OS CUIDADOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA HIGIENIZAÇÃO ORAL EM PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12187152


Carina Andréia Kessler Perondi;
João Paulo de Oliveira Soares;
Orientador: Augusto Cesar Kappes Sapegienski.


RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um local onde são realizados muitos atendimentos em pacientes graves que necessitam de suporte e monitoramento e equipe capacitada para melhor atender esses pacientes. O objetivo deste trabalho é mostrar quais os cuidados que a equipe de enfermagem possui sobre a importância dos cuidados na higienização oral dos pacientes hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital e Maternidade Nossa Senhora Da Luz. Metodologia do estudo deste trabalho foi um questionário estruturado quali-quantitativo, composto por dez perguntas, será utilizado como instrumento de coleta de dados na pesquisa com 20 participantes compostos por 16 técnicos em enfermagem, 13 mulheres e 3 homens, 4 enfermeiros sendo 3 mulheres e 1 homem que atuam profissionalmente nesse setor. Resultados e discussões Os resultados demonstraram que a equipe de enfermagem reconhece a importância da higienização oral para a prevenção de infecções e manutenção da saúde dos pacientes. O uso de antissépticos como a clorexidina se mostrou eficaz na redução de incidências de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM). A higienização oral desempenha um papel crucial na prevenção de infecções em pacientes internados na UTI. A literatura aponta que a falta de higiene bucal adequada pode levar ao desenvolvimento de doenças graves como a sepse. Este estudo confirma a necessidade de protocolos padronizados e treinamento contínuo para a equipe de enfermagem, visando a melhoria da qualidade dos cuidados prestados. Conclusão Os cuidados de enfermagem na higienização oral de pacientes internados na UTI são fundamentais para prevenir complicações e proporcionar uma melhor qualidade de vida. A implementação de práticas padronizadas e o uso de antissépticos adequados são essenciais para a eficácia desses cuidados.

Palavras-chave: enfermagem; unidade de terapia intensiva; cuidados; higiene oral;

ABSTRACT

The Intensive Care Unit (ICU) is a setting where numerous procedures are conducted on critically ill patients requiring support, monitoring, and a skilled team to provide optimal care. This study aims to highlight the nursing team’s role in emphasizing the importance of oral hygiene for hospitalized ICU patients at Hospital e Maternidade Nossa Senhora Da Luz. The study employed a qualitative-quantitative structured questionnaire comprising ten questions as the data collection instrument, involving 20 participants: 16 nursing technicians (13 women and 3 men) and 4 nurses (3 women and 1 man) actively engaged in this field.Results and discussions indicated that the nursing team recognizes the significance of oral hygiene in preventing infections and maintaining patient health. The use of antiseptics such as chlorhexidine proved effective in reducing incidences of Ventilator-Associated Pneumonia (VAP). Oral hygiene plays a critical role in infection prevention among ICU patients. Literature suggests inadequate oral hygiene may lead to severe conditions like sepsis. This study underscores the necessity for standardized protocols and continuous training for nursing staff to enhance care quality. Conclusion: Nursing care in oral hygiene for ICU patients is crucial for preventing complications and improving quality of life. Implementing standardized practices and appropriate antiseptic use are essential for effective patient care.

Keywords: Nursing. Intesnsive care unit. Care. Oral hygiene.

INTRODUÇÃO

A unidade de terapia intensiva (UTI) é um local onde são realizados atendimentos em pacientes graves, que necessitam de suporte e monitoramento contínuo da equipe multidisciplinar, que requeiram uma equipe capacitada e especializada para um melhor atendimento a esses pacientes. Esses locais realizam muitos atendimentos de alta complexidade e invasivas, onde tem grandes chances de contrair várias infecções e principalmente patologias orais (LOPES, 2022).

Vale ressaltar que a enfermagem é gestora e geradora de cuidados para o paciente frente a equipe multidisciplinar, (MIRANDA; SOUZA, 2018 e CRUZ; MARTINS, 2019). Diante disso todos os processos de cuidados são feitos pela equipe de enfermagem visando priorizar e estabelecer todos os cuidados necessários para deixar os pacientes mais confortáveis no período de internamento.

A higienização oral necessita um destaque pela sua importância na saúde do paciente, quando sofre um acúmulo de bactérias na cavidade oral, a multiplicação para o restante do organismo se torna fácil, ocasionando vários desequilíbrios ao paciente, onde seu tratamento é afetado devido à presença de placas bacterianas, lesões na mucosa e patologia periodontais, trazendo complicações para a saúde do paciente (SANTOS et al., 2016).

