PADRÃO OURO VULVAR: TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE PADRONIZAÇÃO VULVAR 

VULVAR GOLD STANDARD: VULVAR STAN

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202505241526


Mayara Silva Cabral1
Fábio Roberto Ruiz de Moraes2


RESUMO  

Introdução: A estética íntima feminina vai além da aparência, ela vem correlacionada  a sua autoconfiança e ao seu bem-estar físico, influenciando na percepção do corpo  feminino como um todo. Objetivo: Demonstrar técnica cirúrgica vulvar, padrão ouro, através de conceitos de proporção e simetria aplicada a concepção de beleza  humana, como demonstrado na obra de Leonardo da Vinci, O homem Vitruviano. Metodologia: Foi utilizado o Laser de CO2 MTZ40 (Ícone®), com comprimento de  onda de 10,6 micrometros e referências numéricas de uma constante real algébrica  irracional denotada pela letra grega PHI ( Φ ), também chamada de razão áurea.  Discussão: É possível chegar ao número áureo vulvar observando a proporção entre  ponto estratégicos principais como o ligamento inguinal, o ápice do capuz clitoriano  entre sua junção com os lábios externos e monte de vênus, a transição do capuz para  os lábios internos, a fúrcula vaginal, a glande do clitóris e a parte externa dos lábios  externos, utilizando a proporcionalidade ouro (sequência de Fibonacci) onde dois  valores positivos estão em razão áurea, se sua razão é igual à razão da sua soma  pela maior das quantidades (a+b/a =a/b = Ɵ). Conclusão: Foi descrita a técnica  cirúrgica, padrão ouro de vulva longitudinal, com remodelação vulvar através de 4  principais técnicas: Y invertido, Losango, Delta, Elipse. 

Palavras-Chave: cirurgia ginecológica; padrão ouro vulvar, técnica de cirurgia íntima, número áureo corpo humano, genitália feminina; vulva.

ABSTRACT  

Introduction: Female intimate aesthetics go beyond appearance, it is correlated to  self-confidence and physical convenience, influencing the perception of the female  body as a whole. Objective: Demonstrate the gold standard vulvar surgical technique,  through concepts of proportion and symmetry applied to the conception of human  beauty, as demonstrated in Leonardo da Vinci’s work, The Viturian Man.  Methodology: The MTZ40 CO2 Laser (Ícone®) was used, with a wavelength of 10.6  micrometers and numerical references of a real irrational algebraic constant denoted  by the Greek letter PHI (Φ), also called the golden ratio. Discussion: It is possible to  achieve the vulvar golden ratio by observing the proportion between key strategic  points, such as the inguinal ligament, the apex of the clitoral hood between its junction  with the outer lips and mons pubis, the transition from the hood to the inner lips, the  vaginal furcula, the clitoral glans and the outer part of the outer lips, using the golden  proportionality (Fibonacci sequence) where two positive values are in golden ratio, if  their ratio is equal to the ratio of their sum by the largest of the quantities (a+b/a =a/b  = θ). Conclusion: The gold standard surgical technique for longitudinal vulva was  described, with vulvar remodeling using 4 main techniques: inverted Y, diamond, delta,  and ellipse.  

Keywords: gynecological surgery; vulvar gold standard, intimate surgery technique,  human body golden number, female genitalia; vulva.

INTRODUÇÃO 

A estética sexual atualmente é um fator de relevância para as mulheres. Os  procedimentos estéticos íntimos estão entre os mais procurados nos últimos anos. O  público feminino passou a observar mais alterações na aparência íntima, as quais  causam desconforto tanto físico quanto psicológico. Entretanto, ainda é um tabu para  diversas mulheres, apesar dos avanços e crescimento da realização de  procedimentos estéticos íntimos e mesmo com sua acelerada notoriedade, muitos  ainda desconhecem sobre o tema (1)

