THE IMPACTS OF TOXOPLASMOSIS IN PATIENTS AND ITS OCULAR INVOLVEMENT
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202506221302
Ana Laís Pereira Pedraça1
João Pedro Segura Fróio2
Uilian Sampaio Santiago3
Orientador: Gabriel de Medeiros Aragão4
RESUMO
Introdução: A toxoplasmose é causada pelo parasita Toxoplasma gondii, afetando especialmente crianças e imunocomprometidos. Globalmente disseminada, essa infecção é prevalente em climas tropicais, afetando até 80% da população na América do Sul, incluindo o Brasil. Objetivo: Analisar literatura atual, relacionada aos impactos causados em pacientes acometidos pela toxoplasmose com sequelas oculares, a fim de contribuir para o avanço do âmbito teórico da área. Materiais e Métodos: O presente estudo consistirá em uma revisão bibliográfica integrativa da literatura sobre os impactos da toxoplasmose em pacientes e seu acometimento ocular. A pesquisa se baseará no guia metodológico de Souza, Silva e Carvalho (2010), que descreve seis fases para a realização de uma revisão integrativa: elaboração da pergunta norteadora, busca na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos, discussão dos resultados e apresentação da revisão. O estudo incluirá estudos experimentais e não experimentais, como ensaios clínicos, estudos qualitativos e revisões teóricas, para uma compreensão holística dos impactos da toxoplasmose, com ênfase no acometimento ocular. Resultados Esperados: O trabalho visa revisar a literatura sobre os impactos da toxoplasmose com sequelas oculares em pacientes, abordando manifestações clínicas como coriorretinite e perda de visão, além dos impactos psicológicos e sociais. Espera-se identificar lacunas na pesquisa, propor melhorias no diagnóstico e tratamento, e desenvolver diretrizes baseadas em evidências. Recomendações incluem novas áreas de estudo, colaboração entre centros de pesquisa e avaliação de novas terapias. A educação e conscientização pública também são metas, com a criação de materiais educativos e campanhas. O estudo busca integrar conhecimentos de diversas áreas para uma compreensão holística dos impactos e avanços no manejo da toxoplasmose ocular.
Palavras Chave: Toxoplasmose; Toxoplasma gondii; Infecção parasitária; Sistema imunológico.
ABSTRACT
Introduction: Toxoplasmosis is caused by the parasite Toxoplasma gondii, affecting especially children and immunocompromised individuals. Globally widespread, this infection is prevalent in tropical climates, affecting up to 80% of the population in South America, including Brazil. Objective: To analyze current literature related to the impacts caused in patients affected by toxoplasmosis with ocular sequelae, in order to contribute to the advancement of the theoretical scope of the area. Materials and Methods: The present study will consist of a systematic literature review on the impacts of toxoplasmosis in patients and its ocular involvement. The research will be based on the methodological guide by Souza, Silva, and Carvalho (2010), which outlines six phases for conducting an integrative review: formulation of the guiding question, literature search, data collection, critical analysis of studies, discussion of results, and presentation of the review. The study will include experimental and non-experimental studies, such as clinical trials, qualitative studies, and theoretical reviews, to provide a holistic understanding of the impacts of toxoplasmosis, with an emphasis on ocular involvement.. Expected Results: The work aims to review the literature on the impacts of toxoplasmosis with ocular sequelae in patients, addressing clinical manifestations such as chorioretinitis and vision loss, as well as psychological and social impacts. It is expected to identify gaps in research, propose improvements in diagnosis and treatment, and develop evidence-based guidelines. Recommendations include new areas of study, collaboration between research centers, and evaluation of new therapies. Public education and awareness are also goals, with the creation of educational materials and campaigns. The study seeks to integrate knowledge from various fields for a holistic understanding of the impacts and advances in the management of ocular toxoplasmosis.
Keywords: Toxoplasmosis; Toxoplasma gondii; Parasitic infection; Immune system.
1. Introdução
A toxoplasmose é uma condição que surge devido à infecção pelo parasita Toxoplasma gondii, um tipo de protozoário que depende do meio celular para sobreviver e se reproduzir. Mesmo que existam um grande número de pessoas em todo o globo que estejam infectadas por esse parasita, a manifestação da doença em si é rara. Isso se deve ao fato de que a grande maioria das infecções em seres humanos não apresenta sintomas (Al-Malki, 2021).
Contudo, o Toxoplasma gondii tem potencial para provocar enfermidades graves, especialmente em duas categorias de indivíduos: crianças e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Nesses casos, a doença pode ser desencadeada por uma infecção inicial pelo parasita ou pela reativação de uma infecção pré-existente que estava latente (Daher et al., 2021).
