THE IMPACTS OF ULTRAVIOLET, VISIBLE LIGHT AND INFRARED RADIATION ON THE SKIN: A LITERATURE REVIEW
LOS IMPACTOS DE LA LUZ ULTRAVIOLETA, VISIBLE E INFRARROJA EN LA PIEL: UNA REVISIÓN DE LA LITERATURA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410281450
Trícia Waleska Cordeiro Carneiro Lima1
Gustavo Henrique Cavalcanti Pereira Paixão2
Laís Oliveira Melo3
Bruna Fontes de Carvalho4
Thâmara Cristiane Alves Batista Morita5
RESUMO
A relação entre o sol e a humanidade é antiga e complexa. Desde 6.000 a.C., o sol foi venerado como uma divindade, mas as civilizações antigas, como os egípcios e os gregos, já reconheciam os danos da exposição solar à pele e procuravam maneiras de se proteger. A associação entre a radiação ultravioleta com as queimaduras e câncer de pele foi estabelecida no final do século XIX e início do século XX. Atualmente, sabemos que a radiação ultravioleta A e B são fatores de risco para diferentes condições dermatológicas e oculares, podendo causar, dentre outros, eritema, fotoenvelhecimento, queimaduras, neoplasias, além de catarata e pterígio. A luz visível, especialmente nas faixas violeta e azul, também pode causar danos semelhantes ao DNA. Medidas fotoprotetoras, como o uso de protetor solar, busca pela sombra, uso de vestimentas protetoras e autoexame, são essenciais para a população. Contudo, apesar do desenvolvimento de produtos eficazes contra os raios solares, seu uso adequado ainda é deficiente, especialmente em países como o Brasil, que possui altos índices de radiação UV. As consequências da má adesão às medidas de fotoproteção são graves, com um aumento significativo nos casos de câncer de pele e fatores como o bronzeamento artificial e a exposição solar inadequada, especialmente entre os jovens, contribuem para essa tendência alarmante. Portanto, a educação sobre fotoproteção continua sendo crucial.
Palavras-chave: Luz solar/efeitos adversos; Radiação Ultravioleta; Luz Visível; Raios Infravermelhos; Pele.
ABSTRACT
The relationship between the sun and humanity is ancient and complex. Since 6,000 BC, the sun has been worshipped as a deity, but ancient civilizations, such as the Egyptians and Greeks, already recognized the damage caused by sun exposure to the skin and sought ways to protect themselves. The association between ultraviolet radiation and burns and skin cancer was established in the late 19th and early 20th centuries. Today, we know that ultraviolet A and B radiation are risk factors for various dermatological and ocular conditions, and can cause, among others, erythema, photoaging, burns, neoplasia, as well as cataracts and pterygium. Visible light, especially in the violet and blue ranges, can also cause similar damage to DNA. Photoprotective measures, such as the use of sunscreen, seeking shade, wearing protective clothing and self-examination, are essential for the population. However, despite the development of effective products to protect against solar radiation, their proper use is still deficient, especially in countries such as Brazil, which have high levels of UV radiation. The consequences of poor adherence to photoprotection measures are serious, with a significant increase in cases of skin cancer, and factors such as artificial tanning and inadequate sun exposure, especially among young people, contribute to this alarming trend. Therefore, education on photoprotection remains crucial.
Keywords: Sunlight/adverse effects; Ultraviolet radiation; Visible light; Infrared rays; Skin.
RESUMEN
La relación entre el sol y la humanidad es antigua y compleja. Desde el año 6.000 a.C., el sol ha sido venerado como una deidad, pero civilizaciones antiguas, como la egipcia y la griega, ya reconocieron el daño de la exposición solar a la piel y buscaron formas de protegerse. La asociación entre la radiación ultravioleta y las quemaduras y el cáncer de piel se estableció a finales del siglo XIX y principios del XX. Actualmente sabemos que las radiaciones ultravioleta A y B son factores de riesgo para diferentes afecciones dermatológicas y oculares, que pueden provocar, entre otros, eritema, fotoenvejecimiento, quemaduras, neoplasias, además de cataratas y pterigión. La luz visible, especialmente en los rangos violeta y azul, también puede causar daños similares al ADN. Las medidas de fotoprotección, como el uso de bloqueador solar, la búsqueda de sombra, el uso de ropa protectora y el autoexamen, son fundamentales para la población. Sin embargo, a pesar del desarrollo de productos eficaces contra los rayos solares, su uso adecuado aún es deficiente, especialmente en países como Brasil, que presenta altos niveles de radiación UV. Las consecuencias del mal cumplimiento de las medidas de fotoprotección son graves, con un aumento significativo de los casos de cáncer de piel y factores como el bronceado artificial y la exposición inadecuada al sol, especialmente entre los jóvenes, contribuyen a esta alarmante tendencia. Por tanto, la educación sobre fotoprotección sigue siendo crucial.
Palabras clave: Luz solar/efectos adversos; Radiación Ultravioleta; Luz visible; Rayos Infrarrojos; Piel.
1. INTRODUÇÃO
O sol e a humanidade possuem uma relação intrínseca. Há cerca de 6.000 anos a.C. a estrela era concebida como um deus e assim foi por diversos séculos. Entretanto, ao longo dos séculos, as civilizações passaram a compreender os efeitos nocivos da exposição prolongada à luz solar, especialmente na pele. Inicialmente, essa preocupação estava ligada à estética, visto que a pele clara era considerada mais atraente. Os primeiros a possuir tal demanda foram os egípcios, em 4.000 a.C., que utilizavam na pele extratos de arroz, jasmim e tremoço; já na Grécia antiga, em 500 a.C, aplicava-se uma mistura de óleo de oliva e areia nos atletas que competiam certas modalidades nos Jogos Olímpicos, como uma maneira de resguardá-los da luz solar.1
Apesar disso, a radiação ultravioleta (UV) foi descoberta somente em 1801, e sua associação com queimaduras solares e câncer de pele foi estabelecida apenas mais tarde, em 1889 e 1928, respectivamente.2 Atualmente, a radiação UV é classificada em três tipos: UVA, UVB e UVC. Dentre eles, UVA e UVB possuem maior relevância clínica, pois são os principais responsáveis por queimaduras, envelhecimento precoce e neoplasias cutâneas. A radiação UVA está mais associada à imunossupressão e envelhecimento precoce, enquanto a UVB causa eritema e queimaduras e, a longo prazo, geração de inflamação e carcinogênese.4
Outrossim, descobriu-se que a luz visível (LV) também pode oferecer danos similares aos da luz não visível. As faixas violeta e azul produzem lesões no ácido desoxirribonucleico (DNA) dos queratinócitos semelhantes à radiação UVA. Embora a LV represente entre 44% e 47% da luz solar que atinge a pele, em comparação com os 5% da radiação UV, por muitos anos esteve fora de enfoque no desenvolvimento de diversas linhas de protetores solares. Isso indica que nem todas as fórmulas disponíveis comercialmente são suficientes para a proteção efetiva da pele.3-5
O primeiro protetor solar eficaz foi desenvolvido em 1944, após a Segunda Guerra Mundial, quando soldados sofreram queimaduras solares.2 Desde então, novas fórmulas foram elaboradas e, atualmente, são categorizadas em protetores físicos e químicos, possuindo vários ingredientes e tecnologias.1 Apesar do aumento na disponibilidade de informações e produtos de proteção solar, o uso filtros solares ainda é inadequado na rotina diária da maioria dos indivíduos.12
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, além do uso de protetores solares, outras medidas de fotoproteção, como: evitar exposição ao sol entre 10h e 15h, buscar sombra, usar roupas que protejam contra a radiação UV e utilizar óculos escuros e chapéus.12 No Brasil, um dos países com maior incidência de radiação UV, a população pode estar exposta a doses 50 vezes superiores ao limite considerado seguro pela OMS, o que torna a adesão a essas medidas ainda mais crucial.4
A baixa adesão às medidas de fotoproteção tem sérias consequências, sendo o câncer de pele um dos seus piores desfechos. A incidência dessa doença vem aumentando à medida que a média de idade dos pacientes diminui. No Brasil, por exemplo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), registram-se cerca de 185 mil novos casos por ano.13 Isso se deve, dentre outros fatores, a práticas prejudiciais, como bronzeamento artificial ou exposição solar exagerada, especialmente entre os jovens, além do uso inadequado de protetor solar.12 Portanto, a proteção contra a radiação solar é fundamental para a saúde da pele e deve ser uma prioridade para todos, especialmente em regiões com alta exposição solar.
2. METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão narrativa da literatura, considerando diferentes tipos de documentos, principalmente artigos científicos e textos online. A coleta de materiais ocorreu de forma não sistemática entre 20 de janeiro de 2024 e 20 de setembro de 2024, com o objetivo geral de evidenciar os principais impactos causados pela luz visível, pela radiação ultravioleta e pelo infravermelho sobre a pele.
Para a busca de artigos, foram consultadas as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), bem como as bibliotecas virtuais Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Utilizaram-se combinações dos descritores “luz solar,” “radiação ultravioleta,” “luz visível,” “raios infravermelhos,” “pele,” e a palavra-chave “efeitos adversos,” em português, inglês e espanhol, utilizando o operador booleano “AND.” Como objetivos específicos, buscou-se elucidar a importância da adesão à fotoproteção como forma de evitar as consequências da exposição à luz visível e à radiação ultravioleta e identificar fatores que influenciam a baixa adesão às medidas fotoprotetoras.
A seleção inicial dos artigos foi feita pela leitura dos títulos e resumos, sendo incluídos os que se mostraram relevantes para o objetivo do estudo. Foram considerados apenas artigos completos e disponíveis em português, espanhol e inglês.
Além disso, o banco de dados foi complementado com materiais recomendados por um especialista na área, e os autores realizaram uma triagem adicional das referências dos artigos incluídos para identificar estudos relevantes. Todos os materiais foram lidos na íntegra, categorizados e analisados criticamente.