A estética íntima vai além de apenas aparência, para a mulher, ela vem  correlacionada a sua autoconfiança, ou seja, a forma como ela enxerga sua estética  íntima, influencia significativamente na sua percepção do corpo como um todo.  Quando vista de forma positiva, pode levar a uma imagem corporal mais saudável,  maior conforto e maior aceitação de si mesma. Em contrapartida, quando ela se vê  insatisfeita ou preocupada com sua aparência íntima, pode resultar em uma visão  distorcida do próprio corpo como um todo, afetando negativamente sua autoestima e  autoconfiança. Alguns cuidados de atenção pessoal como visitas rotineiras com  profissionais de saúde, terapias de relaxamento, e reservar momentos para o cuidado  próprio, são maneiras de valorizar a si mesma e ao seu bem-estar. A mulher que  escolher cuidar de sua estética íntima, não está cuidando apenas da aparência, é  tratar algo que pode estar atrapalhando a sua vida pessoal, é respeitar e satisfazer as  necessidades do corpo. Isso abrange reconhecer que cada corpo é singular e que o  que é eficaz para uma pode não ser a melhor opção para outra (2)

As queixas mais comuns descritas pelas mulheres são a assimetria de lábios,  pele vaginal com flacidez e rugosidade, manchas na região vulvar, dor ou desconforto  na relação sexual. A cirurgia íntima engloba diversas intervenções, sendo elas  cirúrgicas ou não cirúrgicas, as mais conhecidas são a ninfoplastia, o  rejuvenescimento genital, cirurgias de redução ou de aumento dos grandes lábios,  himenoplastia, clareamento vulvar, entre outros. É importante destacar, o crescimento  acelerado da demanda para esse tipo de cirurgia, de acordo com a Sociedade  Americana de Cirurgia Plástica Estética, estima-se um aumento de 14% em média na  procura por cirurgia íntima (3).

A atenção à saúde estética feminina demanda a intervenção de profissionais  com abordagens e métodos aplicados em terapias que sejam eficazes. É fundamental  entender que com o avanço das cirurgias vulvovaginais é necessário trazer formas  seguras, de fácil aplicação e com grandes resultados visando aperfeiçoar o resultado  esperado e o conforto do paciente durante o procedimento. A cirurgia a nível  ambulatorial tem aumentado exponencialmente nos últimos anos, devido a  possibilidade de evitar a internação hospitalar, conseguir individualizar o atendimento  ao paciente e o risco de infecções secundárias (4)

O presente trabalho descreve a utilização de uma técnica de padronização  vulvar baseando-se na proporção áurea ou razão áurea ou ainda número de ouro, que  utiliza a matemática para definir um padrão de beleza ao corpo aplicando assim a  vulva, desenvolvendo técnicas anestésicas e cirúrgicas para esta padronização. 

ANATOMIA GENITAL FEMININA 

O sistema reprodutor feminino é composto por órgão internos, que  compreendem os ovários, tubas uterinas, útero, vagina, e os órgão externos, que  incluem a vulva, o monte pubiano, os grandes e pequenos lábios, óstio vaginal, óstio  uretral, clitóris e hímen. A região de monte pubiano, é composta principalmente por  tecido adiposo, glândulas sudoríparas e sebáceas e recoberta pela pele. A partir do  monte pubiano, temos a formação dos lábios maiores, caracterizados por pregas  cutâneas que seguem seu trajeto em direção ao ânus, apresenta como principal função  a proteção do clitóris e de outras porções da vulva (5)

Na porção medial aos grandes lábios, encontramos os pequenos lábios, é  caracterizado por ser uma região com presença maior de glândulas sebáceas, dessa  forma, promovem a umidade dessa região, não apresentam pelos e nem tecido  adiposo neste. Entre os pequenos lábios, está localizado o óstio vaginal e o óstio da  uretra, que na sua parte mais anterior encontra-se o hímen. Essa região possui  glândulas vestibulares que são responsáveis pela produção e secreção de muco  para manter a lubrificação(6). Na porção da junção entre os grandes lábios, está  localizado o clitóris, que é o nosso tecido erétil, é ricamente inervada e está  relacionada à função de excitação sexual. Superiormente ao clitóris, está localizado o capuz clitoriano, consiste em uma camada de pele que envolve e protege o clitóris,  mantendo integra a sua sensibilidade (7).  A seguir, nas as figuras 1,2,3, a anatomia genital feminina externa, e a anatomia  do clitóris e região inguinal.

