REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8208423
José Wilson Magalhães Filho
Aldenir Feitosa dos Santos
RESUMO
O termo psicotrópico denomina-se uma ampla categoria de drogas que agem no sistema nervoso central (SNC). A pesquisa busca apresentar os riscos advindos do consumo continuo de psicotrópicos, entre eles a dependência, perda e/ou ganho de peso e, em casos extremos, levar o paciente a óbito. Após a análise dos dados coletados constatou-se que o uso excessivo de psicotrópicos afeta a qualidade de vida dos seus usuários, atuando como agente inibidor e causador de diversos problemas.
PALAVRAS-CHAVE: Psicotrópicos, Malefícios, Uso Continuo.
ABSTRACT
The term psychotropic is a broad category of drugs that act on the central nervous system (CNS). The research seeks to present the risks arising from the continuous consumption of psychotropic drugs, including dependence, weight loss and/or weight gain and, in extreme cases, leading to death. After analyzing the collected data, it was found that the excessive use of psychotropic drugs affects the quality of life of its users, acting as an inhibitory agent and causing several problems.
KEY WORDS: Psychotropics, harm, continuous use
1. INTRODUÇÃO
A descoberta dos medicamentos é de extrema importância para o sistema mundial de saúde, atuando no tratamento e cura de diversos tipos de doenças. No entanto, a utilização desses medicamentos para combater problemas de saúde, tem sido visto, na maioria das vezes, como uma solução instantânea para alívio de sintomas como mal-estar e dores. Os efeitos colaterais provenientes das substancias presentes nos medicamentos têm sido subestimados e a automedicação tem sido uma prática frequente entre a população mundial, podendo acarretar sérios danos ao organismo (XAVIER et al., 2021).
Na atualidade, o contexto social leva a população a vivenciar situações cada vez mais estressantes e difíceis. Onde os desafios diários afetam diretamente a qualidade de vida psicológica do indivíduo, fazendo com que as doenças psicológicas estejam em evidência, causando uma preocupação mundial. Demostrando assim a necessidade relevante de estudos aprofundados para descobrir meios de combater o problema psicológico que podem desencadear complicações mais graves que podem levar o indivíduo a morte (PEREIRA et al., 2017).
Por volta de 1952 iniciou-se a utilização de drogas para tratamento de pacientes com distúrbios mentais depois de ter sido observado por Henri Laborit o efeito tranquilizante de substancias anti-histamínicas. Após a segunda guerra mundial observou-se que algumas drogas em teste melhoravam o humor de pacientes com sintomas de depressão, daí o termo antidepressivo. A primeira classe desses medicamentos foram as dos inibidores de iproniazida, sendo extinto anos depois por conta dos seus efeitos colaterais (FARMACOLOGIA, 2013).
Os psicofármacos estão entre os mais prescritos no mundo, inúmeras vezes sem indicação adequada, constituindo um grave problema de saúde pública. Vários fatores estão associados ao uso indiscriminado, é que sintomas iniciais básicos como tristeza, raiva e alegria estão sendo diagnosticado como patologia e tratados com psicofármacos. Os médicos acarretam aos problemas pessoais, sócio familiares e profissionais, para os quais os pacientes não encontram solução acreditando na potência mágica dos medicamentos, no entanto apresentam inúmeras desvantagens sendo uma delas a dependência química que é um fenômeno potencialmente grave e relevante (HANEL et al., 2019).
Através de problemas sociais se desenvolvem os transtornos mentais, que é uma síndrome ou um modelo comportamental psicológico, que tem um grande significado clinico e se manifesta em um individuo causando desconforto, limitações ou um aumento relevante no risco de morte, de dor ou incapacidade. Dessa forma, o conceito de transtorno mental torna-se norteador da logica diagnosticada na psiquiatria, são esses desconfortos que levam o individuo a procurar tratamento clinico, sem uma percepção clara daquilo que o levaria a sofrer. Com isso, houve um ampliamento do campo de queixas para psiquiatria, fazendo com que se tenha um diagnostico mais preciso e um tratamento eficaz, aliviando os sintomas de quem busca essa alternativa (SCORSOLINI-COMIN, 2017).
