OZONIOTERAPIA: UMA PRÁTICA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR DO SUS ALIADA A ESTÉTICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7303882


Carolina da Silva Ferreira de Paula1
Orientador: Leonardo Guimarães de Andrade2


RESUMO

A ozonioterapia é reconhecida como uma Prática Integrativa Complementar do Sistema Único de Saúde, onde a terapia é realizada pela administração de 3 átomos de oxigênio combinados e bioativados, formando então a molécula do ozônio. Este gás que é altamente oxidativo está presente na natureza, mas é utilizado de forma medicinal em prol da saúde. A ozonoterapia é uma prática antiga, utilizada no tratamento de algumas doenças, porém a alguns anos, muitos especialistas estão a inserindo na estética. Sendo assim, o objetivo do presente estudo visa identificar os mecanismos de ação do ozônio. Afim de compreender as evidências científicas da técnica de ozonioterapia nas disfunções estéticas. A metodologia utilizada foi uma revisão integrativa aderindo as bases de dados do GOOGLE, GOOGLE ACADÊMICO, PUBMED e SCIELO, publicados entre os anos de 2018 a 2022, nos idiomas português e inglês. Os resultados encontrados demonstraram que a aplicação da ozonioterapia desempenha uma excelente função no tratamento das disfunções estéticas, tais como, combate a gordura localizada, tratamento de celulite, remoção de estrias, tratamento de acnes, rejuvenescimento facial, eliminação de papada e outras. Além de ser seguro, acessível e altamente benéfico para as funções do organismo.

Palavras-chave:“Práticas integrativas e complementares”, “Práticas integrativas e complementares na estética”, “Práticas integrativas”, “Ozonioterapia”,“Disfunções Estéticas”,“Ozônio”,“Oxidante”,“Rejuvenescimento”,“Pele”.

ABSTRACT

Ozone therapy is recognized as a Complementary Integrative Practice in the Unified Health System, where therapy is performed by the administration of 3 combined and bioactivated oxygen atoms, thus forming the ozone molecule. This gas that is highly oxidative is present in nature, but is used medicinally for the sake of health. Ozone therapy is an ancient practice, used in the treatment of some diseases, but a few years ago, many specialists are inserting it into aesthetics. Thus, the aim of this study is to identify the mechanisms of action of ozone. In order to understand the scientific evidence of the technique of ozone therapy in aesthetic dysfunctions. The methodology used was an integrative review adhering to the databases of GOOGLE, GOOGLE ACADEMIC, PUBMED and SCIELO, published between the years 2018 to 2022, in the Portuguese and English. The results showed that the application of ozone therapy plays an excellent role in the treatment of aesthetic dysfunctions, such as, localized fat fighting, cellulite treatment, stretch mark removal, acne treatment, facial rejuvenation, elimination of papaya and others. In addition to being safe, accessible and highly beneficial to the functions of the body.

Keywords:“Integrative and complementary practices”, “Integrative and complementary practices in aesthetics”, “Integrative practices”, “Ozoniotherapy”, “Aesthetic Dysfunctions”, “Ozone”, “Oxidant”, “Rejuvenation”, “Skin”.

  1. INTRODUÇÃO

A Ozonioterapia é uma técnica terapêutica que utiliza gás ozônio (O3) para tratar doenças, onde este atua no estresse oxidativo crônico provocado por algumas enfermidades, como: aterosclerose, diabetes, infecções virais e bacterianas, feridas, queimaduras, úlceras diabéticas, dentre outras patologias. O ozônio é uma molécula altamente instável e por ser um poderoso oxidante, estimula todo o sistema antioxidante, produzido naturalmente por neutrófilos supostamente ativados em estado de defesa do nosso organismo, eliminando os microrganismos patológicos sem causar qualquer tipo de resistência. Esta terapia vem sendo minuciosamente estudada por décadas, sendo observado o mínimo de efeitos colaterais (MACEDO et al., 2022).

A ozonioterapia já é utilizada para fins terapêuticos desde 1914, na Primeira Guerra Mundial, porém somente em 1975 teve início para uso terapêutico no Brasil. Devido aos seus grandes benefícios no tratamento de várias doenças, a ozonioterapia foi incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS), através da Portaria do Ministério da Saúde em 2018. E enfim, tornando-se eficiente no mundo todo, dar-se início a terapia associada ao tratamento estético no ano 2000 (SOUZA et al., 2022).

