OS EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DA CREATINA NO PROCESSO DE HIPERTROFIA MUSCULAR

THE EFFECTS OF CREATINE USE ON THE MUSCLE HYPERTROPHY PROCESS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202509301250


Cleiciene Moraes Pereira¹
Edilana Reis de Castro¹
Lisamara Ferreira Félix¹
Orientadora: Rebeca Sakamoto Figueiredo²
Coorientador: David Silva dos Reis³


RESUMO

A creatina é considerada um dos suplementos ergogênicos mais eficazes e estudados, destacando-se por favorecer a ressíntese rápida de adenosina trifosfato (ATP) e, consequentemente, melhorar o desempenho em exercícios de alta intensidade. O presente estudo teve como objetivo geral investigar os efeitos da suplementação de creatina na hipertrofia muscular em adultos. Especificamente, buscou-se: (i) avaliar sua eficácia no aumento da massa muscular; (ii) analisar os mecanismos fisiológicos envolvidos; e (iii) discutir a segurança e os possíveis efeitos colaterais de seu uso. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases PubMed e SciELO, entre agosto e setembro de 2025. Utilizaram-se os descritores “Creatina”, “Hipertrofia Muscular” e “Suplementos Nutricionais”. Dos 50 artigos identificados, 15 atenderam aos critérios de inclusão (publicados entre 2015 e 2025, em português ou inglês, com texto completo disponível). Os estudos analisados demonstraram que a suplementação de creatina potencializa a hipertrofia muscular, atuando não apenas pelo aumento da fosfocreatina intramuscular e da ressíntese de ATP, mas também por mecanismos osmóticos e anabólicos, como a ativação da via mTOR. Protocolos de saturação e dose contínua apresentam eficácia semelhante a longo prazo, variando apenas na rapidez dos resultados. Quanto à segurança, observou-se ausência de efeitos adversos significativos em indivíduos saudáveis, embora haja necessidade de cautela em populações específicas. Conclui-se que a creatina é um suplemento seguro e eficaz para otimizar a hipertrofia muscular e o desempenho físico, havendo necessidade de estudos longitudinais em diferentes grupos populacionais.

Palavras-chave: Creatina; Hipertrofia muscular; Suplementação nutricional; Desempenho físico.

ABSTRACT

Creatine is considered one of the most effective and studied ergogenic supplements, notable for favoring the rapid resynthesis of adenosine triphosphate (ATP) and, consequently, improving performance in high-intensity exercise. This study aimed to investigate the effects of creatine supplementation on muscle hypertrophy in adults. Specifically, it sought to: (i) evaluate its efficacy in increasing muscle mass; (ii) analyze the involved physiological mechanisms; and (iii) discuss its safety and potential side effects. This is an integrative literature review conducted in the PubMed and SciELO databases between August and September 2025, using the descriptors “Creatine”, “Muscle Hypertrophy”, and “Nutritional Supplements”. Out of 50 identified articles, 15 met the inclusion criteria (published between 2015 and 2025, in Portuguese or English, with full text available). The analyzed studies demonstrated that creatine supplementation potentiates muscle hypertrophy, acting not only by increasing intramuscular phosphocreatine and ATP resynthesis but also through osmotic and anabolic mechanisms, such as the activation of the mTOR pathway. Saturation and continuous dose protocols showed similar long-term efficacy, differing only in the speed of results. Regarding safety, an absence of significant adverse effects was observed in healthy individuals, although caution is necessary in specific populations. It is concluded that creatine is a safe and effective supplement for optimizing muscle hypertrophy and physical performance, with a need for longitudinal studies in different population groups.

Keywords: Creatine; Muscle Hypertrophy; Nutritional Supplementation; Physical Performance.

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, observa-se um crescimento expressivo no interesse pela prática regular de exercícios físicos, associado não apenas à busca por um estilo de vida mais saudável, mas também ao aprimoramento do desempenho esportivo e da composição corporal (XAVIER et al., 2024; RODRIGUES; SILVA, 2023). Nesse cenário, a suplementação nutricional consolidou-se como ferramenta estratégica, destacando-se a creatina como um dos recursos ergogênicos mais estudados e utilizados em nível mundial (KREIDER et al., 2021; GOMES; FREITAS, 2025).

