OS IMPACTOS PSICOLÓGICOS DO USO EXCESSIVO DA TECNOLOGIA EM CRIANÇAS – UMA REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8433185


Silvana Silva Diniz[1]
Thaiane de Araújo Bezerra[2]
Samuel Reis e Silva[3]


RESUMO

A tecnologia vem ganhando grande preferência entre crianças e adolescentes nos últimos anos, o que tem despertado o interesse de diversos pesquisadores para conhecer seu impacto em um nível psicológico. Metodologia aplicada consistem em uma revisão da literatura nas bases de dados de psicologia de 2012 a 2022. Foram extraídas informações relevantes sobre o impacto efeito psicológico produzido pelo uso de tecnologia em crianças e adolescentes. Os efeitos positivos estão principalmente no meio acadêmico, pois existe uma nova forma de aprendizagem, também novos meios de comunicação e interatividade. Os resultados encontrados aludem a uma dicotomia já existente de caráter positivo e/ou negativo. As principais medidas de resultados relataram efeitos fatores psicológicos negativos, como agressividade, comportamento viciante, diminuição de concentração, isolamento, depressão e outros. Conclui-se que a exposição ao uso excessivo da tecnologia produz vários efeitos psicológicos na população infantil e adolescente. No entanto, permanecem lacunas em termos do seu real impacto global, o que requer mais pesquisas nesta área.

Palavras-chaves: Ansiedade, Crianças, Depressão, Risco da tecnologia.

ABSTRACT

Technology has gained great preference among children and adolescents in recent years, which has sparked the interest of several researchers in knowing its impact on a psychological level. The applied methodology consists of literature scans in psychology databases from 2012 to 2022. Relevant information was extracted about the psychological impact produced by the use of technology in children and adolescents. The positive effects are mainly in the academic environment, because there is a new way of learning, also new means of communication and interactivity. The results found allude to an existing dichotomy of a positive and/or negative nature. The main outcome measures reported negative psychological factors, such as aggression, addictive behavior, decreased concentration, isolation, depression and others. It is concluded that exposure to excessive use of technology produces several psychological effects in the child and adolescent population. However, gaps remain in terms of its actual global impact, requiring further research in this area.

Keywords: Anxiety, Children, Depression, Technological Risk.

1.    INTRODUÇÃO

Como os cérebros das crianças são extremamente flexíveis, esse período de aprendizagem constituem um ponto crítico no desenvolvimento das crianças e através da exploração natural e descoberta de seu próprio mundo, novas conexões entre os neurônios são formadas e as conexões existentes são fortalecidas (WIEBBELLING, 2022).

A integração da tecnologia digital no cotidiano das crianças e sua influência em seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social continua a aumentar dia a dia. A tecnologia oferece muitas oportunidades para as crianças brincarem, explorarem e aprenderem (SANCHES et al., 2020).

Segundo dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) no ano de 2011, 46,5% das pessoas de 10 anos ou mais de idade acessaram a internet. Nesse mesmo ano o acesso à internet chegou a 90,2% entre pessoas com 15 ou mais anos de estudo. No Amazonas, em 2005, 10,5% das pessoas com 10 anos de idade utilizaram a internet, entretanto em 2011 houve um salto para 37,3%.

O uso excessivo de dispositivos móveis cresceu nos últimos anos, é um grupo dependente desses dispositivos eletrônicos são as crianças com idades não superiores a 15 anos, ou seja, em idade escolar e neste caso são os mais propensos a usar seu tempo livre em telefones celulares ou tablets, o que causa problemas na área acadêmica, psicológica, motora e outras (NASCIMENTO et al., 2020).

O uso de smartphones e outras tecnologias durante a pandemia aumentou visivelmente devido à quarentena e a nenhum lugar para ir. Não só pais, mas filhos também, aumentaram seu uso de tecnologia, ou seja, para fins de jogos, aulas online, passagem do tempo incluindo uso de mídias sociais. Juntamente, com outros fatores para causar efeitos psicológicos nas crianças durante uma pandemia, o uso excessivo da tecnologia também é considerado um fator preocupante para ter esses efeitos na saúde mental das crianças (PEREIRA, DA SILVA, 2022).

