OZONIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE GORDURA LOCALIZADA

OZONE THERAPY FOR TREATMENT OF LOCALIZED FAT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo10162692


Elizandra Freitas Alves1
Viviane Marinho dos Santos2


RESUMO

O propósito desta pesquisa consistiu em examinar os mecanismos de ação do ozônio e sua aplicação na área estética para tratar a redução de gordura localizada, com potenciais benefícios para a perda de peso. Realizamos uma revisão de literatura, analisando artigos científicos disponíveis em diversas bases de dados, como Google Acadêmico, SciELO, BVS e Medline.

A terapia complementar conhecida como ozonioterapia consiste na administração de ozônio no organismo humano. A eficácia no combate aos microrganismos é reconhecida, pois oferece ação antimicrobiana contra bactérias, fungos e vírus. A ozonioterapia tem se destacado na área da estética por conta dos seus benefícios, apesar de ser frequentemente empregada em procedimentos pós-operatórios. Considerada uma técnica segura e rentável, apresenta resultados eficazes e com poucos efeitos colaterais. Ela contribui para uma melhoria visível na qualidade da pele e no rejuvenescimento através da melhoria da oxigenação tecidual e metabólica. Devido às suas propriedades antioxidantes, o oxigênio envelhece diretamente as células adiposas e promove a circulação local.

PALAVRAS-CHAVE: ozônio, ozônioterapia, adiposidade localizada.

ABSTRACT

The objective of this study was to investigate the mechanisms of action of ozone and its application in the aesthetic area to treat localized fat reduction, with potential benefits for weight loss. We carried out a literature review, analyzing scientific articles available in various databases, such as Google Scholar, SciELO, VHL and Medline.

Complementary therapy known as ozone therapy consists of administering ozone to the human body. Its effectiveness in combating microorganisms is recognized, as it offers antimicrobial action against bacteria, fungi and viruses. Ozone therapy has stood out in the area of ​​aesthetics due to its benefits, despite being frequently used in post-operative procedures. Considered a safe and profitable technique, it presents effective results with few side effects. It contributes to a visible improvement in skin quality and rejuvenation through improved tissue and metabolic oxygenation. Due to its antioxidant properties, oxygen directly ages fat cells and promotes local circulation.

KEYWORDS: ozone, ozone therapy, localized adiposity.

1. INTRODUÇÃO

A condição crônica da obesidade está ligada a uma variedade de fatores, como predisposição genética, comportamento, influências socioculturais e questões metabólicas. Isso geralmente é resultado do excesso de comida aliado à falta de atividade física, o que desencadeia a produção de gordura no tecido adiposo. Além de ser um reservatório vital de energia no corpo, o tecido adiposo armazena lipídios na forma de triacilglicerol (TAG) dentro de suas células específicas, conhecidas como adipócitos (ANTUNES, LIMA, 2021). 

As adiposidades podem aparecer em diversas regiões do corpo, como submento, abdômen, costas, flancos, quadris, braços e coxas. Estas regiões têm frequentemente um impacto negativo na auto-estima das pessoas. Pequenas intervenções estéticas, incluindo a redução do número de células de gordura, têm o potencial de melhorar a percepção dos pacientes sobre seus corpos e, como resultado, a sua saúde mental (SOAIGHER, CORTEZ, 2016).

O tratamento conhecido como ozonioterapia consiste na administração de ozônio no organismo, um gás composto por três átomos de oxigênio (O3). Seu principal objetivo é aumentar a oxigenação tecidual, o que aumentará a resposta do sistema imunológico e de outros sistemas (LOPEZ, 2021). 

No campo da estética, a ozonioterapia apresenta propriedades antiinflamatórias, proporcionando efeito hidrofílico que auxilia na oxigenação tecidual e melhora o fluxo sanguíneo na área. Isso é particularmente benéfico em situações em que as células vivenciam morte celular e contribui para remover fluidos estagnados do sistema (LOPEZ, 2021).

Neste estudo temos como objetivo geral: Demonstrar os resultados positivos da ozonioterapia para o tratamento de adiposidade localizada. E Objetivos específicos: analisar as diversas aplicações da ozonioterapia na adiposidade localizada, descrever as técnicas e benefícios da ozonioterapia no corpo e investigar  as intercorrências e contra indicações do uso da ozonioterapia.

2. METODOLOGIA

Este trabalho consiste em uma revisão de literatura realizada como parte da pesquisa científica sobre a ozonioterapia no tratamento da adiposidade localizada. A pesquisa foi realizada entre agosto e dezembro de 2023.

