OSTEOSSINTESE MINIMAMENTE INVASIVA EM CANINOS

MINIMALLY INVASIVE OSTEOSYNTHESIS IN CANINES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10422874


Afrânio de Araújo Jorge Junior1
Prof. Dr. Mateus de Andrade2


Resumo         

Para a sociedade que vem cada vez mais humanizando as suas mascotes e ingressando mais em busca de veterinários, é de grande importância que o acesso a essas técnicas venha sendo aperfeiçoado com o decorrer dos anos e que seus pets tenham melhor qualidade no tratamento e no pós-operatório. A Osteosintese minimamente invasiva é de extrema importância na ortopedia veterinária pois não vai necessitar de grandes incisões e resultará na melhor recuperação do animal e melhor cicatrização levando em consideração que não modificará o processo natural da cicatrização das lesões destes pacientes tendo assim grande relevância cientifica para a Medicina Veterinária, pois devesse ressaltar a grande importância técnica da MIPO com placa. Para os acadêmicos de Medicina Veterinária é importante saber da grande relevância que o conhecimento da osteossinte minimamente invasiva tem para empregar métodos de mínima invasão aos pacientes sempre que possível para melhores resultados clínicos e fisioterápicos.  Ajudar na identificação dos casos em que a Osteosintese Minimamente Invasiva (MIPO) pode ser empregada e prevenir que cirurgias invasivas possam ser feitas desnecessariamente auxiliando na melhor recuperação dos pacientes. Ajudar também na avaliação da consolidação das fraturas após Osteossíntese com placa minimamente invasiva e quando pode ser utilizada dependendo da classificação da fratura. As informações e métodos obtidos através do estudo de caso para a avaliação e levantamentos dos dados quantitativos. Será feito a coleta das informações junto a pesquisas bibliográficas para dar apoio e enriquecer o caso a ser explorado. As divisões dos objetivos serão feitas por coletas de dados cedidas pela Ortovet Hospital Veterinário em Boa Vista capital do estado de Roraima, para identificar os problemas relacionados à Osteossíntese.

Palavras-chave: Consolidação. Fratura. Reconstrução óssea. Fisiopatologia. Técnica.

ABSTRACT

For a society that is increasingly humanizing its pets and increasingly seeking out veterinarians, it is of great importance that access to these techniques is improved over the years and that your pets have better quality treatment and post-treatment. -operative. Minimally invasive osteosynthesis is extremely important in veterinary orthopedics as it will not require large incisions and will result in better recovery for the animal, which also means faster recovery and better healing, taking into account that it will not modify the natural healing process of these patients’ injuries. thus having great scientific relevance for Veterinary Medicine, as it should highlight the great technical importance of MIPO with plaque. For Veterinary Medicine students, it is important to know the great relevance that knowledge of minimally invasive osteosynthesis has in order to employ minimally invasive methods to patients whenever possible for better clinical and physiotherapeutic results. Help identify cases in which Minimally Invasive Osteosynthesis (MIPO) can be used and prevent invasive surgeries from being performed unnecessarily, helping patients to recover better. It also helps to evaluate the consolidation of fractures after osteosynthesis with a minimally invasive plate and when it can be used depending on the classification of the fracture. The information and methods obtained through the case study for the evaluation and survey of quantitative data. Information will be collected along with bibliographical research to support and enrich the case to be explored. The divisions of objectives will be made by collecting data provided by Ortovet Hospital Veterinário in Boa Vista, capital of the state of Roraima, to identify problems related to Osteosynthesis.

Keywords: Consolidation. Fracture. Biological preservation. Bone reconstruction. Fracture.

1        INTRODUÇÃO

   Nos tempos modernos acontece um fenômeno que mudou para sempre a atividade dos médicos-veterinários: a humanização dos animais, fazendo aumentar a procura dos tutores de animais pelos médicos veterinários com avanço da medicina veterinária técnicas para melhora do bem estar animal foram aprimoradas para o melhor bem estar dos pacientes (CRMV/SP et al ,.2015), por consequência a Osteosintese Minimamente Invasiva vai evitar a manipulação da fratura, pois o animal gera um coagulo que é rico em fribroblastos e osteoclastos, estes coágulos formam o calo temporário que forma grande proliferação de células osteogênicas que são responsáveis pela formação óssea, então é formado o calo ósseo que posteriormente é substituída gradativamente por um osso mais compacto (MIRANDA, 2005), quando a cirurgia é invasiva ela retira esse coágulos que consequentemente irão acarretar em uma processo de cicatrização mais demorado e um pós cirúrgico muito mais doloroso para o pacientes.

   Para os acadêmicos de Medicina Veterinária é importante saber da grande relevância que o conhecimento da Osteossinte Minimamente invasiva tem para empregar métodos de mínima invasão aos pacientes sempre que possível para melhores resultados clínicos e fisioterápicos. Compreender quando realizar a técnica de MIPO e quando a utilizar dependendo da classificação das fraturas no caso do presente artigo fratura obliqua e cominutiva e quais técnicas a serem empregadas.  Ajudar na identificação dos casos em que a Osteosintese Minimamente Invasiva (MIPO) pode ser empregada e prevenir que cirurgias invasivas possam ser feitas desnecessariamente auxiliando na melhor recuperação dos pacientes. Ajudar também na avaliação da consolidação das fraturas após Osteossíntese com placa minimamente invasiva e quando pode ser utilizada dependendo da classificação da fratura. Sendo a Osteossintese um tratamento cirúrgico utilizado para a redução e fixação de fraturas, feita nas bordas dos ossos para que a fratura sendo corrigida, que tipos de fraturas podem ser utilizada a Osteossintese Minimamente Invasiva (MIPO)

1          REVISÃO DA LITERATURA

2.1 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA FRATURA E EMPREGO DA MIPO

Acidentes automobilísticos e pequenos acidentes como saltos e quedas estão entre as causas mais comuns de fraturas em ossos longos na rotina clínica cirúrgica na Medicina Veterinária, onde as técnicas de reconstrução anatômica e fixação interna rígida estão cada vez mais sendo substituídas pelo uso de abordagens biológicas como a osteossíntese minimamente invasiva com placa (MIPO) (COSTA, SCHOSSLER, 2002; MELO, DE FARIA JÚNIOR, 2022). A osteossíntese minimamente invasiva com placa (MIPO) foi descrita pela primeira vez por Brunner e Weber (BRUNNER; WEBER, 1981). Avanços na compreensão da biologia óssea e das complicações das fraturas têm levado a modificações na abordagem da fixação interna, sendo a Osteossíntese minimamente invasiva com placa (MIPO) uma das evoluções para o manejo biológico das fraturas (IMANATANI, 2005). É crescente o número de técnicas cujo objetivo está conexo à otimização da cicatrização óssea, especialmente em fraturas complexas, como as cominutivas. As técnicas de fixação biológica foram desenvolvidas para melhora das taxas de consolidação óssea, abater a necessidade de uso de enxertos ósseos e diminuir a incidência de complicações (MORGAN; JERAY, 2001).

 A Osteossíntese minimamente invasiva com placa (Mipo) faz uso dos conceitos de Osteossíntese biológica (NIKOLAU, 2008) o aproveitamento de placa óssea, na maioria das vezes na função ponte, sem a consumação de acesso cirúrgico que exponha o foco da fratura (PEIRONE, 2012). Avaliação da consolidação de fraturas após Osteossíntese com placa minimamente invasiva ou redução aberta e fixação interna de fraturas coexistentes de rádio e ulna em cães por meio de radiografia (POZZI,2012). Para a realização da MIPO da tíbia o cão deve ser posicionado em decúbito dorsal e o acesso realizado medialmente, com   indicação   para   as   fraturas   diafisárias   e metafisárias.  A incisão proximal deve ser realizada abaixo do côndilo medial da tíbia, estendendo-se distalmente e compreender aproximadamente 3 cm de pele e subcutâneo. Em seguida, é feita a incisão, elevação e retração caudal dos músculos sartório, grácil e semitendinoso. Na porção distal da tíbia é realizada uma incisão de 2 a 4 cm sobre a pele e, em seguida, a criação de um túnel epiperiostealno sentido distal para proximal com auxílio de tesoura metzembaum, atentando-se para a preservação da artéria e veia safena, a colocação da placa se dá no sentido proximal para distal (POZZI; LEWIS, 2009) em seguida, são    aplicados parafusos em ambas as extremidades, proximal e distal à fratura.  (GUIOT e DÉJARDIN,    2011; ROBINSON et al., 2020).

2.2 FISIOPATOLOGIA E CONSOLIDAÇÃO DA FRATURA

O reparo da fratura abrange uma sequência de eventos celulares que evolucionam desde a agressão propriamente dita, constituição do hematoma (MIRANDA, 2005), formalmente dividido em quatro etapas: inflamação, formação do tecido de granulação, formação do calo ósseo e remodelação (ROZEN, 2007). A fase inflamatória começa logo após a fratura e persiste até o início da reconstituição de cartilagem ou osso, que dura em média de três a quatro dias. O final dessa fase pode ser visualizado clinicamente com a redução da dor e do edema (GRIFFON, 2005) 

Fase de inflamação e resposta tecidual tal como acontece com todos os mecanismos de reparação tecidual, a fase inflamatória é obrigatória, de modo que fatores quimiotáticos e citocinas induzam células de defesa do hospedeiro, bem como tecido de granulação de reparo altamente vascularizado, a se formar ao redor das extremidades ósseas danificadas e necróticas. Com alto oxigênio tecidual local, o tecido fibrogênico proliferará para fornecer uma estrutura inicial entre as extremidades da fratura. Esta fase dura desde as primeiras 24-48 horas da lesão até a primeira semana. O tecido de granulação pode tolerar 100% de tensão e a mecânica não parece desempenhar um papel importante durante esta fase, mas a cirurgia não deve desvascularizar este tecido de reparação. Aqui reside a principal razão para procedimentos minimamente invasivos. (BARONCELLI, et al., 2012). A fase de formação do tecido de granulação é mediada por fatores de crescimento liberados a partir da degranulação de plaquetas e macrófagos, os quais estimulam a mitose das células tronco mesenquimais, osteoblastos e condroblastos, além de inibir a ação de enzimas proteolíticas que poderiam danificar o tecido neoformado (ROZEN, 2007). Outro ponto importante na preservação do hematoma da fratura e da vascularização local é quanto a redução do tempo de consolidação óssea, pois o hematoma é rico em potencial osteogênico, agindo diretamente na formação do calo ósseo. Então, o   trauma   iatrogênico   retarda   a   taxa   de consolidação óssea e pode causar complicações como   a   desvitalização   dos   fragmentos   ósseos (FRANCO, 2019).

Posteriormente a fase de formação de tecido de granulação ocorre primariamente a formação do calo fibrocartilaginoso mediado por condrócitos e fibroblastos, formando um calo semi-rígido que proporciona suporte mecânico para a fratura, além de servir como suporte para o calo ósseo mineralizado que se formará mais tardiamente e que representa o período de osteogênese mais ativo, sendo caracterizado pela atividade de osteoblastos e formação de matriz óssea mineralizada (SCHINDELER, 2008). A remodelação óssea compreende o estágio final do reparo da fratura e envolve a conversão de calo ósseo irregular em tecido ósseo lamelar, realizada pelo osteoclasto, podendo durar meses (ROZEN, 2007). As placas podem apresentar diferentes funções como: compressão, neutralização, placas em ponte e bloqueadas, sendo escolhidas baseadas no tamanho do animal, peso, localização e tipo de fratura (MELO, DE FARIA JÚNIOR, 2022).

2.3 RECUPERAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS A OSTEOSINTESE MINIMAMENTE INVASIVA (MIPO)

No processo final de consolidação da fratura começa em cerca de 3 meses e pode levar até um ano para ser concluído. O osso esponjoso consolida-se e remodela-se apenas até à fase trabecular, o que leva cerca de metade do tempo do osso cortical que deve remodelar-se numa estrutura complexa de Havers através de um processo mais lento. Os implantes podem ser removidos com segurança uma vez que o processo de remodelação é evidente nas radiografias mostrando diferenciação corticomedular (recanalização) no local da fratura (BARONCELLI, et al., 2012).

 Para fraturas de rádio-ulna, os dados indicaram que a Osteossíntese em ponte combinada com uma abordagem minimamente invasiva contribuiu para a rápida cicatrização após MIPO.  A técnica MIPO pode oferecer alguma vantagem clínica visto que a consolidação completa da fratura rádio-ulna foi alcançada em menor tempo com a MIPO. (POZZI, 2012).Por este motivo, a MIPO demonstrou ser uma alternativa, visto que reduz a manipulação e consequentemente os danos aos tecidos próximos ao foco de fratura, preserva o suprimento sanguíneo periosteal e o hematoma inicial, reduz os riscos de infecção e proporciona um retorno mais rápido da função (HARTMAN et al., 2020).

1        RELATO DE CASO

Foi realizada a consulta ortopédica logo foi solicitada a radiografia e foi visualizada uma fratura obliqua e cominutiva na tíbia do membro pélvico direito, logo foi eleita a técnica de MIPO e solicitados hemograma e bioquímico os exames pré-operatórios e não apresentaram nenhuma alteração

No dia seguinte a cirurgia foi realizada foram feitas duas incisões mediais, a primeira na extremidade distal da tíbia, o osso foi acessado com um afastador de periósteo, que foi realizado o túnel até a extremidade proximal da tíbia e realizada a segunda incisão posteriormente, tendo assim dois acessos e ao mesmo tempo não modificando consideravelmente a biologia da fratura, a placa neste foi moldada segundo a anatomia do osso, foram postos dois parafusos distais e dois proximais não são postos muitos parafusos para evitar o excesso de rigidez,  a placa bloqueada de 3,5mm e quatro parafusos bloqueados de 3,5mm foram utilizados nesse procedimento, após a alta do animal foi indicado o retorno de para a radiografia após um mês, porém como o animal era de interior a tutora só retornou após um ano, o animal não apresentava nenhuma alteração no andar e tão pouco na radiografia, a indicação seria radiografia de 3 em 3 meses, porém a tutora apenas o levou de volta ao interior não comparecendo para os retornos.

2        RESULTADOS E DISCUSSÕES

A MIPO e as técnicas de Osteossíntese minimamente invasiva são de suma importância e imprescindíveis para a preservação da biologia das fraturas, diminuindo o agravamento do pós-cirúrgico dos pacientes e melhorando significativamente o processo de cicatrização, diante destes benefícios da MIPO associada a aplicação de implantes bloqueados, é importante a avaliação clínica e radiográfica o uso das placas bloqueadas minimamente invasivas como os resultados da pesquisa de Baroncelliindica com base na definição de união clínica, aos 30 dias cinco dos oito cães tratados com MIPO estavam curados, enquanto dois dos oito cães tratados com ORIF estavam curados. Não encontramos diferenças significativas nas outras medidas de resultados. Nenhuma complicação foi relatada no grupo MIPO, enquanto uma complicação importante foi relatada no grupo ORIF (BARONCELLI, et al., 2012) e em comparação com os resultados clínicos de Pozzi A técnica MIPO pode oferecer alguma vantagem clínica sobre a ORIF, visto que a consolidação completa da fratura rádio-ulna foi alcançada em menor tempo com a MIPO (POZZI ; 2012)O tratamento das fraturas de tíbia por meio da MIPO é alternativa bastante eficaz, resultando em uso precoce do membro e reparação óssea efetiva e com poucas complicações.

Guiot e Déjardin recomendam que as radiografias sejam realizadas a cada 3 semanas até a consolidação clínica e também reafirmam o que propõe o estudo realizado neste trabalho acadêmico reafirmando que A restauração consistente do alinhamento foi realizada utilizando técnicas MIPO. Além disso, o MIPO pareceu produzir tempos de cicatrização mais rápidos e taxas de complicações mais baixas do que aquelas relatadas com a osteossíntese de placa convencional. (GUIOT e DÉJARDIN,    2011).

Para melhores resultados se pode analisar cada vez mais casos recentes acerca da MIPO e métodos novos de mínima invasão de intervenções cirúrgicas, a escassez de quantidade de casos hábeis a realização da MIPO também foi um fato limitante. Mas a importância da conscientização deste estudo para a sociedade é de extrema importância como se afirmar em pesquisas como a do CRMV\SP a humanização faz com que as pessoas cada vez mais procurem métodos para o maior conforto de seus animais de estimação servindo também para capacitação de mais profissionais competentes para a realização das cirurgias minimamente invasivas (CRMV/SP et al ,.2015).

3        CONCLUSÃO

Na realização desta revisão, foi percebido a osteossíntese minimamente invasiva com placa (MIPO) evidenciou-se uma técnica hábil e segura na terapêutica da fratura cominutiva da tíbia, adequando uma boa estabilidade e mantimento do comprimento do membro. Para avaliação da consolidação óssea a longo prazo, deve-se obter novos estudos radiográficos do local da fratura.

A existência da falta da disseminação da técnica de MIPO na Medicina Veterinária, porquanto é escasso o uso embora os numerosos benefícios da sua utilização sejam evidenciados a todo momento, como a preservação do envoltório de determinados tecidos moles e da vascularização   do   foco da fratura, promoção da consolidação e a precoce utilização do membro. Geralmente a MIPO não é ofertada por conta de barreiras técnicas, ou por desinformação quanto as suas vantagens, ora por ausência de capacitação profissional ou ausência prática. É importante ressaltar que, se realizada de maneira inadequada, pode trazer demasiadas complicações ao paciente. Para a utilização da MIPO é de extrema necessidade o conhecimento prévio de suas diversas técnicas de osteossíntese, anatomia do local da cirurgia e a estima de se manter um ambiente biológico e mecânico ideais.

A osteossíntese minimamente invasiva com placa (MIPO) evidenciou-se segura e hábil na terapêutica da fratura cominutiva da tíbia, adequando uma boa estabilidade e mantimento do comprimento do membro. Para avaliação da consolidação óssea a longo prazo, deve-se obter novos estudos radiográficos do local da fratura.

REFERÊNCIAS

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