EFFECTS OF PHYSICAL ACTIVITY PRATICE ON CLINICAL CONDITIONS OF INDIVIDUALS IN FIBROMYALGIA TREATMENT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8348895
Delfino Vital Da Cunha Araujo Neto¹
Maria Clara Rocha De Oliveira Paes Landim¹
Patrícia Regina Gomes De Sousa¹
Thâmalla Amaral Gonçalves¹
Sarah Bento Cavalcante¹
Sâmia De Sá Moreira Braga¹
Klégea Maria Câncio Ramos²
RESUMO
Introdução: a fibromialgia (FM) é uma doença reumática de etiologia desconhecida, que afeta principalmente mulheres. Os principais sintomas da FM são dores musculoesqueléticas e fadiga crônica. O manejo clínico padrão para fibromialgia inclui intervenções farmacológicas e não farmacológicas. A atividade física é umas das terapias não farmacológicas, que tem se mostrado eficaz no tratamento da fibromialgia. Objetivo: analisar os efeitos da prática de atividade física na sintomatologia de indivíduos em tratamento de fibromialgia. Metodologia: utilizou-se os bancos de dados da PubMed, Scielo e Lilac, com os seguintes descritores: fibromyalgia AND exercise; fibromyalgia AND physical activity.Os critérios de inclusão foram os seguintes: estudos que tinham realizado intervenção com programas de atividade física com duração de no mínimo 3 meses; trabalhos que avaliaram pelo menos um domínio-chave dos sintomas da fibromialgia; e todos os ensaios que discorreram sobre o efeito de pelo menos um tipo de exercício físico e/ou que compare com uma outra modalidade de tratamento clínico; e adotou-se como critérios de exclusão: artigos que faziam menção a doenças autoimunes não reumatológica; e estudos que envolviam indivíduos diagnosticados com fibromialgia e outra patologia reumatológica autoimune associada, e por fim, usou-se a estratégia Prisma. Resultados e Discussão: Foram encontrados 6 ensaios ensaios clínicos randomizados. Todos buscavam o efeito do exercício físico sobre a melhora de parâmetros clínicos de pacientes com diagnóstico de fibromialgia e basearam- se em escalas e scores que já existem na literatura para avaliar os participantes na pesquisa, além de parâmetros clínicos como o número de pontos sensíveis ao exame físico. Dos artigos analisados apenas dois não mostraram resultados significativos, os demais mostraram melhora dos parâmetros clínicos. Conclusão: Pode-se concluir que é de grande importância a prática de atividade física na rotina de pessoas com fibromialgia tendo em vista melhora da qualidade de vida por meio da redução da dor, sensibilidade à doença, melhora do componente psicológico e sono. Ainda assim, é necessária a realização de mais estudos sobre o tema.
Palavras-chave: Atividade Motora. Doença Reumatológica. Dor.
INTRODUÇÃO
A fibromialgia (FM) é uma doença reumática de etiologia desconhecida, que afeta principalmente mulheres (4,2%) e sua prevalência na população mundial é de 2,7%. Essa condição provoca uma diminuição na realização das atividades da vida diária o que compromete fortemente a qualidade de vida desses pacientes (BRAVO et al., 2019).
Os principais sintomas da FM são dores musculoesqueléticas e fadiga crônica. Além disso, os pacientes costumam referir sono não reparador, rigidez matinal, depressão, ansiedade e sintomas gastrointestinais (GI) semelhantes à síndrome do intestino irritável (SII) (SILVA et al.,2019).
O manejo clínico padrão para fibromialgia inclui intervenções farmacológicas e não farmacológicas. A terapia medicamentosa consiste principalmente em analgésicos, relaxantes musculares e anti-inflamatórios não esteroides (AINE). Enquanto as intervenções não farmacológicas incluem fisioterapia, terapia comportamental, realização de exercícios terapêuticos tais como exercícios aeróbicos, exercícios de flexibilidade, treinamento de força e alongamento. Tratamento multidisciplinares são estratégias necessárias, visto que que a maioria dos pacientes apresenta um controle insatisfatório do quadro clínico, com o uso exclusivo de terapia medicamentosa. (SILVA et al., 2019 ESTÉVEZ-LÓPEZ et al.,2021 CONTE et al.,2018).
A atividade física tem o objetivo de restauração ou manutenção da força, da resistência aeróbia, mobilidade, flexibilidade, coordenação, equilíbrio e das habilidades funcionais. A prática do exercício físico parece ser eficaz, mas não há consenso sobre o tipo, frequência, duração e intensidade da atividade física benéfica para essa população (SOSA-REINA et al., 2017). Logo, é preciso mais estudos que mostrem qual atividade física é mais eficiente para o controle dos sintomas desses pacientes, bem como sua frequência e intensidade.
O objetivo desse estudo é analisar os efeitos da prática de atividade física na sintomatologia de indivíduos em tratamento de fibromialgia.
METODOLOGIA
Revisão sistemática da literatura, que envolveu o trabalho de cinco pesquisadores que avaliaram de maneira independente a qualidade de cada artigo. A formulação da questão da pesquisa foi baseada na estratégia PICO (do inglês population/patients, intervention, comparison, outcome). A seguinte pergunta norteou a pesquisa bibliográfica: ‘‘Quais são os efeitos da prática de atividade física no quadro clínico de indivíduos em tratamento para fibromialgia?’’. A busca foi feita nos bancos de dados da PubMed, Scielo e Lilac, com termos separados e combinados, com o operador booleano OR e os seguintes descritores em ciências da saúde da Bireme (DeCS): fibromialgia (fibromyalgia); exercícios físicos (exercise); atividade física (physical activity); fibromyalgia AND exercise; fibromyalgia AND physical activity.A seleção dos artigos foi feita de setembro de 2021 a novembro de 2021. Os critérios de inclusão foram os seguintes: estudos que tinham realizado intervenção com programas de atividade física com duração de no mínimo 3 meses; trabalhos que avaliaram pelo menos um domínio-chave dos sintomas da fibromialgia (dor, bem-estar global, qualidade de vida relacionada à saúde, depressão, rigidez, fadiga); e todos os ensaios que discorreram sobre o efeito de pelo menos um tipo de exercício físico e/ou que compare com uma outra modalidade de tratamento clínico. O limite de tempo para as publicações foi de 2017 a 2021 (os últimos 5 anos), foram incluídos todos os artigos disponíveis na íntegra nos idiomas português e inglês. Como critérios de exclusão, foram adotados: artigos que faziam menção a doenças autoimunes não reumatológica; e estudos que envolviam indivíduos diagnosticados com fibromialgia e outra patologia reumatológica autoimune associada. A estratégia Prisma (preferred reporting itens for systematic reviews and meta-analysis) foi usada nesta revisão para qualificar o trabalho ao fazer uma análise crítica dos estudos selecionados. A figura 1 apresenta o fluxograma de identificação, seleção e inclusão dos estudos com base nas recomendações da estratégia Prisma.
RESULTADOS
O número máximo de 96 artigos foi encontrado com os descritores “Fibromyalgia and exercise” e “Fibromyalgia and physical activity”. Com os descritores “Fibromyalgia and exercise” foi encontrado 27 artigos no PubMed, 15 Scielo e 4 Lilacs. Ao pesquisar os descritores “Fibromyalgia and exercise” foi encontrada 40 artigos no PubMed, 9 Scielo e 1 Lilacs. Portanto, o número de artigos encontrado no total no PubMed foi 67, Scielo 24 e Lilacs 5. Os métodos de cada artigo foram revisados manualmente observando se estudo de caráter primário, se tempo de intervenção na pesquisa maior que 3 meses e se discorriam sobre o efeitos da atividade física sob pelo menos um domínio-chave dos sintomas de fibromialgia. Assim, foram selecionados no total de cada base de dados 13 artigos do PubMed, 2 Scielo e nenhum artigo do Lilacs foi incluído, dentre esse número já foram retirados os artigos duplicados. A partir dos selecionados anteriormente, foi aplicada a estratégia prisma para análise crítica dos artigos e selecionado os devidamente qualificados. Desta análise, ao final foi selecionado para este estudo um total de 6 artigos, sendo 5 da plataforma PubMed e 1 Scielo, todos estudos clínicos randomizados.
A tabela 1 mostra informações sobre os 6 artigos incluídos. Na tabela 1 mostra a identificação do estudo, desenho do estudo, tamanho da amostra utilizada na pesquisa, divisão dos grupos da amostra, características dos participantes (sexo, diagnóstico de fibromialgia e faixa etária abordada) e o tempo da pesquisa.
Os estudos tiveram de pesquisa em sua maioria em 12 semanas, variando apenas em dois estudos o tempo de 15 e 16 semanas. Além disso, cinco dos seis estudos utilizaram como participantes mulheres com diagnóstico de fibromialgia, variando apenas no estudo de Arakaki et al. (2021) que não foi especificado se os pacientes eram apenas mulheres. A faixa etária variou de 20 a 75 anos, sendo que em todos os artigos foram abordados de adultas jovens até idosas. Além disso, na divisão das amostras, na maioria das pesquisas foi comparado o grupo controle com a atividade física em questão analisada, com exceção apenas de dois estudos em que foi feita a comparação entre duas atividades físicas diferentes.
A continuação da tabela 1 mostra o tipo de exercício avaliado no estudo, quais as escalas, scores e parâmetros clínicos utilizados para avaliação dos pacientes em cada e a conclusão de cada um. Todos os estudos basearam- se em escalas e scores que já existem na literatura para avaliar os participantes na pesquisa, além de parâmetros clínicos como o número de pontos sensíveis ao exame físico.
Destes estudos, em sua maioria é explícito o efeito positivo dos exercícios físicos em análise sobre a sintomatologia de paciente com fibromialgia. No entanto, alguns dos estudos não conseguiram demonstrar efeitos significantes sobre a sintomatologia. Todos os estudos analisados baseiam- sem em tipos diferentes de exercício físico, o que dificulta a comparação direta entre os tipos em si, se alguma abordagem seria superior a outra ou teria resultados iguais. No entanto, pode- se a partir destas diferenças analisar que mesmo sendo abordagens discrepantes, a maioria traz resultado positivo para estas pacientes e mostra variedade de exercícios que estas poderiam praticar.
Tabela 1 | |||||
Autor, ano, revista | Desenho do estudo | Tamanho da amostra | Divisão da amostra em grupos | Características da amostra | Tempo de Pesquisa |
Andrade et al., 2019, European Journal Of Physical And Rehabilitation Medicine | Ensaio Clínico Randomizado Cego | 54 | Grupo treinado (N = 27) e grupo controle (N = 27). | Mulheres com Sindrome de Fibromialgia (SFM) de 30-60 anos | 16 semanas |
Arakaki et al., 2021, Reumatismo | Ensaio clínico randomizado | 60 | Grupo de exercícios com bola suíça (N = 30) ou um grupo de alongamento (N = 30). | Mulheres/Homens com Fibromialgia de 20 e 65 anos | 12 semanas |
Assumpção et al., 2018, European Journal Of Physical And Rehabilitation Medicine | Ensaio Controlado Randomizado | 44 | Grupo de alongamento (N = 14), grupo de resistência (N. = 16) e grupo controle (N. = 14) | Mulheres com Fibromialgia de 30 a 55 anos | 12 semanas |
Hernando-Garijo et al. ,2021, International Journal Of Environmental Research And Public Health | Ensaio clínico randomizado simples-cego | 34 | Grupo Programa de Telerreabilitação (N= 17) e grupo Controle (N= 17) | Mulheres com Fibromialgia 30 e 75 anos | 15 semanas |
Medeiros et al., 2020, Advances In Rheumatology | Ensaio clínico randomizado simples-cego | 42 | Grupo Mat Pilats (N =21) e Grupo Exercicio aeróbico aquático (N=21) | Mulheres com Fibromialgia de 18 e 60 anos de idade | 12 semanas |
Valmaña et al., 2020, Journal Of Primary Care & Community Health | Ensaio clínico randomizado | 48 | Grupo controle (N=25) e Grupo de intervenção (N=23) | Mulheres com Fibromialgia de 40 a 75 anos | 12 semanas |
Tabela 1 | Continuação | |
Tipo de exercício avaliado | Escalas, Scores e parâmetros clínicos para avaliação | Conclusão |
Treinamento físico aquático x Controle | – Limiar de dor à pressão – Escala Visual Analógica de dor (EVA) – Impacto da fibromialgia na qualidade de vida – Inventário de Depressão de Beck – Inventário de ansiedade de Beck – Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36). – Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh | 16 semanas de treinamento físico aquático foram eficazes em promover aumento do VO 2 na Escala Visual Analógica e no pico do teste cardiopulmonar e melhorou a sintomatologia clínica em mulheres com SFM. No entanto, após 16 semanas do período de destreinamento, houve um retorno próximo à linha de base. |
Exercício na bola suíça (fortalecimento muscular) x Alongamento (direcionados aos mesmos músculos treinados no grupo de bola suíça) | – Dor (escala visual analógica 0-100) – Força muscular (teste de uma repetição máxima) – Estado de saúde (Fibromyalgia Impact Questionnaire Revised) – Qualidade de vida (questionário Short Form-36) | O tratamento da fibromialgia com exercícios de fortalecimento e o uso da bola suíça proporcionaram melhora da dor, qualidade de vida, força muscular e diminuição da necessidade de medicamentos para essa doença em comparação aos exercícios de alongamento, sem efeitos negativos. |
Alongamento Muscular x Exercício Resistido x Controle | – Escore de dor corporal: Limiar de dor, Número de pontos sensíveis – Escore de depressão FIQ: Funcionamento Físico, Bem-estar, Trabalho perdido, Capacidade de trabalho, Dor, Fadiga, Cansaço matinal, Rigidez , Ansiedade, Depressão – Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36): Funcionamento físico, Role-físico, Dor corporal, Saúde geral, Vitalidade, Função social, Papel emocional, Saúde mental. | O programa de exercícios de alongamento muscular foi a modalidade mais eficaz na melhoria da qualidade de vida, principalmente função física e dor, e o treinamento resistido foi a modalidade mais eficaz na redução da depressão. |
Programa de Telerreabilitação baseado em exercício aeróbio x Controle | – Escala Visual Analógica – Sensibilidade à dor mecânica (algômetro) – Número de pontos sensíveis – Impacto FM (Questionário de Impacto da Fibromialgia Revisado) – Catastrofização da dor (Escala de Catastrofização da Dor) – Sofrimento fisiológico (Escala de Ansiedade e Depressão do Hospital) – A função física dos membros superiores (teste de flexão do braço) e dos membros inferiores (teste de caminhada de 6 minutos) | Programa de Telerreabilitação baseado em exercícios aeróbicos foi eficaz para reduzir a intensidade da dor, a sensibilidade à dor mecânica e o sofrimento psicológico durante o bloqueio causado pela pandemia de COVID-19. |
Exercícios baseados no método Mat Pilates x Exercícios aeróbicos aquáticos | – Escala Visual Analógica de dor (EVA) – Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ) – Versão brasileira do Short Form-36 Health Survey (SF-36) – Versão brasileira do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) – Escala de Pensamentos Catastróficos sobre a Dor (PRCTS) – Versão brasileira do Fear Avoidance Beliefs Questionnaire (FABQ-BR) | O método mat Pilates (MPG) e exercícios aeróbicos aquáticos (AAEG) foram eficazes após 12 semanas de tratamento para pacientes com FM na melhora da dor. O MPG não obteve resultados diferentes estatisticamente significantes quando comparado ao AAEG, o que comprova que uma modalidade não se sobrepõe à outra. |
Programa de atividade física terapêutica envolvendo resistência aeróbia e trabalho de força e equilíbrio | – Escala Visual Analógica de dor (EVA) – Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ) – Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey SF-36 | Um programa de exercícios de baixa intensidade 2 dias por semana durante um período de 12 semanas não teve efeito significativo sobre a dor, percepção do estado de saúde e o impacto da condição em uma amostra de mulheres com fibromialgia. |
DISCUSSÃO
Assumpção et al. (2018) em seu trabalho comparou a eficácia dos exercícios de alongamento muscular e do treinamento resistido para sintomas e qualidade de vida em pacientes com fibromialgia, para isso ele selecionou 44 mulheres de 30 a 55 anos diagnosticadas com FM, elas foram divididas em 3 grupos por 12 semanas: grupo de alongamento (N = 14), grupo de resistência (N. = 16) e grupo controle (N. = 14). Durante a intervenção foram comparados limiar de dor, qualidade de vida, saúde mental, melhora dos sintomas, entre outros aspectos. No fim do estudo, verificou-se que o programa de exercícios de alongamento muscular foi a modalidade mais eficaz na melhoria da qualidade de vida, principalmente função física e dor, e o treinamento resistido foi a modalidade mais eficaz na redução da depressão.
Por outro lado, Andrade et al (2019) avaliou se o treinamento físico aquático (TFA) colabora para a melhora do consumo de O2 (VO2) em relação à massa corporal magra e sintomatologia clínica. Por fim, ele concluiu que 16 semanas de treinamento físico aquático foram eficazes em promover aumento do VO2 na Escala Visual Analógica e no pico do teste cardiopulmonar e melhorou a sintomatologia clínica em mulheres com SFM. No entanto, após 16 semanas do período de destreinamento, houve um retorno próximo à linha de base. Logo, o TFA deve ser realizada continuamente para melhorar a sintomatologia clínica e aumentar a capacidade funcional aeróbia em mulheres com SFM.
Sob outra perspectiva, Valmaña et al. (2020) após a realização da intervenção terapêutica com exercícios envolvendo resistência aeróbia, treino de força e de equilíbrio verificaram que não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto a diminuição da dor, autopercepção do estado de saúde e do impacto da doença na amostra de mulheres com fibromialgia. Entretanto, recomendam que a prática de atividade física faça parte da rotina, como forma de cuidado à saúde, frisando que não há uma atividade física específica ou de predileção.
Embora alguns estudos não tenham detectado benefícios significantes da prática de atividade física sob o quadro clínico da fibromialgia, Hernando-Garijo et al. (2021) obtiveram resultados diferentes com a intervenção realizada. Constataram que após o programa de telerreabilitação baseado na prática de exercícios aeróbios, as participantes relataram redução da intensidade da dor, da sensibilidade à dor e do sofrimento psicológico trazido pelo cenário da pandemia.
Após uma avaliação em pacientes com diagnóstico de fibromialgia dos efeitos diretos de dois possíveis cenário de atividade física baseado em exercícios de fortalecimento com bola suíça e outro grupo usando apenas alongamentos, Arakaki et al. (2021) verificou uma melhora estatisticamente significativa do grupo da bola suíça nos aspectos dor, qualidade de vida, força muscular e diminuição da necessidade de medicamentos para essa doença.
Por fim, também de acordo com a não contribuição da atividade física para a melhora dos sintomas causados pela fibromialgia, Medeiros et al. (2020) mostraram não haver diferença importante na melhoria geral dos sintomas entre pacientes que passaram por sessão de Mat Pilates em comparação com aqueles que realizaram exercício aeróbico aquático, no entendo, ambas modalidades ainda apresentaram influência positiva quanto a melhoria do sono e diminuição de pensamentos catastróficos em relação a doença.
CONCLUSÃO
Por meio da análise dos estudos selecionados para a presente pesquisa, pode-se concluir que ainda há a necessidade de se realizar mais estudos que trabalhem diferentes modalidades de atividade física a longo prazo e a relação entre o tipo de atividade física, seu impacto no organismo e as variáveis que se beneficiam ao longo da prática. Dessa forma, será possível compreender mais sobre a fisiologia do exercício no grupo de pessoas diagnosticadas com fibromialgia e, consequentemente, indicar um programa mais direcionado.
Ainda assim, pode-se dizer, que mesmo havendo controvérsias quanto a um significativo benefício da prática de atividade física na melhora do quadro sintomatológico ocasionado pela fibromialgia, é de grande importância mantê-la como aliada na rotina para autocuidado e cuidado em saúde. Pois a maioria dos estudos analisados evidenciou benefícios como a redução da dor, da sensibilidade à própria doença, melhora do componente psicológico e do sono, logo se pode afirmar que a prática de atividade física contribui para melhor qualidade de vida de pessoas diagnosticadas com fibromialgia.
REFERÊNCIAS
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¹Graduação em Medicina no Centro Universitário Facid Wyden – UNIFACID, Teresina, PI.
²Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFRN) e professora do Centro Universitário Facid Wyden – UNIFACID, Teresina, PI.