Com a intubação o paciente pode desenvolver em até 48 horas a PAVM Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, resultante de um desequilíbrio dos mecanismos de defesa dos pacientes (MIRANDA, 2018). De todas as partes do corpo a boca é onde apresenta a maior variedade e níveis de microrganismos, isso ocorre, pois há diversos tipos de estruturas e tecidos anátomo-fisiológica de acordo com a exposição aos fatores imunes, a temperatura, a quantidade de oxigênio e a disponibilidade de nutrientes (VANIA; UYARA; SUZIANE, 2012).

O benefício do uso de antissépticos na higienização bucal também tem sido alvo de investigação. Dentre os produtos utilizados está a clorexidina, um agente antimicrobiano com amplo espectro de atividade contra gram-positivos, incluindo o S. aureus resistente à oxacilina e o Enterococcus sp, resistente à vancomicina, e com menor eficácia contra gram-negativos (GARCIA et al., 2005).

Realiza-se a profilaxia com clorexidina, destruindo as bactérias gram-negativas e controlando o surgimento de bactérias ruins causadoras de infecções graves que podem comprometer a vida do paciente. Quando usado em concentrações que variam de 0,12 a 2,0%, reduziu o risco de incidência de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM) em cerca de 40%, evidenciando a eficácia do uso da clorexidina em pacientes ventilados quando comparado ao grupo de controle (MAGNER et al., 2017).

O uso de clorexidina 0,12% na cavidade oral é absorvido pelos tecidos, ocasionando um efeito residual ao longo do tempo, apresentando atividade mesmo 5 horas após a aplicação. Visando reduzir a colonização de patógenos na cavidade oral, removendo meios de cultura que irão atrapalhar o bom desenvolvimento das drogas utilizadas no tratamento do paciente e mantendo a integridade da cavidade oral e suas estruturas, esse cuidado além de salvar a vida do paciente tem baixo custo para as instituições (ELDRIDGE et al. ,1998).

São cuidados indispensáveis, para que possam prevenir a instalação de doenças orais e evitar outras possíveis complicações patológicas já existentes. A região bucal desempenha funções importantes que vão repercutir na vida de cada indivíduo. Não podendo ser visto só como suas funções normais e sim como porta de entrada para diversos microrganismos que vão afetar diversos órgãos pois essas bactérias se multiplicam com muita facilidade.

Wakiuchi et al. (2014) e Prylynski et al. (2013) destacam em seus estudos que os cuidados de enfermagem na unidade de terapia intensiva (UTI) são de grande relevância e que demandam uma atenção e cuidados maior de higiene, pois apresentam comprometimento na função motora e cognitiva, sendo relevante um atendimento humanizado e adequado por toda equipe multidisciplinar.

Diante disso, observa-se a importância dos cuidados da equipe de enfermagem na higienização oral nesses atendimentos terapêuticos consiste em um bom atendimento dos profissionais contribuindo para um melhor conforto e assistência a esses pacientes, buscando uma melhor qualidade de vida enquanto estão hospitalizados e muitas vezes reduzindo o período de internamento.

Diante disso, observa-se a importância dos cuidados da equipe de enfermagem na higienização oral nesses atendimentos terapêuticos consiste em um bom atendimento dos profissionais contribuindo para um melhor conforto e assistência a esses pacientes, buscando uma melhor qualidade de vida enquanto estão hospitalizados e muitas vezes reduzindo o período de internamento.

PROBLEMA

As condições da higiene bucal refletem um estado geral sobre o paciente, evitando focos ativos de infecção podendo evidenciar patologias como o comprometimento da fala, mastigação e deglutição, diminuindo assim a qualidade de vida dele, podendo até causar sepse (SOMMA et al., 2010).

Sendo assim, a presente pesquisa pretende responder a seguinte questão: Os cuidados da equipe de enfermagem na higienização oral em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva – UTI.

JUSTIFICATIVA

De acordo com a Lei n 7.498, de julho de 1986, que regulamenta o controle sistemático da infecção hospitalar e de outras doenças, incluindo a higiene Oral, onde é uma atribuição específica da equipe de enfermagem sendo elas, técnicos ou auxiliares, com capacidade técnica e sob observação e supervisão do enfermeiro (BRASIL, 1986).

O Procedimento Operacional Padrão (POP) disponibilizado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), onde fala sobre a higienização oral de pacientes internados em UTI adulto, mostra com detalhes como é realizado o procedimento como é feito o posicionamento e movimentos específicos para a melhor forma de realizar a higienização bem como as soluções, materiais e equipamentos utilizados no processo (AMIB, 2021).

Diante disso, a educação e conscientização dos profissionais juntamente com protocolos e diretrizes padronizados são essenciais, facilitando assim a prática garantindo a aplicação de forma regular seguindo de treinamentos específicos para a equipe sobre as técnicas a serem feitas com produtos adequados e específicos para o tal procedimento, buscando garantir o melhor tratamento para o paciente (TONELLI, 2019).

OBJETIVOS GERAL

O objetivo foi levantar dados sobre quais os cuidados que a equipe de enfermagem possui sobre a importância dos cuidados na higienização oral dos pacientes hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital e Maternidade Nossa Senhora Da Luz, localizado no município de Medianeira, no oeste do Paraná.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar como a equipe de enfermagem pode promover uma melhor qualidade de vida ao paciente, realizando a higiene oral dos enfermos.

Analisar os riscos de infecção via oral pela ausência de higiene bucal nos pacientes internados.

Levantar dados sobre como a equipe de enfermagem executa de forma prática a higienização de forma segura e eficiente do paciente.

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa que teve como finalidade a realização de um estudo de abordagem quali-quantitativo e descritiva, nos cuidados da equipe de enfermagem na higienização oral em pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Os dados são apresentados por meio de percentual e foram organizados por gráficos onde o banco de dados foi montado pelo Excel Windows.

LOCAL DO ESTUDO

O presente estudo foi realizado no município de Medianeira está localizado na região oeste do estado do Paraná onde possui uma população de 54.369 de habitantes (IBGE,2023).

O Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz, é de média complexidade de caráter filantrópico, sem fins lucrativos, que visa proporcionar à comunidade o melhor atendimento hospitalar, prezando por uma assistência mais humanizada baseada nos valores cristãos que sempre nortearam esta instituição. Conta com 98 leitos, pronto socorro referenciado para região oeste, maternidade de risco habitual, com funcionamento de 24 horas (MATERNIDADE MEDIANEIRA, 2023).

O quadro de médico conta com 92 profissionais e outros 132 (enfermeiros, técnicos, auxiliares). Os atendimentos prestados são de urgência, ambulatorial e internação, tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), particulares e planos de saúde privados. O hospital conta com 20 leitos para cirurgia geral, clínica geral 32 leitos, UTI adulto 8 leitos, uma unidade de isolamento, três unidades de cuidados intermediários neonatal convencional, 10 leitos de Obstetrícia cirúrgica, pediatria clínica e 20 leitos. O hospital disponibiliza também vários equipamentos para realização de exames, e atendimentos de várias especialidades (DATASUS, 2023).

O local do estudo foi escolhido através de uma busca por profissionais de uma equipe de enfermagem que atuam na Unidade de terapia intensiva – UTI, visando os cuidados da equipe de enfermagem na higienização oral em pacientes entubados.

AMOSTRA

A população do estudo foi composta pela equipe de profissionais de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva, no total de 4 enfermeiros, sendo três mulheres e um homem, 16 técnicos de enfermagem, 13 mulheres e 3 homens, representando um total de 20 profissionais, conforme a demanda dos leitos nessa unicidade de tratamento do hospital escolhido.

Para o cálculo da amostra foi considerado a equipe de enfermagem representando 20 profissionais. Com erro amostral de 5 % e o nível de confiança de 95% a amostra será constituída de 19 participantes.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Serão incluídos nesse estudo enfermeiro e técnicos em enfermagem com idade igual ou maior de 18 anos que estejam trabalhando na terapia intensivas de cuidados, do hospital. Também, os que aceitem participar da pesquisa e assinem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Serão excluídos deste estudo os profissionais que não fazem parte da equipe de enfermagem do setor de cuidados intensivos adulto do hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz, e que ainda não aceitem participar da pesquisa e não assinem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

BENEFÍCIOS

Os benefícios para os pesquisadores são na aquisição de conhecimento e prática de como a equipe de enfermagem faz o cuidado da higiene oral em pacientes com intubação orotraqueal.

Para os entrevistados, espera-se que com esse estudo possam levar em consideração o quão importante é a higienização oral e ajudar de forma simples e objetiva da importância desse procedimento visando sempre pelo bem-estar dos pacientes independentes de qualquer situação adversa que poderá ocorrer no período de internamento.

Ainda, os benefícios deste estudo para o hospital, após a coleta de dado foi disponibilizada uma apresentação da pesquisa para a direção do hospital, com intuito de apresentar os dados coletados para o aprimoramento das técnicas sobre o cuidado da higienização oral em pacientes internadas para a prevenção de infecções respiratórias (IRAS), a melhora da alimentação, uma redução no uso de antibióticos, que possibilita evitar uma resistência a bactérias e ter menos efeitos colaterais, resultando no bem-estar psicológico, com um impacto positivo ajudando na redução do tempo de internamento.

RISCOS

A presente pesquisa apresenta riscos mínimos, não apresentando riscos diretos a seres humanos. Ainda assim, pode existir a possibilidade de haver importunação para o pesquisado durante as observações e questionamentos. Caso isto ocorra, em qualquer momento, o participante do estudo será questionado sobre a necessidade de interromper a pesquisa, sem qualquer prejuízo, sendo cessada imediatamente quando solicitado.

Apresenta riscos de segurança aos envolvidos, levando em conta que essa será uma pesquisa científica online, o formulário pode ser vulnerável a ataques de hackers, resultando na divulgação de informações pessoais ou na manipulação dos dados coletados. Realizada através de um aplicativo da Internet, neste caso, o Google Formulários, para a segurança dos participantes, os dados chegaram apenas no email do entrevistador, sem acessos secundários, o que garantiu uma diminuição em relação aos riscos de segurança dos participantes, assim como o acesso ao formulário é realizado por meio de conta e senha pessoais dele. Os participantes tiveram acesso aos resultados da pesquisa.

Também pode existir risco de sentimentos negativos perante as perguntas aplicadas, porém o entrevistado estará ciente de que poderá não responder as questões que causarem desconforto, assim como desistir da participação da pesquisa, no decorrer dela, sem nenhum prejuízo ou danos.

Qualquer informação que tenha prestado será retirada do conjunto dos dados que serão utilizados na avaliação dos resultados. Os pesquisadores garantem a privacidade e o sigilo dos participantes em todas as etapas da pesquisa e de futura publicação dos resultados. Os dados pessoais nunca serão associados aos resultados dessa pesquisa.

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Como instrumento foi utilizado um questionário disponível através do Google Forms, utilizando como documento o Termo de consentimento livre e esclarecido, onde consta todas as informações da pesquisa, além de esclarecer os tópicos tratados no questionário, a fim de confirmar os dados dos participantes, e o aceite dos participantes perante a pesquisa.

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado com dez perguntas de caráter quali-quantitativo, com abordagens relacionadas aos cuidados da equipe de enfermagem na higienização oral dos pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI).

Por se tratar de uma pesquisa online a assinatura do TCLE não tem possibilidade de assinatura física, o pesquisador se compromete a explicar que ao clicar no botão ao final do documento, o entrevistado concorda em participar da pesquisa seguindo os termos do TCLE. E caso não concorde poderá fechar a página e não assinar.

O Registo de Consentimento apresentou de maneira destacada, a importância de que o participante guarde em seus arquivos uma via do documento e/ou garantir o envio da via assinada pelo pesquisador ao participante da pesquisa.

O arquivo do TCLE foi disponibilizado para todos os 20 participantes da pesquisa, caso não se sintam confortáveis em responder às pesquisas poderá fechar o questionário e garantir sua segunda via assinada do Termo. O resultado da pesquisa, em relação aos dados e discussões foi disponibilizado a todos os participantes interessados. O acesso aos profissionais foi facilitado pelo coorientador do seguinte trabalho, sendo contatados por meio de endereço eletrônico email/WhatsApp.

Segundo Costa (2018), o método Bola de Neve, usado ao desenvolver uma metodologia, consta com o envio ou apresentação do link de acesso ao questionário eletrônico por meio do WhatsApp ou e-mail. Utilizando assim desse vínculo comum com os participantes para maior acesso e responsabilidade com a pesquisa.

Como a pesquisa foi realizada utilizando um aplicativo da Internet, neste caso, o Google Formulários, para a segurança dos participantes, os dados chegaram apenas no e-mail do entrevistador, sem acessos secundários, o que garante uma diminuição em relação aos riscos de segurança dos participantes.

ANÁLISES DOS DADOS

A análise dos dados foi elaborada a partir da utilização de métodos estatísticos básicos constante da elaboração de tabelas e gráficos com a apresentação de médias e porcentagem. Também, através da descrição das situações apresentadas pelos participantes. Esta etapa foi realizada após a análise criteriosa das respostas aos questionamentos efetivados da equipe de enfermagem do Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz.

Para tanto, realizou-se a compilação dos dados levantados na pesquisa mediante o uso de recursos e programas eletrônicos como as planilhas do Microsoft Office Excel, no qual foram inseridas as informações para posterior cálculo dos resultados da pesquisa e a construção de gráficos.

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Para a execução do projeto, foram respeitadas as diretrizes da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, que trata das normas regulamentadoras e dos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto será encaminhado para avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa. Todos aqueles que aceitarem participar deverão assinar, acompanhado do pesquisador, em duas vias, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice F), sendo que uma via assinada em posse do participante da pesquisa e a outra em posse do pesquisador responsável.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este trabalho visa levantar dados sobre os cuidados que a equipe de enfermagem tem na higienização oral em pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI) no hospital e maternidade nossa senhora da luz.

A pesquisa consistiu em um questionário on-line via google forms, no qual os profissionais tinham o tempo de uma semana para responder. Eram 10 questões, sendo 8 de múltipla escolha e 2 descritivas abordadas.

Dos vinte participantes da equipe de enfermagem, quatro (04) não puderam responder o questionário por motivos diversos como: dois (02) estavam de férias, um (01) estava afastado pelo INSS e um (01) não tivemos retorno até a data programada. Dessa forma, a pesquisa foi realizada com dezesseis (16) profissionais da UTI do Hospital pesquisado.

Na sequência apresentaremos os resultados obtidos na aplicação da pesquisa com suas análises.

Quando questionados sobre sua formação, a equipe de enfermagem mostrou que a maioria dos profissionais da equipe (87,5%) receberam alguma formação ou treinamento durante sua graduação de enfermagem sobre os cuidados na higienização oral, contra (12,25 %) não tiveram nenhuma informação.

Fonte: Questionário google forms

Com relação a rotina da higienização oral (HO) realizada pela equipe da (UTI), mostrou que 50% realizam três vezes ao dia ou mais a higienização oral enquanto, 43,8% preferem 2 vezes ao dia e (6,3%) acha necessário somente uma vez ao dia a realização do procedimento.

Segundo (PAJU & SCANAPIECO, 2007), a higiene bucal assume um papel importante na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde bucal (IRAS) em indivíduos de alto risco como pacientes internados em terapia intensiva e dependentes para autocuidados bucais.

Fonte: Questionário google forms

Quando questionados sobre esterilização dos materiais utilizados para realizar a higiene da cavidade oral dos pacientes intubados, cerca 68,8% dos participantes realizavam a higienização com materiais esterilizados e 31,3% utilizavam materiais sem ser esterilizados.

A higiene bucal é realizada utilizando o dispositivo swab e clorexidina a 0,12%, de 12 em 12 horas (duas vezes ao dia), descrita nas etapas a seguir: desinfecção das mãos; calçar luva estéril; aspirar a cavidade bucal; realizar higiene bucal com swab embebido em clorexidina 0,12% nas superfícies dentárias, mucosa bucal, palato, dorso da língua e sonda de entubação; aspirar constantemente a cavidade bucal durante a higiene; aplicar lubrificante bucal nos lábios a cada 6 horas, para minimizar o ressecamento labial. (Franco JB,2013).

Fonte: Questionário google forms

Com relação a higiene oral dos acamados, foi questionado quem realizava o procedimento. Sendo analisado no gráfico 68,8% disseram que a higiene é realizada por uma só pessoa, enquanto 31,3% são realizados por mais de uma pessoa.

Fonte: Questionário google forms

Com relação aos materiais usados, a equipe foi questionada sobre quais equipamentos eram utilizados e se estavam esterilizados para realizar o processo de higienização bucal! Notamos que os materiais mais utilizados são luva estéril e espátula estéril com 87%, já o menos usado são luvas esterilizadas com 6,3%. Nesse intervalo temos gazes não esterilizadas com 50% contra gazes esterilizadas com 56,3%, com relação a solução usada para fazer a limpeza temos a seguinte observação, a clorexidina 0,012% com 81,3% foi a mais utilizada para a realização desse procedimento, o enxaguante bucal com 62,5% e a água destilada com 18,8% seriam os menos cogitados para fazer a higienização.

Fonte: Questionário google forms

Quando indagados sobre o controle da frequência de higiene em prontuário, a equipe de enfermagem mostrou que mais da metade dos profissionais realizam o controle de suas atividades. Os dados apresentados mostram que 62,5% realizam a anotação de enfermagem no prontuário do paciente enquanto 37,35% não fazem nenhuma anotação a respeito da higienização.

Fonte: Questionário google forms

Quando questionados sobre a coleta de dados dos pacientes admitidos na (UTI), mais da metade da equipe responderam que coletam essas informações com os responsáveis pelo paciente. No gráfico evidencia-se 56,2% dos profissionais realizam uma coleta de dados para ver se o paciente é alérgico a algum material utilizado na higienização, 43,8% não realizam nada relacionado.

Fonte: Questionário google forms

Sendo questionados se existe algum tipo de protocolo padrão da instituição para higiene bucal, notamos que 68,8% dos respondentes utilizam o protocolo padrão da instituição para a realização do procedimento, enquanto 31,3% não fazem questão de seguir o protocolo.

De acordo com a ANVISA, o protocolo de saúde bucal é fundamental para manutenção da vida após a intubação realizada em pacientes críticos. Essas práticas são facilitadas pelo uso de escovas de dente e produtos como digluconato de clorexidina, dentifrícios fluoretados ou geis para a boca seca. Este tipo de protocolo deve incluir colaboração regular com profissionais de Odontologia e fornecer um programa de formação contínua para a equipe de enfermagem (GIL-MONTOYA et al., 2006).

Fonte: Questionário Google forms

Quando perguntado sobre o fornecimento dos materiais para realizar a higiene oral dos pacientes acamados. A equipe relata que a maioria dos materiais são fornecidos pela farmácia do hospital. Observamos que o destaque no questionário foi o setor da farmácia com 56,25%, enquanto as do almoxarifado e equipe de enfermagem somaram o mesmo percentual de 6,25% e os familiares somaram 12,50%.

A farmácia é o local que acomoda todos os insumos que são utilizados no procedimento, o que explica a diferença significativa. “A Lei 13.021/14 transforma as farmácias e drogarias em unidades de prestação de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva”, destaca o professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, André Schmidt Suaide.

Fonte: Questionário Google forms

Diante do exposto, podemos afirmar que o enfermeiro tem como responsabilidade, orientar sua equipe sobre a periodicidade, métodos e cuidados na higiene oral dos pacientes. Se sobressaindo com 81,25%. Enquanto a prescrição médica apresenta um percentual de 12,50% e a CCIH soma 6,25%, isso nos mostra que o enfermeiro é o principal responsável na maior parte em conduzir a higiene oral do paciente.

A avaliação da higiene oral ocorre durante o exame físico diário dos pacientes. O exame físico é uma das funções do profissional enfermeiro. Com isso o profissional Enfermeira (o) é responsável por conduzir a higiene oral do paciente intubado. O exame físico inicia pela cabeça e pescoço, que compreende também a cavidade oral. Para um bom exame da cavidade oral o enfermeiro deve utilizar luvas e espátula. Neste momento, observa a coloração da cavidade oral e o hálito. Os lábios podem apresentar deformações congênitas como, por exemplo, o lábio leporino, ou adquiridas como ulcerações, lesões herpéticas ou neoplásicas (BARROS e cols.,2002).

Fonte: Questionário Googleforms

CONCLUSÃO

Podemos constatar que os pacientes em questões avaliadas na UTI do hospital de pesquisa, necessitam além de cuidados em relação às suas patologias, cuidados básicos que evitam um agravo maior no seu quadro clínico, promovendo  assim a saúde bucal dos internos evitando a manifestação dos patógenos.

Essa investigação buscou e ofereceu informações sobre a importância e o benefício da higienização oral realizado pelo profissional da enfermagem, auxiliando no tratamento e promovendo uma promoção na sua recuperação.

Vale ressaltar que a pesquisa apresentou fatores que nos designaram a compreensão que cada profissional age de uma maneira, e para que possamos ter um resultado preciso e com benefícios, devemos trabalhar em grupo, com estratégias únicas, a fim de uma linhagem no processo de ajuda.

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