Após pesquisas realizadas sobre o uso ou prolongado de psicotrópicos podem causar danos psíquicos como dependência e perda de memória e físicos como dificuldade na visão, fadiga, sonolência, sedação, disfunção sexual e dentre outros. Atualmente o número de prescrições teve um aumento significativo, sendo considerado mais viável pelo simples fato de facilitar o trabalho para se obter a saúde, e por adquirir resultados mais rapidamente, os medicamentos psicofármacos se tornaram uma pílula magica onde se recupera o bem estar imediato (FREITAS, ISABELA SOARES DE; FIALHO, KARINA DE OLIVEIRA; SOCORRO, 2018).
Os avanços na medicina convencional trouxeram uma grande variedade de medicamentos disponíveis para tratamentos de transtornos mentais, entres eles destacam-se: ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e antiepilépticos (SANTOS, 2009).
2. PSICOFÁRMACOS
Os Psicofármacos são medicamentos utilizados como recurso para o alivio de determinados sofrimentos humanos, como em pacientes mentalmente fragilizados , visando a diminuição de intervenções psiquiátricas retirando a utilização das camisas de força e tratamento de choque, a utilização de tais medicamentos ocasionou uma revolução nos métodos de tratamentos utilizados até então. Além disso o constante avanço do conhecimento neuroquímico das doenças psíquicas contribui significativamente para melhor compreensão do sofrimento de cada sujeito, garantindo o tratamento adequado para cada paciente aliviando temporariamente os sintomas. Contudo, a utilização dos psicofármacos possibilitou a reintegração dos enfermos na sociedade e adequando o sujeito ao meio melhorando assim a qualidade de vida (KIMURA, 2005).
A partir dos anos 50, os profissionais da psiquiatria e da saúde mental, passaram então a usar os psicofármacos no tratamento dos transtornos mentais, o qual veio provocar uma ampla reformulação nas práticas já utilizadas anteriormente, mudando assim, concepções existentes, bem como as perspectivas estudadas na saúde mental. Dessa forma, vindo a conhecer novos medicamentos, os quais serão essenciais para o trabalho na prática psicoterápica. Contudo, o uso dos psicofármacos, sempre dependerá de cada diagnóstico apresentado por cada paciente, bem como suas comorbidades (CORDIOLI, 2005).
Entretanto, o tratamento com os psicofármacos, terá como público-alvo, os pacientes que tenham em seu diagnóstico as doenças relacionadas a esquizofrenia, no transtorno bipolar, transtornos de personalidade, depressões graves, controle de ataques de pânico, bem como fobias específicas. Os quais terão como prioridade no seu tratamento, e que o profissional vai prescrever as drogas específica para cada paciente (BONI et al., 2021)
O uso prolongado desses medicamentos também implica em alguns malefícios, tais como, além da dependência observa-se sintomas como sedação, fadiga, perda de memória, sonolência, dificuldade motora, diminuição de atenção, da concentração e dos reflexos e também podem apresentar dificuldades de socialização. Diante do grande número de pessoas que fazem uso desses medicamentos e relatam os efeitos colaterais já previstos em sua farmacodinâmica, o uso racional dessas drogas é a forma mais indicada para prevenção de efeitos colaterais provocado pelo seu uso, notando assim, a necessidades de estudos aprofundados que possam contribuir para diminuição de tais efeitos (NETO, JOÃO AGOSTINHO; LEITE, LAURA HÉVILA INOCÊNCIO; ROCHA, 2017).
A indicação de psicofármacos traz preocupação, mas também esperança. Preocupação por ter um risco dessas indicações tenderem a banalizar o uso de psicofármacos para tratamento de problemas de saúde mental como solução imediata e não como recurso possível a partir da avaliação risco benefício. Esperança por surgimento de novas drogas que possibilitem a ajuda para diminuir os prejuízos mais graves que os transtornos mentais ocasionam a curto e alongo prazo para o sujeito. Dessa forma observa-se que o uso desses medicamentos precisam ser feitos de forma coerente e somente quando há uma necessidade significativa (BONI et al., 2021)
A ação de remediar funciona como domínio social que alveja toda a vida do indivíduo, em todas as proporções, pois reconhece e apossa-se o doente. Nessa perspectiva, é necessário indagar a respeito da efetividade psicoterápica, dos seus efeitos colaterais e, essencialmente acerca da utilização para paciente portadores de aflições psicológicas, pois teoricamente, a tristeza, o medo da morte, o desamparo, a solidão, a inquietude, o receio, a insegurança, o vazio existencial ou, até mesmo, a falta de alegria são episódios repetidos na vida do ser humano (AZEVEDO; FAGUNDES; PINHEIRO, 2018).
