OS CUIDADOS COM A SAÚDE BUCAL DE JOVENS E ADOLESCENTES USUÁRIOS DE ANTIDEPRESSIVOS: UMA REVISÃO LITERÁRIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202505172159


Gerceni das Graças Moura Yamada; Emanuele Carmo Silveira Rezende; Maurício Paglione Carasek; Orientadora: Simone Barone Salgado Marques


RESUMO

O uso de antidepressivos na juventude tem gerado preocupações sobre sua segurança e efeitos adversos, especialmente em relação à saúde bucal, como xerostomia e bruxismo. A abordagem multidisciplinar é fundamental para garantir um tratamento eficaz e seguro. Este estudo revisa a literatura disponível nas plataformas SciElo, PubMed e Google Acadêmico, utilizando termos como antidepressivos, saúde do adolescente, xerostomia e bruxismo, com foco em artigos publicados entre 2015 e 2025. Foram selecionados 53 artigos que abordam o impacto dos antidepressivos, particularmente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), que têm sido cada vez mais prescritos devido ao aumento de casos de depressão, distúrbios alimentares e estresse, intensificados pela pandemia. Embora os ISRS sejam considerados mais seguros, ainda faltam estudos sobre seus efeitos a longo prazo em adolescentes. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão a xerostomia e o bruxismo, que podem causar desde cáries e infecções orais até desgaste dentário e distúrbios temporomandibulares. O tratamento dessas condições inclui saliva artificial, estimulantes salivares, placas de mordida e terapias de relaxamento. Além disso, a psicoterapia e a adoção de hábitos saudáveis têm se mostrado eficazes no combate à depressão juvenil. Dada a crescente prescrição de antidepressivos, é essencial monitorar os efeitos tanto na saúde mental quanto na saúde bucal dos jovens, sendo necessário realizar mais pesquisas para aprimorar o tratamento da depressão nessa faixa etária.

Palavras-chave: antidepressivos; saúde do adolescente; xerostomia; saúde bucal; bruxismo.

ABSTRACT

The use of antidepressants in young people has raised concerns about their safety and adverse effects, especially in relation to oral health, such as xerostomia and bruxism. A multidisciplinary approach is essential to ensure effective and safe treatment. This study reviews the literature available on the SciElo, PubMed and Google Scholar platforms, using terms such as antidepressants, adolescent health, xerostomia and bruxism, focusing on articles published between 2015 and 2025. Fifty-three articles were selected that address the impact of antidepressants, particularly selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs), which have been increasingly prescribed due to the increase in cases of depression, eating disorders and stress, intensified by the pandemic. Although SSRIs are considered safer, studies on their long-term effects in adolescents are still lacking. Among the most common side effects are xerostomia and bruxism, which can cause everything from cavities and oral infections to tooth wear and temporomandibular disorders. Treatment for these conditions includes artificial saliva, salivary stimulants, bite splints, and relaxation therapies. In addition, psychotherapy and adopting healthy habits have been shown to be effective in combating youth depression. Given the increasing prescription of antidepressants, it is essential to monitor the effects on both mental and oral health in young people, and more research is needed to improve the treatment of depression in this age group.

Keywords: antidepressants; adolescent health; xerostomia; oral health; bruxism.

INTRODUÇÃO

O aumento dos diagnósticos de transtornos como depressão, ansiedade e outros distúrbios emocionais tem aumentado a preocupação global sobre a saúde mental dos jovens. Elementos como o estresse acadêmico, pressões sociais, instabilidades familiares e a influência da tecnologia no dia a dia têm desempenhado um papel significativo nessa situação (Xiang et al., 2024; Mojtabaiet al., 2016). Neste cenário, os antidepressivos se destacam como um dos principais recursos terapêuticos para ajudar no tratamento desses distúrbios, possibilitando que muitos jovens possam retomar a qualidade de vida e o equilíbrio emocional. Contudo, mesmo sendo eficaz no controle de sintomas depressivos e ansiosos, a utilização de antidepressivos na juventude ainda provoca discussões entre os especialistas, principalmente por causa das inquietações sobre seus efeitos a longo prazo, segurança e possíveis consequências no desenvolvimento neurológico (Hetrick et al., 2021). Pesquisas apontam que alguns desses fármacos podem provocar mudanças de humor, aumento do risco de pensamento suicida em certas idades, além de efeitos adversos físicos como aumento ou diminuição de peso, insônia, cansaço e outros sintomas que variam de acordo com o organismo de cada pessoa. Isso destaca a necessidade de um monitoramento médico rigoroso para assegurar um tratamento seguro e apropriado para cada situação (Li et al., 2022).

Outro ponto importante é a conexão entre o uso de antidepressivos e a saúde oral dos jovens, um assunto muitas vezes desconsiderado, mas de extrema relevância. Algumas drogas psicotrópicas podem causar efeitos como xerostomia (boca seca), elevação do risco de cáries, bruxismo (ranger de dentes) e até mudanças na composição da saliva, o que pode prejudicar a saúde oral em longo prazo. Esses elementos evidenciam a importância de uma abordagem multidisciplinar no cuidado de jovens que utilizam esses medicamentos, assegurando que fatores como nutrição, higiene oral e saúde global sejam igualmente levados em conta (Daly, 2016)

Os dentistas têm uma função crucial no monitoramento da saúde oral de pacientes que utilizam antidepressivos, sendo crucial que estejam cientes desses medicamentos e seus possíveis efeitos adversos. Numerosos antidepressivos podem provocar xerostomia (boca seca), elevando a probabilidade de cáries, enfermidades gengivais e outras complicações bucais. Adicionalmente, certos pacientes podem desenvolver bruxismo induzido por medicamentos, resultando no desgaste dentário e dores na articulação temporomandibular (Vatchala et al., 2023). Com essa informação disponível, o profissional de odontologia pode implementar medidas preventivas, tais como a sugestão de maior hidratação, uso de saliva artificial, aplicação de flúor para a proteção dos dentes e até mesmo a indicação para especialistas em saúde mental, se for preciso.  Assim, a interação entre o paciente, o dentista e os demais profissionais envolvidos no tratamento é crucial para assegurar um atendimento completo, favorecendo não só a saúde bucal, mas também o bem-estar geral do indivíduo (Keene et al., 2003; Majeed et al., 2024).

Nesse contexto, é essencial expandir a discussão acerca do uso de antidepressivos na juventude, com o objetivo de entender seus efeitos de forma abrangente e interdisciplinar. É fundamental ter acesso a informações confiáveis e um acompanhamento profissional apropriado para que esses medicamentos sejam empregados de forma segura e eficiente, assegurando que as vantagens do tratamento superem os possíveis perigos. Assim, podemos proporcionar aos jovens mais do que apenas um apoio farmacológico, mas uma estratégia integrada que promova sua saúde física e mental ao longo dos anos.

DESENVOLVIMENTO

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho trata-se de uma revisão literária. Para a obtenção de dados, foram utilizadas as plataformas eletrônicas SciElo, PubMed e Google Acadêmico, com os seguintes termos de pesquisa: antidepressivos, saúde do adolescente, xerostomia, saúde bucal e bruxismo. Foram utilizados preferencialmente artigos e estudos publicados nos últimos 10 anos (2015 – 2025). Também foram consideradas outras revisões literárias, relatos de caso e livros publicados nos idiomas português, espanhol e inglês, bem como artigos que abordavam a problemática em diferentes países. Os critérios de exclusão foram: artigos indisponíveis, duplicados, sem relação com a temática e que não associavam o uso de antidepressivos e saúde bucal em jovens e adolescentes. Ao todo, a revisão contou com 53 artigos essenciais para a finalidade deste trabalho.

REVISÃO LITERÁRIA

USO DE ANTIDEPRESSIVOS NA JUVENTUDE

A utilização de psicofármacos por jovens e adolescentes está ligada a elementos como a depressão, queixas somáticas e o uso prévio desses medicamentos durante a infância.  Ademais, a presença de distúrbios alimentares, bem como individuos em condições de vulnerabilidade social, como os que vivem em lares temporários ou em programas de acolhimento ou em tratamento terapêutico, possuem uma maior chance de serem tratados com esses medicamentos (Gorrell et al., 2020).  Esses elementos não só afetam o bem-estar emocional e psicológico, como também podem ter um impacto considerável na sua saúde oral (Bliddal et al., 2022). O reconhecimento do sofrimento psicológico durante a infância e a adolescência, pois a falta de uma intervenção antecipada pode levar a graves consequências na vida adulta.  Se o sofrimento mental não for devidamente identificado e tratado nos estágios iniciais, ele pode persistir ao longo do tempo, impactando o crescimento pessoal, as interações interpessoais e o rendimento em diversos aspectos da vida (Buchweitz et al., 2020).

Ao longo da pandemia de COVID-19, notou-se um crescimento expressivo na comercialização de psicofármacos no Brasil, particularmente antidepressivos.  Este crescimento sinaliza o efeito psicológico da pandemia na população, com muitos indivíduos lidando com níveis mais elevados de estresse, ansiedade e depressão (Souza, 2021). Apesar de esses medicamentos serem efetivos no tratamento de transtornos mentais, a sua crescente utilização evidencia a urgência de um monitoramento mais rigoroso da sua administração, para prevenir complicações e assegurar que sejam administrados de maneira segura (Del Fiol et al., 2023). A depressão durante a infância e adolescência está ligada a níveis elevados de ansiedade na fase adulta, distúrbios relacionados ao uso de drogas ilegais e pior desempenho em saúde, criminalidade e vida social, apesar de alguns desses impactos poderem ser amenizados com a utilização de serviços de suporte, considerada também uma condição altamente hereditária, sendo mais prevalente em populações vulneráveis, como jovens negros, indígenas e LGBTQIA+ (Copeland et al., 2020; Chokroverty, 2024).

Atualmente, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) lideram o uso de antidepressivos na juventude, graças à sua reputação de segurança em relação aos efeitos adversos.  Esta tendência está ligada à diminuição da cardiotoxicidade, um aspecto crucial ao tratar jovens, além de oferecer um risco consideravelmente menor de mortalidade em situações de superdosagem. Esses fatores fazem dos ISRS uma opção mais frequente e sugerida por profissionais de saúde para o tratamento de distúrbios psiquiátricos nessa idade, mesmo que a supervisão médica rigorosa continue sendo essencial para prevenir complicações. Contudo, a compreensão completa dos efeitos desses medicamentos durante a adolescência ainda não foi alcançada.  Pesquisas apontam que, apesar de os ISRSs serem geralmente bem tolerados, a reação do corpo juvenil pode ser distinta da vista em adultos, o que ressalta a importância de uma análise meticulosa dos riscos e vantagens. É crucial entender melhor os impactos desses medicamentos na adolescência para aprimorar sua utilização e assegurar a segurança e o bem-estar dos pacientes nessa fase da vida (Strawn et al., 2023; Murphy et al., 2021).

Em estudo realizado por Katz e Brooks (2023), pacientes que fazem uso de inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (SNRIs) apresentam cinco vezes mais probabilidade de desenvolver boca seca em relação aos que não tomam esses medicamentos. A xerostomia, também conhecida como boca seca, é uma reação adversa frequente relacionada ao uso de antidepressivos, incluindo os SNRIs, que pode impactar de maneira significativa a saúde oral (Fagiolini et al., 2023; Kim, 2023).

AÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS E SEUS EFEITOS NA CAVIDADE BUCAL

A xerostomia, também chamada de boca seca, é um distúrbio médico que interfere na produção de saliva, causando uma sensação contínua de ressecamento na boca.  Este transtorno pode comprometer não só a saúde oral, mas também a qualidade de vida do indivíduo, interferindo na habilidade de falar, engolir e até mesmo apreciar o gosto dos alimentos.  Ademais, a escassez de saliva pode aumentar o risco de cáries dentárias, gengivite e infecções orais, já que a saliva tem um papel crucial na defesa da boca contra microrganismos nocivos e na preservação do equilíbrio do pH oral (Kalgeri et al., 2024; Sutarjo et al., 2023).

Entender as causas da xerostomia é crucial para um diagnóstico preciso, já que a condição pode ser provocada por vários fatores, tais como efeitos adversos de medicamentos, doenças autoimunes, terapias como radioterapia e quimioterapia, ou até mesmo por problemas ligados ao envelhecimento.  Portanto, é essencial implementar métodos inovadores no diagnóstico e no tratamento da xerostomia, utilizando tecnologias avançadas e terapias mais eficientes.  Essas inovações não só permitem uma avaliação mais exata, como também aprimoram consideravelmente a gestão da condição, oferecendo aos pacientes uma melhor qualidade de vida e um controle mais eficiente dos sintomas (Tsuchiya, 2021; Elzwi, 2024).

Em estudos realizados é observado maior risco no desenvolvimento de xerostomia em jovens e adolescentes do sexo feminino, devido a alterações hormonais que podem afetar a produção de saliva, tornando-as mais vulneráveis aos efeitos da boca seca. Outro aspecto relevante é que adolescentes submetidos a altas doses de radioterapia, especialmente no tratamento de cânceres de cabeça e pescoço, também apresentam maior probabilidade de desenvolver xerostomia (Stolze et al., 2022). A radiação tem o potencial de prejudicar permanentemente as glândulas salivares, levando a uma queda considerável na produção de saliva, o que intensifica ainda mais o problema da boca seca. O consumo de cannabis também está frequentemente ligado à diminuição da produção de saliva devido aos efeitos dos canabinoides no sistema nervoso. Esse efeito, comumente referido como “boca de maconha”, é um efeito frequente do consumo de cannabis.  Igualmente, o tabaco combustível possui compostos químicos capazes de diminuir a produção de saliva e prejudicar as glândulas salivares com o passar do tempo (Chaffee et al., 2021; Snehith, 2023; Pereira et al., 2020). Individuos diabeticos tipo 1 ou tipo 2 também têm um risco aumentado de xerostomia. O controle inadequado da glicemia em indivíduos diabéticos pode levar à desidratação e à redução da produção de saliva, o que contribui para a sensação de boca seca. Em casos mais graves, a xerostomia pode ser um dos sintomas iniciais de complicações diabéticas. No diabetes tipo 2, a resistência à insulina também pode afetar as glândulas salivares, exacerbando a xerostomia (Kuletskaya et al., 2023; Garrido et al., 2024). Assim, é crucial que os profissionais de saúde monitorem esses riscos, e instruam os jovens sobre os fatores que predipoe ao desenvolvimento da xerostomia e ao tratamento adequado. Além disso, é crucial acompanhar de perto os pacientes diabéticos e aqueles que foram submetidos a tratamentos de radioterapia para reduzir as complicações associadas à xerostomia.

O bruxismo, caracterizado pelo ranger e apertamento dos dentes, é um fator comum que contribui para distúrbios temporomandibulares, dor orofacial e desgaste dentário, possuindo uma etiologia multifatorial (Lee, 2022).  Medicamentos psicotrópicos, como agonistas e antagonistas da dopamina, podem provocar bruxismo por interferirem na neurotransmissão do Sistema Nervoso Central (SNC) (Prisco et al., 2017). A utilização de antidepressivos, particularmente os ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina), tem sido vinculada ao surgimento de bruxismo, uma condição marcada pelo apertar ou estalar dos dentes (Wallem et al., 2022).  Pesquisas apontam que o bruxismo é frequente em pacientes com distúrbios depressivos ou de ansiedade em tratamento com antidepressivos, estando associado a uma qualidade de sono pobre e sonolência excessiva ao longo do dia.  Medicamentos antidepressivos como mirtazapina, vortioxetina, amoxapina, fenelzina, triptofano, fluvoxamina, citalopram, paroxetina e duloxetina podem ter o potencial de provocar essa condição (Revet et al., 2020). Apesar da conexão entre o uso de antidepressivos e o bruxismo ser amplamente reconhecida, ainda não está totalmente esclarecida devido às diversas metodologias de avaliação empregadas nas pesquisas. Ademais, a conexão entre o bruxismo e os antidepressivos parece ser mais relevante através da inibição do transportador de norepinefrina do que através da inibição da recaptação de serotonina, destacando a complexidade da interação entre esses fármacos e a condição (Oliveira et al., 2020; Montastruc, 2023; Avan et al., 2024). O hábito de ranger os dentes durante o sono eleva consideravelmente o risco de distúrbios temporomandibulares (DTM), podendo resultar no surgimento de outras condições relacionadas, como dores persistentes e problemas na mandíbula, estando também relacionada à dor e a distúrbios intra-articulares da articulação temporomandibular (Karaçay e Şahbaz, 2023; Nykänen et al., 2023).

MEDIDAS PREVENTIVAS E ESTRATÉGIA DE MANEJO

A terapia psicológica, que engloba a terapia interpessoal (IPT) e a terapia cognitivo-comportamental (TCC), apresentou resultados discretos no tratamento da depressão em jovens. A IPT foi vista como mais efetiva que a TCC, especialmente quando os resultados são autodeclarados pelos jovens ao invés dos pais. Contudo, o efeito geral da psicoterapia não apresentou melhorias significativas nos últimos 13 anos, sinalizando a necessidade de mais progresso nas táticas de terapia (Eckshtain et al., 2019). Um consumo elevado de magnésio, vitamina B12, fibras, frutas, vegetais e peixes está ligado a uma diminuição dos sintomas de depressão em jovens, provavelmente por causa de seus benefícios para a função cerebral e a regulação do humor (Wang et al., 2022; Francis et al., 2019). A intervenção precoce deve ultrapassar as ações preventivas e abranger jovens com episódios iniciais de transtorno depressivo maior de limiar total, dado que eles têm um elevado risco de desenvolver doenças incapacitantes ao longo da vida (Davey e McGorry, 2019; Breedvelt et al., 2018). Além deste, relacionamentos saudáveis e de suporte com mães, pais e amigos estão fortemente associados à diminuição dos sintomas na juventude. A existência de laços positivos e relevantes nessas áreas favorece o bem-estar emocional dos jovens, oferecendo um ambiente de proteção e apoio durante essa etapa (Mak et al., 2021; Boele et al., 2023).

O manejo eficaz da Xerostomia requer uma abordagem multidisciplinar e multimodal, incluindo o uso de estimulantes salivares, agentes tópicos, substitutos salivares e sialogogos sistêmicos, além de ajustes no estilo de vida e na dieta para minimizar o impacto na saúde bucal e na qualidade de vida dos pacientes (Bhansali et al., 2020). A xerostomia, que se caracteriza por uma boca seca devido à disfunção das glândulas salivares, pode ser tratada de maneira eficiente ao direcionar receptores acoplados à proteína G (GPCRs), o receptor de inositol trifosfato (IP3R), a entrada de cálcio sensível ao estresse (SOCE) e a aquaporina 5 (AQP5), todos fundamentais para a produção de saliva.  Ao concentrar-se nessas vias celulares vitais, podemos recuperar a salivação, aprimorar o conforto oral e a qualidade de vida dos pacientes que sofrem de xerostomia (Kim, 2023). A saliva artificial pode auxiliar no tratamento da xerostomia, contudo, suas capacidades antimicrobianas necessitam ser melhoradas através do emprego de nanotecnologia e sistemas de administração de medicamentos que utilizam nano-transportadores.  Contudo, para tornar esses benefícios mais efetivos, é crucial o desenvolvimento de tecnologias de nanocarregadores que permitam a liberação controlada e direcionada de componentes ativos, aprimorando a atividade antimicrobiana e outras funções terapêuticas (Łysik et al., 2019). Um estudo realizado por Ito et al., (2023) foi observado que a terapia para a xerostomia melhorou a sensação de boca seca em 75,3% dos pacientes que faziam uso de medicamentos xerogênicos, melhorando sua qualidade de vida e possivelmente diminuindo a interrupção dos fármacos causadores desta condição, sendo relatado que ao amenizar esses sintomas, os tratamentos favorecem a saúde global dos pacientes, promovendo a manutenção do uso das medicações. O uso tópico de spray salivar (ácido málico 1%) e o enxaguante bucal à base de betaína aprimoram efetivamente a sensação de boca seca e a qualidade de vida ligada à saúde oral em pacientes com xerostomia induzida por medicamentos e idiopática.  Estudo recente observou que em cerca de duas semanas de tratamento, o spray de ácido málico elevou os níveis de fluxo salivar em relação ao placebo, enquanto o enxaguante à base de betaína exibiu vantagens parecidas.  Os dois tratamentos são opções eficientes para amenizar os sintomas da xerostomia, promovendo um aumento na produção de saliva e, consequentemente, aprimorando o conforto oral e a qualidade de vida dos pacientes, além de minimizar os efeitos adversos na qualidade de vida (Marin et al., 2021; Liu et al., 2021). A goma de mascar sem açúcar também é uma alternativa eficiente, uma vez que contribui para o aumento do fluxo salivar.  Isso acontece porque o ato de mastigar incentiva as glândulas salivares a produzir mais saliva, contribuindo para amenizar a sensação de boca seca.  Ademais, a goma de mascar sem açúcar é benéfica, pois não aumenta o risco de cáries, diferentemente das gomas açucaradas (Chamani et al., 20119; Sharifnia et al., 2024; Nasseripour et al., 2022).

Atualmente, as alternativas terapêuticas para o bruxismo incluem métodos como o aconselhamento, com o objetivo de auxiliar os pacientes a lidar com o estresse e a ansiedade, elementos comumente ligados ao transtorno. A alteração na higiene do sono é igualmente crucial, pois padrões de sono impróprios podem intensificar os episódios de bruxismo. Ademais, têm sido sugeridas técnicas de relaxamento, como a meditação ou exercícios respiratórios, para aliviar a tensão muscular e diminuir a pressão emocional, que frequentemente provoca o ranger ou o apertar dos dentes. No entanto, mesmo com a eficácia dessas estratégias em diversos casos, ainda é necessário realizar pesquisas de longo prazo para avaliar de forma mais acurada a efetividade de diversos tratamentos, considerando a severidade do distúrbio em cada indivíduo.  Isso possibilitará a criação de orientações de tratamento com base na severidade, assegurando tratamentos mais personalizados e apropriados para variados graus de bruxismo (Guaita e Högl, 2016; von Piekartz et al., 2024). A placa mirrolaxante, também chamada de placa de relaxamento ou de relaxamento muscular, é uma estratégia terapêutica empregada no tratamento do bruxismo e da disfunção temporomandibular (DTM) este dispositivo foi desenvolvido principalmente para ser utilizada à noite, com a finalidade de diminuir o estalar de dentes e a tensão na mandíbula durante o sono, aliviando a tensão nos músculos mastigatórios e na articulação temporomandibular.  A principal função da placa mirrolaxante é auxiliar no relaxamento dos músculos da face e da articulação temporomandibular, favorecendo um estado de repouso para a mandíbula e diminuindo a tensão muscular.  Isso pode ser particularmente vantajoso para indivíduos que padecem de tensão muscular ligada ao bruxismo ou que experimentam dores faciais e rigidez na mandíbula em decorrência da DTM. Adicionalmente, a placa funciona como uma espécie de amortecedor entre os dentes, prevenindo a erosão dental e a degradação do esmalte provocadas pelo bruxismo.  A placa mirrolaxante, ao diminuir a intensidade do bruxismo e minimizar o efeito nos músculos faciais, auxilia na melhoria do sono e no alívio das dores musculares, elevando a qualidade de vida total dos pacientes.  Esta estratégia não é invasiva e, se aplicada de maneira adequada, pode ser eficiente no controle dos sintomas de bruxismo e DTM, oferecendo um alívio duradouro e aprimorando a qualidade de vida do paciente (Bergmann et al., 2020; Tandon et al., 2025). Pesquisas indicam que as terapias de massagem e relaxamento proporcionam vantagens significativas para pessoas com bruxismo, principalmente em relação à diminuição da dor muscular e ao alívio dos sintomas ligados ao distúrbio.  Embora terapias dentárias, como o uso de placas de mordida, sejam frequentemente empregadas para controlar o bruxismo e seus efeitos, terapias alternativas, como massagens e métodos de relaxamento, têm se mostrado mais efetivas em várias áreas ligadas ao bem-estar geral. Esses tratamentos não apenas contribuem para a redução da tensão muscular na área da mandíbula e pescoço, como também têm um impacto positivo sobre a ansiedade, o estresse e a depressão comumente ligados ao bruxismo.  Como o bruxismo está frequentemente ligado a aspectos emocionais e psicológicos, o tratamento desses elementos pode resultar em uma melhoria na qualidade do sono, um benefício vital para quem enfrenta o problema.  Um sono de boa qualidade diminui o estresse no sistema nervoso e muscular, favorecendo a recuperação do organismo e atenuando o efeito do bruxismo. Ademais, métodos de relaxamento, como a meditação, respiração profunda ou yoga, possuem um impacto comprovado no equilíbrio emocional e psicológico, o que pode, consequentemente, diminuir o hábito de ranger os dentes. A união de terapias corporais e relaxamento mental pode ser uma estratégia complementar ou até superior ao tratamento dentário convencional, proporcionando um alívio mais completo para os pacientes bruxistas (Miotto et al., 2021; Beddis et al., 2018; Guaita e Högl, 2016).

É crucial que os cirurgiões dentista entendam não só a utilização de medicamentos antidepressivos, mas também seus efeitos adversos e as vantagens terapêuticas que tais medicamentos podem proporcionar aos pacientes. A conscientização dos profissionais de odontologia sobre essas questões é essencial, pois isso permitirá um atendimento mais completo e seguro, considerando a interação entre a medicação e as condições orais. A educação contínua dos estudantes de odontologia sobre os antidepressivos, seus efeitos e como lidar com as consequências desses medicamentos pode melhorar a qualidade do atendimento ao paciente e garantir que os tratamentos odontológicos sejam ajustados de acordo com as necessidades específicas dos pacientes em uso de tais medicamentos (Oviy e Prabu, 2021).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados desta análise sugerem que a utilização de antidepressivos na juventude está fortemente associada a condições psicológicas, sociais e fisiológicas que impactam o bem-estar global dos indivíduos.  O crescimento da prescrição desses medicamentos em jovens, particularmente durante e depois da pandemia de COVID-19, evidencia uma preocupação cada vez maior com a saúde mental dessa população (Souza, 2021).  Contudo, os perigos ligados ao uso contínuo e aos efeitos colaterais precisam ser cuidadosamente acompanhados, particularmente os ligados à saúde oral, como a xerostomia e o bruxismo, que podem afetar a qualidade de vida desses pacientes (Fagiolini et al., 2023; Wallem et al., 2022).

A conexão entre depressão e aspectos socioeconômicos também é importante, pois populações em situação de vulnerabilidade tendem a usar mais antidepressivos (Copeland et al., 2020).  Pesquisas indicam que adolescentes oriundos de famílias de baixa renda, assim como aqueles em condições de vulnerabilidade social, costumam ter uma prevalência mais alta de transtornos depressivos, resultando em uma maior prescrição desses medicamentos.  Portanto, é crucial a implementação de políticas públicas que não só assegurem o acesso ao tratamento farmacológico, mas também incentivem ações preventivas, tais como intervenções psicoeducativas, apoio familiar e programas de desenvolvimento emocional em instituições de ensino (Wang et al., 2022; Francis et al., 2019).

Outro aspecto fundamental é a demanda por mais pesquisas sobre os impactos a longo prazo dos antidepressivos em jovens e adolescentes.  Embora os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) sejam considerados seguros, estudos apontam que a reação dos jovens a esses medicamentos pode ser bastante distinta da dos adultos, demandando uma estratégia mais individualizada no tratamento da depressão (Strawn et al., 2023).  Além disso, é crucial levar em conta que a utilização de antidepressivos pode afetar diretamente o crescimento cognitivo e emocional destes indivíduos, dado que o cérebro ainda está em processo de desenvolvimento durante essa etapa da vida.

A crescente utilização de indutores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRIs) e sua ligação com a xerostomia destaca a relevância do acompanhamento dentário nesses pacientes, pois a sensação de boca seca pode elevar o risco de cáries e problemas gengivais (Kim, 2023).  Adicionalmente, os jovens podem ter problemas na mastigação e deglutição, o que pode afetar a alimentação e a absorção correta de nutrientes vitais.  Portanto, a função do dentista é crucial no cuidado desses pacientes, implementando ações preventivas como a utilização de saliva artificial, hidratação regular e orientação sobre cuidados específicos com a boca para reduzir os efeitos da xerostomia.

Em relação ao bruxismo, os resultados sugerem uma ligação entre o uso de antidepressivos e o agravamento dessa condição, possivelmente por causa do impacto desses fármacos no sistema nervoso central (Revet et al., 2020).  O hábito de ranger os dentes pode provocar danos consideráveis à estrutura dental, além de estar ligado a dores de cabeça, tensão facial e problemas de sono.  Apesar da eficácia comprovada de métodos como o uso de placas miorrelaxantes e terapias alternativas, ainda existe um vazio na compreensão total da fisiopatologia do bruxismo induzido por medicamentos (Oliveira et al., 2020).  É necessário realizar mais pesquisas para esclarecer os processos exatos pelos quais os antidepressivos podem provocar ou intensificar essa condição, possibilitando um gerenciamento mais apropriado dos pacientes impactados.

Portanto, a estratégia ideal para o tratamento da depressão em jovens deve levar em conta tanto as vantagens dos antidepressivos quanto as possíveis repercussões negativas.  É crucial implementar estratégias multidisciplinares que envolvam psiquiatras, psicólogos e dentistas para assegurar que os jovens obtenham um tratamento seguro e eficiente, reduzindo os efeitos adversos desses fármacos em sua saúde global e qualidade de vida.  É crucial que, além da supervisão médica, sejam incentivadas estratégias adicionais, como a terapia cognitivo-comportamental, alterações no modo de vida e apoio social apropriado, que possam auxiliar na promoção de um tratamento mais completo e humanizado para a saúde mental dos adolescentes.

CONCLUSÃO

A utilização de antidepressivos na juventude requer uma estratégia multidisciplinar, levando em conta tanto as consequências psicológicas quanto as consequências na saúde oral.  Condições como xerostomia e bruxismo podem prejudicar a qualidade de vida dos adolescentes, o que torna crucial a supervisão odontológica preventiva.  Portanto, a colaboração entre profissionais da saúde mental e odontológica é crucial para reduzir perigos e assegurar um tratamento mais eficiente e completo.

REFERÊNCIAS

Avan, G. N. P., Erdoğan, A., Cinemre, B., Kulaksızoğlu, B., & Metin, Ö. (2025). Bruxism and Sleep Disorders in Patients Diagnosed With Depressive Disorder and Anxiety Disorder Using Antidepressants. Journal of oral rehabilitation, 52(1), 57–63. https://doi.org/10.1111/joor.13875

Beddis, H., Pemberton, M., & Davies, S. (2018). Sleep bruxism: an overview for clinicians. BDJ, 225, 497-501. https://doi.org/10.1038/sj.bdj.2018.757.

Bergmann, A., Edelhoff, D., Schubert, O., Erdelt, K. J., & Pho Duc, J. M. (2020). Effect of treatment with a full-occlusion biofeedback splint on sleep bruxism and TMD pain: a randomized controlled clinical trial. Clinical oral investigations, 24(11), 4005–4018. https://doi.org/10.1007/s00784-020-03270-z

Bhansali, M., Modak, R., & Lihe, V. (2020). Xerostomia and treatment approaches: An overview. IOSR Journal of Dental and Medical Sciences, 19(9), 31-37. https://doi.org/10.9790/0853-1909043137

Bliddal, M., Rasmussen, L., Andersen, J. H., Jensen, P. B., Pottegård, A., Munk-Olsen, T., Kildegaard, H., & Wesselhoeft, R. (2023). Psychotropic Medication Use and Psychiatric Disorders During the COVID-19 Pandemic Among Danish Children, Adolescents, and Young Adults. JAMA psychiatry, 80(2), 176–180. https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2022.4165

Boele, S., Nelemans, S. A., Denissen, J. J. A., Prinzie, P., Bülow, A., & Keijsers, L. (2023). Testing transactional processes between parental support and adolescent depressive symptoms: From a daily to a biennial timescale. Development and psychopathology, 35(4), 1656–1670. https://doi.org/10.1017/S0954579422000360

Breedvelt, J., Breedvelt, J., Kandola, A., Kousoulis, A., Brouwer, M., Karyotaki, E., Bockting, C., & Cuijpers, P. (2018). What are the effects of preventative interventions on major depressive disorder (MDD) in young adults? A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.. Journal of affective disorders, 239, 18-29 . https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.05.010.

Buchweitz, C., Mari, J., & Kieling, C. (2020). Saúde mental de crianças e adolescentes no Brasil: evidências para ação. 2º Fórum de Políticas Públicas para a Infância. Eixo temático: saúde mental. São Paulo: Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

Chaffee, B., Halpern-Felsher, B., & Cheng, J. (2021). E-cigarette, cannabis and combustible tobacco use: associations with xerostomia among California adolescents.. Community dentistry and oral epidemiology. https://doi.org/10.1111/cdoe.12721.

Chamani, G., Zarei, M. R., Yazdani-Anaraki, N., & Mafi, S. (2019). Comparison of the effect of chewing mastic and spearmint sugar-free chewing gum on salivary flow rate and pH. Journal of Oral Health and Oral Epidemiology, 8(3), 138-144. doi: 10.22122/johoe.v8i3.336

Chokroverty, L. (2024). Depression Part 1: Evaluation.. Pediatrics in review, 45 9, 483-493 . https://doi.org/10.1542/pir.2022-005688.

Copeland, W., Alaie, I., Jonsson, U., & Shanahan, L. (2020). Associations of Childhood and Adolescent Depression With Adult Psychiatric and Functional Outcomes.. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. https://doi.org/10.1016/j.jaac.2020.07.895.

Daly C. Oral and dental effects of antidepressants. Aust Prescr. 2016 Jun;39(3):84. doi: 10.18773/austprescr.2016.035. Epub 2016 Jun 1. PMID: 27350018; PMCID: PMC4919175.

Davey, C., & McGorry, P. (2019). Early intervention for depression in young people: a blind spot in mental health care.. The lancet. Psychiatry, 6 3, 267-272 . https://doi.org/10.1016/S2215-0366(18)30292-X.

Del Fiol, F., Bergamaschi, C., Lopes, L., Silva, M., & Barberato-Filho, S. (2023). Sales trends of psychotropic drugs in the COVID-19 pandemic: A national database study in Brazil. Frontiers in Pharmacology, 14. https://doi.org/10.3389/fphar.2023.1131357.

Eckshtain, D., Kuppens, S., Ugueto, A., Ng, M., Vaughn-Coaxum, R., Corteselli, K., & Weisz, J. (2019). Meta-Analysis: 13-Year Follow-Up of Psychotherapy Effects on Youth Depression.. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. https://doi.org/10.1016/j.jaac.2019.04.002.

Elzwi, S. (2024). Common Drugs Causing Xerostomia. Journal of Infectious Diseases & Travel Medicine. https://doi.org/10.23880/jidtm-16000187.

Fagiolini, A., González-Pinto, A., Miskowiak, K. W., Morgado, P., Young, A. H., & Vieta, E. (2023). Role of trazodone in treatment of major depressive disorder: an update. Annals of general psychiatry, 22(1), 32. https://doi.org/10.1186/s12991-023-00465-y

Francis, H., Stevenson, R., Chambers, J., Gupta, D., Newey, B., & Lim, C. (2019). A brief diet intervention can reduce symptoms of depression in young adults – A randomised controlled trial. PLoS ONE, 14. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0222768.

Garrido, I.S., Ramírez, L., Muñoz Corcuera, M., Garrido, E., Sánchez, L., Martínez Acitores, M. L., Hernández, G., & López-Pintor, R. M. (2024). Xerostomia and Salivary Dysfunction in Patients With Diabetes Mellitus. A Cross-Sectional Study. Journal of oral pathology & medicine : official publication of the International Association of Oral Pathologists and the American Academy of Oral Pathology, 53(10), 622–636. https://doi.org/10.1111/jop.13583

Gorrell, S., Lebow, J., Kinasz, K., Mitchell, J. E., Goldschmidt, A. B., Le Grange, D., & Accurso, E. C. (2020). Psychotropic medication use in treatment-seeking youth with eating disorders. European eating disorders review : the journal of the Eating Disorders Association, 28(6), 739–749. https://doi.org/10.1002/erv.2788

Guaita, M., & Högl, B. (2016). Current Treatments of Bruxism. Current treatment options in neurology, 18(2), 10. https://doi.org/10.1007/s11940-016-0396-3

Hetrick, S. E., McKenzie, J. E., Bailey, A. P., Sharma, V., Moller, C. I., Badcock, P. B., Cox, G. R., Merry, S. N., & Meader, N. (2021). New generation antidepressants for depression in children and adolescents: a network meta-analysis. The Cochrane database of systematic reviews, 5(5), CD013674. https://doi.org/10.1002/14651858.CD013674.pub2

Ito, K., Izumi, N., Funayama, S., Nohno, K., Katsura, K., Kaneko, N., & Inoue, M. (2023). Characteristics of medication-induced xerostomia and effect of treatment. PloS one, 18(1), e0280224. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0280224

Karaçay, Ç., & Şahbaz, T. (2023). Investigation of the relationship between probable sleep bruxism, awake bruxism and temporomandibular disorders using the Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (DC/TMD).. Dental and medical problems. https://doi.org/10.17219/dmp/158926.

Kalgeri, S., Doddawad, V., Shivakumar, A., Shankar, P., Kumar, B., & Bharadwaj, R. (2024). Xerostomia: Current advancements and insights in biomedical and biotechnology research. Biomedical and Biotechnology Research Journal (BBRJ), 8, 1 – 12. https://doi.org/10.4103/bbrj.bbrj_240_23.

Katz, J., & Brooks, S. (2023). Serotonin and norepinephrine reuptake inhibitors association with dry mouth in a hospital population. Quintessence international (Berlin, Germany : 1985), 54(2), 150–154. https://doi.org/10.3290/j.qi.b3704403

Keene, J. J., Galasko, G. T., & Land, M. F. (2003). Antidepressant use in psychiatry and medicine: Importance for dental practice. The Journal of the American Dental Association, 134(1), 71-79. https://doi.org/10.14219/jada.archive.2003.0019

Kim Y. J. (2023). Xerostomia and Its Cellular Targets. International journal of molecular sciences, 24(6), 5358. https://doi.org/10.3390/ijms24065358

Kuletskaya, K., Tikhomirova, E., Slazhneva, E., & Atrushkevich, V. (2023). Xerostomia in patients with diabetes mellitus (pilot study). Pediatric dentistry and dental prophylaxis. https://doi.org/10.33925/1683-3031-2022-22-4-282-290.

Lee, Y.-H. (2022). An update on diagnosis and treatment of bruxism. Journal of the Korean Dental Association, 60(2), 101-111. https://doi.org/10.22974/jkda.2022.60.2.004

Li, K., Zhou, G., Xiao, Y., Gu, J., Chen, Q., Xie, S., & Wu, J. (2022). Risk of Suicidal Behaviors and Antidepressant Exposure Among Children and Adolescents: A Meta-Analysis of Observational Studies. Frontiers in psychiatry, 13, 880496. https://doi.org/10.3389/fpsyt.2022.880496

Liu, G., Qiu, X., Tan, X., Miao, R., Tian, W., & Jing, W. (2023). Efficacy of a 1% malic acid spray for xerostomia treatment: A systematic review and meta-analysis. Oral diseases, 29(3), 862–872. https://doi.org/10.1111/odi.14116

Łysik, D., Niemirowicz-Laskowska, K., Bucki, R., Tokajuk, G., & Mystkowska, J. (2019). Artificial Saliva: Challenges and Future Perspectives for the Treatment of Xerostomia. International journal of molecular sciences, 20(13), 3199. https://doi.org/10.3390/ijms20133199

Majeed, R., Sathi, K. V., Patil, R. S., Singh, N., Duseja, S., & Kondreddy, K. (2024). Association of the Antidepressants and the Periodontal Status: An Original Research. Journal of pharmacy & bioallied sciences, 16(Suppl 1), S215–S218. https://doi.org/10.4103/jpbs.jpbs_464_23

Mak, H. W., Fosco, G. M., & Lanza, S. T. (2021). Dynamic Associations of Parent-Adolescent Closeness and Friend Support With Adolescent Depressive Symptoms Across Ages 12-19. Journal of research on adolescence : the official journal of the Society for Research on Adolescence, 31(2), 299–316. https://doi.org/10.1111/jora.12597

Marin, C., Díaz-De-Valdés, L., Conejeros, C., Martinez, R., & Niklander, S. (2021). Interventions for the treatment of xerostomia: A randomized controlled clinical trial. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, 13, e104 – e111. https://doi.org/10.4317/jced.57924.

Miotto, C. S., Vieira, G., Firsoff, E. F. O., Puliti, E., Marques, A., & Greven, M. (2021). Comparative effects of dental treatment and two different physical therapy interventions in individuals with bruxism: A randomized clinical trial. Journal of Clinical and Medical Research, 1(1), 1–15. https://doi.org/10.37191/Mapsci-2582-4333-3(6)-095.

Mojtabai, R., Olfson, M., & Han, B. (2016). National Trends in the Prevalence and Treatment of Depression in Adolescents and Young Adults. Pediatrics, 138(6), e20161878. https://doi.org/10.1542/peds.2016-1878

Montastruc, J. (2023). Drugs and bruxism: A study in the World Health Organization’s pharmacovigilance database. British Journal of Clinical Pharmacology, 89, 3765 – 3768. https://doi.org/10.1111/bcp.15884.

Murphy, S., Capitão, L., Giles, S., Cowen, P., Stringaris, A., & Harmer, C. (2021). The knowns and unknowns of SSRI treatment in young people with depression and anxiety: efficacy, predictors, and mechanisms of action.. The lancet. Psychiatry, 8 9, 824-835 . https://doi.org/10.1016/S2215-0366(21)00154-1.

Nasseripour, M., Newton, J. T., Warburton, F., Awojobi, O., Di Giorgio, S., Gallagher, J. E., & Banerjee, A. (2022). A Systematic Review and Meta-Analysis of the Role of Sugar-Free Chewing Gum on Plaque Quantity in the Oral Cavity. Frontiers in oral health, 3, 845921. https://doi.org/10.3389/froh.2022.845921

Nykänen, L., Lobbezoo, F., Kämppi, A., Manfredini, D., & Ahlberg, J. (2024). Awake bruxism in temporomandibular disorders patients referred to tertiary care: A retrospective study on its assessment and TMD management. Journal of oral rehabilitation, 51(1), 181–187. https://doi.org/10.1111/joor.13559

Oliveira, F. P. S. L., Jansen, W., Côrtes, M., & Seraidarian, P. (2020). The effect of selective serotonin reuptake inhibitor antidepressants on bruxism: A systematic review. Medical and Clinical Research: Open Access, 1, 1. https://doi.org/10.52106/2766-3213.1014

Oviya, V. J., & Prabu, M. D. (2021). Awareness and knowledge on the use of antidepressants among undergraduate dental students: A questionnaire-based study. International Journal of Scientific Development and Research, 6(4), 467.

Pereira, S., Velasquez, J., Duggan, S., Ivanisevic, B., McKenna, J., McCreary, C., & Downer, E. (2020). Recent advances in the understanding of the aetiology and therapeutic strategies in burning mouth syndrome: Focus on the actions of cannabinoids. European Journal of Neuroscience, 55, 1032 – 1050. https://doi.org/10.1111/ejn.14712.

Prisco, V., Iannaccone, T., & Di Grezia, G. (2017). Use of buspirone in selective serotonin reuptake inhibitor-induced sleep bruxism. European Psychiatry, 41, s855 – s855. https://doi.org/10.1016/j.eurpsy.2017.01.1701.

Revet, A., Montastruc, F., Roussin, A., Raynaud, J. P., Lapeyre-Mestre, M., & Nguyen, T. T. H. (2020). Antidepressants and movement disorders: a postmarketing study in the world pharmacovigilance database. BMC psychiatry, 20(1), 308. https://doi.org/10.1186/s12888-020-02711-z

Sharifnia, A. M., Chu, G., Zhang, X., Green, H., & Fernandez, R. (2024). Comparative efficacy of non-pharmacological interventions on xerostomia and salivary flow rate among haemodialysis patients: A systematic review and network meta-analysis. Clinical kidney journal, 17(12), sfae334. https://doi.org/10.1093/ckj/sfae334

Snehith, M. (2023). The Impacts of Cigarette Smoking on Nerves and Oral Health. International Scientific Journal of Engineering and Management. https://doi.org/10.55041/isjem00508.

Souza, J. (2021). “Pandemic Self-Medication: Care in the Use of Ansiolytics and Antidepressants by Brazilians”. Biomedical Journal of Scientific & Technical Research. https://doi.org/10.26717/bjstr.2021.38.006192.

Stolze, J., Teepen, J., Raber-Durlacher, J., Loonen, J., Kok, J., Tissing, W., De Vries, A., Neggers, S., Van Dulmen-Den Broeder, E., Van Den Heuvel-Eibrink, M., Van Der Pal, H., Versluys, A., Van Der Heiden-Van Der Loo, M., Louwerens, M., Kremer, L., Brand, H., & Bresters, D. (2022). Prevalence and Risk Factors for Hyposalivation and Xerostomia in Childhood Cancer Survivors Following Different Treatment Modalities—A Dutch Childhood Cancer Survivor Study Late Effects 2 Clinical Study (DCCSS LATER 2). Cancers, 14. https://doi.org/10.3390/cancers14143379.

Strawn, J., Mills, J., Poweleit, E., Ramsey, L., & Croarkin, P. (2023). Adverse Effects of Antidepressant Medications and their Management in Children and Adolescents. Pharmacotherapy, 43, 675 – 690. https://doi.org/10.1002/phar.2767.

Sutarjo, F., Rinthani, M., Brahmanikanya, G., Parmadiati, A., Radhitia, D., & Mahdani, F. (2023). Common Precipitating Factors of Xerostomia in Elderly. Journal of Health and Allied Sciences NU, 14, 011 – 016. https://doi.org/10.1055/s-0043-1762916.

Tandon, A., Singh, B. P., Shanker, R., Agrawal, K. K., Mahour, P., & Tripathi, S. (2025). Efficacy of occlusal splint versus sleep hygiene and progressive muscle relaxation on perceived stress and sleep bruxism: A randomized clinical trial. Journal of prosthodontics : official journal of the American College of Prosthodontists, 34(2), 149–156. https://doi.org/10.1111/jopr.13917

Tsuchiya H. (2021). Characterization and Pathogenic Speculation of Xerostomia Associated with COVID-19: A Narrative Review. Dentistry journal, 9(11), 130. https://doi.org/10.3390/dj9110130

Vatchala Rani, R. M., Kumar, D., Dheer, S. S., Pathania, A. S., Dasara, M. R., & Kaur, N. (2023). Stress depression and anxiety with xerostomia among young Indian adults. Bioinformation, 19(13), 1365–1370. https://doi.org/10.6026/973206300191365

von Piekartz, H., Bleiss, S., Herzer, S., Hall, T., & Ballenberger, N. (2024). Does combining oro-facial manual therapy with bruxism neuroscience education affect pain and function in cases of awake bruxism? A pilot study. Journal of oral rehabilitation, 51(9), 1692–1700. https://doi.org/10.1111/joor.13740

Wallem, A., Felipe-Spada, N., & Tomàs-Aliberas, J. (2022). Influence of selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) in the development of bruxism.. Cranio : the journal of craniomandibular practice, 1-7 . https://doi.org/10.1080/08869634.2022.2120277.

Wang, Y., Liu, J., Compher, C., & Kral, T. (2022). Associations between dietary intake, diet quality and depressive symptoms in youth: A systematic review of observational studies. Health Promotion Perspectives, 12, 249 – 265. https://doi.org/10.34172/hpp.2022.32.

Xiang, A. H., Martinez, M. P., Chow, T., Carter, S. A., Negriff, S., Velasquez, B., Spitzer, J., Zuberbuhler, J. C., Zucker, A., & Kumar, S. (2024). Depression and Anxiety Among US Children and Young Adults. JAMA network open, 7(10), e2436906. https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.36906