Figura 1: (Junior e Visconti, 2020)

TÉCNICA DE PADRONIZAÇÃO VULVAR 

A técnica a ser descrita e discutida foi realizada em clínica privada na cidade  de Palmas/Tocantins/Brasil, onde já foram realizadas em diversas pacientes com  diferentes queixas, na busca da padronização ouro vulvar. 

Todas as técnicas citadas na apresentação desse trabalho já foram aplicadas  em mais de 200 (duzentas) pacientes e foram trazidas de forma esquemática para melhor replicabilidade. As pacientes submetidas aos procedimentos passaram por  consultas iniciais onde são colhidas a história completa de condição de saúde, comorbidades, alergias, assim como as queixas quanto a anatomia vulvar do ponto  de vista estético e funcional, assim como a análise clínica das condições de saúde do  paciente. Neste momento é esclarecida a parte cirúrgica em seu pós-operatório incluindo a expectativa quanto a cicatrizes e tempo de evolução, Após a anamnese é  solicitada exames laboratoriais de controle. 

Para a realização da cirurgia foi utilizado o Laser de CO2 MTZ40 (Ícone®), com  comprimento de onda de 10,6 micrometros. 

A PROPORÇÃO ÁUREA  

Atualmente, temos uma padronização corporal e facial de embelezamento: o  número áureo, o qual utiliza razões matemáticas através da proporção entre duas  medidas. A proporção áurea ou razão áurea ou ainda número de ouro, consiste em  utilizar a matemática para definir um padrão de beleza ao corpo, à face e a outras  áreas. Os gregos definiram como “divisão de um segmento em média e extrema  razão”. Definiu-se o número 1,618 (PHI) como o padrão a ser alcançado (8).  

Na proporção áurea corporal, o corpo é dividido em unidades padronizadas,  onde definimos a relação entre a altura de uma pessoa e a distância entre o umbigo  e o chão, define-se que a distância entre a cintura e a cabeça compreende à medida  do tórax. Na proporção áurea facial, o que observamos é a comparação da proporção  da largura da boca comparada a do nariz, ou ainda a proporção entre altura e largura  dos dentes. Essa matemática já é há muitos anos estudada e aplicada aos padrões  de beleza, na face como um todo, são somados o comprimento e a sua largura, sendo  o resultado dividido, e o valor final mais próximo de 1,6 é considerado o rosto mais  próximo da perfeição assim como demonstrado nas figuras 4 e 5 (9-10)

A seguir, imagens que demonstram a proporcionalidade áurea e a  aplicabilidade para face na máscara de Phi.

Para a aplicação da proporção áurea na vulva, as classificações atuais  existentes evidenciam tamanho e extensão, porém, não apresentam de forma clara  qual o objetivo dessa padronização. Através do número áureo é possível obter um  padrão ouro da vulva.  

Neste trabalho foi realizada a sistematização do número áureo vulvar  longitudinal e látero-lateral. Os pontos estratégicos para a proporção entre a distância  longitudinal foram ,o ligamento inguinal, o ápice do capuz clitoriano ou comissura  superior (sua junção com os lábios externos e monte de vênus, a transição do capuz para os lábios internos), a fúrcula vaginal e a glande do clitóris, já sua porção látero-lateral, usou como proporção a parte interna e externa dos lábios externos. Todos  foram colocados em forma de proporcionalidade ouro sequência de Fibonacci, onde  dois valores positivos estão em razão áurea se sua razão é igual à razão da sua soma  pela maior das quantidades a+b/a =a/b = Ɵ. O ponto mais alto do capuz do clitóris até  o seu ponto final, é considerado o ponto A. O ponto final do capuz clitoriano até o  ponto final da fúrcula vaginal é o ponto B. Que de forma simplificada representa 1/3  na região do capuz e 2/3 na região dos lábios internos nos pontos referidos. 