Existem uma variedade de psicotrópicos para controle de tais doenças, os quais dividem-se em quatro grupos importantes: Ansiolíticos, Antidepressivo, Antipsicótico e Antiepilépticos.
2.1 Ansiolíticos
Os ansiolíticos são os medicamentos cujos componentes químicos atuam no controle da ansiedade com resultado que incidem sobre emoções, humor e o comportamento. O principal representante dessa classe são os benzodiazepínicos, uma das drogas mais prescritas no mundo, como Diazepam, Clonazepam, Alprazolam e Midazolam (FÁVERO, 2017).
Os principais efeitos dos BZDs são: ansiolíticos sedativo/hipnótico e anticonvulsionante, consequentemente esses medicamentos são aplicados nos tratamentos para transtornos ansiosos ou outros transtornos que apresentem sintomas de ansiedade. No acompanhamento de Epilepsia, são indicados nas crises agudas o (Diazepam) ou no tratamento profilático o (Clobazam). Também são utilizados na abstinência alcoólica, agitação psicomotoras, tensão muscular e para ocasionar amnésia anterógrada em procedimentos invasivos (SILVA; FERNANDES; TERRA JÚNIOR, 2018).
O uso de ansiolíticos tornou-se um problema de saúde pública que atinge grandes proporções, tais medicamentos estão entre os psicofármacos mais consumidos de forma indiscriminada no mundo. Seu consumo pode acarretar alterações no comportamento como levar também a dependência psíquica e/ou física trazendo problemas sociais graves para o indivíduo. Estes medicamentos são os chamados calmantes, tranquilizantes e sedativos que agem no sistema nervoso central e são utilizados no combate a insônia. As pessoas recorrem ao tal calmante na expectativa de fugir das pressões sócias, familiares ou do trabalho sendo que a abstinência prejudica severamente sua vida, devido a irritabilidade, a insônia excessiva, à sudoração, a dor no corpo e até mesmo as convulsões (CARVALHO, 2001).
A classe dos BDZs se destaca entre os fármacos mais prescritos atualmente, possuem ação anticonvulsivante e miorrelaxante, além de serem utilizados como drogas hipnóticas e ansiolíticas, são contra indicadas para tratamento de longo prazo devido aos autos riscos de efeito adversos e dependências, porém são mais eficazes nos tratamentos de curto prazo. Possuem receptores específicos no SNC, ligados a receptores GABAérgicos tipo A (GABA-A) com os quais controla a abertura e o fechamento dos canais de ìon cloreto, que são responsáveis pela disseminação dos estímulos para os neurônios pós-sinápticos. Os BDZs e o GABA conseguem vetar sistemas de neurotransmissão agindo como depressor do SNC. O uso continuo de benzodiazepínicos e de outros sedativos produzem dependência e após um curto período de uso, sintomas evidentes de abstinência aparecem na retirada do seu consumo (ALMEIDA, 2017).
As BDZs, apesar de serem consideradas eficazes e seguras possuem grande quantidades de efeitos adversos. Quando consideradas doses mais elevadas, podem desenvolver tontura, fala arrastada, visão turva, falta de coordenação motora, oscilação de humor como irritabilidade e agressividade. Também podem surgir problemas de memória e cognitivos, como, por exemplo, dificuldade em encontrar palavras ou ativar uma memória. Em situações de sobredosagem os BDZs são considerados mai seguros do que outros sedativos hipinóticos, porém combinados com outros depressores do SNC se tornam fatais. Devem ser evitados combinações com agente ansiolíticos, assim como, com álcool e com medicamentos anti-histamínicos ou anticolinérgicos. Sozinhos raramente causam a morte (RODRIGUES, 2019).
2.2 Antidepressivos
O aumento do consumo de drogas antidepressivas estimulam o desenvolvimento de novas técnicas alternativas com mais eficacia e resultados mais rápidos, sendo necessários, um amplo controle de qualidade de medicamentos industrializados (SABIN; FERRÃO; FURTADO, 2004).
Os antidepressivos são moléculas que são empregues para o tratamento ao nível do SNC (Sistema Nervoso Central). De modo que intervem com a recaptação de um ou mais neurotransmissores, nomeadamente a serotonina e a noradrenalina. Pode-se dizer que os fármacos tem como o intuito amplificar a transmissão serotonérgica, noradrenérgica e dopaminérgica (LOUREN et al., 2016).