Como destacado, a taxa de uso de tecnologia na pandemia de COVID-19 aumentou drasticamente à medida de seu uso excessivo na vida cotidiana. Por mais que a tecnologia esteja sendo usada de forma positiva durante uma pandemia, ela também está sendo condenada pelo impacto psicológicos negativo, pelo seu uso excessivo, entre as crianças (ROCHA, LONGO, MONTIEL, 2021).

Esta pesquisa se justifica na medida em que atualmente o uso de dispositivos móveis tornou-se viral, ainda mais entre as crianças, uma situação que leva a problemas de aprendizagem, comportamento e relações humanas, uma vez que alocar tempo sem limites ao uso excessivo desses dispositivos, leva a uma mudança de atitudes que distanciam de seu ambiente e as tornam dependentes desses dispositivos tecnológicos. Historicamente, as crianças são as mais propensas ao uso excessivo dos aparelhos telefônicos diariamente, além do mais percebe-se que os pais fornecem seus filhos sem medir as consequências de seu uso, principalmente quando não há controle ou limites ao seu uso.

O impacto mais significativo do uso da tecnologia na saúde mental, social e emocional das crianças vê apresentado um alerta na sociedade, por isso os números de estudo (DE BARROS et al., 2021; TEIXEIRA, 2021; TUMELEIRO et al, 2018; BARBOSA, 2013; PONTES e PATRÃO, 2014; LACERDA et al., 2021) nesse viés vêm sendo realizado verificando-se os impactos negativos nestas áreas da saúde. Diante dessa problemática, o objetivo deste estudo é revisar a literatura acerca dos impactos psicológicos do uso excessivo da tecnologia em crianças.

Menciona-se que os objetivos específicos são: compreender os impactos psicológico do uso excessivo da tecnologia entre as crianças; evidenciar os outros impactos do uso excessivo da tecnologia entre as crianças; e apontar o papel dos pais no uso das tecnologias.

O estudo está estruturado em referencial teórico, metodologia, resultados e discussão, e finalize-se com conclusão. O referencial teórico que aponta a o que é tecnologia e o uso da tecnologia as crianças e seus benefícios. A metodologia apresenta tipo de pesquisa, procedimento de coleta de dados, análise dados, critério de inclusão e exclusão, e questão ética da pesquisa. O resultado e discussão é análise dos objetivos específicos estipulados. As a considerações finais apresenta uma análise do conteúdo apresentado e as sugestões para a pesquisa futura.

2.    REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O que é a tecnologia

As tecnologias vêm influenciando profundamente o estilo de vida das pessoas no mundo moderno, pois as novas tecnologias permitem que as pessoas acessem uma enorme quantidade de informações, além disso oferece novas formas de entretinimento como jogos online e rede sociais, muito usados pelos jovens.

Segundo Kennsid (2012, p. 21) a tecnologia é uma expressão que vem sendo usada desde a antiguidade, e suas origens podem remontam a termos gregos como Techne, que significa arte ou ofício, e logos, que significa palavra ou discurso, com o resultado sendo um discurso sobre as artes.

Em poucas palavras, tecnologia torna as coisas mais fáceis ou mais acessíveis utilizando máquinas ou outros instrumentos desenvolvidos. Em diversos países, a tecnologia tem sido considerada como a criação que vai poder mudar ou manipular o meio Ambiente. (MÜLLER et al, 2016).

Todas as tecnologias amplificam certos aspectos da experiência individual e valores culturais ao mesmo tempo em que reduz alguns outros aspectos e até os perde inteiramente formam a consciência. Por exemplo, os computadores tendem a amplificar formas de conhecimento livres de contexto, mas negligenciam experiências contextualizadas.

Neste século 21, o termo “tecnologia” é uma questão importante em muitos campos, incluindo a educação. Isto é porque a tecnologia se tornou a via de transferência de conhecimento na maioria dos países. Integração de tecnologia hoje passou por inovações e transformou nossas sociedades que mudaram totalmente a forma como as pessoas pensam, trabalham e vivem (KENNSID, 2012).

De tempos em tempos com as mudanças que sofreram, os seres humanos foram capazes de usar esta ferramenta como uma vantagem para alcançar coisas que era impossível obter antes, por exemplo, da facilidade que atualmente se apresenta para obter informações que foi complicado de obter antes (WARD, 2010).