Existe ainda, a proporção áurea lateral, a qual segue os parâmetros áureos do  nariz em relação ao rosto e bochechas descritos anteriormente. Esses padrões foram realizados de forma instintiva pelos grandes cirurgiões, e nesse estudo apresentamos  uma visão mais descritiva de como funciona a áurea vulvar ao buscar a simetria áurea  perfeita. A proporção dos lábios externos em relação aos internos também é considerada. Logo essa proporção é aproximada 1/5 para área dos lábios internos em  relação a 2/5 de cada lábio externo. 

A região do capuz do clitóris é pouco abordada por desconhecimento de  técnicas atuais, quando falamos vulva áurea o esperado é que a região do clitóris,  capuz e lábios internos estejam cobertos pelos lábios externos se o paciente está  posição ereta, na estética íntima, esse é considerado o belo e é a busca pela maioria  das pacientes quando se fala em cirurgia íntima. Para que isso ocorra, se faz  necessário que haja a diferença entre a altura da região da comissura superior e os  lábios externos sejam capazes de fechar os lábios internos. 

Para essa referência do número áureo, o ponto de referência mais importante  é o ligamento inguinal, dessa forma, o que se encontra na parte superior ao ligamento,  o objetivo é fechar, e inferiormente ao ligamento, realizamos manter ou subir o capuz  clitoriano para seguir a padronização áurea, assim como observado na figura 6 a seguir, que demonstra de forma esquemática o padrão áureo vulvar.  

Figura 6: Padrão áureo vulvar (forma esquemática) 
(autoria própria)

TÉCNICA CIRÚRGICA  

Em busca de métodos eficazes e seguros de padronização vulvar, foram criadas técnicas que visam atender a necessidade da paciente, evitando dor,  possibilitando alta ambulatorial, participação do ato operatório, e precocidade no  retorno às atividades diárias.  

Inicialmente, para a escolha da técnica, é realizada a avaliação da vulva, e o  enquadramento no padrão ouro vulvar, traçando uma linha no ligamento inguinal de  uma extremidade à outra (representada pela linha vermelha), após esse ponto inicial  são avaliados: 

• A inserção do ponto mais alto do capuz clitoriano (comissura superior), se  está acima ou abaixo dessa linha inguinal; 

• A proporcionalidade entre o ponto mais alto do capuz clitoriano até sua  transição para lábios internos, e esse mesmo ponto de transição do capuz  /lábios internos até fúrcula vaginal a+b/a =a/b = Ɵ; 

• A extensão/excesso látero-lateral em excesso de capuz clitoriano, que  também deve seguir proporcionalidade triangular perfeita; 

• Extensão central horizontal dos lábios internos em sua região de glande  do clitóris, ponto de maior lateralidade em relação aos lábios externos; • Depressão ou proeminência da região do capuz clitoriano; 

• Distância entre os ângulos dos lábios externos. 

Com base nesses dados, define-se a melhor propedêutica. As técnicas  demonstradas neste estudo são: abordagem do capuz com fechamento superior em  delta, elipse lateral, losango ou ípsilon (Y) invertido.  

A região chamada de comissura superior, localiza-se ao final do capuz  clitoriano superiormente. Existe uma transição para o monte de vênus, e quando o  indivíduo está em posição ereta é exatamente a região que incomoda as pacientes,  pois ela fica visível. A proposta consiste em fazer a depressão superior do capuz e fechamento local, posicionando de forma mais escondida.