Os ADTs são infiltrados no estômago e metabolizados no figado, havendo um pico plasmático de 1 a 3 horas no caso da amitriptilina, e de 4 a 8 horas da nortriptilina, onde serão acondicionados no miocárdio e nos epitélios cerebrais, se ligam ao receptores opioides, e que divergem os receptores N-metil-D-aspartato, que são unidos aos canais de cálcio e sódio, onde reduzirá a disposição de impulsos nervosos e aumentará a hiperpolarização dos neurônios esse impacto está relacionado ao sistema de dor. Quanto ao tempo de expulsão, ele poderá variar de acordo ao fármaco (SANTANA ROSA; CAVALCANTE; TERRA JUNIOR, 2018a)
De forma geral, podemos classificar os antidepressivos em dois grupos, os tricíclicos e seletivos. Estes se caracterizam pelo seu perfil de reações adversas e pelas diferentes propriedades farmacocinética. As reações se distinguem na intensidade e na frequências entre as moléculas. Algumas destas reações são: aumento de peso, diminuição da acuidade visual, xerostomia, retenção urinária, obstipação, sedação, hipotensão postural e taquicardia. No grupo dos seletivos as reações adversas são diferentes com menores efeitos cardiovasculares e a nível do Sistema Nervoso Central (SNC), entre as reações estão: náuseas, sonolência, distúrbio do sono, disfunção sexual e diferentes interações medicamentosas (COUTINHO, 2011).
Os antidepressivos tem sido relacionados com numerosos efeitos colaterais, mesmo que sejam com os atuais e mais seguros que os mais antigos os tricíclicos e inibidores da monoaminoxidase. Possuem contraindicações em pacientes cardiopatas, hipertensos, epiléticos, grávidas e lactantes. Entre os efeitos adversos mais comuns são xerostomia, tremores, insônia, alteração no apetite, elevação de pressão arterial e em potenciais está a hiponatremia, sequela quem tem sido associado a doentes idosos e polimedicados, ou seja (diuréticos, antidiabéticos, anti-inflamatório e esteroides). Na escolha de um antidepressivo aconselha-se que se tenha em conta o risco de hiponatremia na escolha de uma opção terapêutica (COSTA; MARINS, 2018).
2.3 Antipisicóticos
As drogas antipsicóticas são utilizadas para tratamento de desordens cerebrais e agitação a exemplo de esquizofrenia, doença bipolar e alzheimer. Existem dois grupos de ações terapêuticas antipsicóticas que são denominadas antipsicóticos de primeira geração (APG) que também são chamados de antipsicóticos típicos e os chamados antipsicóticos de segunda geração (ASG) também chamados de atípicos, que tem siso baseados em ações de receptores específicos (JULIANA SEIBT et al., 2008).
Nas últimas décadas os Antipsicóticos de Segunda Geração (ASG) retrataram um avanço significativo no tratamento da esquizofrenia. Quando comparado aos Antipsicóticos de Primeira Geração (APG), os AGS tem a vantagem de menores consequências como parkinsonismo, distonias, acatisia e discinesia tardia, além disso, tem demonstrado êxito nos sintomas negativos da esquizofrenia. Nos dias atuais, os ASG são prescritos como tratamento de primeira linha na esquizofrenia e no tratamento da mania bipolar. Entretanto, há um alerta sobre efeitos colaterais do ASG sobre o aumento importante de peso e alterações metabólicas como as dislipidemias, síndrome metabólica e diabetes. Outro fator importante para resultados positivos é a sensibilidade do medico para contrariedades individuas de seus pacientes, e optar por medicamentos com maior efeito antipsicótico e menor desconforto e risco para os mesmos (OLIVEIRA, 2000).
Todos os antipsicóticos interatuam com uma diversidade de sistemas de neurotransmissores. Os APG geralmente impedem os receptores de dopamina, minimizando sintomas positivos, como delírios, alucinações, alterações formais de pensamento, entre outros sintomas inespecíficos, como agitação e agressividade. Estão igualmente relacionados a secreção elevada de prolactina, efeitos divergentes extrapiramidais como tremor, distonias e discinesias tardia e efeitos adversos raros, mas potencialmente fatais, como síndrome maligna dos neurolépticos (FERRIN, M.; et al 2016).
