OS RISCOS E BENEFÍCIOS DO USO OFF-LABEL DA SEMAGLUTIDA (OZEMPIC) PARA EMAGRECIMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411151900


Wanderluci Rocha Ribeiro;
Orientador: Profa. Dra. Eduarda Gomes Bogéa.


RESUMO 

A obesidade na atualidade é considerada um sério problema de saúde global e o tratamento medicamentoso tem sido cada mais utilizado, como agonista do receptor de glucagon (GLP-1), a semaglutida (Ozempic), aprovada inicialmente para o tratamento de diabetes e mais recentemente para o controle de peso. Este estudo objetiva investigar o uso off-label da semaglutida para emagrecimento, explorando os seus riscos e benefícios. Esta pesquisa consiste em uma revisão integrativa de caráter exploratório descritivo, nas bases da SciELO, BVS e PubMed, selecionando os trabalhos publicados de 2014 a 2024. Essa pesquisa mostrou que o uso off-label da semaglutida injetável (uma dose uma vez por semana), é bastante eficaz para emagrecimento, no período de 68 a 104 semanas. No referente aos benefícios, todos os estudos analisados mostraram que esse fármaco promove a perda de peso causada pela redução da ingestão de energia associada a reduções no apetite em pacientes obesos com uma ou duas comorbidades. No respectivo aos riscos, existe uma variedade de eventos adversos, pincipalmente distúrbios gastrointestinais, problemas hepatobiliares; houve alguns óbitos relatados, reações alérgicas, desordens psiquiátricas e uma variedade de neoplasias malignas. Portanto, considerando a crescente adesão da semaglutida, os seus riscos e benefícios precisam ser levados em consideração, evitando assim que esse medicamento seja utilizado de forma abusiva e irracional. Nesse sentido, o farmacêutico poderá ofertar ao indivíduo um maior acesso à valiosas informações, que preservarão sua saúde e ainda melhorarão sua qualidade de vida. 

Palavras-chave: Agonistas do Receptor do Peptídeo 1 Semelhante ao Glucagon. Eventos Adversos. Obesidade.

ABSTRACT

Obesity is currently considered a serious global health problem, and it is in this context that the glucagon receptor agonist (GLP-1) semaglutide (Ozempic) emerged, initially approved for the treatment of diabetes, and more recently for weight control. The development of this research is justified by the need for further literary investigations on the off-label use of semaglutide for weight loss, with this being the general objective, exploring its risks and benefits. This research consists of an integrative review of an exploratory descriptive nature, in the SciELO, BVS and PubMed databases, selecting works published from 2014 to 2024. Therefore, this research showed that the off-label use of injectable semaglutide (one dose once a week) is quite effective for weight loss, in the period of 68 to 104 weeks. Regarding the benefits, all studies have shown that this medication promotes weight loss caused by reduced energy intake associated with reduced appetite in obese patients with one or two comorbidities. Unrelated to the risks, there are a variety of adverse events, mainly gastrointestinal disorders, hepatobiliary problems; there have been some reported deaths, allergic complaints, psychiatric disorders and a variety of malignant neoplasms. Therefore, considering the increasing adherence to semaglutide, its risks and benefits need to be taken into consideration, thus preventing this medication from being used in an abusive and irrational manner. In this sense, the pharmacist will be able to offer the individual greater access to valuable information, which will preserve their health and also improve their quality of life.

Keywords: Glucagon-Like Peptide 1 Receptor Agonists. Adverse Events. Obesity.

1 INTRODUÇÃO

Conforme os apontamentos da Organização mundial de Saúde (OMS), a obesidade na atualidade é considerada um sério problema de saúde global. A sua principal caraterística é o acúmulo excessivo de gordura corporal, decorrente da interação de fatores genéticos, familiares e culturais. Essa doença tende a predispor á morbidades precoces e o acometimento de enfermidades, como a resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia. 1, 2  

A obesidade é diagnosticada por meio do cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC) segundo os padrões definidos pela OMS: valores de IMC ≥30kg/m² 2. De acordo o Ministério da Saúde (MS), 40% da população brasileira está com sobrepeso, enquanto 10% já é obesa, nesse sentido, metade da população nacional está na rota da obesidade.3-5  