ANESTESIA LOCAL 

A região íntima da mulher tem uma anatomia muito rica e extremamente  enervada, sempre requerendo anestesia profunda e segura para minimizar dores e  experiências negativas relacionadas ao procedimento cirúrgico. Devido ao  desconhecimento da anatomia da inervação e pontos seguros para realização de  bloqueios anestésicos, médicos optam que o procedimento seja feito em centro  cirúrgico sob raquianestesia, peridural ou mesmo anestesia geral (11)

A anestesia locorregional de longa duração pode ser utilizada em todas as  labioplastias internas, capuz clitoriano, glande do clitóris, labioplastia externa e  períneo posterior, nos pacientes que não tenha contraindicação ao uso dos  anestésicos utilizados. Destacamos que a anestesia locorregional por bloqueio  nervoso periférico é benéfica por apresentar a diminuição importante da necessidade  de analgésicos sistêmicos, dessa forma, reduzindo efeitos colaterais associados à  esses medicamentos (12)

Os materiais utilizados na anestesia locorregional, incluem: seringa de 10ml,  seringa de 1ml, lidocaína 2% com vasoconstrictor 1:200.000, levobupivacaína 0,5%  com vasoconstritor 1:200.000, agulha calibrosa para aspiração do anestésico e  agulha de insulina para aplicação nos pontos específicos. A área a ser infiltrada é uma  área muito vascularizada, o que justifica a utilização do vasoconstrictor. 

Os pontos de aplicação são realizados nas regiões da comissura superior, no  sulco interlabial, na região de fúrcula, na glande do clitóris e no frênulo do clitóris. Na  comissura superior, realiza-se a marcação de 5 pontos com caneta estéril em  disposição de leque (figura 7). 

Com a seringa de 01ml, angula-se a mesma entre 30 a 45° e após realizar a  aspiração conferência, deve-se fazer retroinjeção de 0,2 ml da solução em cada ponto  marcado perfazendo um leque. Assim, faz-se no total 01 ml da solução na região  superior. No sulco interlabial respeita-se o intervalo de aproximadamente 1,0 cm. Com  a seringa de 01ml angulada entre 30 a 45° realiza-se a aspiração conferência e injeção  de 0,1 a 0,2ml de anestésico ao longo de toda extensão da linha interlabial dos dois  lados, totalizando 01 ml de cada lado. Na região de fúrcula a marcação é feita com 5  pontos com caneta estéril com distâncias em disposição de leque (figura 8).

Com a seringa de 01ml, angula-se a mesma entre 30 e 45° e após realizar a aspiração conferência, e faz injeção de 0,2 ml da solução em cada ponto marcado  perfazendo um leque. Assim, faz-se no total 01ml da solução nessa região de fúrcula.  Pode ser feito o reforço com a aplicação de 0,2 a 0,4 ml em cada lado da fúrcula em  sentido vaginal. Na glande do clitóris utiliza-se um ponto único de aplicação no centro  da glande do clitóris com a seringa de 01ml angulada entre 30 e 45° realiza-se a  aspiração conferência e injeção de 0,2ml da solução anestésica. Importante ressaltar  que deve-se anestesiar esta região, caso a cirurgia seja próxima ao clitóris (figura 9). No frênulo do clitóris, com a seringa de 01ml angulada entre 30 a 45° , realiza-se a aspiração conferência e injeção de 0,2ml da solução anestésica. A solução de lidocaína e levobupivacaína permite um início imediato da cirurgia  e uma duração da analgesia por até 48 horas, semelhante aos bloqueios anestésicos  para dores crônicas, sem haver a necessidade de reaplicação durante o  procedimento. Essa forma de transferência para seringa de 1 ml permite um maior  controle da quantidade a ser administrada de forma proporcional e em caso de  acidentes de injeção acidental em vaso, há pouca repercussão sistêmica pela  quantidade administrada. Para ocorrer um aumento de 20 a 30% da frequência cardíaca são necessários volumes maiores de 1ml de anestésico com vasoconstritor  no vaso sanguíneo.

Figura 7: Pontos de marcação. 
(autoria própria)

TÉCNICA CIRÚRGICA EM DELTA 

Esta técnica é indicada para a paciente que já possuem o ponto mais alto da  comissura superior abaixo do ligamento inguinal, e esta paciente ao ficar em pé não  possui exposição do ápice do capuz clitoriano (comissura superior), porém o excesso  de capuz está de forma lateral. A proporcionalidade está entre o ponto mais alto do capuz clitoriano até sua transição para lábios internos, e este mesmo ponto de  transição do capuz /lábios internos até fúrcula vaginal não segue a proporção a+b/a  =a/b = Ɵ. Faz-se a retirada de forma longitudinal em formato de delta a sua incisão.  Nos casos em que há excesso de corpo clitoriano ou glande do clitóris, pode ser associado ou não a retirada de parte, havendo necessidade de retirada longitudinal  dos lábios internos também podem ser abordados neste tempo cirúrgico. No artigo  não serão abordadas as áreas de cirurgia, apenas do planejamento do capuz  clitoriano. 

