REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249181627
Victor Edgar Pitzer Neto1
Fernando Copetti2
Airton José Rombaldi3
RESUMO
Este estudo revisa a literatura sobre os benefícios físicos da hipoterapia para idosos, focando em desfechos como equilíbrio, força muscular e mobilidade funcional. A pesquisa justifica-se pelo aumento da população idosa e pela necessidade de intervenções eficazes para melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de quedas nesta população. A metodologia envolveu uma busca detalhada na base de dados PUBMED, selecionando estudos que abordam intervenções de hipoterapia com desfechos físicos em idosos. Os resultados destacam melhorias significativas no equilíbrio estático e dinâmico, mobilidade e força muscular após intervenções de hipoterapia, sugerindo que essa prática pode ser uma estratégia terapêutica valiosa. As conclusões indicam que a hipoterapia oferece benefícios importantes para os idosos, melhorando a mobilidade e a estabilidade física e, consequentemente, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e ativo.
Palavras-chave: hipoterapia, idosos, mobilidade.
ABSTRACT
This study reviews the literature on the physical benefits of hippotherapy for the elderly, focusing on outcomes such as balance, muscle strength, and functional mobility. The research is justified by the increasing elderly population and the need for effective interventions to improve their quality of life and reduce the risk of falls. The methodology involved a detailed search in the PUBMED database, selecting studies that address hippotherapy interventions with physical outcomes in the elderly. The results highlight significant improvements in static and dynamic balance, mobility, and muscle strength following hippotherapy interventions, suggesting that this practice can be a valuable therapeutic strategy. The conclusions indicate that hippotherapy offers significant benefits for the elderly, improving mobility and physical stability, and thereby contributing to healthier and more active aging.
Keywords: hippotherapy, elderly, mobility.
1. INTRODUÇÃO
Estimativas recentes projetam que, no ano de 2100, 40% da população mundial terá 60 anos ou mais (ACOSTA et al., 2022). A Organização Mundial da Saúde (OMS) antecipa que, em 2025, haverá em torno de 1,2 bilhão de idosos no mundo. No Brasil, essa tendência de envelhecimento também é evidente. Atualmente, o grupo etário com 60 anos ou mais é composto por 31,2 milhões de pessoas, representando 14,7% da população total (IBGE), sendo este o segmento populacional de maior crescimento. O envelhecimento é parte do processo natural do desenvolvimento humano; contudo, ele vem acompanhado de alterações significativas, resultantes da incapacidade do corpo em se adaptar ao desgaste dos níveis celulares, teciduais e orgânicos, o que leva a uma sequência de doenças e eventualmente à morte (SORIANO, 2007).
Entre os diversos sistemas afetados pelo envelhecimento, o musculoesquelético é um dos mais impactados. A diminuição das fibras musculares tipo I e II, a defasagem na deposição de gordura e massa óssea, afetam a capacidade funcional dos idosos (ECKSTROM et al., 2020). Consequentemente, os idosos são considerados um grupo de alto risco para a piora da saúde ao longo dos anos, uma vez que as limitações físicas influenciam diretamente nas atividades diárias, especialmente na mobilidade, e podem estar associadas ao desenvolvimento e progressão da sarcopenia (CRUZ-JENTOFT, 2010). Uma das principais consequências dessas limitações é o aumento do risco de quedas, que são a segunda principal causa de mortes por lesões não intencionais globalmente, afetando particularmente adultos com mais de 60 anos (WHO, 2021).
A problemática da alta incidência de quedas entre idosos destaca a importância de identificar e mitigar os fatores de risco para melhorar a qualidade de vida dessa população e reduzir a sobrecarga no sistema de saúde pública. Estudos recentes, como o realizado em Taiwan, apontam que a mobilidade funcional e a aptidão física são fatores críticos que contribuem para acidentes de quedas em idosos (LEE, 2021). Programas de prevenção que incluam intervenções eficazes são fundamentais para evitar essas quedas e promover uma maior autonomia entre os idosos (SORIANO, 2007).