A partir daí, o ozônio vem apresentando excelentes resultados na estética, atuando diretamente no combate a gordura localizada, celulite, rugas, flacidez, acne, hipercromias, estrias, telangiectasias etc. O tratamento de afecções da pele, cada vez mais, vem ganhando projeção no que se refere a ozonioterapia, principalmente considerando sua ação no processo de rejuvenescimento (MACEDO et al., 2022).

A aplicação deste gás no organismo, traz vários benefícios para a oxigenação e metabolismo, sua aplicação funciona por várias vias de administração transcutânea, através de bolsas, compressas, copos, óleo ozonizado, água ozonizada; e as invasivas, como insuflação retal e injeção de gás, intramuscular, intravenosa, intravaginal e intracavitária, intrauretral (BORDIN et al., 2022).

A junção das Práticas Integrativas e Complementares na Estética buscou trazer tratamentos estéticos, tendo como finalidade amenizar a disfunção, além de melhorar o bem estar e auto estima do paciente. É uma prática que não necessita de recursos tecnológicos sofisticados, oferecem menores riscos de efeitos colaterais e toxicológicos quando comparados aos tratamentos convencionais, e necessitam de menos recursos financeiros, o que torna a assistência em saúde menos onerosa e com qualidade, além de proporcionar resultados satisfatórios. Baseando-se nisso, esta pesquisa traz como tema: Ozonioterapia: Uma Prática Integrativa e Complementar do SUS aliada a estética. Dessa maneira, a questão norteadora da presente revisão foi: quais os efeitos da ozonioterapia na Estética?

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Este trabalho visa identificar os mecanismos de ação do ozônio. Afim de compreender as evidências científicas da técnica de ozonioterapia nas disfunções estéticas.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Entender como ocorre a geração do ozônio e seu papel na história;
  • Reconhecer a ozonioterapia como uma Prática Integrativa e Complementar do Sistema Único de Saúde;
  • Compreender os mecanismos de ação do ozônio medicinal no organismo, considerando suas contraindicações, toxicidade e seus efeitos adversos;
  • Apresentar a aplicabilidade do ozônio;
  • Destacar as evidências científicas da técnica de ozonioterapia nas disfunções estéticas.

3. METODOLOGIA

O presente estudo tratou-se de uma pesquisa integrativa e quanto ao procedimento para coleta de dados do tipo bibliográfica. Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: Google, Google Acadêmico, Pubmed e Scielo. Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores e suas combinações na língua portuguesa: “Práticas integrativas e complementares”, “Práticas integrativas e complementares na estética”, “Práticas integrativas”, “Ozonioterapia”, “Disfunções Estética”, “Ozônio”, “Oxidante”, “Rejuvenescimento”, “Pele”.

Os critérios de inclusão definido para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português e inglês, artigos na íntegra que retratassem a temática referente a ozonioterapia como uma prática integrativa e complementar, em artigos técnicos-científicos, revistas científicas, e artigos de ensaio clínico, publicados no período de 2018 a 2022. Quanto aos critérios de exclusão foram: artigos que estivessem fora do período de publicação e que não correspondessem ao assunto da pesquisa. O período de busca nas bases de dados foi entre Janeiro à Setembro de 2022.

4. JUSTIFICATIVA

Assim, este estudo buscou esclarecer e apresentar a importância da ozonioterapia na estética, onde demonstrou efeitos positivos na oxigenação e no metabolismo celular, assim como, no rejuvenescimento da pele, no combate a acne, na diminuição da queda capilar, na modulação do FEG (Fibro Edema Gelóide), na atrofia tegumentar, na gordura localizada, nas hipercromias e na flacidez da pele. Desse modo, o ozônio além de possuir benefícios clinicamente relevantes que apoiam o seu uso, tem alcançado resultados satisfatórios por ser de fácil aplicabilidade, baixo custo, sem efeitos adversos e sem toxicidade.