Os ASGs variam na sua afinidade com os receptores ligando-se sobre tudo a serotoninérgicos. Acreditava-se inicialmente que os ASG eram eficazes na redução dos sintomas negativos. Tendo em conta que os sintomas extrapiramidais podem exacerbar os sintomas negativos e dado que os ASG tem menos efeitos extrapiramidais, podendo ser transmitida a falsa impressão de uma diminuição nos sintomas dos antipsicóticos atípicos. Os ASG têm como principais efeitos adversos o aumento de peso, dislipidemias e diabetes tipo II (FERRIN, M.; et al 2016).
2.4 Antiepilépticos
Os Fármacos antiepilépticos (FAE) são drogas poderosas eficaz no tratamento de epilepsia, porém causam danos significativos e continuam sendo causa de fracasso do tratamento de epilepsia em até 40% dos pacientes representando um dos principais prejuízos na qualidade de vida dos pacientes. Os efeitos adversos são muitos e podem se desenvolver de forma aguda ou muito após o inicio do tratamento afetando assim qualquer órgão. Os efeitos mais comuns variam entre dose dependência e reversível, hipersensibilidades desde quadros benignos como erupções cutâneas até erupções acompanhadas de sintomas sistêmicos e eosinofilias até necrólise epidérmica que são potencialmente fatais. Além disso, se administrados durante a gestação aumentam a chance de desenvolver malformação congênita (YACUBIAN, 2014).
Os FAE podem afetar no metabolismo mineral ósseo por diferentes mecanismos, inserindo efeitos diretos sobre as células ósseas, alterações no metabolismo ou na alteração da vitamina D nos órgãos-alvo, hipocalcemia e ações sobre os esteroides sexuais. Alguns FAE saõ referidas como “drogas indutoras hepáticas”, pois instruídos a incitar as enzimas do citocromo no fígado, como é o caso da fenitoína, fenobarbital e carbamazepina. Essas drogas ampliam o catabolismo da vitamina D3, criando produtos inativos e variando a sua biodisponibilidade. Por consequência, há uma diminuição nos níveis séricos de cálcio e aumento dos níveis de PTH com incentivo para reabsorção e progressiva perda de massa óssea (BORTOLINI; KULAK; BOGUSZEWSKI, 2008).
O uso continuo de FAE pode ter atuação versátil no peso corporal. Alguns Medicamentos, como fenitoína, oxcarbazepina, levetiracetam, lamotrigina parecem não ter impacto considerável no balanço energético não havendo mudanças no peso corporal dos indivíduos. Um segundo grupo de FAE contendo topiramato, felbamato e zomisamida associa-se com perda de peso e o terceiro grupo de FAE que compreende valproato, carbamazepina, galapentina, pregabalina e vigabatrina, propicia ganho de peso e pode causar sobrepeso e obesidade. Este ultimo é o mais sério, uma vez que pessoas epilepsia já apontam risco elevado de sobrepeso e obesidade independente do tratamento pelo sedentarismo, depressão e comorbidades psiquiátricas relacionadas (BORTOLINI; KULAK; BOGUSZEWSKI, 2008).
3. CONCLUSÃO
No contexto atual já existe um maior interesse em estudar meios para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que fazem uso de psicotrópicos.
Nota-se um uso desenfreado de psicofármacos por parte da população. Pacientes estes que necessitam de atenção especial durante o tratamento, em consequência de uma não possível adaptação adversa a intervenção medicamentosa, ou grande dificuldade na retirada de tal medicamento.
Faz-se necessário um acompanhamento assíduo por parte dos familiares, da equipe médica e do farmacêutico deste paciente, pois os mesmos desempenham papeis importantes nas orientações, promovendo a recuperação da saúde mental destes pacientes.
Ressalta-se que outros estudos investiguem o acesso destes pacientes a intervenções terapêuticas, buscando identificar fatores sociais que levaram a determinada doença levando em consideração a prescrição irracional por parte de clínicos gerais, psiquiatras e neurologista. É fundamental avaliar criteriosamente a necessidade de cada paciente para prescrever o psicotrópico adequado evitando o uso excessivo e prolongado de tais medicamentos.
Portanto, a pratica do uso dos psicotrópicos como auxiliadores nos cuidados com a saúde mental, requer uma avaliação clinica e psicológica para garantir a eficacia e a segurança do uso desses medicamentos.
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LICENCIATURA EM QUÍMICA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL