REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7886556
Bruna Stefany Feitosa Cavalcante
Elizabeth Beserra de Carvalho
Orientadora: Mra. Mariana Sousa Silva
Resumo:
As Hiperpigmentações pós-inflamatórias, são causadas pelo aumento exacerbado de melanina, isso porque a melanina reconhece que há uma agressão para a pele, e como forma de tentar protegê-la produz mais melanina na região agredida. A acne que é causada por um processo inflamatório no pilossebáceo, é uma afecção que afeta grande parte da população, logo, muitas pessoas ficam com sequelas, como no caso a hiperpigmentação após o processo inflamatório ocasionada pela bactéria Propionibacterium Acnes. Como forma de tratamento eficaz, são necessários agentes despigmentantes, como é o caso do uso do ácido mandélico, já que o mesmo age na síntese de melanina. Objetivos: Investigar na literatura os efeitos do ácido mandélico no tratamento da hiperpigmentação pós inflamatória causada pela acne. Métodos: A presente pesquisa trata-se de uma revisão de literatura bibliográfica do método integrativa qualitativa e exploratória em bases bibliográficas online, PubMed e Google Acadêmico. Resultados: A maioria do uso do ácido mandélico foram associadas ao ácido salicílico, em concentrações de 10% a 30% sendo a maior porcentagem encontrada foi 45. Foi evidenciado as propriedades queratolíticas do ácido salicílico juntamente com a ação renovadora e clareadora do ácido mandélico. Conclusão: Coclui-se que o emprego do ácido mandélico no tratamento da hiperpigmentação pós inflamatória da acne é evidentemente eficaz, sendo também eficiente na acne quando associado ao ácido salicílico.
Palavras-chave: hiperpigmentação pós-inflamatória; acne; melanina; ácido mandélico.
Abstract: Post-inflammatory hyperpigmentations are caused by an exacerbated increase in melanin, because melanin recognizes that there is an aggression to the skin, and as a way of trying to protect it, it produces more melanin in the attacked region. Acne, which is caused by an inflammatory process in the pilosebaceous, is a condition that affects a large part of the population, therefore, many people are left with sequelae, as in the case of hyperpigmentation after the inflammatory process caused by the bacteria Propionibacterium Acnes. As an effective form of treatment, depigmenting agents are necessary, as is the case with the use of mandelic acid, since it acts on the synthesis of melanin. Objectives: To investigate in the literature the effects of mandelic acid in the treatment of post-inflammatory hyperpigmentation caused by acne. Methods: This research is a literature review of the qualitative and exploratory integrative method in online bibliographic databases, PubMed and Google Scholar. Results: Most of the use of mandelic acid was associated with salicylic acid, in concentrations of 10% to 30%, with the highest percentage found being 45. The keratolytic properties of salicylic acid were evidenced together with the renewing and whitening action of mandelic acid. Conclusion: It is concluded that the use of mandelic acid in the treatment of post-inflammatory hyperpigmentation of acne is clearly effective, and is also efficient in acne when associated with salicylic acid.
Keywords: post-inflammatory hyperpigmentation; acne; melanin; mandelic acid.
INTRODUÇÃO
A pele humana é o maior órgão do corpo humano composta por três camadas, epiderme, derme e hipoderme, chamada também de tecido subcutâneo, tendo como função a proteção contra agentes externos, imunidade e controle de temperatura. Na camada basal a qual é a camada mais profunda da epiderme encontram-se os melanócitos que são as células responsáveis pela pigmentação da pele na qual sua principal função é a produção da melanina. A produção exagerada de melanina causa um aumento na produção de melanócitos, provocando uma desordem na pele gerando hiperpigmentações (SILVANA COSTA, 2020).
A base da formação da melanina é um aminoácido chamado tirosina, que entra no melanossoma, sofrendo ação por várias enzimas, a tirosinase 1 que oxida a tirosina, formando assim a DOPA, seguindo o caminho a DOPA é oxidada pela tirosinase tipo 2, formando a DOPAquinona, dependendo do código genético, pode se tornar a feomelanina, formando a melanina vermelha, ou formar a eumelanina, responsável pelo pigmento marrom. Quando a melanina é depositada dentro da derme, a camada mais profunda da pele, forma uma mancha dérmica, na qual será mais difícil de ser tratada, sendo comum em casos de hiperpigmentações pós-inflamatórias. (GUIDONI, 2017)
A Hiperpigmentação pós-inflamatória, é o acréscimo de pigmento sob a pele, gerando o acúmulo de cor, podendo ser por fatores endógenos ou exógenos. O estímulo do melanócito pode ocasionar a alta produção excessiva do pigmento, dando assim, origem às manchas hiperpigmentadas (ANA RODRIGUES, 2014).