Então, vive-se um novo momento tecnológico, onde as mídias, como tecnologia de comunicação e de informação, invadem o cotidiano das pessoas e passam a fazer parte dele. Para seus frequentes usuários, não são mais vistas como tecnologias, mas como complementares, como companhia, como continuação de seu espaço de vida social e educacional. Logo, aplica-se as possibilidades de comunicação e informação, por meio de equipamentos como telefone, televisão e o computador, alterando nossa forma de viver e aprender. Por meio destas, as pessoas se comunicam, adquirem informações, conhecimentos e transformam seu comportamento (DA SILVA, 2013).

A tecnologia mudou nosso cotidiano, impactando profundamente diferentes facetas da vida social. Diversos processos complexos e críticos estão sendo realizados com mais facilidade e maior eficiência com a ajuda da tecnologia, então observa-se que o advento da tecnologia introduzir mudanças profundas no cotidiano das pessoas nos âmbitos profissionais, da forma como nos relacionamentos, como passamos nosso tempo, entre outros.

A tecnologia foi integrada em todos os aspectos da vida moderna. Não é possível em todas as culturas, exceto nas mais remotas, não ser exposto a algum tipo de tecnologia diariamente.  A tecnologia permite que os humanos se conectem sem as limitações da geografia, torna os processos mais eficientes e complementa o intelecto e a eficácia do cérebro humano (CHIZZOTTI, 2020).

Segundo Agra (2019) as tecnologias digitais estão cada vez mais presentes no cotidiano da sociedade. Inicialmente, os tecnologia eram associados ao entretenimento e diversão; no entanto, atualmente, conceitos estão sendo implantados com propósitos diferentes, como educação, comunicação, interatividade, trabalho e outros.

2.2.   Uso de tecnologia entre as crianças e seus benefícios

Para Castro e Andrade (2012) as tecnologias têm tido um forte incremento de utilização por uma grande diversidade de utilizadores, representando um papel cada vez mais influente na vida social e cultural das pessoas.

O tempo que as crianças passam usando dispositivos digitais está aumentando rapidamente com o desenvolvimento de novas tecnologias portáteis e instantaneamente acessíveis, como smartphones e tablets digitais. Além disso, com o desenvolvimento dramaticamente rápido de jogos de mídia, pacotes de aprendizagem e aplicativos educacionais para crianças pequenas, as oportunidades de uso de dispositivos móveis têm crescido, o tempo de uso das crianças tornou-se cada vez mais longo e os usuários-alvo de dispositivos móveis infantis estão se tornando mais jovens (MENDONÇA, 2022).

A internet tem muitos atributos positivos também. A primeira é a aprendizagem online, que abriu inúmeras oportunidades para os jovens. Para fazer frente às demandas sociais e educacionais da atualidade, a produção de recursos educacionais se faz necessária por meio da utilização de tecnologias informatizadas (mídia, telemática, hipermídia, multimídia, teleinformática e Internet, entre outras) como meio estratégico de enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem. Todos os materiais de aprendizagem virtuais e digitais, como softwares educacionais, softwares de produtividade e a diversidade de serviços da Internet, podem se tornar bons aliados do ensino ativo, promovendo a construção de aprendizagens mais significativas a cada dia (ESCOBAR, SANHUEZA, FRIZ, 2019).

Jovens têm diferentes motivos para utilizar os telefones celulares, entre eles há tédio decorrendo decorrente do ócio, o tempo livre, a vontade de se comunicar para saber nas novidades, a necessidade de checar os sites de redes sociais. Ao analisar o tempo que usam conclui-se que o uso dos celulares demonstra uma compulsão à ocupação de todo o tempo que muitas vezes poderiam ser utilizadas de outras maneiras (NAGUMO, 2014). Nesse sentido Rota (2018) explica que os novos modos de socialização que emergem da comunicação móvel podem ser indicados a partir da identificação de tendências de uso.