A forma de transmissão mais comum da infecção é a ingestão de cistos teciduais, que podem estar presentes em carne mal cozida ou crua. Além disso, o consumo de alimentos e água que foram contaminados por oocistos, outra forma do parasita, também pode resultar na infecção. Ainda, há outras duas maneiras pelas quais a infecção pode ser transmitida: verticalmente, de mãe para filho durante a gravidez, e por meio de transplante de órgãos, onde o órgão doado está contaminado pelo parasita (Marín-García Et al., 2022). A toxoplasmose, uma antropozoonose disseminada globalmente, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Causada pelo protozoário intracelular Toxoplasma gondii, essa patologia tem a capacidade de parasitar diversos tecidos de mamíferos e aves. A distribuição ampla do Toxoplasma gondii abrange todos os continentes, destacando-se em países de clima tropical. Em particular, na América do Sul, incluindo o Brasil, a prevalência da infecção atinge números significativos, afetando até 80% da população (Al-Malki, 2021). A compreensão abrangente da toxoplasmose e suas implicações é crucial, considerando sua extensão geográfica e impacto na saúde pública. A elevada prevalência da infecção na América do Sul destaca a necessidade premente de investigações aprofundadas sobre os fatores associados à disseminação do Toxoplasma gondii, bem como as consequências clínicas e epidemiológicas dessa infecção (Brito et al., 2023). Este artigo busca explorar e analisar esses aspectos, contribuindo para o entendimento mais aprofundado da toxoplasmose e suas implicações globais.
A toxoplasmose tem uma presença notável na América do Sul, mas a sua importância vai além das simples estatísticas de incidência, pois engloba também questões de saúde pública, socioeconômicas e ambientais. A infecção pelo parasita Toxoplasma gondii pode levar a complicações clínicas graves, particularmente em pessoas com o sistema imunológico debilitado e em mulheres grávidas, onde pode resultar em problemas para o feto (Borges et al., 2019). Ademais, a disseminação do parasita em regiões tropicais evidencia a necessidade de estudos direcionados para entender os fatores ambientais que permitem a propagação do Toxoplasma gondii e a sua influência nos ecossistemas locais (Brito et al., 2023).
Uma perspectiva abrangente e multifacetada da toxoplasmose tem como objetivo não apenas desvendar os mecanismos de transmissão do parasita e a correspondente resposta do sistema imunológico, mas também aprofundar o conhecimento sobre as consequências socioeconômicas que acompanham a infecção. Tal abordagem oferece um embasamento sólido para a formulação de estratégias efetivas de prevenção e controle da doença (Daher et al., 2021).
Este estudo visa explorar tais aspectos em profundidade, com o intuito de fomentar o desenvolvimento de ações preventivas mais eficazes e abordagens terapêuticas aperfeiçoadas.
Nossa meta é fornecer insights que possam ser usados para conter a propagação do parasita e aliviar o fardo que a toxoplasmose impõe às populações vulneráveis.
2. Desenvolvimento
2.1 Epidemiologia da toxoplasmose no Brasil
A toxoplasmose se destaca como a principal causa de fatalidades resultantes de infecções alimentares, ocupando uma posição notável entre as cinco infecções parasitárias mais negligenciadas nos Estados Unidos, junto com a doença de Chagas, tricomoníase, toxocaríase e cisticercose. É importante notar que a incidência desta infecção pode variar consideravelmente entre diferentes países e até mesmo dentro de regiões específicas de um único país (Yu et al., 2023).
A toxoplasmose é uma doença zoonótica infecciosa, o que significa que é transmitida de animais para humanos. Esta doença é causada pelo parasita Toxoplasma gondii, que conseguiu infectar, impressionantemente, cerca de um terço da população mundial. Em termos de prevalência, estima-se que entre 8% e 22% da população dos Estados Unidos esteja infectada, uma proporção que se reflete no Reino Unido (Aguirre et al., 2019).
Contudo, este índice de infecção é significativamente maior em outras partes do mundo. Na Europa, América do Sul e América Central, a prevalência da toxoplasmose é estimada entre 30% e 90% da população. Nos Estados Unidos, onde mais de um milhão de pessoas contraem a infecção a cada ano e cerca de 2.839 desenvolvem sintomas oculares relacionados à doença, o custo econômico é enorme. Foi estimado que a toxoplasmose custa quase 3 bilhões de dólares por ano, juntamente com uma perda anual de 11.000 anos de vida, uma medida que leva em conta a qualidade de vida dos pacientes (Yu et al., 2023).