5. REVISÃO DA LITERATURA

5.1. O OZÔNIO E SEU PAPEL NA HISTÓRIA

Alótropo do O2, o ozônio(O3) é uma molécula triatômica, composta por três átomos de oxigênio (POST et al., 2021). Na forma gasosa é incolor, na forma líquida é azul escuro, tem um odor bem característico e intenso, é bastante reativo, altamente instável e considerado um dos oxidantes mais potentes. Deste modo, ao entrar em contato com material biológico é capaz de eliminar bactérias, vírus e fungos, além de modular o stress oxidativo, remover toxinas e melhorar a circulação sanguínea (SOUZA et al., 2022). Entretanto, o uso do ozônio como agente terapêutico deve ser feito com precauções, onde pode ser prejudicial quando usado em doses inadequadas (BORGES, 2021).

Ele está presente na natureza e é um gás extremamente importante, pois absorve os raios ultravioletas emitidos pelo sol (BORDIN et al., 2022). Sua formação se dá quando a radiação solar ou descargas elétricas incide em moléculas de oxigênio separando os dois átomos de oxigênio, este é liberado na atmosfera e une a outra molécula de oxigênio, formando então o O3 (MACEDO et al., 2022).

Figura 1: Formação do Ozônio

Fonte: https://www.philozon.com.br/o-ozonio/

Contudo, o ozônio medicinal é produzido por geradores no momento do uso. Tal conversão é de 1 a 5% sendo ozônio, e o restante oxigênio medicinal. No equipamento, ocorre um método chamado de “descarga silenciosa”, onde o O2 medicinal passa por uma célula e uma descarga elétrica de alta voltagem e alta frequência transforma-o em O3. A estabilidade do O3 na mistura oxigênio-ozônio vai depender da temperatura e da concentração, onde quanto maior sua concentração e maior temperatura, maior a dissociação, e vice-versa, que pode variar em alguns minutos. Desta forma, não é possível armazená-lo (POST et al., 2021).

Fig.2: Gerador de ozônio

Fonte: http://www.aquapuregroup.com/medical-ozone-generator/

Com um histórico centenário de estudos e aplicação de sucesso. Os marcos relatados mais importantes se destacam: Em 1783, o químico holandês, Martinus Van Marum, identificou o ozônio pelo odor. Mas de acordo com a Associação Brasileira de Ozonioterapia, a história do O3 teve seu início em 1834, através do químico alemão, Dr. Christian Friedrich Schoenbein, justamente ao perceber que ao submeter o O2 a uma descarga elétrica, um odor específico era liberado, este foi nomeado de ozein, do grego “aquilo que cheira” (POST et al., 2021); Em 1856, o físico e químico Irlandês, Thomas Andrews, demonstrou que o ozônio era constituído por 3 átomos de oxigênio; Em 1857, o primeiro gerador de ozônio foi construído, pelo alemão Ernest Werner von Siemens; Em 1896, o croata Nikola Tesla patenteou o primeiro gerador de ozônio nos Estados Unidos da América e fundou em 1900 a “Tesla Ozone Company”, primeira indústria de geradores de ozônio no mundo (BORDIN et al., 2022).

Mas, somente em 1914 o O3 começou a ser usado para fins terapêuticos e de diversas formas, mais precisamente durante a Primeira Guerra Mundial, tais como em soldados com gangrena, abscessos e fraturas, e felizmente de maneira muito bem-sucedida. E depois de bastante tempo, especificamente, em 1975 se dá a partida do uso terapêutico no Brasil (SOUZA et al., 2022).

A eficácia terapêutica do ozônio se tornou explícito no mundo todo, porém somente no ano 2000 teve início ao tratamento estético (BESSA, 2019).

5.2. A Ozonioterapia

É uma técnica terapêutica que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, ou seja, o ozônio medicinal, que tem como principal objetivo auxiliar na oxigenação dos tecidos, com o intuito de aumentar a resposta do sistema imunológico, utilizado no tratamento de um amplo número de problemas de saúde e disfunções estéticas (LOPEZ, 2021).

O marco mais importante para ozonioterapia medicinal no Brasil ocorreu com a sua inclusão na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS), através da Portaria do Ministério da Saúde nº 702/2018, atualizada pela Portaria nº 1.988/2018. A partir deste marco, vários Conselhos da área de saúde buscaram compreender e regulamentara ozonioterapia no âmbito de atuação de cada profissão (ABOZ, 2022).