A creatina desempenha papel essencial no metabolismo energético muscular, atuando na ressíntese rápida de adenosina trifosfato (ATP) por meio da fosfocreatina. Esse mecanismo confere suporte direto à realização de esforços de alta intensidade e curta duração, como os exercícios resistidos, contribuindo para maiores ganhos de força, potência e hipertrofia muscular (SANTOS; MARTINS; FERREIRA, 2021; REIS et al., 2025). Além disso, estudos recentes demonstram que a suplementação pode favorecer a retenção hídrica intracelular, estimulando vias anabólicas como a mTOR, que potencializam a síntese proteica (SILVA; MACHADO, 2019; SOLIS; ARTIOLI; GUALANO, 2021).

Embora amplamente reconhecida pela eficácia, a suplementação de creatina ainda desperta questionamentos quanto à segurança a longo prazo e à padronização de protocolos de uso. Pesquisas apontam benefícios consistentes em indivíduos saudáveis, mas recomendam cautela em populações com histórico de doenças renais ou condições clínicas específicas, o que reforça a necessidade de acompanhamento profissional (DAVANI-DAVARI et al., 2018; BALDIN et al., 2022). Ao mesmo tempo, lacunas persistem em estudos envolvendo idosos, mulheres e indivíduos com patologias crônicas, evidenciando a relevância de investigações direcionadas (VOGEL; ROMAN; SIQUEIRA, 2019).

Diante desse contexto, o presente estudo tem como objetivo geral investigar os efeitos da suplementação de creatina na hipertrofia muscular em adultos praticantes de musculação, considerando diferentes protocolos de dosagem, tempo de uso e níveis de experiência no treinamento. Como objetivos específicos, propõe-se: (i) avaliar a eficácia da creatina no aumento da massa muscular; (ii) analisar os mecanismos fisiológicos por ela desencadeados; e (iii) investigar a segurança e os possíveis efeitos colaterais de seu uso.

A relevância da pesquisa reside na necessidade de oferecer informações seguras, atualizadas e baseadas em evidências científicas, contribuindo para o uso consciente da creatina e para a melhoria da performance atlética e da qualidade de vida de praticantes de atividade física.

2. METODOLOGIA

2.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método que permite reunir, avaliar e sintetizar resultados de pesquisas científicas sobre determinado tema de forma sistemática e abrangente. Esse delineamento possibilita identificar avanços, lacunas e contradições no conhecimento, além de subsidiar a tomada de decisões baseadas em evidências (LIBERALI, 2008).

2.2 Coleta de dados

A busca dos artigos foi realizada entre agosto e setembro de 2025 nas bases de dados PubMed e SciELO. Para tanto, foram utilizados os seguintes descritores em português e inglês: Creatina (Creatine), Hipertrofia Muscular (Muscle Hypertrophy) e Suplementos Nutricionais (Dietary Supplements).

Foram inicialmente identificados 50 artigos. Após leitura de títulos e resumos, 25 estudos foram selecionados para leitura na íntegra. Aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão, permaneceram 15 artigos, sendo 10 nacionais e 5 internacionais, publicados entre 2015 e 2025.

Critérios de inclusão: Artigos originais, publicados em português ou inglês; Estudos que abordassem a suplementação de creatina relacionada à hipertrofia muscular; Trabalhos com texto completo disponível e que respondessem à questão norteadora.

Critérios de exclusão: Monografias, dissertações e teses; Revisões não sistemáticas, editoriais e cartas ao editor; Estudos disponíveis apenas em resumo ou sem acesso integral ao conteúdo.

Figura 01: Fluxograma do processo de seleção dos artigos

Fonte: Autoras, (2025).

2.3 Análise de dados

Os estudos selecionados foram fichados em planilhas padronizadas, contemplando informações sobre autores, ano de publicação, objetivos, metodologia, protocolos de suplementação de creatina e principais resultados. Essa sistematização possibilitou uma visão ampla e organizada das evidências, permitindo identificar padrões de resposta, além de diferenças metodológicas entre os trabalhos. A análise inicial destacou a diversidade de desenhos de estudo, variando desde ensaios clínicos randomizados até revisões narrativas, o que reforça a necessidade de interpretação crítica e cautelosa dos achados.

A partir dessa organização, procedeu-se à síntese comparativa dos resultados, agrupando-os em cinco eixos temáticos: eficácia da suplementação na hipertrofia e força; mecanismos fisiológicos envolvidos; protocolos de dosagem e tempo de uso; benefícios adicionais ao desempenho esportivo; e segurança e possíveis efeitos adversos. Essa abordagem permitiu integrar os achados de diferentes contextos, evidenciando tanto as convergências que sustentam a eficácia e segurança da creatina quanto às lacunas existentes, como a escassez de estudos em populações específicas (idosos, mulheres e indivíduos com doenças crônicas). Assim, a análise de dados proporcionou uma compreensão crítica e abrangente do papel da creatina na hipertrofia muscular.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos a partir da revisão integrativa demonstram de forma consistente que a creatina é um dos suplementos nutricionais mais eficazes no contexto do treinamento resistido, apresentando benefícios relevantes na hipertrofia muscular, no ganho de força e no desempenho em exercícios de alta intensidade. As evidências analisadas convergem para o fato de que o composto atua por múltiplos mecanismos fisiológicos, envolvendo desde a ressíntese rápida de adenosina trifosfato (ATP) até a modulação de vias anabólicas e a retenção de água intracelular. Além disso, a segurança de seu uso em doses adequadas tem sido amplamente documentada, embora lacunas ainda existam em relação a populações específicas e ao acompanhamento em longo prazo (KREIDER et al., 2021; XAVIER et al., 2024).

3.1 Eficácia da creatina na hipertrofia e no desempenho

Diversos estudos apontam que a suplementação de creatina está associada ao aumento da massa muscular e da força máxima, sobretudo em indivíduos submetidos a programas de musculação estruturados. Santos et al. (2021) verificaram que praticantes suplementados apresentaram incremento significativo de massa magra em comparação ao grupo placebo, após oito semanas de intervenção. Resultados semelhantes foram encontrados por Silva e Machado (2019), que também observaram maior capacidade de gerar força explosiva.

Segundo Artioli et al. (2021), a suplementação favorece tanto atletas de alto rendimento quanto praticantes recreacionais, desde que associada ao estímulo mecânico do exercício resistido. Essa combinação potencializa adaptações musculares relacionadas à hipertrofia, uma vez que a creatina aumenta a disponibilidade energética para treinos de alta intensidade, permitindo maior volume e qualidade de treinamento. Gomes e Freitas (2025) destacam que esse efeito se traduz em ganhos de desempenho em modalidades esportivas que exigem força e potência, consolidando a creatina como recurso ergogênico de primeira linha.

Outro benefício importante da creatina é a sua capacidade de melhorar a função cerebral. Estudos mostram que a suplementação de creatina pode ajudar a melhorar a memória, a concentração e o desempenho cognitivo (AVGERINOS et al., 2018).

Além disso, REIS et al. (2025) apontam que a creatina não se restringe apenas ao aumento da massa muscular, mas também contribui para a melhoria da composição corporal, com redução relativa do percentual de gordura em praticantes de musculação. Essa evidência reforça sua importância não apenas para o desempenho esportivo, mas também para objetivos estéticos e de saúde, tornando seu uso cada vez mais difundido em diferentes contextos.

3.2 Mecanismos fisiológicos envolvidos

Do ponto de vista fisiológico, a principal função da creatina é atuar como substrato para a ressíntese de ATP por meio do sistema fosfagênio, o que confere suporte imediato para esforços de alta intensidade e curta duração. Estudos recentes de SOLIS, ARTIOLI e GUALANO (2021) demonstram que o aumento da disponibilidade de fosfocreatina intramuscular possibilita maior tolerância ao exercício, permitindo a execução de séries mais longas e intensas.

Outro mecanismo amplamente descrito é o efeito osmótico-anabólico, no qual a creatina favorece o influxo de água para o interior da fibra muscular, aumentando o volume celular. Esse processo é interpretado pelo organismo como sinal anabólico, estimulando a ativação de vias de síntese proteica, especialmente a via mTOR, responsável pelo crescimento muscular (SILVA; MACHADO, 2019). Xavier et al. (2024) corroboram essa visão ao destacar que a combinação de estímulo mecânico e suplementação otimiza a ativação de genes relacionados à hipertrofia.

Pesquisas mais recentes também sugerem que a creatina pode modular a expressão de fatores de crescimento, como o IGF-1, e reduzir o estresse oxidativo, favorecendo não apenas a performance, mas também a recuperação muscular (BALDIN et al., 2022). Dessa forma, a suplementação transcende o papel puramente energético, atuando em processos moleculares que sustentam adaptações positivas ao treinamento.

3.3 Protocolos de suplementação e tempo de uso

Os estudos analisados demonstraram que diferentes protocolos de suplementação de creatina podem ser adotados, com variações quanto à dose inicial, tempo de uso e efeitos alcançados. O Quadro 01 resume os principais modelos utilizados na literatura.

Quadro 01: Protocolos de suplementação de creatina e seus principais efeitos”

ProtocoloDose diáriaDuração típicaEfeitos mais frequentesReferências
Saturação + manutenção20–25 g/dia (5–7 dias) + 3–5 g/diaSemanas a meses↑ força, ↑ massa magra, ↑ desempenho anaeróbioSantos; Martins; Ferreira (2021)
Dose contínua (sem saturação)3–5 g/diaSemanas a meses↑ PCr gradual, menor desconforto gastrointestinal, resultados comparáveis a longo prazoPanta; Silva Filho (2015)
Intervenções de curtíssimo prazo3–7 g/dia5–7 diasEfeitos inconsistentes em força e hipertrofiaPaula; Azevedo (2020)

Fontes: Autorias, (2025).

Diversos autores corroboram que ambos os protocolos mais utilizados — saturação seguida de manutenção e dose contínua — são eficazes no aumento de força, massa magra e desempenho anaeróbio. KREIDER et al. (2021) afirmam que, a longo prazo, os resultados tendem a ser semelhantes, embora a saturação proporcione adaptações mais rápidas, especialmente em praticantes de musculação em fases iniciais de treinamento.

Por outro lado, JUNIOR et al. (2023) destacam que o protocolo contínuo favorece a adesão, por ser mais simples e gerar menor incidência de efeitos gastrointestinais. Em linha semelhante, BALDIN et al. (2022) reforçam que essa estratégia é particularmente indicada para praticantes recreacionais e para indivíduos que visam uso prolongado, uma vez que apresenta perfil de segurança estável.

Já intervenções de curtíssimo prazo, conforme PAULA e AZEVEDO (2020), mostram resultados inconsistentes quanto à hipertrofia e ao ganho de força. Essa variabilidade pode estar associada à curta duração dos protocolos, insuficiente para promover mudanças expressivas na composição corporal. ARTIOLI et al. (2021) acrescentam que a creatina demanda tempo para saturar o tecido muscular, o que limita efeitos visíveis em poucos dias.

Estudos recentes, como os de REIS et al. (2025), também sugerem que a escolha do protocolo deve considerar fatores como objetivos individuais, nível de treinamento e tolerância gastrointestinal. Dessa forma, a suplementação de creatina deve ser conduzida de forma personalizada e preferencialmente acompanhada por profissionais de saúde e nutrição.

3.4 Segurança e possíveis efeitos adversos

A segurança do uso da creatina é um dos pontos mais discutidos na literatura. A maioria dos estudos indica que, em indivíduos saudáveis, a suplementação é considerada segura e não compromete a função renal ou hepática quando utilizada em doses adequadas (KREIDER et al., 2021; ARTIOLI et al., 2021).

Efeitos adversos relatados são geralmente leves e transitórios, como desconforto gastrointestinal e ganho de peso inicial decorrente da retenção hídrica intracelular (SANTOS; MARTINS; FERREIRA, 2021). Em contrapartida, pesquisadores como BALDIN et al. (2022) enfatizam a necessidade de cautela em populações com histórico de doenças renais ou em uso de medicamentos nefrotóxicos, sugerindo acompanhamento médico.

Um aspecto relevante diz respeito à disseminação de mitos em torno do suplemento, como a suposta indução de câimbras ou desidratação. Estudos recentes, entretanto, refutam tais afirmações, mostrando que a creatina pode inclusive contribuir para a hidratação muscular adequada (XAVIER et al., 2024). Esses achados reforçam a importância da educação nutricional baseada em evidências para promover o uso consciente e seguro do suplemento.

3.5 Lacunas e perspectivas futuras

Apesar da ampla documentação de benefícios, ainda existem lacunas relevantes na literatura. Grande parte dos estudos é realizada com homens jovens e saudáveis, o que restringe a extrapolação dos resultados para populações como mulheres, idosos e indivíduos com doenças crônicas. VOGEL, ROMAN e SIQUEIRA (2019) ressaltam que essas populações podem responder de maneira distinta à suplementação, tornando essencial a realização de pesquisas específicas.

Outra limitação recorrente é a curta duração das intervenções, que dificulta a análise de efeitos prolongados. GOMES e FREITAS (2025) defendem que estudos longitudinais, com acompanhamento superior a um ano, são fundamentais para avaliar impactos de longo prazo na saúde muscular e metabólica. Além disso, há necessidade de explorar interações da creatina com outros suplementos e estratégias nutricionais, ampliando sua aplicabilidade clínica e esportiva (REIS et al., 2025).

Assim, a síntese dos resultados aponta que a creatina monohidratada é eficaz e segura para promover ganhos de hipertrofia muscular e desempenho, mas requer investigações mais aprofundadas em contextos diversos, a fim de consolidar protocolos individualizados e ampliar sua utilização de forma ética e responsável.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os achados desta revisão integrativa confirmam que a suplementação de creatina representa uma estratégia ergogênica eficaz e segura para potencializar a hipertrofia muscular, especialmente quando associada a programas de treinamento resistido bem estruturados e a uma alimentação equilibrada. Os estudos analisados demonstram benefícios consistentes no aumento da massa magra, da força máxima e do desempenho em exercícios de alta intensidade e curta duração, o que atende ao objetivo de avaliar sua eficácia no ganho muscular.

Do ponto de vista fisiológico, a creatina atua principalmente pela elevação dos estoques de fosfocreatina intramuscular, acelerando a ressíntese de ATP e contribuindo para maior volume e intensidade de treino. Além disso, promove efeito osmótico-anabólico, favorecendo a ativação de vias de síntese proteica, em consonância com o objetivo de compreender seus mecanismos de ação.

No que se refere à segurança, não foram observados efeitos adversos relevantes em indivíduos saudáveis quando a suplementação foi realizada nas doses recomendadas, embora haja necessidade de acompanhamento clínico em populações com histórico de doenças renais ou condições específicas. Assim, cumpre-se o objetivo de investigar a segurança e possíveis efeitos colaterais do uso da creatina.

Apesar das evidências positivas, persistem lacunas científicas relacionadas a populações específicas, como idosos, mulheres e indivíduos com doenças crônicas, além da carência de estudos longitudinais que avaliem impactos de longo prazo. Futuras pesquisas poderão explorar protocolos de dosagem personalizados e investigar possíveis interações da creatina com outros suplementos e estratégias nutricionais, ampliando suas aplicações clínicas e esportivas.

Portanto, a creatina monohidratada, utilizada de forma criteriosa e sob orientação profissional, permanece como um dos suplementos mais estudados e recomendados, contribuindo significativamente para o desempenho esportivo, a saúde muscular e a qualidade de vida de praticantes de atividades físicas.

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1Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: Cleicienemoraes@gmail.com
1Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: Edilanareisi9life@gmail.com
1Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: Lisahfelix02@gmail.com
2Orientadora do TCC, Mestre em Ciência da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: rebeca.fihueiredo@fametro.edu.br
3Coorientador(a) do TCC, Mestre em Saúde Coletiva pela UNISANTOS. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: david.reis@fametro.edu.br