Nesse sentido, os sites de mídia social permitem que os adolescentes realizem online muitas das tarefas que são importantes para eles offline: manter contato com amigos e familiares, fazer novos amigos, compartilhar fotos e trocar ideias. A participação nas mídias sociais também pode oferecer aos adolescentes benefícios mais profundos que se estendem à visão de si mesmos, da comunidade e do mundo, incluindo valorização da criatividade individual e coletiva através do desenvolvimento e compartilhamento de empreendimentos artísticos e musicais (SALES, DA COSTA, 2020).

Além disso as mídias oferecem as crianças o crescimento de ideias a partir da criação de blogs, podcasts, vídeos e sites de jogos, expansão das conexões online por meio de interesses compartilhados para incluir outras pessoas de origens mais diversas (essa comunicação é um passo importante para todos os adolescentes e oferece a oportunidade de respeito, tolerância e aumento do discurso sobre questões pessoais e globais); promoção da identidade individual e habilidades sociais únicas (DA SILVA, ZIVIANI, GHEZZI, 2020).

Embora a tecnologia tenha um número muito significativo de atributos muito positivos, a população como um todo muitas vezes não considera que também tenha atributos negativos. Os jovens são particularmente suscetíveis a esses efeitos potencialmente negativos

3.    METODOLOGIA
3.1. Tipo de pesquisa

Para atender aos objetivos deste estudo deve-se entendê-lo em dois estágios. O primeiro será pela descritiva, para Gerhardt e Silveira (2009), esta pesquisa exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade. O segundo foi atrás da pesquisa exploratória que proporciona maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipótese.

3.2.  Procedimento de coleta de dados

Quantos aos procedimentos técnicos adotados, define-se esse trabalho como bibliográfico, no qual desenvolveu-se um estudo que visam revisar a literatura acerca dos impactos psicológicos do uso excessivo da tecnologia em crianças. De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p. 166) “a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema do estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc.”

3.3.  Análise dos dados

Para descrição dos resultados finais a abordagem adotada será qualitativa, conforme Santos e Candeloro, (2006), a pesquisa quantitativa é aquela que permite ao acadêmico levantar dados subjetivos, bem como dados objetivos da população ou amostra estudada a partir de depoimentos, entrevista, ou seja, informações pertinentes ao universo a ser investigado.

Quanto aos métodos científicos, utilizou-se o método indutivo na pesquisa, o qual Lakatos e Marconi (2010, p. 68) dizem que “indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contidas nas partes examinadas”.

3.4. Critério de inclusão e exclusão

Os estudos incluídos foram: estudo publicado com menos de 10 anos; estudo em idiomas português e inglês; estudo disponível de forma gratuita e na integra; e estudos relacionados ao objetivo proposto. Os estudos excluídos da amostra foram: estudos repetidos e incompletos; e pesquisa não publicada no período de 2010 a 2020.

3.5. Questões éticas

Conforme o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) resolução 466/12, não há necessidade da submissão deste estudo, pois trata-se de uma revisão bibliográfica. Os estudos utilizados para desenvolvimento desta pesquisa receberão citação dos seus respectivos autores segundo NBR 6023/2018

4.    RESULTADO E DISCUSSÃO
4.1.O impacto psicológico do uso excessivo da tecnologia entre as crianças

O aumento do uso tecnológico durante a pandemia tem seus impactos positivos e negativos, dependendo do uso. Por mais que os smartphones sejam uma maneira de escapar da solidão no confinamento, eles também são responsáveis por causar doenças mentais graves, incluindo depressão, ansiedade, irritabilidade do sono e comprometimento cognitivo (DE BARROS et al., 2021).

Vários estudos (DE BARROS et al., 2021; TEIXEIRA, 2021; TUMELEIRO et al, 2018; BARBOSA, 2013; PONTES e PATRÃO, 2014; LACERDA et al., 2021) têm sugerido que o impacto do uso do mídias digitais no desenvolvimento infantil podem ser positivas ou negativas, dependendo do contexto de uso. Enquanto o uso pode estar positivamente relacionado às habilidades cognitivas e acadêmicas, pode estar relacionado negativamente ao desenvolvimento social e psicológico.

O excesso de tecnologia traz consigo muitos transtornos e até doenças: pode causar obesidade, transtornos como déficit de atenção, transtorno bipolar, psicose e ansiedade, podendo até formar uma atitude agressiva e gerar demência digital, estes entre muitos outros problemas (TEIXEIRA, 2021).