De acordo com a Associação Brasileira de Ozonioterapia, no Brasil a prática foi Regulamentada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), através da Resolução nº 685/2020. Contudo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) resiste em Regulamentar o uso da ozonioterapia, cogitando que há necessidades de mais estudos direcionados a aplicação do ozônio (SOUZA et al., 2022).

Atualmente qualquer profissional da área da saúde, com exceção dos médicos, pode requerer sua habilitação em ozonioterapia, basta cumprir uma carga horária mínima de aproximadamente 120 horas, sendo 60% de horas teóricas, que poderão ser em modalidade presencial ou a distância e 40% de horas prática presencial. E solicitar junto ABOZ (Associação Brasileira de Ozonioterapia) seu registro e consequentemente submeter ao seu conselho para habilitação (MACEDO et al., 2022).

De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Farmácia, após sua habilitação, fica atribuída a prática do farmacêutico na utilização da ozonioterapia, desta forma, a norma consenti como atribuição do farmacêutico os serviços em ozonioterapia como uma Prática Integrativa Complementar (NORONHA, 2020). Considerando que o oxigênio e ozônio medicinais atuam principalmente por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, e que apresentam propriedades de prevenir, tratar e aliviar enfermidades ou doenças (UNIÃO, 2020).

Nos últimos anos, devido aos seus mecanismos de ação, foi comprovado que a ozonioterapia vem sendo cada vez mais procurado em clínicas de estética, tornando-se um poderoso aliado no tratamento de várias disfunções estéticas, tais como, gordura localizada, celulite, flacidez, varizes, estrias, olheiras, acnes, hipercromias, queda capilar, calvície e rejuvenescimento facial, o que demonstra um importante poder de espectro de ampla utilidade na clínica (DIAS; JURADO, 2021).

5.3. REAÇÕES BIOQUÍMICAS E MECANISMOS DE AÇÃO DO OZÔNIO MEDICIAL NO ORGANISMO, CONSIDERANDO SUAS CONTRAINDICAÇÕES E EFEITOS TÓXICOS

O ozônio ao entrar em contato com os fluídos biológicos do nosso corpo, logo deixa de existir. Este processo chamamos de Sistema Hormese (ocorrendo um estresse oxidativo, porém transitório). Onde, ele provoca algumas Reações Bioquímicas. Reações estas que ocorrem com a ação do O3 na formação de espécies reativas de oxigênio (ROS) e produtos de oxidação de lipídios (LOPs), elas formam a base de sua terapia, sendo que as ROS são de rápida ação, podendo levar até menos de um segundo para serem destruídas, já as LOPs, tem meia-vida maior e são difundidas por todo o organismo, pois são diluídas nos fluídos corporais, como plasma, urina e linfa (POST et al., 2021).

Após as Reações Bioquímicas do Ozônio (O3), podemos descrever seus três principais mecanismos de ação. Sendo o primeiro, relacionado à inativação de micro-organismos. Onde, nas bactérias ocorre a interrupção da integridade do envelope celular por meio da oxidação dos fosfolipídios e lipoproteínas. Nos fungos, o ozônio pode inibir o crescimento celular. Já nos vírus quebra o capsídeo viral e atrapalha o ciclo reprodutivo, ocorrendo a peroxidação entre vírus e célula. (LOPEZ, 2021; BORDIN et al., 2022).

A segunda possibilidade, é que ocorre uma ligação ao estímulo do metabolismo do oxigênio, que aumenta a taxa de glicólise dos glóbulos vermelhos, elevando assim a estimulação do 2,3-difosfoglicerato, levando ao aumento na quantidade de oxigênio distribuído para os tecidos. (LOPEZ, 2021; BORDIN et al., 2022).

Já a terceira é facilitar a ativação do sistema imunológico. Quando ocorre a aplicação em concentrações entre 30 e 55 mcg/ml, aumentando a produção do Interferon, reduzindo o fator de necrose tumoral e de interleucina 2, e consequentemente reduz a intensidade das reações imunológicas subsequentes. Sobretudo, o combate dos radicais livres (LOPEZ, 2021; BORDIN et al., 2022).