Nesse contexto, a prática de atividades físicas, especialmente aquelas que promovem o equilíbrio, força e flexibilidade, é essencial. Exercícios recreativos, por exemplo, demonstram melhorar significativamente essas capacidades nos idosos (CHO, 2014; THOMAS, 2019). Entre os métodos de reabilitação disponíveis, a hipoterapia, que utiliza o movimento tridimensional do cavalo para fins terapêuticos, tem se destacado como uma intervenção promissora. A hipoterapia envolve a transmissão de movimentos rítmicos do cavalo para o paciente, o que gera respostas neuropsicomotoras e proprioceptivas que podem melhorar o tônus postural, equilíbrio, coordenação, força e flexibilidade (JANURA et al., 2009; KOCA, 2016; STERBA, 2007).
A relevância do tema é evidente dado o envelhecimento acelerado da população e a necessidade crescente de intervenções que possam melhorar a qualidade de vida dos idosos. A hipoterapia, por meio de seus efeitos positivos na melhora da mobilidade e na redução do risco de quedas, representa uma estratégia terapêutica valiosa. Este estudo se justifica pela necessidade de explorar mais a fundo os benefícios físicos da hipoterapia para a população idosa, consolidando a evidência científica e orientando a prática clínica e a formulação de políticas públicas.
O objetivo deste estudo é revisar a literatura existente sobre os benefícios físicos da hipoterapia para idosos, focando em desfechos como equilíbrio, força muscular e mobilidade funcional. Além disso, pretende-se discutir como essa intervenção pode ser integrada em programas de reabilitação para promover um envelhecimento mais saudável e ativo, com menor risco de quedas e maior autonomia.
2. MÉTODO
Este estudo de revisão foi realizado na base de dados PUBMED utilizando os descritores e operadores boleanos: (“equine-assisted interventions” OR hippotherapy OR “equine-assisted therapy” OR “therapeutic horse riding” OR “therapeutic horseback riding” OR “equine facilited therapy” OR “horse riding for handicapped” OR “horse therapy” OR “guide horses” OR “therapy riding” OR “horseback riding”) AND (elderly OR “elderly people” OR seniors OR aging OR “olders adults”). A busca foi realizada sem restrição de data. Para esta revisão foram selecionados somente artigos completos, publicados em revistas indexadas e na lingua inglesa com desfechos em variáveis físicas. A busca retornou 196 artigos, destes 188 foram excluidos na seguinte condição – 152 não faziam parte da tematica beneficios fisicos da Hipoterapia na população idosa, 03 revisões sistematicas, 18 em outras populações que não a idosa e 14 que tratavam de outras variaveis que não desfechos fisicos da hipoterapia na população idosa e 01 sobre hipoterapia em lingua alemã. Fazem parte desta revisão 08 estudos, completos que tiveram como foco a população idosa, com desfechos relacionados a equilibrio estatico e dinamico, mobilidade funcional, marcha e e que tiveram a intervenção realizada em um dos programas inseridos nos serviços assistidos por equinos (WOOD, 2021).
Este estudo de revisão foi realizado na base de dados PUBMED utilizando os descritores e operadores boleanos: (“equine-assisted interventions” OR hippotherapy OR “equine-assisted therapy” OR “therapeutic horse riding” OR “therapeutic horseback riding” OR “equine facilited therapy” OR “horse riding for handicapped” OR “horse therapy” OR “guide horses” OR “therapy riding” OR “horseback riding”) AND (elderly OR “elderly people” OR seniors OR aging OR “olders adults”). A busca foi realizada sem restrição de data. Para esta revisão foram selecionados somente artigos completos, publicados em revistas indexadas e na lingua inglesa com desfechos em variáveis físicas. A busca retornou 196 artigos, destes 188 foram excluidos na seguinte condição – 152 não faziam parte da tematica beneficios fisicos da Hipoterapia na população idosa, 03 revisões sistematicas, 18 em outras populações que não a idosa e 14 que tratavam de outras variaveis que não desfechos fisicos da hipoterapia na população idosa e 01 sobre hipoterapia em lingua alemã. Fazem parte desta revisão 08 estudos, completos que tiveram como foco a população idosa, com desfechos relacionados a equilibrio estatico e dinamico, mobilidade funcional, marcha e e que tiveram a intervenção realizada em um dos programas inseridos nos serviços assistidos por equinos (WOOD, 2021).
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A equoterapia, também conhecida como terapia assistida por equinos, tem sido explorada como uma intervenção potencial para melhorar o equilíbrio postural em idosos. De acordo com Araujo et al. (2011), o envelhecimento está associado a uma diminuição na capacidade de manutenção do equilíbrio devido ao declínio nas respostas neuromusculares e sensoriais, o que aumenta o risco de quedas. A prática de atividades físicas que desafiem o sistema de equilíbrio, como a equoterapia, pode, portanto, ter um papel importante na reabilitação e prevenção de quedas nesta população.
No estudo conduzido por Araujo et al. (2011), observou-se que a equoterapia pode promover melhorias na estabilidade postural, especialmente quando medida por meio de testes clínicos como o Timed Up and Go (TUG). A equoterapia envolve uma série de movimentos tridimensionais e rítmicos do cavalo, que exigem ajustes posturais constantes do cavaleiro, facilitando assim a ativação de reflexos posturais e o fortalecimento muscular. Essas adaptações são particularmente benéficas para os idosos, que frequentemente experimentam uma diminuição da propriocepção e da força muscular.
Os resultados do estudo indicaram que, embora não houvesse diferenças significativas nos parâmetros estabilométricos entre os grupos controle e experimental após 16 sessões de equoterapia, houve uma melhora significativa no tempo de execução do teste TUG no grupo experimental. Esse achado sugere que a equoterapia pode melhorar aspectos do equilíbrio dinâmico, mesmo que as melhorias no equilíbrio estático não sejam imediatamente evidentes (Araujo et al., 2011).
Portanto, Araujo et al. (2011) concluem que a equoterapia pode ser considerada uma intervenção eficaz para reduzir o risco de quedas em idosos, especialmente devido à melhoria da agilidade e do equilíbrio dinâmico, como evidenciado pela diminuição significativa no tempo necessário para completar o teste TUG. No entanto, os autores destacam a necessidade de estudos adicionais com maior número de sessões e amostras maiores para explorar mais profundamente os efeitos dessa intervenção nos parâmetros estabilométricos de idosos.
Complementando a perspectiva de Araujo et al. (2011), Kim et al. (2015) também investigam os benefícios da equoterapia, enfatizando a terapia de exercícios com equitação. Segundo Kim et al. (2015), devido ao seu movimento tridimensional único, a equitação é uma intervenção que tem sido aplicada para estimular o equilíbrio e a estabilidade em idosos. Esta modalidade terapêutica transfere movimentos para a pelve, simulando movimentos de inclinação pélvica, o que é particularmente benéfico para o fortalecimento dos músculos agonistas e para a manutenção do equilíbrio. A prática regular de exercícios físicos, como a equitação, é essencial para preservar a função cerebral e melhorar o fluxo sanguíneo, bem como a transferência de oxigênio, retardando a perda de tecido no hipocampo, uma área crítica para a memória e o equilíbrio em idosos.
O estudo conduzido por Kim et al. (2015) investigou os efeitos da equitação sobre o EEG de fundo, focando especificamente no índice de potência alfa relativa em idosos após oito semanas de intervenção. Os resultados demonstraram que, após o programa de equitação, houve um aumento significativo no índice de potência alfa mais lenta nos domínios T3 e P4, enquanto houve uma supressão nos domínios Fp1, Fp2, F3, F4, T4 e P3. Por outro lado, o índice de potência alfa mais rápida aumentou em todos os domínios no grupo de exercício com equitação, enquanto foi suprimido em todos os domínios no grupo controle. Essa ativação diferencial dos padrões de ondas alfa sugere uma melhora na estabilidade emocional e no relaxamento mental dos participantes, indicando um impacto positivo da equitação na saúde mental dos idosos.
Além disso, o estudo de Kim et al. (2015) encontrou diferenças significativas entre os grupos de intervenção e controle no domínio F3, sugerindo que a equitação pode ter um efeito específico na melhoria da função cerebral relacionada à concentração e ao conforto. Estes resultados corroboram estudos anteriores que associam a prática de atividades físicas regulares, como a equitação, a melhorias na ativação cerebral e na aprendizagem motora, evidenciadas pelo aumento na potência alfa relativa durante processos de aprendizagem por observação de comportamento e execução de exercícios.
Desta forma, conforme Kim et al. (2015), a terapia de equitação pode ser uma estratégia eficaz para melhorar não apenas o equilíbrio físico, mas também o equilíbrio mental e a função cognitiva em idosos. A prática regular dessa atividade pode promover um estado de relaxamento e estabilidade emocional, contribuindo para a qualidade de vida e para a redução do risco de declínio cognitivo associado ao envelhecimento.
Na sequência dessas abordagens, de Mello et al. (2020) trazem uma perspectiva sobre como o envelhecimento afeta o sistema estomatognático, levando a desequilíbrios posturais e musculares, especialmente nos músculos da mastigação. A hipoterapia, que utiliza o movimento tridimensional do cavalo como parte de uma intervenção terapêutica abrangente, tem se mostrado eficaz em melhorar o controle postural, o equilíbrio e a coordenação motora de indivíduos com diferentes deficiências. Este estudo utilizou a eletromiografia para avaliar a atividade dos músculos masseter e temporal em idosos antes e depois da hipoterapia, revelando uma diminuição significativa na atividade eletromiográfica desses músculos após a intervenção, sugerindo uma melhoria na função muscular e no controle motor.
O estudo de de Mello et al. (2020) destaca que a hipoterapia promove uma redução da atividade mioelétrica dos músculos mastigatórios em todas as tarefas mandibulares estáticas, com efeitos significativos observados nos músculos temporais direito e esquerdo e no músculo masseter esquerdo durante as tarefas dinâmicas mandibulares. Essa redução na atividade eletromiográfica pode ser atribuída ao movimento rítmico e tridimensional do cavalo, que exige ajustes constantes de postura e equilíbrio dos praticantes, melhorando assim o tônus muscular e a coordenação neuromuscular. Os achados sugerem que a hipoterapia pode ser uma abordagem terapêutica eficaz para melhorar a função muscular estomatognática em idosos, contribuindo para a reabilitação física e neuromuscular.
Além disso, o estudo utilizou dados eletromiográficos brutos para evitar a perda de informações que poderia ocorrer com a normalização dos dados, garantindo assim uma avaliação mais precisa das mudanças na atividade muscular. De acordo com os autores, o efeito terapêutico da hipoterapia se reflete na redução da necessidade de recrutamento de fibras musculares para executar as mesmas funções mastigatórias, o que indica uma melhora na eficiência mastigatória e um equilíbrio muscular mais homogêneo. Estes resultados corroboram a hipótese de que a hipoterapia pode alterar positivamente a atividade mioelétrica dos músculos mastigatórios, promovendo melhorias significativas na função muscular e na estabilidade postural em idosos.
Portanto, de Mello et al. (2020) concluem que a hipoterapia representa uma intervenção complementar promissora para a reabilitação de idosos, especialmente no que diz respeito ao controle postural e à função mastigatória. A redução na atividade eletromiográfica dos músculos estomatognáticos observada após a intervenção sugere uma melhora na coordenação neuromuscular e na eficiência funcional, destacando a importância de programas terapêuticos que incluam atividades físicas adaptadas para a promoção da saúde e bem-estar na população idosa.
Seguindo essa linha de raciocínio, Ferreira et al. (2021) discutem como o envelhecimento é acompanhado por um declínio natural das capacidades físicas e funcionais, resultando em uma diminuição da resistência e aumento do risco de doenças. Esse processo impacta diretamente na mobilidade e no equilíbrio dos idosos, fatores críticos para a realização de atividades diárias e para a prevenção de quedas. A prática de atividades físicas, como a equoterapia, tem se mostrado uma estratégia eficaz para a manutenção e melhoria dessas capacidades, contribuindo significativamente para a qualidade de vida da população idosa.
O estudo de caso realizado por Ferreira et al. (2021) avaliou os efeitos de dez sessões de equoterapia em cinco idosas, utilizando a Escala Motora para Terceira Idade e a Aptidão Motora Global como parâmetros de avaliação pré e pós-intervenção. Os resultados indicaram que, após a intervenção, houve uma melhoria na motricidade global, equilíbrio e esquema corporal em três das participantes.
Além disso, observou-se um aumento nas pontuações de orientação espacial e motricidade fina, sugerindo que a equoterapia pode promover benefícios abrangentes nos aspectos motores e cognitivos dos idosos, sem deteriorar a aptidão motora geral. Além dos benefícios físicos, Ferreira et al. (2021) destacam que a equoterapia também contribui para o bem-estar emocional e social dos idosos, ao integrar a interação com o cavalo como um elemento terapêutico central. A movimentação tridimensional proporcionada pelo cavalo exige ajustes constantes do praticante, estimulando o controle postural e a coordenação motora, ao mesmo tempo em que promove relaxamento e confiança, aspectos essenciais para o equilíbrio emocional e psicológico.
Portanto, Ferreira et al. (2021) concluem que a equoterapia pode ser uma intervenção valiosa para a promoção da saúde e bem-estar dos idosos, auxiliando na manutenção e melhora das capacidades motoras e na prevenção de quedas. No entanto, os autores sugerem a necessidade de estudos adicionais com amostras maiores para validar ainda mais os benefícios observados e explorar o impacto dessa prática em outras populações de idosos.
Para completar essa discussão, Toigo et al. (2008) abordam o envelhecimento como um processo caracterizado pela diminuição da reserva funcional e pela redução da resistência às agressões, o que aumenta o risco de desequilíbrios e quedas. Essas alterações são frequentemente observadas em idosos, que apresentam modificações significativas na estabilidade postural devido ao enfraquecimento do controle muscular e das respostas neuromusculares. A equoterapia surge como uma intervenção inovadora, utilizando o movimento tridimensional do cavalo para proporcionar ganhos físicos e psicológicos. Esse método terapêutico tem sido reconhecido por diversas entidades, incluindo o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Federal de Fisioterapia, por sua capacidade de melhorar o equilíbrio e o controle postural.
O estudo de Toigo et al. (2008) envolveu a avaliação do equilíbrio estático de idosos antes e após a realização de oito sessões de equoterapia. Utilizando o estabilômetro para medir deslocamentos do centro de pressão (CP) em diferentes direções, os autores observaram uma melhora significativa na direção ântero-posterior após a intervenção (p=0,002). No entanto, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos deslocamentos médio-laterais e na velocidade de deslocamento do CP. Estes resultados indicam que a equoterapia pode ser particularmente eficaz para melhorar o equilíbrio em uma direção específica, embora sua eficácia em outras dimensões do movimento e velocidade ainda necessite de mais investigações.
Adicionalmente, a pesquisa destacou que a interação do praticante com o cavalo não só facilita o controle do equilíbrio, mas também promove um ambiente terapêutico que favorece a confiança e o bem-estar emocional. Através dos movimentos rítmicos e desafiadores proporcionados pelo cavalo, os praticantes são constantemente estimulados a ajustar seu equilíbrio, melhorando assim a coordenação motora e a propriocepção. Esses ajustes contínuos são essenciais para manter a estabilidade postural e prevenir quedas, especialmente em populações idosas que enfrentam declínios nas funções vestibulares e sensoriais.
Portanto, Toigo et al. (2008) concluem que a equoterapia representa uma abordagem terapêutica eficaz para a melhora do equilíbrio estático em idosos, potencialmente reduzindo o risco de quedas e promovendo uma melhor qualidade de vida. O estudo sugere que, embora os resultados iniciais sejam promissores, são necessárias mais pesquisas para compreender plenamente os benefícios da equoterapia em diferentes aspectos da mobilidade e do controle postural em idosos.
Em síntese, os estudos de Araujo et al. (2011), Kim et al. (2015), de Mello et al. (2020), Ferreira et al. (2021) e Toigo et al. (2008) exploram diferentes aspectos da equoterapia e intervenções relacionadas para idosos, destacando uma gama de benefícios que vão além do simples equilíbrio físico.
Araujo et al. (2011) focam na melhoria do equilíbrio dinâmico através da equoterapia, observando sua eficácia em reduzir o risco de quedas ao melhorar a agilidade dos praticantes, apesar de não haver mudanças significativas nos parâmetros estabilométricos. Já Kim et al. (2015) ampliam essa análise ao incluir os benefícios cognitivos e emocionais da equitação, demonstrando que essa prática pode também promover relaxamento mental e estabilidade emocional, além de fortalecer o controle postural.
De Mello et al. (2020) abordam a hipoterapia, enfatizando seus efeitos positivos no sistema estomatognático e no controle motor, sugerindo que o movimento rítmico do cavalo pode melhorar a coordenação neuromuscular e a função muscular em idosos. Ferreira et al. (2021) reforçam essa perspectiva ao mostrar que a equoterapia também contribui para o bem-estar emocional e social dos idosos, além de melhorias na motricidade global e na qualidade de vida, destacando os benefícios emocionais proporcionados pela interação terapêutica com o cavalo.
Por fim, Toigo et al. (2008) centram sua análise na estabilidade postural, identificando melhorias no equilíbrio estático após a equoterapia, especialmente na direção ântero-posterior. Todos os estudos, apesar de abordarem diferentes dimensões e métodos de avaliação, convergem na conclusão de que a equoterapia é uma intervenção benéfica e multifacetada, capaz de melhorar aspectos físicos, cognitivos e emocionais em idosos, promovendo uma abordagem integrada para a reabilitação e o bem-estar dessa população.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise da literatura sobre os benefícios da hipoterapia para a população idosa, especificamente no que diz respeito a desfechos físicos, revela que esta é uma área de pesquisa ainda emergente, com estudos realizados entre 2011 e 2023. A maioria dos estudos se concentrou na avaliação de fatores relacionados ao risco de quedas e à mobilidade dos idosos, destacando desfechos como equilíbrio estático e dinâmico, mobilidade funcional, força muscular, flexibilidade, marcha e ativação muscular.
Em termos de equilíbrio, a literatura sugere que a hipoterapia pode ter efeitos variados. Um ensaio clínico randomizado conduzido por Araujo et al. (2011) com 17 idosos não encontrou diferenças significativas nos parâmetros estabilométricos, sugerindo que a plataforma de força utilizada não captou melhorias no equilíbrio postural após a intervenção(victor equoterapia (6)). Em contraste, Kim et al. (2014) utilizaram uma amostra maior e encontraram melhorias significativas no equilíbrio estático em um grupo de idosos submetidos à hipoterapia, quando comparados a um grupo controle que utilizou uma esteira, após oito semanas de intervenção (p=0,05).
Essas evidências são corroboradas por estudos adicionais que avaliaram o impacto da hipoterapia em testes de mobilidade como o Timed Up and Go (TUG). Diniz et al. (2020) relataram melhorias significativas no desempenho dos idosos no teste TUG após a hipoterapia (p=0,036), sugerindo que a intervenção pode ser eficaz na melhora da mobilidade funcional e na redução do risco de quedas(victor equoterapia (6)). No entanto, esses resultados não são unânimes. Outro estudo por De Araujo et al. (2013) não encontrou diferenças significativas no desempenho no teste TUG após a intervenção (p=0,063), mas relatou um aumento significativo na força muscular dos membros inferiores e no equilíbrio, medidos pela Escala de Equilíbrio de Berg (p=0,032 para força muscular e p=0,003 para equilíbrio).
Adicionalmente, Homnick et al. (2013) e Severyn et al. (2022) exploraram a eficácia da hipoterapia no equilíbrio usando a Fullerton Advanced Balance Scale (FABS). Homnick et al. não encontraram melhorias significativas no equilíbrio (p=0,12), enquanto Severyn et al. observaram que apenas um participante, com um escore inicial baixo, apresentou melhorias significativas, sugerindo que a hipoterapia pode ter efeitos mais pronunciados em indivíduos com maiores déficits de equilíbrio.
Quanto à ativação muscular, estudos como o de De Melo et al. (2022) indicam que a hipoterapia pode aumentar significativamente a ativação neuromuscular de músculos do tronco em idosos, o que é influenciado tanto pelo tempo de sessão quanto pelo número de intervenções. Esse estudo encontrou diferenças significativas para vários músculos, incluindo o trapézio esquerdo e os músculos retos abdominais (p<0,001)(victor equoterapia (6)). Esses achados sugerem que a hipoterapia pode promover um fortalecimento muscular que contribui para a melhoria da postura e da estabilidade dos idosos, potencialmente reduzindo o risco de quedas.
Além dos benefícios físicos, a hipoterapia também pode influenciar positivamente a qualidade de vida dos idosos. A literatura destaca que a interação com o cavalo e o movimento tridimensional proporcionado por essa atividade não apenas melhora a mobilidade funcional, mas também contribui para uma percepção melhorada de bem-estar e qualidade de vida, especialmente em aspectos relacionados à saúde geral.
Em resumo, a hipoterapia demonstra um potencial significativo na melhoria de várias capacidades físicas em idosos, como equilíbrio, mobilidade funcional e força muscular, embora os resultados possam variar dependendo dos métodos de avaliação e das características da amostra. Mais estudos são necessários para padronizar protocolos e otimizar os benefícios dessa intervenção, considerando a segurança e a eficácia para populações idosas diversificadas.
4. CONCLUSÕES
A equoterapia, utilizando o movimento tridimensional do cavalo, oferece uma intervenção única para a reabilitação de idosos, proporcionando ganhos significativos no equilíbrio, força muscular, coordenação e mobilidade. O movimento do cavalo simula o padrão de caminhada humana, o que é particularmente benéfico para idosos, uma vez que ajuda a melhorar a marcha e a estabilidade postural. Essa semelhança de movimentos facilita o treino motor e a reeducação neuromuscular, auxiliando na manutenção e na melhoria da função física, o que é essencial para a independência e qualidade de vida dos idosos.
Durante o período de intervenção de dezesseis semanas descrito no estudo, observou-se que a prática regular de equoterapia levou a melhorias significativas no equilíbrio estático e dinâmico dos participantes. Essas melhorias foram evidenciadas através de testes específicos, como o Timed Up and Go (TUG), que mostrou uma redução no tempo de execução, indicando melhor mobilidade e controle motor. Além disso, houve um aumento na força muscular, especialmente nos membros inferiores, o que é fundamental para a realização de atividades cotidianas e para a prevenção de quedas, um problema comum e perigoso entre os idosos.
O estudo também destacou a importância da equoterapia na promoção da motivação intrínseca entre os participantes. A interação com o cavalo, o ambiente ao ar livre e a dinâmica das sessões proporcionaram um aumento na autoestima e no bem-estar emocional dos idosos, fatores que são cruciais para a adesão a programas de reabilitação e para a manutenção de um estilo de vida ativo e saudável.
Os resultados indicam que a equoterapia não apenas ajuda na reabilitação física, mas também desempenha um papel significativo na melhora da qualidade de vida dos idosos, promovendo a saúde mental e o bem-estar geral. Com o envelhecimento da população global, a equoterapia surge como uma intervenção valiosa para enfrentar os desafios associados ao envelhecimento, fornecendo uma abordagem holística que integra os benefícios físicos, emocionais e sociais para os idosos.
Em conclusão, a equoterapia demonstra ser uma prática terapêutica eficaz e segura para melhorar os aspectos motores e a qualidade de vida de idosos. Os efeitos positivos observados no estudo reforçam a necessidade de incluir essa prática nos programas de saúde pública voltados para a população idosa, especialmente como uma estratégia para a prevenção de quedas e a promoção de um envelhecimento ativo e saudável. A continuidade de pesquisas nesta área é fundamental para expandir o conhecimento sobre os benefícios a longo prazo da equoterapia e para otimizar protocolos de intervenção que possam atender às necessidades específicas de diferentes populações idosas.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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