No Brasil, o Atlas Mundial da Obesidade (2023) confirma que, se não houver alguma intervenção, esse exponencial crescimento da obesidade poderá atingir proporções perigosas. Até 2035 por exemplo, o previsto é que 41% da população brasileira adulta, conviva com esse distúrbio, o equivalente a um aumento de 2,8%, anual. No que tange à infância, esse avanço é ainda mais preocupante, pois acontecerá de forma ainda mais acelerada, com um crescimento previsto de 4,4% anualmente. 6

A perda de gordura corporal está fortemente ligada, a específicas respostas hormonais que tendem a ocorrer em situações de jejum prolongado e a realização de atividade física. Porém, esses fatores precisam estar alinhados com a dieta e o estilo de vida de cada pessoa, caso contrário, o controle de peso não ocorrerá. E esse tem sido um dos grandes desafios encontrado pela maioria da população obesa. Nesse sentido, algumas pessoas acabam necessitando de farmacoterapia para auxiliar nesse processo de controle da obesidade, especialmente aqueles que estão em zona de risco.7

Esse tratamento farmacológico é indicado em três situações: (1) quando a pessoa apresenta IMC ≥30 kg/m²; (2) quando o IMC apresentado é ≥25 kg/m² mais alguma comorbidade; e (3) quando o indivíduo não consegue perder peso mesmo praticando exercícios e com dieta. Assim, dos constantes desenvolvimento, esse tratamento ele tem sido alvo de muitas críticas a longo dos anos, pois com a prescrição medicamentosa, as atividades físicas e as dietas foram desvalorizadas, promovendo assim, o uso irracional dos fármacos antiobesidades disponíveis no mercado.3, 8

É nesse contexto que surge o agonista do receptor de glucagon (GLP-1) a semaglutida, (Ozempic), aprovada desde 2017 pelo Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento de diabetes. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) seguiu o mesmo caminho, aprovando a sua utilização para o controle da obesidade em 2021. Um dos benefícios apresentados por esse fármaco é o seu efeito cardioprotetor e a melhoria na seletividade durante a ingestão aliementar.9

A semaglutida é um medicamento seguro e eficaz que age retardando o esvaziamento gástrico, reduzindo o peso, mediante o déficit calórico, envolvendo uma diminuição do apetite.5 E apesar de ela ter sido aprovada recentemente, o seu uso para fins de emagrecimento ainda é considerado “off label”, pelo fato dessa ação não estar descrita na bula do medicamento. E os seus efeitos colaterais não podem ser menosprezados, incluindo: náuseas, diarreia, vômitos, inapetência etc. 9, 10

E nesse sentido, considerando a relação entre “medicamento e paciente”, que a assistência farmacêutica torna-se pertinente nesse cenário, pois no tratamento farmacológico, as ações desse profissional tendem a afetar diretamente a saúde individual e coletiva da população, afinal de contas, é o farmacêutico que age na promoção, prevenção e recuperação da saúde, focado no uso racional dos fármacos, representando assim, uma das últimas oportunidades para identificação, correção ou redução dos possíveis riscos associados ao medicamento. 4

Em face do exposto, a elaboração dessa pesquisa justifica-se devido a necessidade de maiores investigações literárias sobre o uso off-label da semaglutida, afim de fomentar a discussão sobre o uso indiscriminado de medicamentos para fins estéticos. Portanto, o objetivo geral dessa revisão literária é identificar em publicações nacionais e internacionais, artigos que abordem o uso off-label da Semaglutida (Ozempic) para emagrecimento, explorando os seus riscos, benefícios e os principais efeitos colaterais observados, além de destacar a importância da atenção farmacêutica no uso deste tipo de fármaco.

2 MÉTODOS

Esta pesquisa consiste em uma revisão integrativa de literatura, de caráter exploratório descritivo, apresentando como pergunta norteadora, a seguinte indagação: quais os pontos positivos e negativos do uso off-label da semaglutida para emagrecimento?