É importante destacar que a grande maioria dos casos de toxoplasmose, mais de 90%, não apresenta sintomas, tornando o diagnóstico clínico um método pouco eficaz para identificar a doença. Uma pesquisa revelou que a incidência de toxoplasmose congênita está diretamente ligada ao diagnóstico atrasado, normalmente detectado no terceiro trimestre da gravidez, o que resulta na ausência de um tratamento oportuno e eficaz. O estudo também observou uma predominância elevada de infecções infantis derivadas da transmissão vertical durante um surto. Os pesquisadores, portanto, enfatizam a necessidade crucial de um acompanhamento pré natal cuidadoso. Além disso, eles reiteram a importância da aplicação de um tratamento adequado e da manutenção de cuidados contínuos durante a fase de crescimento das crianças afetadas pela infecção. Este cuidado contínuo é essencial para minimizar os efeitos adversos da condição na saúde e no desenvolvimento geral da criança (Righi et al., 2021).
Já em um estudo de natureza transversal, uma análise detalhada foi realizada em uma amostra de 41.414 grávidas que receberam atendimento no serviço público de saúde em Goiás (GO) durante o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2017. Durante essa investigação, os 5 pesquisadores descobriram que 184 dessas grávidas tiveram resultados positivos para IgM, um indicador da toxoplasmose, o que reflete uma prevalência de 0,44% na população estudada. Os autores do estudo fizeram uma conexão entre a baixa prevalência da doença em comparação com outras áreas do Brasil a uma série de fatores. Eles sugerem que essa discrepância pode ser atribuída à possibilidade de subnotificação de casos já diagnosticados naquela região. Além disso, eles apontam a alta taxa de soropositividade na população (indicando exposição prévia ao parasita) como um fator potencial que pode ter contribuído para esta baixa prevalência (Miranda et al., 2023).
A toxoplasmose é particularmente perigosa para indivíduos com sistemas imunológicos enfraquecidos e aqueles que nascem com a condição (toxoplasmose congênita). Em casos extremos, essa condição pode ser fatal. O organismo T. gondii, responsável pela infecção, está vinculado a altos níveis de biomarcadores inflamatórios crônicos, como a Proteína C-Reativa (PCR). Esta inflamação crônica sistêmica, se não controlada, pode ser a origem de uma variedade de doenças que têm o potencial de causar incapacidade e até mesmo levar à morte em uma escala global (Huang et al., 2022).
Além disso, a alta taxa de mortalidade entre indivíduos infectados com toxoplasmose pode ser parcialmente explicada pelo consequente aumento na morbidade metabólica após a infecção. Isto é, a infecção pode alterar o metabolismo do indivíduo, o que leva a um maior risco de desenvolver doenças metabólicas e, consequentemente, a um risco aumentado de mortalidade (El Bissati et al., 2018).
Uma análise retrospectiva do período de 2009 a 2018 foi realizada para examinar a taxa de mortalidade por toxoplasmose em diferentes regiões do Brasil. Os resultados revelaram que a maioria dos casos ocorreu na região Sudeste, representando 46% do total, seguida pelo Nordeste com 26%, Sul com 15%, Centro-Oeste com 7% e finalmente a região Norte com apenas 6% dos óbitos. Notavelmente, houve um aumento no número total de mortes por toxoplasmose entre os anos de 2009 e 2018. Este aumento foi observado em todas as regiões do país, mas foi particularmente acentuado na região Sudeste. Além disso, foi observado que as regiões com maior consumo de água não filtrada apresentam maior exposição à contaminação por Toxoplasma gondii. Este parasita pode estar presente em água contaminada, o que aumenta o risco de infecção entre as pessoas que consomem essa água (Souza et al., 2020).
Um dos principais fatores que afetam as taxas de contaminação e mortalidade por toxoplasmose é o processo de urbanização. Várias condições, como a interação da água da chuva com fezes contaminadas que são canalizadas para poucos pontos de drenagem urbana, tendem a concentrar a contaminação nos grandes centros urbanos. Esses locais, que geralmente possuem infraestrutura de saneamento básico inadequada, tornam-se pontos focais para a disseminação da doença (Shapiro et al., 2019).
2.2 Caracterização da toxoplasmose sobre a função ocular
As infecções causadas pelo protozoário Toxoplasma gondii são bastante comuns, porém, uma das suas consequências mais significativas, a toxoplasmose ocular (TO), ainda não é completamente compreendida pela comunidade científica. A TO surge devido à ação do parasita Toxoplasma gondii, podendo afetar diversas espécies de vertebrados de sangue quente, incluindo os seres humanos. Este protozoário é reconhecido como uma das principais causas de uveíte infecciosa em todo o mundo (Kalogeropoulos et al., 2022).
Historicamente, a TO em adultos foi vista como uma reinfecção de uma infecção congênita. No entanto, estudos recentes apontam que a maioria dos casos de TO provavelmente são decorrentes de infecções adquiridas após o nascimento. Adicionalmente, constatou-se que indivíduos com o sistema imunológico comprometido ou com doenças congênitas têm maior predisposição para desenvolver complicações sérias associadas à TO (Park; Nam, 2013).