A acne vulgar é uma patologia inflamatória proveniente do pilossebáceo pela bactéria Propioniumbacterium Acnes, e que podem surgir por inúmeros fatores. É comum em cerca de 85% dos adolescentes, sendo mais afetados pessoas do sexo masculino. (COSTA, I.V.& VELHO,G.M.C.C., 2018).
A hiperpigmentação pós acne é resultado de uma lesão acneica infectada. As manchas podem surgir a partir de pápulas, quanto maior a irritação no local, maior poderá ser a hiperpigmentação, sendo também piorada pelo sol, pois os raios UVA, atravessam a camada da pele, e há um aumento da melanina como forma de defesa. Com a inflamação pós acne há o aumento dos melanócitos, gerando a pigmentação, geralmente elas são avermelhadas ou arroxeadas. (EURECIN, 2022)
Como forma de tratamento usamos substâncias clareadoras ou despigmentantes, o ácido mandélico é um exemplo de despigmentante que age sobre a camada afetada da pele, inibindo a síntese de melanina, colaborando no processo da renovação celular e consequentemente clareando manchas de acne. Segundo SILVA, et al, 2017, o peeling mandélico se destaca por ser menos agressivo comparado aos demais ácidos e por apresentar resultados satisfatórios no clareamento de manchas, antienvelhecimento e tratamento de acne através da ação antisséptica, antibacteriana e anti-aging, provocando uma descamação mais suave,acelerando a regeneração tecidual e estimulando o colágeno.
O ácido mandélico é eficaz na hiperpigmentação, na acne inflamatória não cística e para o rejuvenescimento da pele foto envelhecida. Nesse caso, é recomendado seu uso à noite, em domicílio, todos os dias, por um período de 30 dias, em concentração de 5% em gel. No caso do tratamento para hiperpigmentação, o produto atua na inibição da síntese da melanina e na melanina já depositada na superfície da epiderme, ajudando a promover uma eficaz remoção dos pigmentos hipercrômicos. Pode ser usado para estimular o turnover celular e na remoção da capa córnea foto envelhecida. Na acne, o ácido mandélico age durante o processo infeccioso, combatendo bactérias e prevenindo a formação de novas lesões, além de trabalhar na cicatrização, colaborando com o tratamento e evitando possíveis sequelas (BORGES, et al, 2016).
Portanto, o objetivo do presente estudo, é investigar na literatura os efeitos do ácido mandélico no tratamento da hiperpigmentação pós inflamatória causada pela acne.
METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se de uma revisão de literatura bibliográfica do método integrativa qualitativa e exploratória em bases bibliográficas online, onde abordou-se o conteúdo em questão fornecendo uma compreensão mais abrangente da pesquisa, informando conhecimentos relevantes, evidentes e com alta veracidade de informações a respeito da temática. Neste tipo de abordagem foi elaborado seguindo as etapas para a elaboração de uma pesquisa onde segundo o autor seguir as etapas deste método é considerado relativamente importante para a organização da pesquisa, como: formulação do problema e pergunta norteadora; coleta de dados; análise e interpretação dos dados; organização dos dados em categorias; e apresentação dos resultados e conclusões (MACÊDO; EVARGELANDY, 2018).
A coleta de dados se deu por uma minuciosa busca nas seguintes bases de dados: PubMed, Scielo e Google Acadêmico, entre os meses de fevereiro a março de 2023. Utilizou-se como estratégia a integração nas bases de dados os cruzamentos entre o operador booleano AND e os descritores, mostrando assim uma busca mais precisa. Foram utilizados os descritores que constam no Descritores em Ciência da Saúde (DeCS): Ácido Mandélico (Mandelic acid); Acne vulgar (Acne vulgaris); Hiperpigmentação (Hyperpigmentation).
Foram adotados como critério para inclusão os artigos que componham textos completos, pesquisas originais publicadas que estejam disponíveis nas bases de dados bibliográficas selecionadas que apresente coesão com o objetivo proposto da pesquisa e que correspondam a todos os idiomas. Os artigos que foram encontrados de forma duplicados, os que não estavam disponíveis na integra, e textos incompletos foram considerados os métodos de exclusão para a pesquisa.
A seleção dos estudos foi realizada de forma a ser revisada por dois membros da pesquisa e um terceiro, da qual é referido ao orientador da pesquisa. Todo o processo das buscas e seleção dos estudos foram simplificados em um fluxograma de acordo com as seleções dos artigos.
Figura 1: Fluxograma com o detalhamento das etapas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente estudo, foram incluídos seis artigos, respeitando os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos na metodologia, na tabela abaixo estão os principais dados dos artigos utilizados. Em quantidade total de estudos após os cruzamentos dos descritores, sem a aplicação dos métodos de inclusão e exclusão da pesquisa, foram encontrados 565 estudos, sendo: 4 no PubMed e 561 no Google Acadêmico e na Scielo não foi possível encontrar artigos com o tema da nossa pesquisa. Foram excluídos 236 artigos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, restando assim 329 artigos para a leitura de títulos e resumos, da qual foram exclusos 227 artigos que não estavam disponíveis na integra de livre acesso e que eram artigos de revisão ou estavam incompleto, restaram 54 estudos para avaliar a elegibilidade, entretanto, 48 artigos não atenderam ao tema, sendo assim, restaram 6 artigos para a leitura na integra da qual os 6 foram escolhidos para compor a pesquisa. A síntese dos descritores utilizados das bases de dados e das referências selecionadas está descrita na Tabela 1 abaixo:
Tabela 1. Distribuição das referências obtidas nas bases de dados PubMed e Google Acadêmico, seguindo os descritores estabelecidos. Teresina, 2023.
Autores | Título | Ano de publicaçã o | Objetivo | Metodologia | Conclusão |
Vijay Kumar Garg, et al | Peelings de ácido glicólico versus ácido salicílico mandélico. Peelings em cicatrizes de acne vulgar e pós acne e hiperpigmentação: um estudo comparativo | 2008 | Determinar a eficácia e os efeitos colaterais dos peelings de ácido glicólico e ácido mandélico para o tratamento de acne e cicatrizes de acne e hiperpigmentação | Avaliação da acne ativa foi feita usando o método que consiste em multiplicar o número de cada tipo por seu índice de gravidade e somando cada soma, obteve-se um score total de acne, a avaliação das lesões de acne foi feito no início e em cada visita (2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 semanas). | Os dois ácidos são eficazes na acne com cicatrizes pós acne e hiperpigmentação, sendo o ácido mandélico a 15, 7% melhor para a maioria das lesões inflamatórias de acne e hiperpigmentação pós acne. |
Surabhi Dayal MD, et al | Estudo comparativo da eficácia e segurança de peelings de ácido mandélico a 45% versus ácido salicílico a 30% na acne vulgar leve a moderada. | 2019 | Comparar a eficácia terapêutica e segurança do peeling de ácido mandélico a 45% com o peeling de ácido salicílico a 30% em pacientes indianos com acne vulgar leve a moderada. | Um total de 50 pacientes com acne vulgar leve a moderada foram randomizados divididos em 2 grupos, 1 recebendo peeling de ácido salicílico de 30%, e outro recebendo peeling de 45% de ácido mandélico, com intervalo de 2 semanas por 6 sessões. Duração total do estudo foram 12 semanas. | No geral, não houveram diferenças significativas entre os dois peelings na melhora da acne. Cerca de 45% do ácido mandélico, foi tão eficaz quanto os 30% do peeling de ácido salicílico em acne vulgar facial leve a moderada. No entanto, a segurança e a tolerabilidade do peeling mandélico foram melhores do que o peeling de ácido salicílico. |
Stanley W. Jacobs, et al | Efeitos do tratamento tópico com ácido mandélico em viscoelasticidade da pele facial. | 2018 | Estudar objetivamente as alterações viscoelásticas da pele após o tratamento com ácido mandélico tópico usando o cutometer MPA 580, um aparelho que avalia a firmeza e a viscoelasticidade da pele. | O ácido mandélico foi aplicado 2 vezes ao dia durante 4 semanas. Foram incluídos 24 pacientes, 4 homens e 20 mulheres, com idade entre 42-68 anos, nível Fitzpatrick 2 a 5. Todos os pacientes foram submetidos a testes basais. | O ácido mandélico é uma opção de tratamento tópico para a melhora e qualidade da pele e é bem tolerada. |
Chandrasheka r BS. | Segurança da realização de peelings químicos superficiais em pacientes em uso de isotretinoína oral para acne e pigmentação induzida por acne. | 2021 | Avaliar a segurança e a eficácia dos peelings químicos superficiais em pacientes com acne em uso de isotretinoína e naqueles que não estão em uso de isotretinoína oral. | No grupo A peeling de ácido mandélico com ácido salicílico foi realizado em 22 pacientes, peeling de ácido glicólico em 18 pacientes, e peeling de jessner modificado em 7 pacientes. No grupo B, foram realizados SMP (Ácido salicílico com mandélico) em 8 pacientes, peeling de ácido glicólico em 4 pacientes e peeling de jessner modificado em 1 paciente, retrospectivamente. | O uso da isotretinoína não resultou em complicações, portanto, encorajamos a terapia combinada para alcançar uma melhora mais rápida para a acne. |
Monisha B.MUTHU1, Gopalan KANNAN1, et al | Peeling de ácido salicílico e peeling de fusão com peeling de ácido salicílico e mandélico para tratamento de cicatrizes de acne- um estudo comparativo. | 2020 | Comparar a eficácia terapêutica do peeling de ácido salicílico e do peeling de ácido salicílico mandélico no tratamento de cicatrizes de acne. | Um estudo comparativo foi realizado em 41 pacientes, divididos em 2 grupos com base na escolha do tratamento pelos indivíduos. O grupo A, com 23 pessoas, foi tratado com peeling de ácido salicílico a 30%, e o grupo B com 18 pessoas foi usado peeling de ácido salicílico 20% e ácido mandélico a 10% em um intervalo de 2 semanas por 3 sessões. | Ambos os agentes mostraram eficácia parecidas na melhora das cicatrizes de acne leve a moderada. Os efeitos adversos, foram menores com peeling de ácido mandélico. |
Sarah Anwar, et al | Comparação da eficácia do ácido glicólico a 10% versus ácido mandélico a 10%. Peeling no tratamento da acne. | 2020 | Comparar a eficácia dos peelings de ácido glicólico a 10% versus ácido mandélico a 10% no tratamento da acne. | 120 casos de pessoas que sofrem com acne leve a moderada foram randomizados em grupo A e grupo B para serem tratados com peelings de ácido glicólico a 10% e ácido mandélico a 10%. Retrospectivamente por 6 semanas. Os pacientes foram tratados e pontuados para a melhora semanalmente até 6 semanas. | O ácido glicólico a 10% foi significativamente melhor do que o peeling de ácido mandélico a 10% no tratamento da acne. |
Ácido Mandélico: Concentração e período de uso no tratamento de hiperpigmentações pós inflamatórias causada pela acne.
Para o autor Vijay Kumar GARG (2018), tanto ácido glicólico 35%, como o mandélico salicílico de 10-20%, são eficazes para o tratamento de hiperpigmentação, sendo o mandélico-salicílico possuindo uma resposta maior comparado ao glicólico, por possuir maior teor de renovação celular. Sendo a junção dos dois ácidos mandélico- salicílico um ativo seguro para a aplicabilidade tópica pelo ácido mandélico- salicílico um ativo seguro para a aplicabilidade tópica pelo ácido mandélico possuir uma penetração lenta.
Para Surabhi Dayal MD (2019), utilizando um grupo de pessoas, totalizando 50, um grupo recebendo ácido salicílico 30% e o outro recebendo ácido mandélico a 45%. Sendo assim, o estudo mostrou que com as inflamações não inflamatórias o ácido salicílico se saiu melhor que o ácido mandélico, pelo seu efeito comedolítico. Entretanto, o peeling de ácido mandélico se mostrou mais eficaz em lesões inflamatórias como pápulas e pústulas, comparado ao salicílico.
De acordo com o estudo realizado por Stanley W. (2018) o uso do ácido mandélico melhora subjetivamente a qualidade da pele envelhecida. As propriedades viscoelásticas da pele da pálpebra inferior foram avaliadas semanalmente usando o Cutometer. Após quatro semanas de tratamento tópico com ácido mandélico, a elasticidade da pele da pálpebra inferior aumentou 25,4% (P ¼ 0,003). A firmeza da pele aumentou 23,8% (P ¼ ,029). O ácido mandélico é outra opção de tratamento tópico para melhorar a qualidade da pele e é bem tolerado pelos pacientes.
Segundo o autor Chandrashekar BS (2021), em uma análise comparativa de peelings químicos em 60 pacientes e 214 sessões, sendo o grupo A de ácido salicílico mandélico, e o grupo B de ácido glicólico. Foi observado que os dois grupos possuíram uma melhora significativa da pigmentação da pele após 4 sessões, porém o grupo A, possuiu uma melhora mais rápida comparado ao grupo B. Isso porque o ácido salicílico mandélico, possuem juntos, ação queratolíticas e anti-inflamatórias, se infiltrando na camada do folículo pilossebáceo, enquanto o mandélico é responsável, também, pela renovação celular.
O estudo efetuado por Monisha B. MUTHU1(2020), compara a eficácia terapêutica do peeling de ácido salicílico e do peeling de ácido salicílico mandélico no tratamento de cicatrizes de acne. Foi realizado em 41 pacientes, divididos em dois grupos com base na escolha do tratamento pelos indivíduos. O grupo A (23) foi tratado com peelings de ácido salicílico 30% e o grupo B (18) com peelings de ácido salicílico 20% e ácido mandélico 10% em um intervalo de 2 semanas por três sessões. Ambos os agentes mostraram eficácia quase igual na melhora das cicatrizes de acne leve a moderada.
Os efeitos adversos foram menores com o peeling de ácido salicílico em comparação com o peeling de ácido mandélico.
No estudo de Sarah Anwar (2020) foram utilizados cento e vinte casos de mais de 12 anos de idade e ambos os sexos que sofrem de acne leve a moderada pontuados no sistema de classificação global da acne, foram divididos em grupo A e grupo B para serem tratados com peelings de ácido glicólico a 10% e ácido mandélico a 10%. por 6 semanas. O ácido glicólico a 10% foi significativamente melhor do que os peelings de ácido mandélico a 10% no tratamento da acne.
Para Almeida (2014), o ácido Mandélico com concentração usual de 30% a 50% pode ser utilizado em nas peles com fototipo I ao V com intervalos de 10 a 15 dias, mostra se eficaz no tratamento da hiperpigmentaçãopós inflamatória da acne. Já para Monesha B. Muthu (2020) o ácido mandelico a 10% associado ao ácido salicílico a 20% em intervalos de duas semanas ao final de tres sessões se mostram melhor no tratamento de hiperpigmentações e cicatriz da acne.
CONCLUSÃO
A partir da revisão nas bases de dados foi possível concluir com a fundamentação teórica que o ácido Mandélico possui os seguintes benefícios: Renovador celular, por ter alto peso molecular tem penetração lenta e por isso é considerado um ácido seguro para uso tópico. Também foi possível concluir, que o ácido mandélico é mais eficaz junto ao ácido salicílico para tratamento de acne vulgar, porém, para hiperpigmentações, seu uso único já apresenta melhora. Foi apontado que o emprego do Ácido Mandélico em concentrações de 30% a 45% usado em cabine de forma isolada em casos de hiperpigmentação pós-inflamatória da acne mostra-se bastante eficaz, já associado a outros ácidos demonstra-se mais eficiente e seguro no tratamento da acne. Os resultados obtidos de acordo com nossos estudos, demonstraram a eficácia e a segurança do ácido mandélico na hiperpigmentação pós inflamatória da acne, pois atua na inibição da síntese da melanina ajudando a promover uma eficaz remoção dos pigmentos hipercrômicos, tem ação anti inflamatória, clareadora, renovadora, antibacteriana e fúngico.
REFERÊNCIAS
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