O corte é realizado até formar um terço aproximado (proporcionalidade áurea) e elevar esse capuz, iniciando na região onde foi realizada a incisão, neste caso, as  suturas serão oblíquas/inclinadas, com fio 4.0 absorvível (figura 10). Não são realizadas incisões nem aproximações em regiões acima do ligamento inguinal nem  em subcutâneo para aproximações latero-lateral. Forma esquemática de aplicação de técnica delta (figura 10).

Figura 10: Técnica de delta 
(autoria própria) 

TÉCNICA CIRÚRGICA ELIPSE  

Na técnica denominada elipse, a paciente que já possui o ponto mais alto da  comissura superior abaixo do ligamento inguinal e esta paciente ao ficar em pé, não  possui exposição do ápice do capuz clitoriano (comissura superior) também já possui  a proporcionalidade adequada ponto mais alto do capuz clitoriano até sua transição para lábios internos, e esse mesmo ponto de transição do capuz /lábios internos até  fúrcula vaginal não segue a proporção a+b/a =a/b = Ɵ, porém o excesso de capuz  está de forma látero-lateral. A retirada do excesso de pele apenas lateral, e suas  suturas serão oblíquas com fio 4.0 absorvível (figura 11). Pode ser realizada com ou  sem a abordagem do corpo ou glande do clitóris. Havendo necessidade de retirada  longitudinal dos lábios internos, também poderá ser abordada nesse tempo cirúrgico.  Não serão descritas áreas de cirurgia, mas apenas do planejamento do capuz clitoriano. Esta técnica também já é amplamente realizada, porém pouco explicada a  sua aplicabilidade.

Figura 11: Técnica de elipse 
(autoria própria) 

TÉCNICA CIRÚRGICA LOSANGO 

O Losango é utilizado, em pacientes que apresentam capuz curto de forma  longitudinal, está com seu ápice acima do ligamento inguinal, há desejo em deprimir  esse capuz ao ficar em pé. Nesse caso, não se deseja remover o excesso de forma  longitudinal nem lateral. No ponto mais alto da comissura é a ponta superior do losango, os ângulos laterais se encontram em sua transição para lábios externos e  seu ponto inferior do losango em seu dorso do capuz. Essa remoção, feita no formato  de um losango, permite unir os ângulos laterais do losango em seu ponto de encontro  com os lábios externos e formar uma tunelização nessa região do capuz/clitóris. 

A proporcionalidade entre o ponto mais alto do capuz clitoriano até sua  transição para lábios internos e esse mesmo ponto de transição do capuz /lábios  internos até fúrcula vaginal não segue a proporção a+b/a =a/b = Ɵ, estando encurtado.  Havendo necessidade de depressão dessa área sem a retirada de forma longitudinal.

Nos casos em que há excesso de corpo clitoriano ou glande do clitóris, pode  ser associado ou não a retirada de parte, havendo necessidade de retirada  longitudinal dos lábios internos também pode ser abordada nesse tempo cirúrgico.  Nesse artigo não falaremos dessas áreas de cirurgia apenas do planejamento do  capuz clitoriano. 

A abertura da região em subcutâneo na linha do ligamento inguinal é  aprofundada até próxima a fáscia e sua região subcutânea aproximada de forma  horizontal com fio de maior espessura como 2.0 podendo ser ou não absorvível  trazendo tração e aproximação dessa região .O ponto principal de tração coincide com  a transição dos lábios externos e com o ligamento inguinal. Os reforços em  subcutâneo acima dessa região também são aproximados com fio 2.0 e a região de  pele e semimucosa são aproximadas com fio 4.0 podendo ser reabsorvível ou não. 