A contraindicação absoluta para a prática da ozonioterapia é para pessoas com ausência ou deficiência referente à enzima glicose – 6 – fosfato desidrogenase (G6PD), pois neste caso pode ocorrer uma destruição em massa das hemácias. Logo, as contra indicações relativas podemos citar: hipertireoidismo ou hipertensão arterial, quando descompensados; anemias graves; hemorragia recente de órgãos; intoxicação aguda do álcool; caquexia ou patologias com alto estresse oxidativo (BORGES, 2021).

Segundo Bessa (2019), o ozônio produz um efeito tóxico para as vias respiratórias, não podendo ser inalado. Sua exposição acima de 3 ppm, pode causar tosse, dor de cabeça, batimento cardíaco irregular, vertigem, irritação na garganta, olhos e nariz. A inalação de mais de 20 ppm por 1 hora ou 50 ppm por 30 minutos pode ser fatal podendo causar congestão pulmonar, edema e hemorragia.

Durante muito tempo, o ozônio foi proibido devido ser considerado tóxico. Entretanto, apresenta efeitos benéficos quando administrado em doses terapêuticas precisas (ANZOLIN; BERTOL, 2018).

5.4. APLICABILIDADE DA OZÔNIOTERAPIA

Segundo Albanezi (2021), a via de administração, assim como a concentração e o volume do ozônio será determinada pelo profissional capacitado após uma avaliação, de acordo com o objetivo e necessidade do organismo do paciente.

As principais vias são: sistêmica (retal); subcutânea, intradérmica e intra-articular; pequena AHT e grande AHT; otológica (auricular); tópica com bags, água e óleo ozonizado; e através de cosméticos (ALBANEZI, 2021).

A via sistêmica ou retal é a principal e mais eficaz via para a administração do ozônio. Onde uma mistura de ozônio e oxigênio é introduzida pelo reto e absorvida pelo intestino. Embora não muito utilizada para tratamentos estéticos. Esta via beneficia diversos problemas de saúde, como colite ulcerosa, doenças inflamatórias, intestinais, doenças autoimunes e é considerado um dos métodos mais seguros (BORDIN et al., 2022).

A via subcutânea (hipoderme) e a via intradérmica (derme) são muito utilizadas no tratamento estético, onde a aplicação é injetável diretamente na pele, principalmente para tratamento de celulites, gordura localizada, hipercromias, aplicação de colágeno, entre outros. (ALBANEZI, 2021; MACEDO et al., 2022).

As vias intra-articular e periarticular a aplicação é realizada nas articulações. Ela pode ocorrer tanto ao redor da lesão quanto da inflamação. Recomenda-se a aplicação nos casos de tendinite, entorses, lesões articulares agudas e reumatismo (FERREIRA et al., 2021).

A Auto-Hemoterapia pequena ou menor retira uma pequena quantidade do sangue (aproximadamente 5 ml), ozoniza e reaplica no músculo para estimular o sistema imunológico, oxigenar o músculo e estimular a regeneração, energia e crescimento de células musculares. Já a Auto-Hemoterapia grande ou maior, consiste em retirar uma porção de sangue e tratá-la com o ozônio, sendo reinserida na veia depois. Neste caso, o ozônio reage imediatamente nos glóbulos vermelhos e brancos do sangue, bem como no plasma, ativando assim o seu metabolismo. É uma prática, mais antiga, porém atualmente, está associada ao ozônio para estimular a circulação do organismo e redução de processos inflamatórios e degenerativos, doenças arteriais, diabetes, insuficiência renal e várias doenças virais, assim como, algumas doenças de pele (LOPES, 2020; ALBANEZI, 2021).

A via otológica ou auricular é indicada para enxaquecas, degenerações oculares, inflamações e infecções respiratórias, inclusive para crianças (BORDIN et al., 2022).

A via tópica é aplicada na forma de água e óleo ozonizado. Geralmente óleo de girassol ou de oliva, ambos com o efeito hidratante, anti-inflamatório, antioxidante, calmante, antimicrobiano e cicatrizante. Podendo ser utilizados em feridas, acne, infecções locais, dermatites, cicatrização pós-cirúrgica, por estimular o colágeno e a elastina (ALBANEZI, 2021).