A TO geralmente se manifesta como uma inflamação dos tecidos internos do olho, conhecida como uveíte posterior, que vem acompanhada de uma lesão unilateral na coriorretina — a camada do olho responsável pela visão — e de vitrite, uma inflamação do corpo vítreo, a substância gelatinosa que preenche a parte traseira do olho. Vale ressaltar que a manifestação clínica da TO nem sempre é perceptível, sobretudo quando as lesões se encontram na região periférica da retina. No entanto, em casos de maior gravidade, a patologia pode resultar em sintomas como visão embaçada e percepção de pontos flutuantes, popularmente conhecidos como moscas volantes (Dillon et al., 2022; Gerges, 2021).
Durante a gravidez, uma infecção inicial por toxoplasmose pode resultar em uma série de complicações graves. Isso pode incluir a morte do feto, deformidades congênitas e, se a infecção ocorrer mais tarde na gravidez, pode levar a infecções mais brandas dos tecidos neurais, como o cérebro ou a retina. Independentemente da via de infecção – seja ela congênita ou adquirida pós-natal – ambas podem resultar em um grave envolvimento ocular, podendo levar à cegueira. É importante notar que, embora os efeitos possam ser devastadores, existem tratamentos disponíveis para a TO, e a detecção precoce é fundamental para minimizar as complicações (Deganich et al., 2022).
A identificação rápida dos sintomas característicos da doença é crucial e pode ser facilitada pela presença de anticorpos positivos no sangue do paciente, o que ajuda a estabelecer um diagnóstico preciso. No entanto, a presença de sintomas atípicos pode criar obstáculos no processo de diagnóstico, podendo levar a erros na identificação da doença, especialmente em pacientes com sistemas imunocomprometidos, e consequentemente, a um tratamento inadequado. Apesar da grande relevância tanto em termos de saúde pública quanto clínica da doença, a compreensão da fisiopatologia, ou seja, das alterações funcionais que ocorrem no corpo devido à infecção, ainda é limitada. Em particular, a complexidade da TO, com seu processo infeccioso multifacetado, torna particularmente desafiador conduzir estudos experimentais específicos para esta condição (Burrell et al., 2017; Wang et al., 2017).
No que diz respeito à fisiopatologia da doença, o parasita, uma vez que chega à retina, inicia um processo de invasão às células locais. Após uma fase de proliferação ativa na retina, que é clinicamente identificada por uma lesão em crescimento, o sistema imunológico do hospedeiro começa a exercer pressão suficiente para controlar a proliferação do parasita, mas não é capaz de eliminá-lo totalmente. Isso se deve ao fato de que o parasita Toxoplasma gondii tem a notável capacidade de persistir nos tecidos que invadiu, ao transformar-se de uma forma de crescimento rápido chamada taquizoíto, para uma forma de crescimento mais lento conhecida como bradizoíto. Estes bradizoítos são então organizados em cistos teciduais. Este mecanismo de conversão é um exemplo da complexa estratégia de sobrevivência do T. gondii, permitindo-lhe persistir dentro do hospedeiro, apesar da resposta imunológica (Cerutti et al., 2020; Gerges, 2021).
A inflamação na parte frontal do olho pode resultar em um aumento da pressão interna. Isso ocorre devido ao bloqueio da malha trabecular, uma estrutura responsável pela drenagem do humor aquoso no olho, por detritos celulares e células inflamatórias. A presença de vitrite, uma inflamação no corpo vítreo do olho, também tem uma associação significativa com o aumento da pressão intraocular. A vitrite pode causar uma turbidez no gel transparente que preenche o espaço entre a lente e a retina do olho, o que dificulta a visão (Kalogeropoulos et al., 2022).
Complicações vasculares, como a vasculite retiniana, a vitreorretinopatia proliferativa, podem resultar em problemas sérios. Estes incluem hemorragia vítrea, uma condição em que ocorre sangramento dentro do humor vítreo do olho, e descolamento tracional da retina, que é quando a retina se separa da camada subjacente de suporte devido à tração exercida sobre ela. Estas condições podem levar à perda de visão se não forem tratadas adequadamente (Nagaraj et al., 2023).
O processo de diagnóstico laboratorial da toxoplasmose incorpora uma diversidade de métodos de detecção que são tanto diretos quanto indiretos. Entre esses métodos, a amplificação de sequências específicas de ácidos nucleicos em fluidos e tecidos do corpo por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) está inclusa. Este método é altamente eficaz na identificação da presença de um organismo específico baseado no seu DNA. Além disso, métodos sorológicos são amplamente utilizados. Eles buscam identificar a presença de anticorpos no sangue do paciente, o que pode indicar uma infecção por toxoplasmose (Gerges, 2021; Kalogeropoulos et al., 2022).
O diagnóstico também pode envolver a identificação imuno-histoquímica do parasita, que é a coloração com imunoperoxidase, um processo que usa anticorpos para detectar a presença de proteínas específicas no tecido. Outros métodos incluem a cultura in vitro, que permite o crescimento do parasita em um ambiente controlado para posterior análise. No caso em que o diagnóstico clínico não pode ser conclusivamente determinado por meio de um exame fundoscópico, que é um exame do fundo do olho, outros métodos são utilizados. A detecção de níveis elevados de anticorpos contra o parasita T. gondii em fluidos oculares ou a amplificação do DNA de T. gondii são técnicas que têm sido aplicadas com sucesso para confirmar o diagnóstico de toxoplasmose (Pomares; Montoya, 2016).
2.3 Impactos sociais relacionados à toxoplasmose
A toxoplasmose é uma condição que não necessariamente apresenta sintomas visíveis no momento da infecção, tornando difícil prever o desenvolvimento de possíveis complicações em estágios futuros da vida. Essa doença pode se manifestar tanto em formas agudas quanto crônicas, com potencial para desencadear uma infecção ativa a qualquer momento (Madireddy et al., 2022). Em particular, a infecção pós-natal por T. gondii pode passar despercebida, devido à ausência de sintomas. Contudo, em outros casos pode ocasionar alterações fisiológicas que acarretem em sequelas ao longo do tempo e afetem a qualidade de vida dos acometidos. A incerteza em torno de quando e se a infecção se tornará ativa pode causar estresse e ansiedade. Ademais, os sintomas físicos, quando presentes, como febre e inchaço dos gânglios linfáticos, podem causar desconforto e interferir nas atividades diárias (Bollani et al., 2022).
A infecção pode afetar qualquer órgão do corpo humano. Dentre os órgãos mais comumente afetados, destacam-se os olhos. A infecção, seja congênita, ocular ou adquirida após o nascimento, apesar de ser prevenível e tratável, não pode ser completamente eliminada e permanece naqueles que foram infectados (Castro; Dubey, 2019). Em casos mais graves, a toxoplasmose tem sido associada a uma série de transtornos de saúde mental, como ansiedade, autismo, esquizofrenia, até mesmo levar a convulsões, entre outros. Essas condições podem afetar profundamente a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos, potencialmente levando a dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento e desafios no trabalho e nas relações pessoais (Lin et al., 2020).
Uma pesquisa que envolveu a análise de 6.367 pessoas com toxoplasmose latente focou na identificação de possíveis relações entre esta condição e 24 diferentes transtornos mentais, além de indícios de problemas de saúde mental. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo identificaram que o aumento da ansiedade foi o sintoma mais vinculado à presença de anticorpos para o Toxoplasma. Além disso, eles observaram que a toxoplasmose estava associada a uma série de transtornos, como o autismo, a esquizofrenia, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). As associações observadas sugerem que a infecção latente por Toxoplasma pode ter um impacto significativo em vários aspectos da saúde mental, reforçando a necessidade de mais pesquisas e de estratégias de intervenção eficazes para lidar com esta condição (Flegr, 2020).
Os efeitos sociais desta doença são significativos. Aqueles afetados podem sofrer de estigma social, o que pode levar ao isolamento social, dificuldades no emprego e problemas de relacionamento. A cegueira, por exemplo, causada pela toxoplasmose retinal também pode resultar em perdas socioeconômicas significativas, à medida que os indivíduos afetados podem ser incapazes de trabalhar e podem necessitar de assistência contínua. Além disso, a cegueira em crianças nascidas com a infecção pode afetar sua capacidade de aprender e se desenvolver normalmente (Kalogeropoulos et al., 2022; Mareze et al., 2019).
Com a maioria das doenças infecciosas emergentes em humanos provenientes de animais, é crucial que consideremos a saúde humano-animal-ecossistema como um todo, num conceito integrado. Estamos atualmente a enfrentar uma convergência de desafios globais, tais como alterações ambientais em larga escala, perda de biodiversidade, fragmentação de habitats, globalização e o surgimento de doenças infecciosas. Estes desafios requerem uma abordagem holística que ultrapasse as barreiras disciplinares, em direção a uma filosofia de “Uma Só Saúde” (Cooper, 2020).
Este conceito de “Uma Só Saúde” não só necessita do compromisso das agências governamentais, universidades e outras organizações, mas também visa a criação de novas estruturas internacionais. Esta abordagem integrada tem implicações socioeconômicas significativas. Por exemplo, a emergência de doenças infecciosas pode ter um impacto económico substancial, causando perdas de produtividade e aumentando os custos de saúde (Aguirre et al., 2019).
3. Metodologia
3.1 Metodologia de coleta de dados
O presente estudo consistirá em uma revisão integrativa da literatura sobre os impactos da toxoplasmose em pacientes e seu acometimento ocular conforme as seis fases propostas por Souza, Silva e Carvalho (2010): elaboração da pergunta norteadora, busca na literatura, coleta de dados, análise crítica, discussão dos resultados e apresentação da revisão. É essencial realizar uma busca completa em várias fontes para identificar todos os artigos pertinentes e desenvolver uma estratégia de pesquisa sensível.
As etapas do processo da revisão integrativa consistirão em: Pergunta norteadora: “Quais são os impactos da toxoplasmose em pacientes, com ênfase no acometimento ocular, considerando aspectos clínicos, psicológicos e sociais?”; Busca na literatura: Realizada em bases como PubMed, SciELO, LILACS, com palavras-chave como “toxoplasmose”, “Toxoplasma gondii”, “toxoplasmose ocular”, “impactos psicológicos”; Coleta de dados: Extração de informações sobre metodologia, resultados e qualidade dos estudos; Análise crítica: Avaliação da relevância e qualidade metodológica, considerando a diversidade de delineamentos; Discussão dos resultados: Síntese narrativa dos achados, destacando lacunas e implicações; Apresentação da revisão: Divulgação clara e estruturada
3.2 Critério de Inclusão
Serão incluídos na pesquisa periódicos originais e meta-análises indexadas nas principais bases eletrônicas na área da saúde, dentre as quais: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências em Saúde (Lilacs), National Library of Medicine and the National Institutes Health (PubMed) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Após a seleção e avaliação da qualidade dos resultados obtidos, proceder-se-á à avaliação crítica dos resultados, incluída a avaliação metodológica, qualidade da amostra e desfechos dos respectivos estudos, aliada à discussão comparativa a partir dos achados.
3.3 Critério de Exclusão
Publicações que não sejam periódicos originais ou meta-análises; resumos de conferências, cartas ao editor, revisões narrativas, editoriais e comentários; estudos que não pertençam à área da saúde; artigos que não estejam disponíveis em texto completo; estudos que não atendam aos critérios mínimos de qualidade metodológica estabelecidos pelo protocolo da pesquisa; estudos que não abordem diretamente o tema principal da pesquisa ou que sejam irrelevantes para os objetivos estabelecidos.
3.4 Riscos
Dentre os riscos associados à pesquisa incluem-se: tendência a incluir apenas estudos que apresentem resultados positivos, ignorando aqueles com resultados negativos ou nulos; limitação de acesso a uma gama completa de literatura relevante devido à dependência de algumas bases de dados específicas; incluir estudos com diferentes níveis de qualidade metodológica, o que pode comprometer a validade das conclusões; risco de interpretações enviesadas ou subjetivas dos dados coletados; perda de estudos relevantes que não estão indexados nas bases de dados utilizadas; generalização de resultados sem considerar as variações culturais e regionais dos estudos; dificuldade em organizar e sintetizar um grande volume de dados de maneira coerente e compreensível. Serão considerados artigos publicados entre 2015 e 2025, em português, inglês ou espanhol, disponíveis em texto completo.
3.5 Benefícios
Dentre os benefícios proporcionados pela pesquisa incluem-se: fornece uma base teórica sólida, permitindo a compreensão do estado atual do conhecimento sobre o tema de estudo; ajuda a identificar lacunas e limitações nas pesquisas existentes, direcionando o foco para áreas que necessitam de maior investigação; permite situar o problema de pesquisa dentro de um contexto mais amplo, oferecendo uma visão abrangente sobre o tema; proporciona uma visão sobre as metodologias e técnicas utilizadas em pesquisas anteriores, possibilitando a escolha de abordagens mais adequadas; facilita a comparação dos resultados da pesquisa com os achados de estudos anteriores, permitindo a validação e a crítica dos resultados encontrados.
4. Resultados
A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores “Toxoplasmosis”, “Toxoplasma”, “Toxoplasma gondii”, “Eye”, “Eye Diseases”, “Vision Disorders”, “Retina”, “Eye Infections” e seus correspondentes em português: “toxoplasmose”, “toxoplasma”, “ocular”, “olho”, “visão”, “retina” e “oftalmologia”. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: artigos publicados nos últimos 5 anos (2019- 2024), nos idiomas português, inglês e espanhol, contemplando metanálises e artigos originais disponíveis na íntegra. A estratégia de busca foi adaptada para cada base de dados, considerando suas especificidades de indexação e recursos de pesquisa. No PubMed, utilizou-se a combinação dos descritores MeSH; no SciELO e LILACS, foram empregados os descritores em português com os operadores booleanos apropriados. Após a aplicação dos filtros e critérios de elegibilidade, foram selecionados os artigos que abordavam diretamente a temática da toxoplasmose ocular e suas implicações clínicas.
A Tabela 1 apresenta a distribuição quantitativa dos artigos identificados em cada base de dados, demonstrando o processo inicial de seleção dos estudos conforme os critérios estabelecidos. Esta sistematização permite visualizar o panorama geral da busca bibliográfica realizada, evidenciando o volume de publicações disponíveis sobre a temática em cada base de dados consultada.
Quadro 1 – Distribuição dos artigos científicos encontrados nas bases de dados conforme os critérios de busca estabelecidos, Porto Velho, 2025.

N*= Numero de artigos
Fonte: Dados da pesquisa.
Dentre os artigos analisados, o de De Angelis et al. (2021) destaca-se por realizar um estudo transversal comunitário em Cássia dos Coqueiros, Sudeste do Brasil, investigando a frequência, fatores de risco e desfechos visuais da toxoplasmose ocular em 721 adultos. Os autores encontraram uma prevalência de 5,8% de toxoplasmose ocular na população total (6,7% entre os soropositivos para Toxoplasma gondii), com a maioria das lesões sendo únicas (58,3%), periféricas (77,1%) e unilaterais (85,7%), sem lesões ativas detectadas. Fatores de risco identificados incluem menor estrato social (OR: 2,89; IC 1,2-6,97; p=0,018), associado a piores condições sanitárias, e idade avançada, correlacionada a lesões maiores que um diâmetro de disco óptico (p=0,047), possivelmente devido a menor resposta imune ou recidivas.
Apesar de não haver diferença significativa na acuidade visual entre olhos com e sem lesões (p>0,05), casos raros de cegueira unilateral foram associados à toxoplasmose ocular, sugerindo impacto clínico relevante em uma minoria. Esses achados reforçam a relevância da toxoplasmose ocular como causa de uveíte posterior no Brasil, conforme discutido na literatura, e evidenciam a necessidade de estudos adicionais sobre os impactos psicológicos e sociais, que não foram abordados diretamente neste estudo, mas são cruciais para uma compreensão holística da doença, como proposto em nossa revisão (DE ANGELIS et al., 2021).
Já no estudo de Perce-da-Silva et al. (2023), foi investigada a influência do polimorfismo dos genes de receptores semelhantes à imunoglobulina (KIR) na recorrência da toxoplasmose ocular em 96 pacientes acompanhados por até cinco anos na clínica oftalmológica do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Rio de Janeiro. Os autores identificaram 24 genótipos KIR, com o genótipo 1 sendo o mais frequente (31,3%), e observaram que os genes KIR2DL2 (inibitório) e KIR2DS2 (ativador) estavam associados a uma menor taxa de recorrência, com hazard ratios ajustados de 0,63 (p=0,036) e 0,63 (p=0,045), respectivamente, indicando progressão mais lenta dos episódios recorrentes. Durante o acompanhamento, 60,4% dos pacientes apresentaram pelo menos uma recorrência, com variação de um a cinco episódios, e a incidência bruta de recorrência foi de 0,35 por 100 pessoas-ano (IC 95%: 0,28-0,43). Esses achados sugerem que KIR2DL2 e KIR2DS2 podem atuar como marcadores protetores, possivelmente modulando a resposta inflamatória de células NK, o que reforça a relevância de fatores imunogenéticos na patogênese da toxoplasmose ocular. Contudo, o estudo não abordou os impactos psicológicos ou sociais das recorrências, uma lacuna que nossa revisão busca explorar, destacando a necessidade de investigações futuras sobre como esses episódios afetam a qualidade de vida dos pacientes.
Os estudos de De Angelis et al. (2021) e Perce-da-Silva et al. (2023) destacam a toxoplasmose ocular como causa relevante de uveíte posterior no Brasil. De Angelis et al. (2021) reportaram prevalência de 5,8%, com maior risco em estratos sociais baixos (OR: 2,89; p=0,018) e idosos (p=0,047), sugerindo influência de condições sanitárias e declínio imunológico. Já Perce-da-Silva et al. (2023) associaram os genes KIR2DL2 e KIR2DS2 a menor recorrência (aHR: 0,63; p<0,05), com 60,4% dos pacientes apresentando recidivas em cinco anos, indicando proteção imunogenética. Esses achados revelam a interação de fatores ambientais e genéticos na patogênese, mas não abordam impactos psicológicos e sociais, como ansiedade ou limitações funcionais, uma lacuna que reforça a necessidade de estudos mais amplos.
Complementarmente, Colomé et al. (2022) investigaram o impacto da toxoplasmose congênita e pós-natal no laço mãe-bebê e no desenvolvimento infantil em duas díades atendidas em um ambulatório de toxoplasmose no Brasil. Por meio de entrevistas semiestruturadas e dos Indicadores Clínicos de Referência para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs), observaram que um bebê (11 meses) apresentou lesão ocular esquerda e calcificações cerebrais, mas todos os indicadores de desenvolvimento estavam presentes, sugerindo um laço mãe-bebê preservado. Contudo, a mãe da segunda díade relatou solidão, culpa e humor deprimido, com dois indicadores IRDI ausentes, indicando risco ao desenvolvimento devido à fragilidade do laço. Apesar de reforçar os impactos psicossociais, o estudo não quantificou a gravidade das sequelas oculares, limitando a análise clínica.
Já Tibúrcio et al. (2022) avaliaram a qualidade de vida relacionada à visão em 142 crianças pré-escolares com toxoplasmose congênita em um hospital universitário em Belo Horizonte, utilizando o questionário CVFQ7-BR-toxo (Tibúrcio et al., 2022). Exames oftalmológicos revelaram que 87,3% das crianças apresentavam cicatrizes retino-coroideanas, sendo 62% bilaterais, e 19% tinham baixa visão. Crianças com baixa visão obtiveram escores significativamente menores nas subescalas de acuidade visual (p=0,004), desempenho visual/visão funcional (p=0,008) e impacto familiar (p=0,001), indicando maior preocupação familiar e dificuldade em atividades diárias. Apesar da validade psicométrica do instrumento, a percepção dos cuidadores subestimou a gravidade da deficiência visual, sugerindo limitações na avaliação subjetiva.
Os impactos psicossociais da toxoplasmose congênita, particularmente em contextos de vulnerabilidade socioeconômica, emergem como um aspecto central nos estudos analisados. Colomé et al. (2022) destacam a fragilidade do laço mãe-bebê em díades afetadas, com relatos de solidão, culpa e humor deprimido em uma mãe, associados à ausência de indicadores de desenvolvimento infantil (IRDIs) (Colomé et al., 2022). Esses achados reforçam que a toxoplasmose ocular, como lesão ocular observada em um bebê, transcende os danos físicos, impactando a dinâmica familiar e o bem-estar emocional. Contudo, a análise qualitativa de apenas duas díades limita a generalização, sugerindo a necessidade de estudos com amostras maiores para explorar os efeitos relacionais e emocionais em profundidade. A ausência de escalas validadas para mensurar o impacto psicossocial, como ansiedade ou depressão materna, também restringe a comparabilidade com outros contextos.
Por outro lado, Tibúrcio et al. (2022) avançam na mensuração quantitativa da qualidade de vida relacionada à visão, utilizando o CVFQ7-BR-toxo em 142 crianças com toxoplasmose congênita (Tibúrcio et al., 2022). A alta prevalência de cicatrizes retino-coroideanas (87,3%) e baixa visão (19%) corrobora a gravidade das sequelas oculares no Brasil, enquanto os escores mais baixos nas subescalas de impacto familiar (p=0,001) evidenciam preocupações e dificuldades práticas dos cuidadores. A subestimação da deficiência visual pelos pais, conforme identificado, aponta para lacunas na percepção subjetiva, possivelmente influenciadas por barreiras educacionais ou culturais. Apesar da robustez psicométrica do instrumento, a falta de dados longitudinais limita a compreensão da evolução dos impactos psicossociais ao longo do desenvolvimento infantil. Assim, ambos os estudos sublinham a importância de abordagens integradas, combinando avaliações clínicas e psicossociais, para mitigar os efeitos da toxoplasmose ocular.
5. Considerações Finais
Esta revisão integrativa, ainda em fase de desenvolvimento, evidencia a toxoplasmose ocular congênita como uma condição de grande impacto clínico e psicossocial, com sequelas como cicatrizes retino-coroideanas e baixa visão comprometendo a qualidade de vida (Tibúrcio et al., 2022). Achados preliminares indicam que os impactos emocionais, incluindo culpa, ansiedade e preocupação familiar, intensificam a carga da doença em populações vulneráveis. A conclusão desta revisão consolidará a análise dos estudos selecionados, visando destacar lacunas no manejo clínico e psicossocial. Espera-se que os resultados finais orientem estratégias de prevenção e intervenções integradas, promovendo o cuidado holístico de indivíduos afetados pela toxoplasmose ocular.
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1Graduanda em Medicina, Faculdade Metropolitana de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil
2Graduando em Medicina, Faculdade Metropolitana de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil.
3Graduando em Medicina, Faculdade Metropolitana de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil.
4Professor do Curso de Medicina, Faculdade Metropolitana de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil.