THE BIOPSYCHOSOCIAL IMPACTS CAUSED BY VITILIGO: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW OF THE IMPLICATIONS, EMOTIONAL DISTRESS, AND LIMITATIONS ON QUALITY OF LIFE.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202505301036
Jovelaine Fernandes1
Maricélia Messias Cantanhêde dos Santos2
Resumo
O vitiligo é uma doença dermatológica crônica, autoimune e não contagiosa, caracterizada pela despigmentação da pele decorrente da destruição dos melanócitos. Apesar de sua natureza clínica benigna, essa condição causa impactos significativos na vida dos pacientes, sobretudo no âmbito emocional, social e psicológico. O presente estudo, por meio de uma revisão integrativa da literatura, investigou as implicações físicas, emocionais e sociais do vitiligo, com ênfase nos estigmas sociais, no sofrimento psicológico e na limitação da qualidade de vida, especialmente entre as mulheres. Foram analisados 41 artigos publicados entre 2020 e 2025, selecionados nas bases PubMed, SciELO e LILACS. Os resultados indicam que o vitiligo afeta negativamente a autoestima e a saúde mental dos indivíduos acometidos, gerando isolamento social, ansiedade, depressão e impactos socioeconômicos relevantes. O estudo ressalta a importância de estratégias multidisciplinares de acolhimento, incluindo apoio psicológico, campanhas educativas e políticas públicas inclusivas, visando a promoção da saúde integral e a redução do estigma associado à doença.
Palavras-chave: Vitiligo; Impactos psicossociais; Qualidade de vida; Saúde mental; Estigma social; Psicodermatologia; Sofrimento emocional.
1. INTRODUÇÃO
O vitiligo é uma condição dermatológica crônica caracterizada pela perda da pigmentação cutânea, resultante da destruição ou disfunção dos melanócitos — células responsáveis pela produção de melanina. Essa condição manifesta-se clinicamente por manchas acrômicas ou hipopigmentadas distribuídas pelo corpo, podendo afetar também cabelos e mucosas (Bosco & Andrade, 2020). Embora o vitiligo não seja contagioso nem represente risco direto à vida, seu impacto vai além das alterações cutâneas, influenciando negativamente aspectos emocionais, sociais e psicológicos dos indivíduos acometidos.
Estima-se que o vitiligo atinja aproximadamente 0,5% a 2% da população mundial, e no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 1 milhão de pessoas convivem com a doença, sendo diagnosticada em ambos os sexos e em todas as faixas etárias, com maior visibilidade em pessoas de pele mais escura devido ao contraste com as áreas despigmentadas. Apesar de sua natureza benigna do ponto de vista clínico, os impactos psicossociais do vitiligo são frequentemente profundos, levando muitos pacientes a desenvolverem sofrimento emocional, baixa autoestima, ansiedade, depressão e retração social (Ramos, et al., 2022).
1.1 Aspectos Fisiopatológicos do Vitiligo
Compreender a fisiopatologia da doença é parte essencial dos estudos sobre o tema e dos esforços para encontrar abordagens de tratamento efetivas.
O vitiligo é uma doença cutânea de etiologia multifatorial, cuja fisiopatologia ainda não é completamente compreendida, mas envolve mecanismos autoimunes, genéticos, oxidativos e neurogênicos. A principal característica do processo fisiopatológico é a destruição ou disfunção dos melanócitos, células responsáveis pela síntese da melanina, pigmento que confere cor à pele, cabelos e olhos (Sousa & Ferreira, 2017).
A hipótese autoimune é amplamente aceita como a principal explicação para o desenvolvimento do vitiligo. Nesse modelo, o sistema imunológico ataca de forma seletiva os melanócitos, resultando na despigmentação da pele. Estudos demonstram a presença de autoanticorpos e linfócitos T citotóxicos direcionados contra essas células pigmentares, sugerindo um desequilíbrio imunológico mediado por fatores genéticos e ambientais (Rodrigues & Donatelli, 2018).
Além do componente imunológico, há evidências do envolvimento do estresse oxidativo no processo fisiopatológico. Os melanócitos de indivíduos com vitiligo demonstram maior sensibilidade ao estresse oxidativo, o que resulta no acúmulo de espécies reativas de oxigênio, comprometendo sua viabilidade e função (Castro & Guimarães, 2020). Esse excesso de radicais livres pode desencadear uma resposta inflamatória local e, por consequência, favorecer o ataque imunológico às células pigmentares. A predisposição genética também é um fator importante, com estudos indicando a presença de polimorfismos em genes relacionados à resposta imune e à regulação dos melanócitos, como os genes NLRP1 e PTPN22 (Souza & Ferreira, 2017). Alguns fatores neurogênicos também têm sido propostos, baseando-se na hipótese de que neuropeptídeos liberados por terminações nervosas poderiam interferir na atividade Melanocítica e modular a resposta inflamatória cutânea (Rodrigues & Donatelli, 2018).
