no cuidado de pacientes vulneráveis. Esse compromisso é fundamental para promover a saúde e o bem-estar da população.
5. MATERIAIS E MÉTODO
Foi realizada uma revisão abrangente da literatura científica sobre o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de IST’s. Serão consultadas bases de dados especializadas, como PubMed, Scopus e CINAHL, utilizando palavras-chave relevantes. Serão selecionados estudos que abordem desafios, melhores práticas, políticas e diretrizes relacionadas ao tema.
Foi realizada uma análise detalhada das políticas e diretrizes existentes relacionadas à prevenção e tratamento de IST’s, com foco na atuação do enfermeiro. Serão consultados documentos governamentais, manuais de saúde e guias de prática clínica. Serão identificadas lacunas e possíveis melhorias a serem consideradas nas recomendações propostas.
Para realizar a busca abrangente na literatura científica, serão identificadas palavras-chave relevantes relacionadas ao papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). As palavras-chave incluirão termos como “enfermeiro”, “papel profissional”, “prevenção”, “tratamento”, “Infecções Sexualmente Transmissíveis”, “ISTs”, “enfermagem”, entre outros.
Foram consultadas bases de dados especializadas em ciências da saúde, como PubMed, Scopus e CINAHL. Essas bases possuem uma ampla gama de artigos científicos, revisões sistemáticas e estudos relacionados à área da saúde e enfermagem.
Foi elaborada uma estratégia de busca para cada base de dados, utilizando combinações das palavras-chave relevantes. Serão aplicados filtros de pesquisa para restringir os resultados a artigos relevantes e recentes.
Os estudos serão selecionados com base em critérios de inclusão pré definidos. Serão incluídos artigos que abordem especificamente o papel do enfermeiro.
na prevenção e tratamento de ISTs, desafios, melhores práticas, políticas e diretrizes relacionadas ao tema. Estudos não relacionados ao papel do enfermeiro ou que não atendam aos critérios de relevância serão excluídos.
Os estudos selecionados serão submetidos a uma análise detalhada. Foram identificados os principais temas, abordagens metodológicas e resultados relevantes em relação ao papel do enfermeiro na prevenção e tratamento de ISTs.
Foram coletados documentos governamentais, manuais de saúde e guias de prática clínica relacionados à prevenção e tratamento de ISTs, com foco na atuação do enfermeiro. A análise desses documentos permitirá identificar as orientações existentes e possíveis lacunas nas recomendações propostas.
Esses resultados poderão fornecer subsídios para o desenvolvimento de estratégias mais efetivas e embasadas para a atuação dos enfermeiros na prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, contribuindo assim para o aprimoramento dos cuidados de saúde nessa área específica. Além disso, espera-se que esta revisão seja útil para a comunidade científica, profissionais de saúde e formuladores de políticas públicas interessados em fortalecer o papel dos enfermeiros no enfrentamento das ISTs.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os enfermeiros desempenham um importante papel educativo no fornecimento de informações precisas sobre prevenção, transmissão e tratamento adequado das infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, a capacidade de realizar exames de triagem e diagnóstico precoce é fundamental para o controle dessas infecções. Um diagnóstico de IST pode ser emocionalmente devastador, por isso o apoio emocional e psicológico que os cuidadores fornecem aos seus pacientes é muito importante.
A promoção de práticas sexuais seguras e o incentivo ao uso de preservativos destacam-se como medidas importantes no combate à disseminação das ISTs, e o enfermeiro exerce um papel central na educação da comunidade e dos pacientes sobre essas práticas. A atuação em programas de prevenção e o acompanhamento dos pacientes ao longo do tratamento contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos afetados por essas infecções.
A revisão também evidenciou a relevância do enfermeiro na identificação de políticas e diretrizes relacionadas à prevenção e tratamento das ISTs. Sua contribuição para a análise detalhada desses documentos possibilita identificar lacunas nas recomendações existentes e promover melhorias nos cuidados oferecidos.
Em síntese, esta revisão reforça o papel fundamental do enfermeiro na prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Seu compromisso com a educação, a promoção de práticas seguras, o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o suporte emocional demonstram o valor inestimável desses profissionais na saúde sexual e no controle das ISTs.
Dessa forma, é imprescindível que políticas públicas e instituições de saúde valorizem e apoiem a capacitação contínua dos enfermeiros, reconhecendo a importância de sua atuação nas equipes multidisciplinares. Através do fortalecimento das habilidades e conhecimentos dos enfermeiros, será possível alcançar avanços significativos na prevenção e tratamento das ISTs, contribuindo para uma sociedade mais saudável e consciente. Como futuros profissionais de enfermagem, reforçamos o compromisso de participar ativamente desse cenário, promovendo cuidados de excelência e contribuindo para a saúde e bem-estar da população.
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