A pesquisa bibliográfica teve como base as principais fontes de dados, incluindo Google Acadêmico, Scielo (Scientific Electronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Para a busca de artigos, foram utilizados os seguintes descritores: ozônio, ozônioterapia, adiposidade localizada.

Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos artigos foram os seguintes: artigos publicados no período de 2013 a 2023 nos idiomas português, inglês e espanhol. 

Foram considerados apenas artigos completos que abordassem a temática do emagrecimento em relação às práticas integrativas e complementares aplicadas à estética.

Os critérios de exclusão são delineados como características dos possíveis artigos que podem impactar negativamente o êxito da pesquisa ou agravar o risco de resultados desvantajosos.

Os instrumentos e procedimentos de coleta de dados: 

1. Foram utilizados os descritores: ozônio, ozônioterapia, adiposidade localizada.

2. Após a identificação dos artigos, eles foram submetidos aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, visando selecionar apenas aqueles mais pertinentes para os resultados e discussões.

3. Os artigos selecionados para a análise de resultados.

Este fluxograma é composto pelos artigos selecionados ao longo dos estudo de revisão bibliográfica .Contendo bases de dados SCIELO, Google Acadêmico e BVS.

Fonte: própria autoria.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 TECIDO ADIPOSO

Uma das demandas mais comuns em spas e clínicas é o tratamento da lipodistrofia localizada, com o objetivo de aprimorar a estética corporal. O mercado tem sido impulsionado a desenvolver uma variedade cada vez maior de procedimentos e terapias estéticas a fim de atender essa demanda crescente devido ao desejo crescente por um corpo bem modelado (SARAIVA, FERREIRA, 2020).

Paralelamente a essa adaptação do mercado, observamos que os pacientes estão agora buscando tratamentos que não apenas proporcionam resultados estéticos, mas também melhorem sua qualidade de vida e bem-estar (SARAIVA, FERREIRA, 2020).

A disfunção nas células adiposas identifica a lipodistrofia localizada, que se refere ao acúmulo de adipócitos em regiões específicas do corpo. Essa disfunção resulta em um metabolismo anormal da glicose ou em um crescimento excessivo de gordura nas células adiposas subcutâneas, afetando principalmente o quadríceps, os músculos oblíquos, do abdômen e as coxas (ABOZ, 2022).

Os numerosos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da lipodistrofia localizada. , tais como o estresse, a falta de atividade física, o excesso de calorias na dieta, a predisposição genética, o tabagismo, as flutuações hormonais (como elevação dos níveis de estrogênio, aldosterona, prolactina e insulina), síndrome pré-menstrual, o uso de contraceptivos hormonais, dismenorreia, algumas condições ortopédicas e problemas vasculares ou linfáticos. O acúmulo localizado de adipócitos e possivelmente a formação de lipomas estão associados ao estresse oxidativo, processos inflamatórios e produção excessiva de espécies reativas de oxigênio (ROS) (FRANZINI, 2016).

3.2 A OZONIOTERAPIA

O tratamento conhecido como ozonioterapia consiste na administração de ozônio no organismo. Composto por três átomos contendo oxigênio (O3), esse gás tem como principal objetivo melhorar a oxigenação dos tecidos, a fim de potencializar as respostas de diversos sistemas, como o sistema imunológico (LOPEZ, 2021).

Entre os efeitos terapêuticos do ozônio, destacam-se:

1. Ação antioxidante contra radicais livres.

2. O aumento do 2,3-difosfoglicerato, o que é responsável por transferir o oxigênio da hemoglobina para os tecidos, levou à flexibilidade dos eritrócitos, simplificando sua passagem pelos vasos sanguíneos e garantindo um maior suprimento de oxigênio aos tecidos.

3. Diminuição da adição plaquetária.

4. Efeito analgésico.

5. Propriedades antiinflamatórias.

6. Atividades bactericidas, fungicidas e viricidas (ABOZ, 2022).

As diversas abordagens disponíveis para diminuir a adiposidade corporal, tais como dietas, atividades físicas, massagens modeladoras e procedimentos cirúrgicos. Porém, já existem técnicas minimamente invasivas que não necessitam de intervenção cirúrgica e podem ajudar a reduzir a gordura localizada (MEJIA, 2018).

Entre essas técnicas menos invasivas e que estão se tornando cada vez mais populares está a ozonioterapia. Considerado um método de tratamento seguro e eficaz, pode ser aplicado em diversas partes do corpo e em concentrações na forma de gás ou mistura de água e/ou óleo. Seu objetivo principal é aumentar a resposta de sistemas como o sistema imunológico por meio da melhoria da oxigenação dos tecidos (LOPEZ, 2021).