Existem teorias variadas que englobam problemas hormonais, genéticos, idiopáticos, entre outros, todavia, nenhuma dessas teorias pode ser totalmente confirmada. Na ausência de uma compreensão total sobre o modo como a doença surge, encontrar uma cura se torna um esforço importante, porém distante de ser alcançado em sua integralidade (Aquino et al., 2022).
Ezzedine et al. 2025, ressalta que já foram identificados mecanismos-chave da doença, tais como estresse celular, ativação imune inata, eliminação de melanócitos da pele mediada por células T, resultando em manchas brancas clinicamente aparentes, bem como regeneração de células-tronco que reverte lesões estabelecidas.
O diagnóstico do vitiligo é normalmente clínico e realizado por um dermatologista, onde será verificado o aparecimento de manchas hipopigmentadas com localização e distribuição caraterísticas. A ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas é detectada pela biópsia cutânea, onde é retirada o tecido do centro da lesão e não das bordas. Outro exame também utilizado é com a lâmpada de Wood, principalmente na detecção da doença em pacientes de pele branca, seguido pela determinação do tipo de vitiligo que o paciente apresenta, sempre observando a existência patologias autoimunes pré-existentes associadas para seguimento e conduta terapêutica adequada (Ruiz & Reis, 2018).
1.1 Fatores de Risco da Doença
Estudos familiares e de outros gêmeos demonstraram que a herança é complexa e também envolve fatores ambientais e genéticos. Além disso, há a hipótese de que fatores genéticos podem influenciar a idade de início do vitiligo. A herança do vitiligo também pode incluir genes associados à biossíntese de melanina, à regulação de autoanticorpos e à resposta ao estresse oxidativo. Pode haver relação com o histórico ocupacional/exposição a produtos químicos ou radiação, bem como histórico familiar de vitiligo e doenças autoimunes (Monteiro et al., 2022).
Embora fatores hereditários predisponham os pacientes à despigmentação, no vitiligo de início adulto, uma contribuição relativamente maior para a etiologia da doença pode ser atribuída ao estresse. A predisposição ao vitiligo é definida por sequências variantes em loci associados tanto ao sistema imunológico inato quanto ao adaptativo, bem como a loci associados à melanogênese e à apoptose. Fatores precipitantes foram reconhecidos, incluindo exposição à luz solar ou trauma de pele, levando ao estresse oxidativo em melanócitos e respostas autoimunes mediadas por células T. De fato, embora o vitiligo tenha sido estabelecido como uma entidade autoimune, o mecanismo que conecta o(s) evento(s) iniciador(es) à indução da imunidade de células T antimelanócitos é desconhecido (Monteiro et al., 2022).
Estressores físicos ou ambientais são relatados no início e na progressão da doença do vitiligo. No caso de queimadura solar ou exposição a certos produtos químicos ou trauma de pele, radicais livres e peróxido de hidrogênio são gerados, e em indivíduos predispostos ao vitiligo, isso leva a uma ativação do sistema imunológico que gera respostas citotóxicas específicas dos melanócitos.
Estressores psicológicos também desempenham um papel no vitiligo. Eventos como morte de um membro da família, problemas de trabalho e financeiros têm sido associados como fatores precedentes ao aparecimento do vitiligo (Monteiro et al., 2022).
1.2 Dados mundiais da População com Vitiligo
Dois mil anos antes de Cristo já haviam relatos de uma doença que afetava a pele e a cor da pele e causava edemas (tempos depois foram caracterizadas como Hanseníase); e outra que ocorria somente alterações na cor, que provavelmente era o vitiligo (Nair, 1978).
Atualmente não existe um percentual registrado muito bem definido de pessoas no mundo que vivem com vitiligo, ao longo dos anos, vários estudos com métodos diferentes chegaram a estimativas variadas da prevalência da condição, pois muitos casos da doença sequer são registrados nos sistemas de saúde, considerando-se que há pacientes sem diagnóstico, que por ser uma condição de pele assintomática não buscam atendimento em saúde especializado.
Ezzedine et al. (2025) acredita que deve haver, no mundo, um total aproximado de 73 milhões de pessoas convivendo com a condição, ressaltando ainda, que em torno de 30% desses casos têm início precoce (10 anos de idade). No entanto, é possível que esse número chegue a 95 milhões de pessoas, das quais 1 milhão está no Brasil.
Algumas literaturas destacam que há maior frequência da condição na África (0,4%), Europa (0,4%) e Oceania (1,2%), quando se comparando com América do Norte (0,2%) e Ásia (0,1%).
O vitiligo responde por 1,4 a 1,9% das consultas dermatológicas no Brasil, e até 3,5% das consultas dermatológicas em crianças. Em uma análise ampla, tanto homens quanto mulheres podem ser acometidos na mesma proporção, da mesma forma que questões étnicas não representam grande diferencial (Marchioro et al., 2022).
Estudos apontam no presente, um maior predomínio da condição entre mulheres, fato que pode ocorrer porque as mulheres buscam atendimento médico especializado por se sentirem desconfortáveis com a condição estética causada pela doença e, assim, há mais registros de casos entre o público feminino (Albuquerque e Oliveira, 2021).
A pesquisa sobre o vitiligo e seu estigma nos portadores em especial o público feminino é crucial não apenas para melhorar a qualidade de vida, mas também para avançar na compreensão da complexidade da doença e suas implicações. É notório que o vitiligo causa maior impacto nas mulheres pelo fato de se sentirem desconfortáveis com a condição estética causada pela doença, sendo crucial e oportuno o desenvolvimento de pesquisas não apenas para melhorar a qualidade de vida, mas também para avançar na compreensão da complexidade da doença e suas implicações.
Esta pesquisa pautou-se na investigação e compreensão dos múltiplos fatores e implicações físicas, psicológicas e sociais do vitiligo e a limitação da qualidade de vida, estigma social, sofrimento dos pacientes com vitiligo.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente artigo foi produzido por meio de uma revisão integrativa da literatura, cujo propósito é sintetizar e analisar criticamente o conhecimento científico disponível acerca dos impactos e implicações físicas, psicológicas e sociais do vitiligo, destacando o estigma social, o sofrimento emocional e a limitação na qualidade de vida, utilizando artigos indexados publicados nos últimos quatro anos (2020 – 2024). Essa modalidade de revisão permite a inclusão de estudos com diferentes abordagens metodológicas, favorecendo uma compreensão ampla e aprofundada do fenômeno investigado.
A elaboração desta revisão seguiu as seguintes etapas: (1) identificação do problema; (2) definição dos critérios de inclusão e exclusão; (3) seleção dos estudos; (4) categorização dos dados; (5) análise e interpretação dos resultados; e (6) apresentação da síntese final.
Para a pesquisa dos artigos foi utilizado as bases de dados: PubMed, SciELO, LILACS, no período de janeiro de 2024 a março de 2025, utilizando os seguintes descritores: “vitiligo”, “impactos psicossociais”, “qualidade de vida”, “saúde mental”, “estigma social”, “estresse emocional” “psicodermatologia”.
Foram incluídos artigos publicados entre os anos de [2020] e [2025], em português e inglês que abordassem o tema Vitiligo, disponíveis na íntegra, com metodologias claras e relevantes para os objetivos desta revisão. Excluíram-se desta pesquisa dissertações, teses, resumos de eventos, editoriais, cartas ao editor e estudos que não atenderam aos critérios estabelecidos.
A seleção e análise dos artigos ocorreu em três etapas: leitura dos títulos, leitura dos resumos, leitura e análise na íntegra dos artigos potencialmente elegíveis. Os dados extraídos dos estudos selecionados foram organizados em um quadro sinótico que consiste em uma ferramenta visual que organiza e representa informações complexas de forma clara e concisa, utilizando uma estrutura hierárquica (árvore de classificação), contendo: autor, ano de publicação, objetivo, delineamento metodológico, principais resultados e conclusões, com o auxílio do operador booleano AND, que significa “e” em português, e tem a função de restringir a pesquisa on-line a resultados que contenham ambas as palavras chaves objeto de pesquisa, ou termos especificados fazendo uma interseção de termos de modo a encontrar estudos com mais de um dos termos de pesquisa.
A análise dos dados e sistematização dos resultados foi conduzida de forma descritiva e interpretativa, buscando identificar padrões, lacunas e contribuições relevantes dos manuscritos selecionados, utilizando a ferramenta Rayyan, que é uma aplicação web gratuita, que ajuda pesquisadores a organizar artigos e realizar revisões sistemáticas, tornando o processo de triagem de artigos, mais rápido, fácil e eficiente permitindo decisões rápidas e a aplicação de rótulos a cada artigo, auxiliando na identificação de duplicatas e na seleção de estudos relevantes (Ouzzani et al. 2016).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos dados e sistematização dos resultados foi conduzida de forma descritiva e interpretativa, buscando identificar padrões, lacunas e contribuições relevantes dos manuscritos selecionados neste estudo investigativo das implicações físicas, psicológicas, sociais, do estigma social, sofrimento emocional e a limitação na qualidade de vida das pessoas com Vitiligo.
Como resultados das pesquisas utilizando o operador booleano AND, foram obtidos o
total de 3.855 artigos com buscas nas três plataformas conforme descrito no quadro 1:
Quadro 1 – Seleção dos Estudos
Resultado das buscas nas bases de dados eletrônicas

Fonte: FERNANDES, J. (2025).
Em função do número elevado de artigos, procedeu-se a etapa seguinte que consiste na seleção específica e categorização dos dados obtendo os resultados descritos no quadro 2:
Quadro 2 – Categorização dos Dados

Fonte: FERNANDES, J. (2025).
Após a aplicação da seleção manual destacada no quadro acima, os 41 artigos selecionados, foram organizados com o auxílio da ferramenta Rayyan, seguindo com a análise e sistematização dos resultados e considerações relacionadas a temática que serão apresentados em categorias (subtítulos), de modo a alcançar maior clareza e organização das informações.
3.1 VISÃO GERAL DO VITILIGO
O vitiligo é uma doença crônica, o que significa que o paciente deverá conviver com ela, pois ainda que existam alternativas para atenuar seu avanço, não há nenhuma alternativa de cura para a condição até o momento, pois por alguma razão, os melanócitos, células da pele que produzem a melanina (responsável pela pigmentação da pele), são atacadas e surgindo as manchas brancas na pele. É uma condição autoimune que demanda um esforço do sistema imunológico para eliminar uma ameaça, porém, sem que exista ameaça real (Rosmarin et al., 2024).
O vitiligo pode se manifestar de 4 maneiras distintas: 1. focal, 2. mucosal, 3. acrofacial, segmentar e 4. generalizada. A forma focal são apenas manchas em alguma área específica; a mucosal atinge somente as mucosas, como lábios e região genital; a acrofacial atinge os olhos, em volta da boca, dedos, ânus e genitais; a segmentar se distribui unilateralmente, sendo comum manchas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais; e a forma generalizada são manchas espalhadas por várias regiões do corpo (Silva & Lins, 2020).
Acredita-se que a ocorrência e o desenvolvimento deste distúrbio sejam influenciados por uma combinação de fatores, incluindo aspectos genéticos, condições autoimunes, fatores psicológicos e influências ambientais. Além disso, interações complexas entre esses elementos podem contribuir para a manifestação e a gravidade dos sintomas, ressaltando a importância de uma abordagem multidisciplinar para a compreensão e o manejo dessa condição (Liu et al., 2022).
Existem teorias variadas que englobam problemas hormonais, genéticos, idiopáticos, entre outros, todavia, nenhuma dessas teorias pode ser totalmente confirmada. Na ausência de uma compreensão total sobre o modo como a doença surge, encontrar uma cura se torna um esforço importante, porém distante de ser alcançado em sua integralidade (Aquino et al., 2022; Liu et al., 2022).
Ezzedine et al. (2025) ressalta que já foram identificados mecanismos-chave da doença, tais como estresse celular, ativação imune inata, eliminação de melanócitos da pele mediada por células T, resultando em manchas brancas clinicamente aparentes, bem como regeneração de células-tronco que reverte lesões estabelecidas.
Cao et al. (2024) afirma que a condição eleva os índices de depressão, ansiedade, insatisfação e problemas e saúde mental em geral, ao mesmo tempo, dados apontam que a presença desses problemas pode levar ao agravo de condições de pele e, assim, forma-se um ciclo que pode conduzir a uma piora expressiva, tanto do sofrimento emocional e psicológico quanto da condição em si. O fato é que o fardo desses indivíduos se torna cada vez mais pesado, comprometendo sua vida de forma integral e, não raramente, irreversível.
Estudos destacaram o importante papel do sistema imunológico no vitiligo, abrindo novas portas de esperança para o desenvolvimento de terapias direcionadas dedicadas a esta doença. Essas terapias terão como alvo as respostas inflamatórias das células imunes e epidérmicas que ocorrem durante a progressão ou recidiva da doença. O componente genético vem sendo avaliado, com foco em genes atuantes na regulação imunológica, além disso, os mecanismos neurogênicos podem estar envolvidos em sua fisiopatologia, o que também tem sido foco de análises (Campos et al., 2024).
O vitiligo comumente afeta áreas como o rosto, as mãos e os genitais, mas é importante ressaltar que a condição pode manifestar manchas em qualquer parte do corpo. Além das áreas mencionadas, outras regiões como os braços, as pernas e até mesmo áreas cobertas por roupas podem ser impactadas, tornando a condição visível em diversas situações causando impactos relevantes sobre a questão estética dos pacientes, no entanto, é preciso considerar que há impactos ainda mais severos sobre as questões emocionais e psicológicas desses indivíduos.
(Ezzedine et al., 2025).
3.2 MULHER, ESTÉTICA E O VITILIGO
Na Idade Média, a “beleza feminina” teve fortes influências da Igreja Católica. Nesse período, cuidar do corpo feminino era algo profano, imoral, indecente e ia contra as leis divinas. A beleza feminina, nesse momento, voltava-se para o culto da pureza, da castidade, da obediência e da devoção, espelhava-se, principalmente, na figura imaculada da Virgem Maria (Carvalho, 2016). Com a queda da Igreja Católica e o advento do Renascentismo, a beleza feminina voltou a ser questionada. As pinturas e esculturas da época retratavam as mulheres com formas corporais mais volumosas e de cabelos longos. Essa voluptuosidade do corpo feminino representava status, riqueza e ostentação, algo apenas disponível para um grupo seleto de mulheres da nobreza (Costa, 2014).
No século XXI, a moda contribuiu fortemente para o aparecimento de diferentes padrões de beleza. As modelos altas e de extrema magreza convivem com as modelos plus size, andrógenas e demais belezas estéticas femininas (Oliveira et al., 2016). Apesar da diversidade da beleza feminina, a imposição de um “padrão de beleza”, muitas vezes irreal e inalcançável pode mudar a personalidade e influenciar na autoimagem e na autoestima da mulher, ou seja, tudo que for diferente do padrão não é aceito ou é minimizado. Essa imposição de um padrão de beleza fez com que mulheres adotem padrões comportamentais não saudáveis e até perigosos, tais como dietas, procedimentos estéticos, dentre outros (Rodrigues, et al., 2017).
Nesse contexto, a aparência física é um aspecto importante do processo de socialização do indivíduo, principalmente entre as mulheres sendo notório que mulheres com vitiligo tenham sentimentos de irritabilidade, dificuldade em verbalizar o sofrimento psicológico que passa, inibição do interesse sexual e reclusão social. Os olhares curiosos e preconceituosos sobre a doença, além de um julgamento alheio podem causar fobia social e intenso sofrimento psíquico (Correia, 2015).
A pele, enquanto elemento de expressão e identidade social, desempenha um papel central na construção da autoestima, particularmente entre as mulheres, que muitas vezes enfrentam exigências mais rígidas quanto à estética corporal. Nessa perspectiva, o vitiligo pode impactar profundamente a autoimagem feminina, resultando em sentimentos de inadequação, vergonha e isolamento social (RAMOS et al., 2022).
Estudos indicam que mulheres com vitiligo apresentam maior prevalência de transtornos como ansiedade, depressão e fobia social, principalmente quando as lesões estão localizadas em regiões expostas do corpo, como rosto, mãos e braços, pois a visibilidade das manchas pode desencadear situações de preconceito, estigmatização e rejeição, tanto em ambientes sociais quanto no contexto afetivo-sexual, afetando diretamente a qualidade de vida dessas mulheres. (Ferreira et al., 2021).
Segundo a pesquisa de Castro e Guimarães (2020), mulheres acometidas pelo vitiligo relatam maior sofrimento emocional e menor aceitação corporal quando comparadas aos homens. Essas diferenças podem estar associadas não apenas a fatores hormonais e psicossociais, mas também à forma como a sociedade interpreta e valoriza a aparência feminina. No campo das ciências biomédicas houve um significativo aumento nas aspirações e anseios por uma qualidade de vida das mulheres, especialmente nas áreas estética e dermatologia, movidas pelo desejo intensificado de percepção aprimorada da qualidade da pele e uma melhoria na imagem externa projetada aos outros, pois, acreditam que a aparência pode afetar outros fatores importantes, como oportunidades de encontrar parceiros, estabelecer relacionamentos interpessoais e oportunidades profissionais (Albuquerque e Oliveira, 2021). Do ponto de vista biopsicossocial, os impactos do vitiligo nas mulheres transcendem a questão física. No âmbito biológico, há evidências da influência de fatores hormonais e autoimunes na progressão da doença em mulheres, especialmente em fases de transição como a puberdade, gestação e menopausa (Castro & Guimarães, 2020). No campo psicológico, a autoimagem distorcida, o medo do julgamento e o estigma social contribuem para o desenvolvimento de transtornos emocionais que afetam diretamente a qualidade de vida. Já no aspecto social, muitas mulheres relatam dificuldades em ambientes profissionais e relacionamentos afetivo-sexuais, sentindo-se rejeitadas ou discriminadas devido à aparência da pele (Ramos et al., 2022).
Teixeira (2025) relata que há um desafio estrutural que envolve a invisibilização da doença nas políticas públicas e na mídia, contribuindo para a desinformação e a perpetuação de estigmas. A falta de representatividade de pessoas com vitiligo, especialmente mulheres, em campanhas de saúde e beleza, reforça padrões estéticos excludentes e alimenta o preconceito.
Diante desse contexto, torna-se essencial promover uma abordagem integral que leve em conta a singularidade da experiência feminina com o vitiligo. Estratégias como acolhimento psicológico, grupos de apoio, educação estética inclusiva e políticas de saúde pública voltadas à diversidade são fundamentais para mitigar os efeitos negativos da doença sobre a vida das mulheres. A valorização da diversidade estética e a humanização do atendimento médico também são caminhos indispensáveis para uma sociedade mais justa e acolhedora (Ilari, 2011).
3.3 IMPACTOS BIOPSICOSSOCIAIS E DESAFIOS DA VIDA COM VITILIGO
Compreende-se que o vitiligo causa impactos relevantes sobre a questão estética dos pacientes, no entanto, é preciso considerar que há impactos ainda mais severos sobre as questões emocionais e psicológicas desses indivíduos.
Cao et al. (2024) ressalta que o Vitiligo eleva os índices de depressão, ansiedade, insatisfação e problemas e saúde mental em geral, ao mesmo tempo, dados apontam que a presença desses problemas pode levar ao agravo de condições de pele e, assim, forma-se um ciclo que pode conduzir a uma piora expressiva, tanto do sofrimento emocional e psicológico quanto da condição em si.
Para Samela et al (2023), o vitiligo compromete a pele dos pacientes, porém, seus impactos ultrapassam o âmbito físico e alcançam o âmbito socioemocional, considerando-se que muitos indivíduos se sentem desfigurados conforme a condição progride. O fato é que há uma associação entre o aspecto estético da doença e a forma como a pessoa vê a si mesma, o que a leva a acreditar que será vista de forma negativa nas suas relações de trabalho, estudos, lazer, etc.
Há que se compreender que são raros os casos nos quais agravos físicos não causam impactos emocionais ou psicológicos nos indivíduos acometidos. O fato é que os seres humanos são biopsicossociais, assim, não é tarefa fácil separar a saúde física da saúde mental, ou viceversa. Isso significa que o vitiligo, assim como outras patologias, leva a uma condição física que, ao longo do tempo, passa a interferir negativamente no equilíbrio emocional das pessoas acometidas (Aquino et al., 2022).
Liu et al. (2022) afirmam que o vitiligo pode não comprometer a vida, causar o óbito dos pacientes, da mesma forma que não impede que as atividades físicas diárias sejam devidamente conduzidas. Todavia, o que ocorre é que as atividades são reduzidas, delimitadas, mas isso ocorre muito mais em função do sofrimento, da carga emocional que a condição carrega consigo.
Nesse sentido, há que se destacar que os impactos físicos podem decorrer de condições emocionais, ao mesmo tempo em que agravos emocionais podem ser gerados a partir do adoecimento físico do indivíduo. O fato é que corpo e mentes podem ser saudáveis ou adoecer de forma associada, grave e limitante (Sigova et al., 2025).
Para muitos pacientes, a doença gera uma sensação de anormalidade, de não se enquadrar em padrões que sempre consideraram relevantes. Com isso, há um grande esforço para esconder, quando possível, os resultados da condição. Em casos nos quais está mais evidenciada e não é possível disfarçar, surge uma sensação de insatisfação com a própria imagem, eventualmente de não pertencimento aos grupos sociais que antes faziam parte de seu cotidiano, Isolamento, depressão, ansiedade e infelicidade são sentimentos relatados de forma muito comum (Rosmarin et al., 2024).
Os indivíduos acometidos por vitiligo ressaltam um forte estigma que lhe impacta negativa e diretamente em praticamente todas as suas relações, percebem que há um grande preconceito nas relações de trabalho, estudos, afetivas, familiares, etc., e, em face disso, acabam por afastar-se das situações e das relações que geram essa sensação de desconforto e mesmo desrespeito (Aquino et al., 2022).
Dados apontam que o vitiligo eleva os custos na área da saúde, com esses pacientes buscando novos atendimentos visando abordagens de tratamento mais efetivas que possam reduzir a carga vivenciada. Além disso, há uma elevação no absenteísmo (laboral e educacional) decorrente do sofrimento e, assim, não se pode ignorar que a condição tem impactos socioeconômicos relevantes e severos (Eleftheriadou et al., 2024).
A questão da qualidade de vida para esses indivíduos é relativamente dificultosa, como vivenciam conflitos emocionais e psicológicos, se ausentam do trabalho, dos estudos e das relações sociais, há que se ressaltar que conforme a condição avança e se torna mais evidente, os prejuízos para a qualidade de vida são exacerbados (Eleftheriadou et al., 2024).
Sigova et al. (2025) destacam que variações no tom da pele, de forma geral, exacerbam comportamentos racistas ou preconceituoso, no caso do vitiligo, o preconceito decorre da aparência da pele manchada e da falta de conhecimentos de muitas pessoas, que podem acreditar que a condição é contagiosa. Por isso, os indivíduos acometidos se sentem constrangidos de sua própria imagem e, não raramente, desejam manter-se afastados da sociedade e das interações.
Por afetar um número expressivo de jovens e adultos em idade produtiva, os impactos emocionais e psicológicos da doença são ainda mais relevantes, o que se agrave em regiões nas quais a cor da pele é levada em consideração como uma característica importante (Sigova et al., 2025).