Nas técnicas de Y invertido e losango é feito o reforço em subcutâneo e a  tunelização. Já nas técnicas de elipse e de delta não é necessário sutura de reforço  em subcutâneo, apenas a área de semimucosa. Essa técnica foi desenvolvida a partir  da queixa de uma paciente pós-retirada de corpo clitoriano que ainda se incomodava  com a proeminência da região e não havia mais como retirar mais parte do corpo  clintoniano (figura 12).

Figura 12: Técnica de losango  
(autoria própria)

ÍPSILON (Y) INVERTIDO 

A técnica de Losango é utilizada, em pacientes que apresentam capuz longo de  forma longitudinal acima do ligamento inguinal e excesso em lateral além da  proeminência desse capuz ao ficar em pé. Nesse caso, deseja-se remover o excesso  de forma longitudinal, lateral e depressão dessa região. A incisão inicial é realizada  em forma de delta, porém com sua sutura sendo realizada de forma em ípsilon  invertido nos diferente nos pontos a seguir descritos. 

Após a retirada da pele em formato de delta, é incisionada a região de  subcutâneo até próximo a fáscia em toda área em ligamento inguinal e acima do  mesmo. Com essa incisão é possível reduzir a área de tensão e superficializar os  lábios externos e monte de Vênus e deprimir a área do clitóris. 

São dados pontos de forma horizontal aproximando de forma látero-lateral toda  essa região em ligamento inguinal e acima do mesmo com fio 2.0 o plano subcutâneo  e 4.0 o plano de pele e semimucosa, ficando a critério do cirurgião a escolha de  absorvível ou não. Nesse momento há o fechamento do ápice do delta formando a  parte única do ípsilon invertido. 

A parte restante do delta inicial dará origem à parte inferior do ípsilon invertido.  Nessa região a aproximação se dá de forma oblíqua, assim como no delta original  apenas em pele/ semimucosa com fio 4.0 não havendo necessidade de região em  subcutâneo.  

Se o capuz clitoriano ainda não estiver na proporcionalidade entre o ponto mais  alto do capuz clitoriano até sua transição para lábios internos e este mesmo ponto de  transição do capuz /lábios internos até fúrcula vaginal seguindo a+b/a =a/b = Ɵ, faz se necessário suspensão e ajuste desta região até o ponto de encontro entre as 3 partes do ípsilon invertido e criar essa proporcionalidade.  

Com isso é possível promover a depressão dessa área com tunelização da  região do capuz clitoriano e pode ser substituído muitas vezes pelo corte clitoriano,  trazendo uma solução mais fácil e permanente da cobertura da região. O excesso lateral de capuz clitoriano é ajustado em sua proporcionalidade triangular para atingir  essa padronização. Nos casos em que há excesso de corpo clitoriano mesmo após o ajuste de pele  ou glande do clitóris, pode ser associado ou não a retirada de parte, havendo  necessidade de retirada longitudinal dos lábios internos também pode ser abordada  nesse tempo cirúrgico. 

Figura 12: Técnica de ípsilon invertido 
(autoria própria)

CONCLUSÃO 

A harmonização encontrada através do padrão ouro da genitália feminina pode propiciar um aumento da satisfação sexual, pois a mulher se sente mais à vontade  com o próprio corpo, propiciando melhoria de vida e confiança com experiências  íntimas. 

A documentação de técnicas replicáveis e o alto nível de satisfação das  pacientes, sem prejuízos funcionais, se faz necessária neste momento em que se  tornou maior o número de profissionais não treinados realizando procedimentos  íntimos.  

O presente artigo corrobora para a maior clareza, planejamento e possibilidade  de harmonização e padronização da genitália feminina através das técnicas de  aplicação de padrão áureo íntimo, assim como anestesias e procedimentos de  correção descritos.

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1Ginecologista – Histerocenter. MD.
 2Professor Adjunto I – UFT Universidade Federal do Tocantins. MD. ME