Na tentativa de responder esse questionamento, essa pesquisa foi realizada no período de quatro meses (agosto a novembro de 2024), e para a sua construção foram percorridas algumas etapas: (1) elaboração da pergunta norteadora, (2) amostragem na literatura, (3) coleta de dados, (4) análise crítica dos materiais que foram incluídos, (5) discussão dos resultados obtidos, e (6) apresentação da revisão integrativa.

A identificação dos artigos foi feita por meio de buscas em bases científicas, como Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed, selecionando os trabalhos publicados entre os anos de 2014 e 2024. Para a busca dos artigos, foram utilizados os termos chaves padronizados pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e suas combinações, utilizando o operador booleono AND: “depressores de apetite/ appetite depressants“, “redução de peso/ weight reduction“, “uso off-label/ off-label use“, “Agonistas do Receptor do Peptídeo 1 Semelhante ao Glucagon/Glucagon-Like Peptide 1 Receptor Agonists”, “efeitos adversos/ adverse effects” e “risco/risk”(Quadro 1).

A seleção dos artigos baseou-se na conformidade dos limites dos assuntos aos objetivos deste trabalho. Como critérios de inclusão, foram considerados artigos nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos dez anos e estudos in vivo. Sendo excluídos monografias, dissertações, teses, artigos duplicados, incompletos e de revisão, publicados com data inferior a 2014, estudos em animais, que não incluíssem essas exigências ou que não abordassem o tema dessa pesquisa.

Para a coleta de dados desses materiais foi elaborado um instrumento, que diretamente pudesse contemplar os seguintes itens: Identificação do artigo por meio da leitura do título e do seu resumo original; do proposito da pesquisa; do tamanho da amostragem, as suas características e cenário; os principais achados e as conclusões.

A apresentação dos resultados e discussão dos dados obtidos foi feita de forma descritiva, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão elaborada, de forma a atingir o objetivo dessa pesquisa. Os resultados foram apresentados em forma de fluxograma, quadros e tabela, de forma a identificar as obras e ordenar o conteúdo estudado.

3 RESULTADOS

De acordo com o mecanismo de busca foram encontrados um total de 358 artigos, destes, apenas 9 publicações foram selecionadas para compor este estudo, após terem sido submetidas a uma criteriosa análise seletiva (figura 1). 

Figura 1: Fluxograma do processo de seleção dos estudos.

Fonte: Autora, 2024

No quadro 2 são apresentados os resultados dos artigos que compuseram essa revisão integrativa, todos extraídos da base de dados PUBMED (N=9/100%), correspondentes em sua maioria a estudos clínicos randomizados (N=7/77,7%), publicados entre os anos de 2016 (N=1/11,1%), 2022 (N=5/55,5%), 2023 (N=1/11,1%) e 2024 (N=2/22,2%). Eles foram distribuídos pelos títulos, autores, ano, metodologias e síntese dos resultados.

Quadro 2: Distribuição dos artigos conforme título, autores, ano, metodologia e síntese dos resultados.  

Após análise criteriosa dos artigos selecionados, foi possível definir primeiramente, o perfil dos pacientes que fizeram uso da semaglutida (Ozempic) no período de 68 a 104 semanas. Portanto, conforme consta na tabela 1, os resultados mostraram uma maior prevalência de pacientes do sexo feminino (N=6/66,6%), que fazem uso desse medicamento, com idade média ente 30 a 49 anos (N=/55,5%) de raça branca (N=6/66,6%).

No relativo à raça/cor dos indivíduos apresentados nessa revisão, esses achados corroboram aos que foram descritos por Mota e Silva20 e Cawley e Rizzo.21 De acordo com os autores, a raça/cor de algum modo interfere no nível de consumo de medicamentos moduladores do apetite, pois as maiores discrepâncias existentes na literatura para essa classe farmacológica são de indivíduos da raça/cor branca.  

Sobre o gênero, semelhantemente aos achados desse estudo, Sandes22 evidencia em sua pesquisa que o público feminino é mais propenso ao uso da semaglutida (Ozempic) como reduzidor de apetite. Nessa perspectiva, o autor afirma que as mulheres em comparação aos homens, tendem a perder peso de forma mais acelerada, resultados esses que apesar de não serem bem esclarecidos em sua pesquisa, podem estar associados a características específicas no metabolismo feminino, afirma o autor, no entanto, esse assunto precisa ser melhor investigado.