As tecnologias além da ozonioterapia, são empregadas regularmente no tratamento da redução da adiposidade abdominal. Isso inclui ultrassom de alta intensidade, radiofrequência, criolipólise e infiltração subcutânea de dióxido de carbono, também conhecida como carboxiterapia (SARAIVA, FERREIRA, 2020).

Tanto a carboxiterapia quanto a ozonioterapia são capazes de tratar questões estéticas com resultados perceptíveis. O uso do ozônio em diversos procedimentos estéticos, como redução de adiposidade localizada, tratamento de celulite, rugas, flacidez, acne, hipercromias, estrias, telangiectasias, entre outros, é reconhecido pela literatura científica, de acordo com (MACEDO et al. 2022).

O efeito mínimo de efeitos colaterais foi demonstrado por meio de estudos detalhados ao longo de décadas. Sua eficácia é atribuída às ações estruturais do gás, que afetam diretamente os componentes lipofílicos das membranas celulares e o sistema de regulação fisiológica. Isso possibilita ao Fator Nuclear Eritróide 2 (Nrf2) a quimiotaxia, promovendo o equilíbrio das funções biológicas e estimulando a microcirculação local. Esses efeitos resultam na diminuição da espessura do tecido adiposo e danos às membranas das células adiposas (ANTUNES, LIMA, 2021).

O gerador de ozônio medicinal necessário para obter o gás de ozônio deve ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para garantir a segurança do usuário e prevenir quaisquer riscos. Portátil e armazenável, o ozônio precisa ser produzido no local e momento de sua aplicação (PIANA et al. 2022).

O acúmulo de adipócitos e o fibroedema gelóide (FEG) são as áreas onde ocorre a aplicação subcutânea de gás de ozônio. Assim como um estímulo ao sistema imunológico, ação da circulação do óxido nítrico, melhoria da oxigenação dos tecidos e seu fornecimento de nutrientes são alguns dos benefícios que ocorrem através quando o gás começa a entrar em contato com o organismo. Além disso, auxilia na liberação de fatores de crescimento, estimula a regeneração tecidual e possui propriedades antioxidantes e lipofílicas, que auxiliam no tratamento da gordura localizada (PIANA et al., 2022).

Os estudos relatam os benefícios da ozonioterapia no tratamento de condições estéticas e no rejuvenescimento de tecidos, tanto moles quanto duros. O gás ozônio apresenta características como o aumento do metabolismo, a melhoria da circulação, o reforço do sistema imunológico, a melhoria da cicatrização e o retardo do processo de envelhecimento, entre outros (MAKITA et al. em 2015).

A comunidade científica tem elogiado muito a eficácia da ozonioterapia, principalmente no tratamento da lipodistrofia (DIAS et al. 2021). Os três principais mecanismos de ação do ozônio são responsáveis ​​por isso: (i) quebra de ácidos graxos longos em cadeias curtas e hidrofílicas, permitindo sua eliminação pelo organismo e facilitando seu transporte nos fluidos corporais; (ii) a adesão à remoção de líquidos intersticiais estagnados, como edema. A maior aplicação de oxigênio aos tecidos é resultado da ligação do oxigênio-ozônio à membrana das células vermelhas do sangue (iii). Isso ativa o metabolismo local e melhora a circulação venosa e linfática (DIAS et al., 2021).

Macedo et al. (2022) relatam que, apesar de ser um mercado relativamente novo, as propriedades do ozônio em relação às disfunções estéticas, como a gordura localizada, são bastante promissoras e apresentam excelentes resultados.

3.3 A OZONIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS RELACIONADAS À PELE

Uma pesquisa notável foi realizada pela Bas e Yula (2018), que mostrou os valores da aplicação intradérmica de ozônio para estimular a atividade dos fibroblastos. De acordo com seu plano de tratamento, foram realizadas 10 sessões, duas vezes por semana, começando com uma dose de 5 µg cada ponto nas duas primeiras sessões e aumentando gradualmente para 10 µg nas duas seguintes, culminando com 15 µg nas seções seguintes. Esta estratégia foi mostrada especificamente eficiente na estimulação da produção de colágeno tipo I, um tipo de colágeno hidrolizado com moléculas menores e mais absorvíveis. Como consequência, a bioestimulação do colágeno na área de aplicação foi notavelmente aumentada, cerca de 1,6 vezes, demonstrando ser uma intervenção altamente eficaz para o rejuvenescimento da pele.

Estes resultados estão de acordo com os de Makita et al. (2015), que também relataram redução de manchas de pele hiperpigmentadas, como no caso do melasma, e melhora significativa no aspecto da pele do rosto e pescoço, bem como a eliminação completa das linhas de expressão.