Fig.3: Coluna de ozonização de água


https://www.ispsaude.com.br/coluna-de-ozonizacao-de-agua-philozon-

A via por bags ou bolsas de ozônio (mistura de gases insuflado em bolsas plásticas), aplicada diretamente em contato com a área afetada para acelerar o processo de cura de feridas, que têm uma cicatrização mais lenta, como por exemplo em diabéticos, em dermatites atópicas e alergias intensas (BORDIN et al.,2022).

Fig.4: Bolsa de ozônio

https://saopaulooxigenio.com.br/produto/bag-bota-longa/

Nos cosméticos, apesar de bem restrito no Brasil, algumas empresas estão investindo em shampoos, cremes, pastas dentais, desodorantes e outros (ALBANEZI, 2021).

5.5. AÇÃO DA OZONIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS

Atualmente, vem crescendo a busca por atendimento com ozonioterapia na estética por ser uma técnica inovadora, segura, de rápida aplicação e baixo custo (BORGES et al., 2021).

As principais formas de administração da ozonioterapia na estética podem ser feitas de maneira tópica, através de óleos ou águas ozonizadas, inserção do ozônio ao vapor d’água, banhos de imersão (hidrozoniotepia), bolsas plásticas (bags), bem como por meio de aplicações por injeções (LOPEZ, 2021; LOPES, 2020).

Em Algumas disfunções estéticas faciais e corporais necessitam de um complemento circulatório para sua melhor resposta ao tratamento, logo, a ozonioterapia aplicada sistemicamente associada a local, pode ser um poderoso aliado no tratamento dessas disfunções clínicas (BORGES et al.,2021).

Tendo em vista que na estética a ozonioterapia possui uma ação anti-inflamatória, atribuindo uma ação hidrofílica, ajudando na oxigenação do tecido e melhorando a circulação no local, onde as células adiposas sofrem morte celular e eliminam fluidos intersticiais estagnados (Edemas celulíticos crônicos) no sistema. Pode auxiliar na redução de medidas com degradação de lipídios no corpo, regulando funções dos rins, fígado e tireoide. Além de atuar contra o envelhecimento tegumentar, tratamento da acne, flacidez da pele, eliminação do Fibro Edema Gelóide (celulite), no tratamento da atrofia tegumentar (estrias), da gordura localizada, das hipercromias e queda capilar (BORGES, 2021; BORDIN et al., 2022).

Considerando que o ozônio é um só, para alcançar os resultados esperados no tratamento de disfunções estéticas, é preciso ter conhecimento da técnica e das concentrações ideais para aplicação, assim como, do tempo de duração, a demarcação da área e a massagem pós aplicação. Somente um profissional habilitado poderá definir um protocolo de tratamento de acordo com a necessidade de cada paciente (UNIÃO, 2020; SOUZA et al., 2021).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa ao analisar os artigos verificou que a ozonioterapia tem se mostrado eficiente no auxílio de diversos tratamentos terapêuticos complementar, além de ter um papel fundamental no tratamento de disfunções estéticas.

Os estudos relevam que o gás ozônio quando entra em contato com o organismo, tem uma excelente ação antioxidante, com propriedades fungicida, bactericida e virucida, melhora a oxigenação tecidual e a circulação sanguínea, é regenerador, bioestimulador de fibroblastos e melhora a resposta imunológica. Apesar de ser um mercado extremamente novo, é bastante promissor por apresentar ótimos resultados, menor tempo de recuperação, excelente custo benefício, poucos efeitos colaterais e aplicação rápida.

Ratifica-se que no âmbito desta pesquisa de revisão não foram encontrados artigos que mostrassem evidências científicas negativas quanto ao uso do gás de ozônio em diversos tipos de terapia. Sendo considerada uma técnica segura, sem trazer danos à saúde se utilizada conforme os devidos protocolos estabelecidos com os profissionais corretamente habilitados.

REFERÊNCIAS

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1Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Iguaçu, como requisito parcial para a Obtenção do Grau de Bacharel. 
2Orientador: Leonardo Guimarães de Andrade