A questão do gênero no consumo de inibidores de apetite, não é um assunto novo, sendo assim, Melo e Oliveira23 alegam existir uma predominância do consumo dessas substâncias pela população feminina, em uma proporção de 10:1. Assim, compreende-se que esse alto consumo deve estar associado tanto a questões de ordens sociais, como também por fatores estéticos e o próprio modelo de feminilidade socialmente construído e esperado.

No referente a faixa etária dos pacientes encontrados nesta pesquisa, é esclarecido por Honorato,24 que as mulheres no período do climatério – que geralmente tende a iniciar por volta dos 40 anos – tendem a vivenciar um turbilhão de mudanças hormonais e privações estrogênicas, gerando consequentemente em seu organismo impactos físicos, emocionais e psicológicos (resistência à insulina, secura vaginal, instabilidades humorais, acúmulo de gordura visceral e fogachos). Por esta razão, as mulheres acabam apresentando muita dificuldade para perderem peso, pois em compensação a falta de estrogênio, o corpo passa a acumular mais gordura.

Na fase do climatério, á um aumento dos níveis de triglicerídeos e colesterol, devido aos maus hábitos alimentares de muitas mulheres nessa faixa etária. Desse modo, muitas por estarem demasiadamente preocupadas, acabam recorrendo ao uso de anorexígenos como uma solução imediata para resolverem a obesidade e o sobrepeso.24

Para Powell-Wiley et al.,25 o crescente aumento da obesidade em todo mundo, tem contribuído para um rápido aumento nas doenças cardiovasculares e diabetes, ocasionando um elevado estresse nos sistemas de saúde. Essa afirmativa é perfeitamente ilustrada na tabela 2 a seguir, que apresenta a distribuição dos resultados obtidos nesta revisão, conforme os apontamentos de cada autor, mostrando a média do peso corporal dos participantes que fizeram uso de semaglutida obtidas em cada artigo, bem como o IMC e as comorbidades dos respectivos pacientes.

Conforme os resultados, todos os pacientes além de serem obesos (N=9/99,9%) – (apresentando peso corporal entre 101,3 kg a 107,5 kg e IMC entre 33,8 kg/m2 a 38,5 kg/m2), ainda possuíam outras comorbidades de risco, como hipertensão (N=6/66,6%), Diabetes de Mellitus tipo 2 (N=5/55,5%), Dislipidemia (N=3/33,3%), Insuficiência cardíaca (N=2/22,2%), Doença renal crônica (N=1/11,1%).

Uma das maiores preocupações médicas associadas ao sobrepeso e à obesidade, são os elevados riscos de doenças associadas a elas, gerando assim, maiores incapacidades funcionais, redução da qualidade e expectativa de vida, e por fim, aumento da mortalidade. Pelo fato de muitas dessas comorbidades estarem associadas às doenças cardiovasculares, que a perda de peso é uma das alternativas mais valorizadas pelos médicos, pois essa ação além de melhorar essas doenças, também acaba reduzindo significativamente os fatores de risco e o perigo de mortalidade.26  

A hipertensão foi a comorbidade mais prevalente nos pacientes obesos que compuseram esse estudo de revisão. No que diz respeito a esse achado, Cunha27 afirma que além dessas duas doenças serem as mais comuns, elas também são as que mais frequentemente estão interrelacionadas, provocando danos cardiovasculares significativos, por meio de efeitos lipídicos, acidente vascular cerebral (AVC), fibrilação atrial, resistência à insulina, insuficiência cardíaca, entre outros processos cardiometabólicos que podem levar o indivíduo a óbito. Portanto, o excesso de peso aumenta tipicamente a pressão arterial, que por sua vez, só será reduzida após a perda de peso. 