A abordagem clínica descrita abrange diversas técnicas de administração de ozônio, como a retroinjeção, uma aplicação intradérmica com plissado (que concentra o gás na camada subdérmica, demonstrando ser a mais eficaz), as abordagens intradérmicas convencionais e mesoepidérmicas, além de resultados terapêuticos notáveis ​​(LACERDA et al., 2021).

No contexto do rejuvenescimento, é importante destacar que os efeitos da ozonioterapia na pele melhoram diretamente o tônus ​​celular, afetando tanto o corpo quanto o rosto. Em uma única aplicação, essa terapia é capaz de diminuir a flacidez da pele, remover manchas e estimular o rejuvenescimento (LACERDA et al., 2021). 

Portanto, a ozonioterapia pode ser combinada com outros recursos terapêuticos durante a mesma sessão, como o LED ( Diodo Emissor de Luz) ou LASER (Amplificação de Luz por Emissão Estimulada), que estimulam a produção de colágeno, juntamente com técnicas como microagulhamento, intradermoterapia, plasma jato e uso de produtos cosméticos ozonizados (ABOZ, 2022).

No que diz respeito à reparação tecidual da pele, particularmente no contexto de cicatrizes, a ozonioterapia tem se mostrado eficaz em diversas técnicas para promover a regeneração tecidual. Isso inclui processos de cicatrização aguda, cicatrizes hipertróficas e lesões crônicas (BORGES et al., 2021). 

O óleo ozonizado merece destaque, pois pode reduzir o tecido fibroso e estimular a ação fagocítica do excesso de fibras de colágeno no tecido conjuntivo. Em contrapartida, há alguns estudos que exploram o uso do ozônio para tratar “sequelas” de tecidos fibrosos no campo da estética (LOPES, 2021).

O uso da terapia com ozônio tem o potencial de aumentar a produção de óxido nítrico (NO), impulsionando assim a microcirculação local e resultando em benefícios em doenças vasculares crônicas, principalmente. Além disso, mesmo tendo meia-vida mais baixa quando ligado a proteínas, o ozônio pode causar vasodilatação em áreas isquêmicas vasculares distantes, levando a efeitos farmacológicos significativos (PIANA, PEDER, 2022).

Uma pesquisa notável foi realizada pela Bas e Yula (2018), que mostrou os valores da aplicação intradérmica de ozônio para estimular a atividade dos fibroblastos. De acordo com seu plano de tratamento, realizaram 10 sessões, duas vezes por semana, começando com uma dose de 5 µg nas duas primeiras sessões e aumentando gradualmente para 10 µg nas duas seguintes, culminando com 15 µg nas sessões seguintes (BAS, YULA, 2018 ).

A utilização da oxigenoterapia tem o potencial de aumentar a produção de NO, promovendo assim a microcirculação local e produzindo efeitos benéficos nas doenças degenerativas crônicas, particularmente nas doenças vasculares crônicas. Além disso, quando ligado a proteínas, o ozônio pode causar vasodilatação em áreas vasculares isquêmicas distantes, o que resulta em efeitos terapêuticos notáveis, mesmo com uma meia-vida inferior a um segundo (PIANA, PEDER, 2022).

Bas e Yula (2018) conduziram um estudo notável que destacou as vantagens do uso da terapia com ozônio por via intradérmica para estimular a atividade dos fibroblastos. A administração de seu tratamento consistiu em duas sessões por semana, com uma dosagem de 5µg por ponto nas duas primeiras e aumentando gradualmente para 10µg nas duas sessões seguintes, terminando em 15µg nas sessões seguintes (BAS, YULA, 2018).

A abordagem clínica descrita abrange diversas técnicas de administração de ozônio, como a retroinjeção, uma aplicação intradérmica com plissado (que concentra o gás na camada subdérmica, demonstrando ser a mais eficaz), as abordagens intradérmicas convencionais e mesoepidérmicas, além de resultados terapêuticos notáveis ​​(MAKITA et al. 2015).

No contexto do rejuvenescimento, é importante ressaltar que os efeitos da ozonioterapia na pele melhoram diretamente o tônus ​​celular, afetando tanto o corpo quanto o rosto. Em uma única aplicação, essa terapia é capaz de diminuir a flacidez da pele, remover manchas e estimular o rejuvenescimento (LACERDA et al., 2021). 

A reparação tecidual da pele, particularmente no contexto de cicatrizes, a ozonioterapia tem se mostrado eficaz em diversas técnicas para promover a regeneração tecidual. Isso inclui processos de cicatrização aguda, cicatrizes hipertróficas e lesões crônicas (BORGES et al., 2021). 