Entretanto, o uso excessivo de internet pode levar a psicopatologias que ainda se encontram em uma lacuna da literatura. Dependência de internet, uso abusivo de internet, uso patológico de internet e dependência virtual são algumas das nomenclaturas adotadas para designar o fenômeno (TUMELEIRO et al, 2018).

Já para Barbosa (2013) a utilidade das novas tecnologias para a manutenção dos relacionamentos não se dá somente através de contatos mediados à distância, mas também pela facilidade que proporciona para combinar atividades com os amigos pessoalmente.

Nesse sentido, Pontes e Patrão (2014) explica que assim como redes sociais podem facilitar as relações pode, concomitantemente, promover um distanciamento social porque preferem relacionar-se virtualmente.

Gastar tempo excessivo em tecnologia causa retraimento social nos infantis. As crianças não brincam com outros menores, têm problemas na dormem porque forçam a vigília e ficam irritáveis, e isso pode se tornar uma depressão infantil. Os menores tornam-se caprichosos, desobedientes e irritáveis. Também desenvolvem ansiedade: apresentam terrores noturnos, roer unhas, puxar o cabelo e tem outros comportamentos incomuns como esses (LACERDA et al., 2021).

4.2.   Outros impactos do uso excessivo da tecnologia entre as crianças

A manipulação desses dispositivos (celulares, smartfone computadores, tabletes e outros) pode causar negativo no desenvolvimento pessoal das crianças, ou seja, a falta de informações dos pais ao entregar um dispositivo de tecnologia sem conhecimento prévio de suas vantagens e desvantagens, ainda mais no controle de seu uso (TABORDA, 2019).

Vários estudam (TABORDA, 2019; PONTES, PATRÃO, 2014; CONTER, 2020; COSTA, 2020; SOUZA, DA CUNHA et a., 2020) alertam que o uso de dispositivos móveis jovem e sem o controle dos adultos gera dependência, ou seja, meninos ou meninas inadvertidamente usam seu tempo excessivamente brincando ou navegar nesses dispositivos.

Entretanto, a dependência da internet também está associada a problemas de saúde física a longo prazo como lombalgia, sedentarismos, disfunções musculares dores de cabeça e outros que interferem não só na qualidade de vida do indivíduo como também em diversos níveis do seu ajustamento psicossocial (PONTES, PATRÃO, 2014).

De acordo com o Conter (2020), a exposição excessiva à mídia na Internet aumenta o risco de tabagismo, abuso de drogas e álcool e atividade sexual precoce. Outros riscos físicos mais imediatos para os jovens mais velhos incluem estar envolvido em acidentes automobilísticos ao enviar mensagens de texto enquanto dirige um carro.

O uso excessivo de tecnologia tem resultado no fracasso das crianças em atingir marcos de desenvolvimento e diminuição do desenvolvimento motor e diminuição da estimulação sensorial. A tecnologia teve um efeito negativo sobre as crianças, pois o aumento do uso da mídia pode causar atrasos na linguagem (COSTA, 2020).

O uso excessivo da tecnologia causa efeitos negativos no desenvolvimento da criança, razão pela qual será conhecido porque afeta as habilidades motoras finas do menino ou da menina. A motricidade fina refere-se à capacidade de fazer movimentos pequenos e precisos nos músculos finos da mão, pulsos, dedos, pés, dedos dos pés, lábios e língua. Ou seja, é necessária uma harmonia das funções neurológicas, esquelético e muscular para a produção de movimentos precisos (SOUZA, DA CUNHA et a., 2020).

4.3.   O papel dos pais no uso das tecnologias

Os pais hoje não têm tempo para se dedicar seus filhos, então eles recorrem a dar aparelhos eletrônicos para seus filhos, mas é importante apontam que eles devem aprender a se envolver na vida e no aprendizado das crianças e nada melhor do que brincar, pois este é um instrumento poderoso que as crianças aprendem enquanto se divertem. Às vezes os pais recorrem ao uso de tecnologias para e as crianças se divirtam enquanto fazem seus afazeres domésticos ou falar ao telefone, em reuniões familiares ou sociais, etc (SIQUEIRA, DE OLIVEIRA FREIRE, 2020).