É nesse panorama que entra em cena os anorexígenos, fármacos que atuam diretamente no sistema nervoso central (SNC) com o intuito de inibir o apetite, aumentando a saciedade. Existem uma variedade de anorexígenos disponíveis no mercado mundial utilizados para o tratamento da obesidade, entretanto, nos últimos cinco anos, os GLP-1, tem sido bastante utilizado por pacientes obesos, por apresentarem resultados significativos nas reduções de apetite (uso off-label), em pacientes que apresentam uma ou mais comorbidade,28 resultados esses que também foram encontrados nessa revisão.

As múltiplas complicações associadas a obesidade colocam encargos significativos sobre indivíduos e sistemas de saúde. Portanto, o recomendado pelas diretrizes de tratamento é que os pacientes obesos percam em média de 5% a 15% de gordura, para poder melhorar as suas próprias condições e as economias associadas em gastos com saúde. Portanto, essa revisão pode mostrar que a semaglutida, apesar de ser aprovada para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2, é um GLP-1 que pode contribuir para que esses níveis clinicamente significativos de perda de peso sejam alcançados.16

Portanto, essa pesquisa mostrou que o uso off-label da semaglutida injetável (uma dose uma vez por semana), é bastante eficaz para emagrecimento, no período de 68 a 104 semanas, conforme pode ser observado na tabela 3. No referente aos benefícios, 99,9% (N=9) dos estudos analisados mostraram que esse fármaco promove a perda de peso causada pela redução da ingestão de energia associada a reduções no apetite em pacientes obesos com uma ou duas comorbidades, enquanto 66,6% (N=6) dos autores, alegaram que essa mesma medicação também promove melhorias em relação aos fatores de riscos cardiometabólicos, anteriormente apresentado na Tabela 2.

No respectivo aos riscos para os pacientes, esse estudo mostrou que o uso prolongado da semaglutida está associado a uma variedade de eventos adversos, pincipalmente distúrbios gastrointestinais (N=99,9%), incluindo náuseas, vômitos, diarreias, dores abdominais, constipação, sangramento, gastroparesia, obstrução intestinal e pancreatite, sendo esses os eventos o de maior prevalência. 

Outros eventos adversos evidenciados nessa revisão foram: problemas hepatobiliares, principalmente a colelitíase (N=3/33,3%); alguns óbitos (N=2/22,2%) relatados, reações alérgicas (N=1/11,1%), desordens psiquiátricas (N=5/55,5%) e uma variedade de neoplasias malignas (N=4/44,4%) – vários tipos de carcinomas (basocelular, renal de células claras e ductal invasivo da mama) e de lesões mamárias (proliferativa intraductal e invasivo), pulmonar metastático, adenocarcinoma endometrial, linfoma de zona marginal, melanoma maligno e câncer papilar de tireoide. 

Nauck et al.,29 explica a eficácia dos fármacos GLP-1 no controle glicêmico de pacientes diabéticos, ação essa que ocorre em decorrência dos mecanismos dependentes de glicose desses fármacos, que aumentam a secreção de insulina e supressão de glucagon. Meier30 complementa alegando que esses medicamentos funcionam não somente diminuindo a glicose plasmática, mas também retardando o esvaziamento gástrico, afinal de contas, essa interação do GLP-1 e seus receptores promove a síntese de Trifosfato de adenosina (ATP), liberando grânulos de insulina no sangue por meio de exocitose.

Ard et al.,31 afirma que esses mecanismos além de tornarem os GLP-1 extremamente valiosos no tratamento para diabetes tipo 2, os tornam também eficazes para a redução de peso, reduzindo o apetite e a sensação de fome. Assim Wilding et al.,7 Marso et al.,32 corroborando os resultados desse estudo, mostrando que a semaglutida, além de controlar a disglicemia, ainda resulta em perda de peso e reduções de eventos cardiovasculares adversos maiores, em pacientes com diabetes tipo 2.

Conforme os resultados sugeridos nos estudos clínicos de Blundell et al., 11 e Weghuber et al., 15 as reduções de peso corporal associadas ao tratamento com semaglutida é justificado pela baixa ingestão energética, segundo Rubino et al., 16

Donath e Burcelin33 e Dickson et al.,34 esse aumento da saciedade só acontece devido a ação direta dos receptores GLP-1 no cérebro, ajudando a regular o apetite e a recompensa alimentar, conforme é mostrado em pesquisas realizadas com ratos.