O óleo ozonizado merece destaque, pois pode reduzir o tecido fibroso e estimular a ação fagocítica do excesso de fibras de colágeno no tecido conjuntivo. Em contrapartida, há alguns estudos que exploram o uso do ozônio para tratar “sequelas” de tecidos fibrosos no campo da estética (LOPES, 2021).

Além disso, o gás oxigênio mostrou sua eficácia na redução de uma quantidade específica de tecido cicatricial fibrótico da pele, ao mesmo tempo em que atua como antioxidante, reduzindo marcadores de estresse oxidativo e aumentando a quantidade de enzimas antioxidantes. As células danificadas têm maior circulação, oxigenação e fornecimento de ATP devido à prevenção do acúmulo de fibrose cicatricial (LOPES, 2021).

3.4 CONTRA-INDICAÇÕES DA OZONIOTERAPIA

Necroses e fibroses são complicações desejadas para os pacientes e para os profissionais. A literatura atual destaca que o ozônio, quando aplicado de forma adequada e na dosagem certa, não só promove a regeneração tecidual, mas também envelhece como agente bactericida, sendo uma ótima opção para o manejo desses tipos de complicações (LACERDA et al., 2021).

A pesquisa mostra que pacientes com diabetes que recebem terapia com ozônio observam uma rápida melhora em suas lesões necróticas, com resultados semelhantes aos da necrose. Particularmente benéfico do tratamento da necrose é a capacidade comprovada do ozônio em estimular a angiogênese nas áreas em contato com ele. Além disso, a eficácia da ozonioterapia no tratamento de fibroses destaca sua importância como abordagem complementar na estética (LACERDA et al., 2021).

A contraindicação mais significativa à ozonioterapia é a presença de deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD), frequentemente conhecida como favismo. Isso acontece como resultado do risco de hemólise. Além disso, a ozonioterapia não é aconselhada em casos de hipertireoidismo descompensado, diabetes mellitus descompensada, hipertensão arterial grave descompensada e anemia grave descompensada. É vital que essas condições sejam estabilizadas clinicamente antes de aplicar a ozonioterapia (SANTIAGO, GOMES, 2019). 

É importante ressaltar, contudo, que uma ozonioterapia não é recomendada para todos os pacientes por conta das considerações relacionadas à dose, pois uma administração pode levar a efeitos tóxicos ou nulos, prejudicando o paciente no entanto (SANTIAGO,GOMES, 2019).

A literatura destaca uma série de contraindicações à aplicação da ozonioterapia, como intoxicação alcoólica aguda, problemas cardíacos, gravidez ou período de desnutrição aguda, anemia grave, miastenia grave, trombocitopenia, hipertireoidismo e insuficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase. . Além disso, é importante ressaltar que os materiais que entram em contato com o oxigênio devem ser resistentes a ele. É o caso do silicone, do vidro e do teflon devido às suas propriedades oxidantes intrínsecas (SANTIAGO,GOMES, 2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na análise dos estudos revisados, é possível concluir que a ozonioterapia se apresenta como uma abordagem eficaz no tratamento da gordura localizada, devido à sua capacidade de melhorar a circulação do oxigênio nos tecidos e reduzir o estresse oxidativo. Além disso, destaca-se por sua facilidade de aplicação, custos acessíveis e efeitos colaterais transitórios. A aplicação desse método é direcionada especificamente às células de adiposas de maneira minimamente invasiva, podendo ser aprimorada com o uso de óleos e cremes para obter resultados.

Entretanto, é necessário conduzir mais estudos clínicos com amostras significativas para estabelecer protocolos específicos, principalmente relacionados às concentrações e frequência de aplicação do ozônio. Além disso, é essencial realizar acompanhamentos de pacientes em períodos mais longos a fim de avaliar a eficácia do tratamento a longo prazo. Portanto na pesquisa futura no tratamento da adiposidade localizada com ozônio pode explorar a combinação com aparelhos estéticos avançados, dessa forma podemos potencializar os benefícios e melhorar os resultados clínicos. Mediante o exposto é crucial conduzir estudos clínicos rigorosos e acompanhamentos a longo prazo para avaliar a eficácia e segurança dessa abordagem inovadora. Isso nos permitirá desenvolver protocolos específicos e aprimorar ainda mais os resultados no tratamento da gordura localizada.

REFERÊNCIAS

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1Discente Elizandra Freitas Alves – Orcid: 0009-0006-0594-3253 – elyzandrafreitasalves@gmail.com
2Docente Viviane M. Santos, Biomedica Analista Clinica – Orcid: 0000-0001-8538-7651 – viviane.santos@uniniltonlins.edu.br