Estudos com foco específico nas consequências do fotodano foram excluídos, por estarem fora do escopo desta revisão.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 A RADIAÇÃO SOLAR
A radiação solar é a energia emitida pelo sol, invisível e imperceptível aos sentidos humanos, que se propaga através de ondas eletromagnéticas organizadas em um espectro, de acordo com sua frequência e seu comprimento. Esse espectro inclui a radiação UV, que varia de 200 a 400 nm; a LV, entre 400 e 700 nm; e o infravermelho (IV), de 700 nm a 1600 mm (figura 1).5-16-18
A radiação UV é subdividida em UVA (320 a 400 nm), UVB (290 a 320 nm) e UVC (200 a 280 nm). Esta última, não é relevante clinicamente, pois é bloqueada pela camada de ozônio. Apenas UVA e UVB atingem a superfície terrestre, com maior incidência entre 8h e 17h e 10h às 15h, respectivamente. Mais recentemente, as bandas UVA e UVB foram classificadas em UVB de banda estreita (311–313 nm), UVA2 (320–340 nm) e UVA1 (340–400 nm).5-16
A LV é a faixa que pode ser percebida pelo olho humano e é composta pelas cores violeta, azul, ciano, verde, amarelo, laranja e vermelho. O violeta, próximo a 400 nm, marca a transição entre UVA e LV, separando o que pode ser captado pelos fotorreceptores presentes no olho humano dos raios não visíveis.15
O IV, por sua vez, é a radiação que advém da vibração molecular, que interferem nas cargas elétricas dos átomos e emitem radiação percebida como calor. Objetos que emitem calor (como o corpo humano ou superfícies aquecidas) também emitem radiação IV, portanto, é de tal maneira que sentimos calor mesmo sem ver a fonte de luz.17
Figura 1 – Representação do espectro solar que é composto pela radiação ultravioleta, luz visível e infravermelho do tipo A com seus respectivos comprimentos de onda e a porcentagem que atinge a pele humana.
Fonte: BERNERD F, PASSERON T, CASTIEL I, MARIONNET (2022).
3.2 A PELE HUMANA:
A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha um papel crucial na beleza e nas interações sociais, servindo também como a principal barreira de proteção contra o ambiente externo, onde é constantemente exposta a oxidantes como a radiação solar e poluentes ambientais.6-7 Sua função engloba retenção de água, evitando desidratação, manutenção do equilíbrio hídrico e eletrolítico, termorregulação corporal e proteção contra traumas nos órgãos vitais, amortecendo impactos e percebendo estímulos dolorosos.7-24
Anatomicamente, a pele é composta por três camadas: a epiderme (superficial), a derme (intermediária) e o subcutâneo (profunda).6 A epiderme, um tecido multiestratificado, contém células como os melanócitos, produtores de melanina (pigmento responsável pela cor da pele e pela fotoproteção contra danos UV), e queratinócitos, produtores da queratina (proteína que confere resistência e permeabilidade à pele).6-9-10 A derme é rica em colágeno, contém plexos vasculares e nervosos, e é dividida em camada papilar e reticular.6-8 Já o subcutâneo, ou hipoderme, conecta a derme aos músculos subjacentes e é formado por células de gordura (figura 2).8
A melanina, produzida nos melanossomas, ajuda na fotoproteção, variando entre eumelanina (marrom e preta) e feomelanina (amarela e vermelha). A eumelanina oferece uma barreira física contra a radiação UV, tornando indivíduos de pele escura menos propensos ao câncer de pele. Em contrapartida, a feomelanina pode induzir estresse oxidativo na presença de UV, contribuindo para danos ao DNA e fotoenvelhecimento.4-15
Figura 2 – As camadas que compõem a pele. (A) Representação esquemática e (B) Corte histológico.
Fonte: Adaptado de (A) Disponível em: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (2024). Acesso em: 20 de set de 2024. (B) MATTOS, G. (2019).
A cor da pele é classificada em seis grupos: muito claro, claro, intermediário, bronzeado, marrom e escuro.4 Também pode ser avaliada pela escala de Fitzpatrick, que categoriza a resposta à exposição solar em fototipos I a VI, de acordo com a tendência de queima e bronzeamento (Quadro 1).14-20
Quadro 1 – Escala de Fitzpatrick
Fonte: Adaptado e Disponível em: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (2024). Acesso em 15 de ago de 2024.