Notou-se que a falta de atenção, principalmente dos pais, gera em parte vício em menores, já que muitos pais costumam usar dispositivos eletrônicos para manter as crianças ocupadas ou afastadas. Também os pais muitas vezes incorrem na culpa do uso excessivo de dispositivos eletrônicos, de modo que eles têm dificuldade em perceber que seus filhos também estão usando os dispositivos de forma excessiva COSTA, 2020).

Os pais devem se esforçar para garantir que eles são capazes de implementar e beneficiar do uso da tecnologia de forma equilibrada, para que preserve entre as crianças a qualidade do sono, atividade física adequada e interação social positiva para um crescimento saudável (WATANABE, DE ALMEIDA COSTA, 2020).

No entanto, os pais também devem estar atentos seus deveres e responsabilidades na modelagem do uso apropriado da tecnologia, ao mesmo tempo em que encontrar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e outras atividade (NEUMANN, MISSEL, 2019).

Além do mais, os pais devem verificar em seus filhos qualquer possível impacto negativo do aumento do uso da tecnologia. Indivíduos sensíveis ao estresse ou propensos a desenvolver depressão, a ansiedade deve ser incentivada a se distanciar das notícias diárias por causa da negatividade. Sugere-se aos pais que introduzam jogos produtivos e criativos em suas casas e que motivem seus filhos (DE CASTRO, JUNIOR, 2020).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização da respectiva pesquisa bibliográfica, conclui-se que a tecnologia é o conjunto de conhecimentos e técnicas que, aplicados de forma lógica e ordenada, permitir que o ser humano modifique seu ambiente material ou virtual para satisfazer suas necessidades.

O avanço das novas tecnologias beneficia a sociedade em muitos aspectos, mas também está dando origem a comportamentos problemáticos, por isso devemos parar e refletir sobre nosso uso de novas tecnologias e perceber que elas são ferramentas importantes, mas devem ser utilizadas com responsabilidade, principalmente pelas crianças por estarem em uma fase de crescimento.

Nossos achados sugerem que existe o risco de que o uso rotineiro e frequente de dispositivos móveis por crianças esteja associado a problemas emocionais/comportamentais. O uso excessivo de dispositivos móveis, incluindo smartphones e tablets, pode interferir no desenvolvimento infantil em relação ao ajuste social. Nossos achados sugerem que prevenir o uso excessivo de dispositivos móveis pode reduzir a probabilidade de problemas comportamentais em crianças.

Nesta era dinâmica da tecnologia digital, tanto os efeitos positivos quanto os riscos potenciais nocivos do uso de dispositivos móveis precisam ser reconhecidos. Mais pesquisas sobre a quantidade de tempo gasto pelas crianças usando essas mídias e o conteúdo visualizado são necessárias para ajudar a maximizar os efeitos positivos e minimizar os efeitos negativos do uso de dispositivos móveis na vida das crianças.

Deve-se ter cautela no uso da tecnologia em crianças e adolescentes. É importante equilibrar o uso da tecnologia com outras atividades que promovam relacionamentos, criatividade e desenvolvimento. O uso excessivo pode impactar negativamente o desenvolvimento físico, mental, emocional e social dos jovens. Mais intervenções de educação em saúde são necessárias no Brasil e em outros países para aumentar a conscientização sobre esse problema potencial.

Os pais devem ser um modelo de uso responsável, para dar o exemplo e é preciso que os pais também interrompem ou reduzem consideravelmente o uso das tecnologias. Tem que estabeleça limites de tempo e use-o para outras atividades e explore alternativas que não incluam nenhuma tecnologia.

Para estudo futuros sugere-se pesquisa que investigam como o uso excessivo da tecnologia impactam os jovens e os adultos, pois em ambas as fases influenciam esses indivíduos de forma diferente, pois verifica-se que os adolescentes passam mais tempo nas mídias. Já os adultos passam mais tempo com as tecnologias para trabalhar ou para rede sociais, e ambos impactam os psicológicos.

6. REFERENCIAS

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[1] Acadêmica do Curso de Psicologia pelo Centro Universitário Fametro

[2] Acadêmica do Curso de Psicologia pelo Centro Universitário Fametro

[3] Professor e orientador do Curso de Psicologia pelo Centro Universitário Fametro