Para Blundell et al., 11 e Rubino et al., 16 a semaglutida possui uma meiavida estendida de aproximadamente uma semana, tornando-a assim, adequada para ser administrada uma vez a cada sete dias, melhorando não apenas a adesão do paciente, mais também a sua qualidade de vida. Um dado importante que ratifica essa afirmativa, corresponde a uma das descobertas de Garvey et al., 14 e Weghuber et al.,15 onde segundo os autores, caso haja uma descontinuação da terapia com semaglutida uma vez por semana no período de 20 a 68 semanas de tratamento, é possível que o paciente passe a reganhar alguns pesos mínimos. 

De acordo com Rubino et al.,13 os resultados do uso off-label da semaglutida para perda de peso tem se mostrado tão eficazes, que é sugerido pelo autor, o uso desse fármaco como uma valiosa opção entre as farmacologias existentes e a própria cirurgia bariátrica, que atualmente é considerada uma eficaz e confiável intervenção disponível para o controle de peso. Em sua pesquisa, 40% dos participantes chegaram a perder em 68 semanas, 20% ou mais do seu peso corporal inicial, resultado esse aproximando do nível de perda de peso observado com gastrectomia vertical.

É descrito por Rubino et al., 16 Garvey et al., 14 e Weghuber et al., 15 em seus achados, que a semaglutida promoveu a melhoria de parâmetros de risco cardiometabólico (circunferência da cintura, níveis de HbA1c, pressão arterial sistólica e diastólica, colesterol total, lipoproteína de baixa densidade e triglicerídeos) e da proteína C-reativa, marcador de inflamação sistêmica bastante comum em pacientes com obesidade.

Segundo Deanfield et al., 18 o tratamento com semaglutida também chegou a reduzir os desfechos compostos de insuficiência cardíaca, de 4000 pacientes que tinham sido urgentemente hospitalizados por possuírem doença cardiovascular aterosclerótica e sobrepeso ou obesidade, sem diabetes. Esses resultados positivos foram observados logo após o início da terapia e persistiram durante o período do ensaio.

Corroborando com essa afirmativa, Drucker35 e Stanley36 alegam que os agonistas do receptor GLP-1 modulam múltiplas vias metabólicas e inflamatórias, apresentando diretos efeitos miocárdicos e vasculares, no entanto, alinhado ao tratamento, é necessário incluir a prática de exercícios e uma dieta balanceada, para que os resultados sejam ainda mais favoráveis.

Apesar de duas mortes terem sidos relatadas nos respectivos estudos de Rubino et al.,13 e Garvey et al., 14 cada um dos autores afirmam que esse lamentável ocorrido não teve nenhuma associação com o tratamento da semaglutida em si, mais sim em ocasião de outros eventos secundários. No estudo de Garvey et al., 14 não foi mencionado, e no de Rubino et al.,13 a morte foi atribuída a causas naturais com doença pulmonar obstrutiva crônica subjacente na certidão de óbito. 

Sobre os eventos adversos durante o tratamento com semaglutida (período de 68 semanas), mencionados por Blundell et al., 11, Wadden et al., 12, Rubino et al., 13, Garvey et al., 14, Weghuber et al., 15 Rubino et al., 16, Sodhi et al.,17, Deanfield et al., 18 Aldhaleei, Abegaz e Bhagavathula19 os de maior prevalência foram os distúrbios gastrointestinais, que poderiam variar de leve, moderado a grave, resultados esses semelhantes ao  descrito por Sodhi et al., 17, Liu et al.,37 e Shetty et al.,.38

Para Sodhi et al., 17 em decorrência do amplo uso desses medicamentos, esses eventos adversos, embora raros, devem ser considerados por pacientes que estão pensando em usar esses fármacos para perderem peso, devido ao cálculo de risco-benefício para esse grupo que podem diferir daqueles que os usam para diabetes.

Hartmann39 alega a existência de pesquisas que buscam fazer o paralelo entre saúde mental e o uso da semaglutida. Afinal de contas, em casos mais graves de obesidade, os pacientes acabam sendo afetados mentalmente, desenvolvendo quadros de depressão ou vice-versa, supondo-se que o caráter inflamatório da obesidade possa estar diretamente associado à depressão. 

Porém, ainda no estudo de Hartmann,39 as agências reguladoras internacionais chegaram à conclusão de que não existem evidências conclusivas que evidencie a associação entre o uso de GLP-1 e pensamentos e ações suicidas, autoinjúria e suicídio. Entretanto, apesar de existirem alguns baixos riscos, é necessário manter a vigilância, monitorando a saúde mental dos pacientes que estão em uso destes fármacos.

Por outro lado, Goodman40 afirma que novas evidências científicas, apesar de limitadas, tem mostrado que o uso off-label da semaglutida para emagrecimento, em comparação aos demais GLP-1, pode apresenta um potencial de risco maior para o desenvolvimento de problemas de humor, inclusive quadros depressivos e até pensamentos suicidas, afinal de contas, para alguns pacientes, perder o prazer e a recompensa por comer, pode cria uma dramática mudança no humor, aumentando assim, os riscos de autoagressão. Mais esses dados precisam ser melhor investigados.

Associações com o uso de ozempic e o desenvolvimento de neoplasias também foi mencionado por Chamberlin e Dabbs,41 de acordo com os autores esse medicamento, bem como outros agonistas receptores GLP-1, não são indicados para pessoas com histórico de problemas tireoidianos ou no sistema endócrino, pois o mesmo possui um risco potencial de desenvolver câncer de tireoide. 

Nesse sentido, em virtude dos altos riscos relacionados ao uso contínuo da semaglutida, torna-se importante enfatizar o papel fundamental exercido pelo profissional farmacêutico no concernente a identificação, prevenção e resolução de problemas associados aos medicamentos, proporcionando ao paciente que faz uso de semaglutida, um acompanhamento farmacológico de qualidade.42 

Assim, é enfatizado por Franco, Jesus e Abreu43 que os farmacêuticos devem estar atentos aos tratamentos dos pacientes diabéticos tipo 2, em especial, quanto as possíveis interações medicamentosas, pois, muitos usuários da semaglutida, utilizam as vezes outros tratamentos complementares, aumentando os riscos de uma interação medicamentosa.

Sobre a atuação do farmacêutico voltada a pacientes obesos, por ser o profissional da saúde com mais acesso a população, ele além de orientar corretamente cada paciente, avaliando o seu tratamento, deverá ainda os aconselhar a introduzirem em seus cotidianos hábitos saudáveis, criando assim, um vínculo de confiança, tornando o tratamento mais eficaz.44

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A obesidade tem sido apontada como o mal do século XXI, expondo os pacientes a diferentes riscos. Por esse motivo, essa pesquisa pode mostrar que o uso off-label do antidiabético semaglutida (Ozempic), é deveras eficaz quando usada como anorexígeno, ajudando no processo de emagrecimento, atuando na redução de apetite e também nas melhorias de fatores de risco cardiometabólico (Hipertensão, Diabetes tipo 2, Dislipidemia, Insuficiência cardíaca e Doença renal crônica).

Apesar dos seus benefícios, o uso off-label prolongado da semaglutida também está associado a uma variedade de efeitos colaterais indesejados, como distúrbios gastrointestinais e hepatobiliares, desordens psiquiátricas, reações alérgicas e até vários tipos de neoplasias malignas. Portanto, considerando a crescente adesão da semaglutida, os seus riscos e benefícios precisam ser levados em consideração, evitando assim que esse medicamento seja utilizado de forma abusiva e irracional. 

Nesse sentido, o farmacêutico por ser o profissional da saúde que conhece todos os aspectos relacionados ao medicamento e ainda tem com mais frequência contato direto com o paciente, ele poderá ofertar ao indivíduo um maior acesso à valiosas informações, que preservarão sua saúde e ainda melhorarão sua qualidade de vida. Acredita-se que uma adequada orientação farmacêutica, direcionará corretamente o paciente a não por em risco sua vida, assim, o mesmo poderá utilizar os medicamentos de forma correta e segura, em especial os anorexígenos.

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