3.3 INTERAÇÃO ENTRE A RADIAÇÃO E A PELE
Expor-se adequadamente à radiação solar traz benefícios tanto físicos quanto psicológicos, ajudando na prevenção de doenças como osteoporose, diabetes tipo 1, câncer de cólon, mama, próstata, linfoma não Hodgkin e doenças autoimunes e estimulando a síntese de vitamina D na pele.3-4 No entanto, a exposição prolongada e desprotegida à radiação UV pode causar sérios danos ao organismo, os quais dependem da duração da exposição, da intensidade dos raios solares e de fatores individuais, como idade e fototipo.3,23
Fótons de luz penetram na pele e podem gerar danos por meio da fotossensibilização, que envolve moléculas (fotossensibilizadores) como vitaminas, coenzimas, flavina e pigmentos, como a melanina. Essas substâncias absorvem a energia da luz, tornando-se propensas a reações químicas que produzem espécies reativas de oxigênio (EROs), os quais por sua vez, podem danificar o DNA nuclear e mitocondrial. Organelas como mitocôndrias e lisossomos, ricas em flavinas, são especialmente vulneráveis a esses danos.3 Poucos EROs têm o potencial de causar mutações, níveis moderados estão associados ao fotoenvelhecimento e concentrações elevadas podem levar à morte celular (apoptose ou necrose).23
3.3.1 UVA e UVB
Em 1969, o dermatologista Albert Kligman destacou os efeitos dos raios UVA, identificando como a exposição solar causa danos estruturais à pele, distintos do envelhecimento intrínseco. Já em 1983, foram explorados os efeitos da radiação UV, especialmente na hiperpigmentação prolongada.1
Os efeitos agudos da radiação UV na pele incluem eritema, queimaduras solares e fotoimunossupressão, enquanto os efeitos crônicos compreendem envelhecimento e aumento do risco de câncer de pele.21-23 Os raios UVA, com comprimento de onda maior, penetram mais profundamente na pele, gerando radicais livres que podem causar mutações e neoplasias.23 Seus efeitos imediatos são o escurecimento e o bronzeamento da pele. Logo, por não causar um eritema, a superexposição a esse comprimento de onda é menos perceptível, contribuindo para sua fototoxicidade.4
Em contrapartida, os raios UVB, com comprimento de onda menor, são em boa parte absorvidos pela camada de ozônio e afetam principalmente a epiderme provocando lesões diretas ao DNA, produzindo 6-4 pirimidina-pirimidona (6-4PP) e dímeros de pirimidina ciclobutano (CPDs), que estão associados ao câncer de pele não-melanoma.3-11-23
3.3.2 LUZ VISÍVEL
Embora os efeitos da radiação UV sejam estudados desde o início do século XX, as consequências da LV na pele emergiram como um campo relevante de pesquisa nas últimas décadas.1 Inicialmente, acreditava-se que a LV causava pouco dano à derme, mas pesquisas recentes mostram que sua faixa pode afetar a pele de maneira similar aos raios UV, exigindo uma abordagem de fotoproteção mais abrangente.3-5-21
A exposição prolongada à luz violeta e azul pode ser tóxica para as células da pele, resultando em lesões no DNA e disfunção de organelas, como mitocôndrias e lisossomos. Esses lisossomos, quando comprometidos, geram lipofuscina, um pigmento que aumenta a sensibilidade celular à LV.3
A fotossensibilização pela LV é indireta e depende de fotossensibilizadores endógenos presentes na pele. A luz violeta é considerada mais tóxica que a azul, porque é absorvida em maior quantidade pelos fotossensibilizadores, formando cerca de 50% dos níveis de EROs durante a exposição solar.3-15
Os benefícios da LV incluem regeneração tecidual e alívio da dor; no entanto, doses excessivas podem provocar pigmentação intensa e duradoura, eritema em peles claras, e agravar condições como hiperpigmentação pós-inflamatória e melasma, especialmente em indivíduos de pele escura. Em doses elevadas, pode estimular diretamente os melanócitos, mas a hiperpigmentação induzida é mais pronunciada em indivíduos com fototipo acima do III e é mais duradoura que a provocada pela radiação UV. A LV também contribui para a produção de radicais livres e, assim, induz a danos ao DNA indiretamente. 4-15-22
3.3.3 INFRAVERMELHO
O IV pode ser usado para vários fins estéticos, contudo, dados recentes demonstram que também é capaz de gerar EROs na pele humana pós-exposição solar. São ondas mais curtas, tendendo a penetrar mais, até o subcutâneo.4-24
Esta radiação transmite energia em forma de calor, assim, eleva a temperatura da pele e, ao interagir com os demais comprimentos de onda solares, promove a liberação de mediadores inflamatórios na derme, induzindo fotoenvelhecimento, fotocarcinogênese e melanogênese.17 O processo de pigmentação pode ocorrer mesmo na ausência de radiação UV, através de interações entre o IV e a LV. Contudo, é importante salientar que os efeitos fotobiológicos da LV só se estabelecem em doses muito elevadas, superiores às oriundas de dispositivos eletrônicos portáteis (gadgets) ou ambientes internos.4
3.4 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA EXPOSIÇÃO SOLAR
As consequências da exposição solar nos humanos são classificadas em agudas, que ocorrem horas ou dias após a exposição, e crônicas, uma vez que, alguns danos persistem e podem se acumular com a exposição prolongada, mesmo que os mecanismos endógenos de reparo do DNA sejam relativamente eficazes.23 A relação entre as principais consequências da exposição solar desprotegida e os respectivos comprimentos de onda que compreendem a luz solar pode ser representada na figura 3.4 E, na tabela 1, podemos comparar seus principais efeitos deletérios em relação à prevalência e aos grupos acometidos.
Figura 3 – Efeitos da radiação solar na pele de acordo com cada comprimento. PPD- escurecimento pigmentário persistente; IVA – infravermelho do tipo A
Fonte: ADDOR, F. et al. (2022).
3.4.1 FOTODERMATOSES
As fotodermatoses são distúrbios inflamatórios da pele resultantes da exposição excessiva à radiação solar, podendo ser causados, dentre outros, por respostas imunes desreguladas, distúrbios no reparo do DNA e reações a medicamentos.11
A erupção polimórfica à luz (PLE) é a principal condição desse grupo, afetando principalmente mulheres de pele clara em regiões de clima temperado durante a primavera. Outras fotodermatoses incluem prurigo actínico (lesões persistentes e pruriginosas), dermatite actínica crônica (eczema subagudo ou crônico, difuso ou confluente), urticária solar (erupções cutâneas, prurido e edema) e fotossensibilidade induzida por medicamentos (comuns em pele escura). Em geral, os sintomas costumam aparecer minutos após a exposição solar.29-31
3.4.2 MELASMA
O melasma é uma condição de hiperpigmentação que causa manchas escuras, principalmente no rosto, e é exacerbado ou desencadeado pela exposição à radiação UV.54 O estresse oxidativo pode ativar excessivamente os melanócitos, levando ao surgimento dessas manchas.55
Essa condição afeta especialmente pessoas de fototipos mais altos e mulheres, atingindo cerca de 30% a 50% da população latino-americana e asiática. Apesar da prevalência, muitos indivíduos não seguem as medidas de fotoproteção recomendadas, o que pode agravar o quadro.55
3.4.3 QUEIMADURA SOLAR
Queimaduras solares são reações inflamatórias agudas da pele, causadas principalmente pela radiação UVB e, em menor grau, pela UVA. Essa condição representa uma preocupação significativa de saúde pública, pois é um fator de risco modificável para vários tipos de câncer de pele. Os sintomas incluem pele rosada ou vermelha, dor, edema e, em casos graves, formação de bolhas. Além dos efeitos locais, podem ocorrer sintomas sistêmicos, como cefaleia, febre, calafrios, náuseas e mialgia.23
Os principais fatores de risco incluem: fototipos I a III, idade mais jovem, sexo masculino e exposição solar intensa, especialmente perto do meio-dia.26 Jovens são os mais afetados, pois frequentemente se expõem ao sol em busca de um bronzeado estético.12 Nos Estados Unidos (EUA) e na Europa, cerca de 75% e 50% dos adolescentes e jovens adultos, respectivamente, relatam queimaduras solares.23 Banhistas também são vulneráveis, pois sofrem com a falta de proteção da sombra e com a reflexão da radiação pela areia e pela água.26-27
A incidência de queimaduras solares diminui com o aumento do fototipo de pele, sendo assim, indivíduos com pele escura (fototipos V-VI) têm menor risco desse evento, em particular. Contudo, a dificuldade em detectar eritema em peles escuras pode levar à superestimação da radiação UV necessária para causar queimaduras solares.11-28
3.4.4 IMUNOSSUPRESSÃO
A imunossupressão por exposição solar refere-se à diminuição da eficácia do sistema imunológico da pele devido à radiação UV. Essa inflamação altera a ação de mediadores imunológicos, como citocinas, e afeta os linfócitos T, permitindo que células anormais escapem do controle imunológico. Isso aumenta o risco de câncer de pele e infecções, além de provocar efeitos sistêmicos no organismo.11-23
3.4.5 ENVELHECIMENTO PREMATURO DA PELE
O fotoenvelhecimento cutâneo resulta da exposição cumulativa à radiação UV, sendo mais comum em pessoas mais velhas e em regiões com alta incidência solar.32 Os mecanismos envolvidos incluem a formação de EROs, que reduzem e fragmentam o colágeno e as fibras elásticas da pele. As consequências incluem rugas profundas, manchas solares, flacidez e textura irregular, afetando principalmente áreas expostas como rosto, pescoço, tórax e braços.6-17-23-35 Indivíduos com pele clara tendem a sofrer danos mais intensos e precoces, especialmente mulheres.33-35
Um estudo de 2012 com um caminhoneiro de 69 anos revelou alterações visíveis de fotoenvelhecimento no lado esquerdo do rosto, região mais exposta à radiação UV durante suas viagens.30 Estudos com gêmeos idênticos também revelaram envelhecimento precoce em um dos indivíduos devido a estilos de vida inadequados, incluindo exposição solar desprotegida.56-57 O fotoenvelhecimento é uma preocupação significativa, afetando milhões de pessoas globalmente.35
3.4.6 CÂNCER DE PELE
Entre 1894 e 1896, a primeira associação entre câncer de pele e exposição à luz solar foi identificada por Paul Unna e Dubreuilh. Unna observou alterações degenerativas em marinheiros, enquanto Dubreuilh notou alta incidência de queratoses actínicas (QA), alterações pré-neoplásicas das células da pele, em trabalhadores de vinhedos.1-2
O câncer de pele resulta principalmente de mutações no DNA, imunossupressão e inflamação causadas pela exposição cumulativa à radiação UV. O risco varia com o fototipo, sendo menor em peles mais pigmentadas. Ademais, a quantidade de radiação UV recebida de acordo com a região do globo terrestre também exerce influência em sua incidência.11 Apesar dos avanços em detecção e prevenção, a incidência e a mortalidade do câncer de pele aumentam, com mais de um milhão de novos casos registrados globalmente em 2018.3-23-26
O melanoma é um câncer de pele agressivo que se origina nos melanócitos.36 Embora menos comum que o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC), é mais agressivo devido à sua capacidade de metástase e à resistência a terapias tradicionais.34 O risco de desenvolver melanoma está associado à exposição excessiva ao sol, queimaduras solares frequentes, pele clara, sexo masculino e histórico familiar positivo.23-36
Cerca de 60-75% dos melanomas estão relacionados ao excesso de radiação UV, e sua incidência está aumentando, sendo responsável por quase 90% das mortes por câncer de pele.23-34 Em 2020, estimou-se 325 mil novos casos e 57 mil mortes, com previsão de aumento para 510 mil casos e 96 mil mortes em 2040.11
Embora a população de pele escura seja menos afetada, quando surgem, os melanomas afetam áreas mais claras do corpo, como palmas e plantas. Devido à sua menor frequência nessa população, o melanoma é menos investigado, resultando em diagnósticos e tratamentos tardios, o que prejudica o seu prognóstico.12-37-40
Os cânceres de queratinócitos (QCs), como o CBC e CEC, são os tipos mais comuns de câncer de pele, representando 99% dos casos.23 Eles se originam nos queratinócitos e são frequentemente causados por mutações resultantes de queimaduras solares, embora fatores como bronzeamento artificial, idade avançada e histórico familiar também desempenhem um papel relevante em sua etiopatogenia. As queimaduras solares aumentam em 1,85 vezes o risco de CBC e 1,42 vezes o de CEC. Nos EUA, a mortalidade por esses cânceres tem diminuído, apesar da sua alta incidência.11-23-39
Mesmo a exposição intermitente ao sol, também contribui significativamente para a incidência de neoplasias cutâneas.11 O CBC, que surge nas células basais da epiderme, é o câncer de pele mais comum.39 Seu crescimento é lento e raramente evolui com metástases (observadas em apenas 1% dos casos).41 As lesões típicas são elevadas e peroladas, localizadas em áreas expostas ao sol, como rosto e pescoço, afetando mais frequentemente indivíduos de pele clara.41-24
O CEC, originando-se nas células escamosas, e muitas vezes sucedendo uma QA, é mais agressivo e possui um risco de metástase em torno de 3%.41 Embora frequentemente ocorra em áreas expostas ao sol, pode afetar qualquer região da pele, apresentando-se como pápulas ou placas, avermelhadas, escamosas e crostosas, que podem evoluir com ulceração quando invasivas.38
3.4.6 PROBLEMAS OCULARES
A exposição à radiação UV não afeta apenas a pele, mas também os olhos. A intensidade do dano varia conforme fatores como altitude, latitude, clima e reflexão do solo.42 Esse tipo de exposição aumenta o risco de várias condições oculares, incluindo catarata, pterígio, carcinoma espinocelular da córnea e conjuntiva, fotoceratite, fotoconjuntivite, pinguécula, além de potenciais melanomas intraoculares, degeneração macular e glaucoma.11 Um estudo realizado com habitantes das ilhas do norte do Mar Vermelho revelou que esses problemas, se tornam mais comuns com a idade, afetando especialmente mulheres, donas de casa e pescadores.42
A catarata é a condição ocular mais frequentemente associada à radiação UV e é uma das principais causas de cegueira reversível no mundo.44 Os olhos absorvem comprimentos de onda UV, especialmente UVB, o que pode causar danos às células do cristalino, levando à opacificação da lente e possivelmente cegueira.46
O pterígio é outra consequência comum, caracterizado por um tecido rosado na conjuntiva, não cancerígeno, que, se não tratado, pode invadir progressivamente a córnea.43 No Brasil, a prevalência do pterígio é estimada em cerca de 52%, afetando principalmente indivíduos entre 40 e 49 anos.11-42
3.5 FILTROS SOLARES
O primeiro protetor solar químico, criado em 1891 por Friedrich Hammer, visava prevenir eritemas solares. No entanto, foi no último século, que o desenvolvimento de filtros solares avançou, impulsionado pela crescente demanda e inovações da indústria cosmética.1-2
O protetor solar é uma preparação formulada para absorver, dispersar ou refletir a radiação UV, quando aplicado sobre a pele. Para ser comercializado, o produto deve atender a rígidos padrões de qualidade, incluindo um sistema filtrante de amplo espectro, fotoestabilidade, segurança, eficácia, propriedades sensoriais agradáveis e boa tolerância cutânea, garantindo uma aplicação uniforme que não escorra.48
Os filtros solares modernos se dividem em inorgânicos (físicos ou minerais) e orgânicos (químicos). Os inorgânicos, compostos por substâncias de origem mineral, como óxido de zinco (ZnO) e dióxido de titânio (TiO2), funcionam como barreiras físicas, refletindo e dispersando a radiação UV.47 Eles destacam-se pela alta fotoestabilidade e baixa probabilidade de causar reações alérgicas, oferecendo proteção de amplo espectro contra UVA e UVB.23-45
Os filtros orgânicos absorvem a radiação UV e a convertem em radiações menos prejudiciais (faixas da LV ou IV). Para serem eficazes, esses filtros devem ter boa estabilidade fotoquímica, resistência à água e solubilidade adequada na fórmula. O mercado atual disponibiliza filtros orgânicos que oferecem proteção individual contra UVA ou UVB, além de opções de amplo espectro.4-23
Filtros orgânicos e inorgânicos podem ser combinados, resultando em protetores solares que minimizam com mais efetividade danos causados pela exposição solar e melhoram a experiência do usuário.45 Enquanto os filtros inorgânicos garantem proteção de largo espectro, a combinação com filtros orgânicos torna a textura dos produtos mais agradável e facilita a sua aplicação, aprimorando a proteção contra raios UVA.4
3.5.1 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR
O fator de proteção solar (FPS) indica a proteção de um produto contra a radiação UVB. Ele é calculado pela razão entre a dose mínima eritematosa (DME) da pele protegida e desprotegida.45 A DME é o tempo necessário de exposição à radiação UV para causar eritema, geralmente manifestado 16 a 24 horas após a exposição.4 Assim, o FPS reflete o tempo que uma pessoa pode se expor ao sol com proteção antes de sofrer queimaduras. Por exemplo, se uma pessoa queima em 10 minutos sem proteção, um protetor solar com FPS 30 permitiria uma exposição de até 300 minutos.51 Um filtro solar com FPS 15 absorve 93,3% da radiação UVB, sendo assim, é considerado de amplo espectro.45 No Brasil, os filtros solares variam de FPS 6 a 99, contudo, recomenda-se os com FPS acima de 30 devido aos altos índices de radiação solar em nossa região.4
3.5.2 ADITIVOS
Os protetores solares podem incluir diversas substâncias que potencializam sua eficácia. Os antioxidantes tópicos, como vitamina E, ácido glicirretínico e pantenol, quando adicionados, auxiliam na fotoestabilização da fórmula e na neutralização de EROs, reduzindo a inflamação e os danos à pele. Eles também diminuem a expressão da metaloproteinase de matriz tipo 1, uma enzima que degrada o colágeno, proteína essencial para firmeza e elasticidade da pele.4,52
Além disso, as fotoliases, enzimas naturais encontradas em bactérias, plantas e animais que vivem em exposição prolongada aos raios UV, também podem ser incorporadas aos filtros solares. Elas ajudam a reparar lesões no DNA, particularmente os CPDs. Estudos mostram que pacientes tratados com terapia fotodinâmica para QA que usaram filtros solares com fotoliase apresentaram tempo de remissão mais prolongado.45-47
Outra substância valiosa é a niacinamida (vitamina B3), que é precursora da nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+), essencial para a produção de adenosina trifosfato (ATP), que evita crises energéticas induzidas pela radiação UV.52 A inclusão de niacinamida nos protetores solares não apenas melhora o reparo do DNA, mas também reduz a imunossupressão gerada pela radiação UVA, previne a fotocarcinogênese e auxilia no tratamento de QAs. Dessa forma, esses ingredientes adicionais aumentam a proteção e eficácia dos protetores solares convencionais.4
3.5.3 FOTOPROTEÇÃO PARA LV e IV
Os filtros solares orgânicos e inorgânicos atuais proporcionam uma proteção eficaz, mas nem todos abrangem completamente a faixa espectral da LV e do IV, que também pode induzir a formação de EROs na pele. Embora não haja um padrão universalmente aceito, é possível adicionar pigmentos e antioxidantes às fórmulas e assim ampliar a fotoproteção para essas faixas.45
Em um estudo com 44 filtros solares comerciais brasileiros, observou-se que filtros opacos bloqueiam quase 100% da LV, mas alguns não ofereceram proteção adequada contra UVA.4 O ZnO é o elemento mais estudado por sua capacidade de bloquear a LV, mas há pesquisas que demonstram que o TiO2 também é bastante eficaz.47
3.5.3 USO ADEQUEDO DO PROTETOR SOLAR
O uso correto de protetores solares é essencial para prevenir danos à pele. Recomenda-se utilizar filtros com pigmento, de amplo espectro e FPS > 30. A aplicação deve ocorrer ainda em casa, seguida de reaplicações a cada 2 horas em casos de transpiração intensa ou exposição solar prolongada. A quantidade ideal é de uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, aplicadas uniformemente. É importante usar o protetor diariamente, mesmo em dias frios ou nublados.50 Embora o FPS 30 seja eficaz, muitos indivíduos aplicam quantidades insuficientes do produto, por essa razão dermatologistas frequentemente prescrevem FPS > 60, na tentativa de oferecer proteção solar adequada mesmo com aplicação de quantidades inferiores às recomendadas.49-53
3.6 OUTROS MECANISMOS DE PROTEÇÃO SOLAR
Além dos protetores solares, outras estratégias são essenciais para prevenir danos à pele e reduzir riscos de doenças causadas pela radiação solar. Roupas leves e de mangas longas, especialmente com proteção UV, são eficazes. Acessórios como chapéus de abas largas e óculos de sol grandes, que oferecem 100% de proteção contra UVA e UVB, também são recomendados. É importante buscar sombra ou usar guarda-sol, principalmente entre 10 e 16 horas, evitar camas de bronzeamento e manter-se bem hidratado em dias quentes. Consultas regulares com dermatologistas são cruciais, especialmente para quem tem histórico de queimaduras solares ou câncer de pele. Essas atitudes ajudam a proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação solar a curto e longo prazo.11-27-45
3.7 IMPORTÂNCIA DA FOTOPROTEÇÃO
As medidas fotoprotetoras são fundamentais para a saúde da pele e dos olhos, sendo essenciais para reduzir o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória, fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese. Estudos globais demonstram que a adoção dessas práticas pode diminuir em até 50% o risco de queimaduras solares.11-27 O uso diário de filtros solares não apenas reduz a elastose solar e a incidência de QAs, mas, quando formulados com pigmentos, também podem ajudar a inibir o surgimento de hipercromias cutâneas em até dois meses de uso.45-49
Um estudo na China, envolvendo 83 mulheres de 35 a 55 anos, analisou a pigmentação facial após seis meses de exposição solar. O grupo que usou filtro solar diariamente apresentou menos alterações na pigmentação em comparação com o grupo que não adotou o uso regular deste produto. Da mesma forma, um estudo na França avaliou danos como rugas e textura da pele. O grupo desprotegido mostrou danos mais significativos em relação ao grupo que utilizou proteção solar. Esses resultados reforçam a importância de integrar práticas de fotoproteção na rotina diária para manter a saúde da pele ao longo da vida.4
3.8 MOTIVOS PARA BAIXA ADESÃO À PROTEÇÃO SOLAR
Apesar dos avanços tecnológicos nos filtros solares, a incidência de problemas relacionados à exposição inadequada à luz solar continua aumentando, principalmente devido a comportamentos prejudiciais adotados pela população, motivados muitas vezes por ideais estéticos e falta de informações. Embora haja uma ampla gama de marcas e preços de protetores solares no mercado, a conscientização sobre sua importância ainda é insuficiente, resultando em consequências preocupantes para a saúde da pele.12
No Brasil, dados de 2019 mostraram que 63,05% da população se expõe ao sol sem proteção, mesmo ciente dos riscos. Isso é particularmente comum entre os mais jovens, que buscam o bronzeado, e entre aqueles que acreditam erroneamente que apenas peles claras são afetadas pelos danos solares.49-55 Uma pesquisa internacional revelou que 92% dos entrevistados conhecem os malefícios da exposição solar, mas muitos acreditam que os riscos são relevantes apenas durante o verão, resultando em baixa adesão às medidas de fotoproteção. Além disso, os banhistas tendem a se expor em horários de alta radiação UV e, mesmo entre os que utilizam protetor solar, muitos o aplicam de forma inadequada. Esses fatores impactam negativamente a saúde da pele. 12-26-27
Campanhas de conscientização sobre proteção solar podem reduzir significativamente os riscos associados à exposição inadequada. Iniciativas como a campanha SunSmart na Austrália, lançada em 1988, resultaram em uma diminuição de 36% nas queimaduras solares e aumentaram os comportamentos fotoprotetores entre a população.11
4. CONCLUSÕES
A conscientização sobre fotoproteção é crucial para a prevenção de danos à pele causados pela luz solar. Essa conscientização envolve educar a população sobre os riscos associados à exposição solar inadequada, como queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele. Campanhas informativas podem destacar a importância do uso de protetores solares, vestimentas apropriadas, busca de sombra e cuidados com os olhos. Além disso, promover a realização de autoexames regulares ajuda na detecção precoce de lesões cutâneas. A educação contínua sobre esses temas é fundamental para fomentar hábitos saudáveis e reduzir a incidência de doenças relacionadas à exposição solar.
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1Estudante de Medicina Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil E-mail: triciacordeiro@outlook.com
2Estudante de Medicina Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil E-mail: gustavohcppaixao@gmail.com
3Estudante de Medicina Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil E-mail: lais.omelo@outlook.com
4Estudante de Medicina Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil E-mail: bruna-fata@hotmail.com
5Médica dermatologista, Doutorado em ciências Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil E-mail: drathamaradermato@gmail.com