Na visão de Salama et al. (2023), os indivíduos acometidos por vitiligo tendem a buscar formas de esconder a doença, as manchas da pele, para que com isso se sintam mais adequados aos padrões de beleza que são considerados por todos como aceitáveis. Esses indivíduos, na maioria dos casos, não conseguem superar as dificuldades emocionais sem receberem alguma ajuda psicológica, com profissionais que possam tanto explicar a doença quanto ajudar as pessoas a lidar com seus impactos sobre sua vida, alcançando uma quase que normalidade em suas relações.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O impacto do vitiligo vai além das alterações cutâneas, ele abrange uma série de complicações que podem afetar outras áreas do ser humano (física, psíquica e social), podendo estar associada a distúrbios autoimunes e inflamações sistêmicas, resultando em impactos significativos como anormalidades visuais e auditivas, além do possível risco aumentado para problemas cardíacos.
É evidente que as manifestações externas do vitiligo, desencadeiam um conjunto de reações emocionais, incluindo vergonha, ansiedade e a constante luta contra preconceitos. O estigma social intrínseco à condição manifesta-se em diversas esferas da vida, impactando as relações interpessoais, profissionais e até familiares.
A análise realizada nesta pesquisa, revela uma condição que transcende as marcas visíveis na pele, revelando um emaranhado complexa de interações entre o corpo, as emoções e o ambiente social. O impacto socioeconômico desta condição é outra faceta crucial que emerge deste estudo, a busca incessante por tratamentos, as ausências no trabalho e a necessidade de cuidados adicionais têm o potencial de criar barreiras ainda maiores para os indivíduos com vitiligo.
A luta contra o preconceito não se limita apenas a uma questão de aceitação estética, mas se estende a um chamado mais amplo por empatia e compreensão nas relações sociais, necessitando de um olhar mais atento e humanizado sobre as pessoas que lidam com essa condição.
O cerne dessa discussão está a constatação de que a saúde humana não é fragmentada, mas sim uma entidade holística onde o aspecto físico, emocional e social se entrelaça. Os dados discutidos ao longo do texto não apenas sublinham a origem fisiológica do vitiligo, mas também ressaltam as consequências emocionais e sociais que a condição impõe a quem dela é acometido. Assim, torna-se oportuno e crucial reconhecer que o vitiligo é muito mais do que um desafio estético, é um fenômeno que carrega consigo um fardo psicológico significativo, destacando a necessidade de uma reavaliação das estratégias de apoio e tratamento.
Os recursos financeiros e emocionais investidos como consequência dessa condição destaca também a relevância de políticas públicas que priorizem a saúde mental e física desses indivíduos, por conseguinte, as instituições e profissionais da saúde devem estar preparados e equipados para lidar com a complexidade que envolve o tratamento do vitiligo, implementando abordagens que considerem o bem-estar integral da pessoa por meio da inclusão de suporte psicológico na rotina de cuidados para o enfrentamento dos desafios que acompanham o vitiligo se beneficiando de informações que desmistificam a condição, mas também de práticas que os capacitem emocionalmente a lidar com repercussões sociais.
A busca por uma “quase normalidade” nas relações sociais exige um acompanhamento que vá além do tratamento dermatológico, abrangendo intervenções que promovam saúde mental e resiliência emocional. Assim, devemos avançar na sensibilização e no acolhimento daqueles que vivem com vitiligo, entendendo que sua experiência é rica e multifacetada.
A melhoria da qualidade de vida de pessoas com Vitiligo deve ser um compromisso social, promovendo uma sociedade cada vez mais inclusiva, empática que abrace a diversidade e celebre a singularidade de cada indivíduo, independentemente de sua aparência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOSCO, L. M.; ANDRADE, J. R. O impacto psicossocial do vitiligo em pacientes atendidos em serviço de dermatologia. Revista Saúde e Pesquisa, v. 13, n. 2, 2020.
ALBUQUERQUE, RN.; OLIVEIRA, A. Vitiligo e o impacto na imagem da mulher. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 353-368, 2021
CAMPOS, FRP. Et al. Vitiligo: uma revisão sobre a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v. 10, n. 08, ago. 2024. ISSN: 2675-3375.
DELLATORRE, G. et al. Consenso sobre tratamento do vitiligo. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Anais Brasileiros de Dermatologia, 2020, 95(51), 70-82.
BOSCO, L. M.; ANDRADE, J. R. O impacto psicossocial do vitiligo em pacientes atendidos em serviço de dermatologia. Revista Saúde e Pesquisa, v. 13, n. 2, 2020.
GAWKRODGER, D. J. et al. Psychological and social aspects of vitiligo: a review. Clinics in Dermatology, v. 26, n. 4, 2008.
RAMOS, A. C. et al. Vitiligo e saúde mental: uma análise integrativa da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, n. 1, p. e20210213, 2022.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Vitiligo: conheça os sintomas e tratamentos. 2021. Disponível em: https://www.sbd.org.br. Acesso em: 29 abr. 2025. FARIA, CSP et al. Estratégias terapêuticas e atualizações no tratamento de vitiligo.
M. OUZZANI. Aprendendo a Identificar Estudos Relevantes para Revisões Sistemáticas usando Random Forest e Informações Externas. Um aplicativo web e móvel para revisões sistemáticas. Revisões Sistemáticas (2016) DOI: 10.1186/s13643-016-0384-4.
CASTRO, A. L.; GUIMARÃES, T. B. Estresse oxidativo e vitiligo: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Medicina, v. 77, n. 2, p. 110–115, 2020.
FERREIRA, M. J. et al. Vitiligo: aspectos clínicos, emocionais e sociais em pacientes brasileiros. Revista Médica de Minas Gerais, v. 31, n. 3, p. e-313234, 2021.
RAMOS, A. C. et al. Vitiligo e saúde mental: uma análise integrativa da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, n. 1, p. e20210213, 2022.
SOUZA, P. H.; FERREIRA, C. P. Vitiligo: fisiopatologia, diagnóstico e opções terapêuticas. Jornal Brasileiro de Dermatologia Clínica, v. 11, n. 3, p. 214–220, 2017
FRANÇA, DML. Et al. Vitiligo – Abordagens Terapêuticas. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6, 2024.
JOGE, RR, KATHANE, PU, JOSHI, SH. Vitiligo: A Narrative Review. Cureus. 2022 Sep 18;14(9):e29307. doi: 10.7759/cureus.29307. PMID: 36304341; PMCID: PMC9586189.
JORNAL DA USP. Cerca de 1 milhão de brasileiros sofre de vitiligo, que tem tratamento e cura possível. 13 abr. 2022.
KUBELIS-LÓPEZ, DE et al. Updates and new medical treatments for vitiligo (Review). Exp Ther Med. 2021 Aug;22(2):797. doi: 10.3892/etm.2021.10229. Epub 2021 May 25. PMID: 34093753; PMCID: PMC8170669.
LIU, JW. Et al. Post-Traumatic Stress in Vitiligo Patients: A Neglected but Real-Existing Psychological Impairment. Clin Cosmet Investig Dermatol. 2022 Mar 5;15:373-382. doi: 10.2147/CCID.S350000. PMID: 35283640; PMCID: PMC8906700.
MARCHIORO, HZ. Et al. Atualização na patogênese do vitiligo. Anais Brasileiros de Dermatologia 2022;97(4):478-490.
MASCARENHAS, MRM. Et al. Perfil clínico dos portadores de vitiligo e relação com marcadores imunoinflamatórios. Anais Brasileiros de Dermatologia. Vol. 99. Núm. 2. Páginas 165-326 (1 março 2024).
MOHR, N. et al. Epidemiology of Vitiligo – A Dual Population-Based Approach. Clin Epidemiol. 2021 May 26;13:373-382. doi: 10.2147/CLEP.S304155. PMID: 34079380; PMCID: PMC8165096.
MONTEIRO, EG. Et al. A ação do estresse como fator desencadeante e agravante do vitiligo. Revista Brasileira de Educação, Saúde e Bem-estar. 2022.
PATHAK, GN et al. Vitiligo: From mechanisms of disease to treatable pathways. Skin Health Dis. 2024 Sep 30;4(6):e460. doi: 10.1002/ski2.460. PMID: 39624766; PMCID: PMC11608881.
ROSMARIN, D. et al. Patient Burden of Nonsegmental Vitiligo: A US Real-World Survey of Dermatologists and Their Patients. Dermatol Ther (Heidelb). 2024 Jun;14(6):1531-1546. doi: 10.1007/s13555-024-01165-5. Epub 2024 May 16. PMID: 38753072; PMCID: PMC11169217.
SALAMA, AH. Et al. Unveiling the Unseen Struggles: A Comprehensive Review of Vitiligo’s Psychological, Social, and Quality of Life Impacts. Cureus. 2023 Sep 11;15(9):e45030. doi: 10.7759/cureus.45030. PMID: 37829995; PMCID: PMC10566310.
SAMELA, T. et al. Gender differences in vitiligo: psychological symptoms and quality of life assessment description. Front Psychol. 2023 Dec 20;14:1234734. doi: 10.3389/fpsyg.2023.1234734. PMID: 38187434; PMCID: PMC10769495.
SIGOVA, J. et al. Vitiligo: a call for paradigm shift toward comprehensive patient care. Front Med (Lausanne). 2025 Feb 20;12:1504460. doi: 10.3389/fmed.2025.1504460. PMID: 40051728; PMCID: PMC11882413.
STEINER, D. et al. Vitiligo. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 79, n. 3, p. 335–351, maio 2004.
1Acadêmica de Biomedicina – Faculdade da Amazônia – UNAMA / Porto Velho – Rondônia
2Profa Orientadora – Docente/Pesquisadora – Faculdade da Amazônia – UNAMA / Porto Velho – Rondônia