OS BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DA EQUOTERAPIA EM CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10086499


Danielle Jácome Guilherme1
Rosileide Alves Livramento 2


RESUMO

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por prejuízos persistentes na comunicação, interação social e comportamento que podem incluir padrões de interesse e atividade, os sintomas podem ser observados desde a primeira infância, o que pode limitar e prejudicar o funcionamento diário do sujeito. Dentre as terapias animais, a equoterapia tem ganhado cada vez mais atenção por promover a estimulação sensorial, neuromuscular e cognitiva através do cavalo como ferramenta de terapia motora, ajudando a melhorar a independência nas atividades da vida diária. Objetivo: identificar benefícios do tratamento da equoterapia em criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura. as bases de dados consultadas: PubMed, LILACS, Scielo, BVS, Portal da Capes e PEDro. Resultados: o uso da equoterapia tem demonstrado ser eficaz no tratamento de crianças com TEA, cujos efeitos são observados principalmente na postura corporal, na interação entre pares, na capacidade de seguir ordens simples, na autonomia e na autoestima. É evidente que este procedimento promove o bem-estar e melhora a qualidade de vida dos indivíduos com esta condição. Considerações finais: Conclui-se que crianças com TEA que participam da equoterapia como forma de tratamento apresentam benefícios ao nível do desenvolvimento motor, a presença do cavalo tem um efeito positivo no seu equilíbrio, nas suas posturas, na sua coordenação, no seu tónus, na sua força muscular, e na estimulação do seu sentido de sensação. Além disso, apresentam benefícios em termos de interação social, devido ao ambiente, ao contato com a equipe e demais profissionais.

Palavras-chaves: equoterapia, autismo, Terapia Assistida por Cavalos, Desenvolvimento motor.

ABSTRACT

Introduction: The Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized by persistent impairments in communication, social interaction and behavior that may include patterns of interest and activity, symptoms can be observed from early childhood, which can limit and impair the daily functioning of the subject. Among animal therapies, hippotherapy has gained increasing attention for promoting sensory, neuromuscular and cognitive stimulation through the horse as a motor therapy tool, helping to improve independence in activities of daily living. Objective: to identify benefits of hippotherapy treatment in children with Autism Spectrum Disorder (ASD). Methodology: This is a literature review. the databases consulted: PubMed, LILACS, Scielo, VHL, Portal da Capes and PEDro. Results: the use of hippotherapy has been shown to be effective in the treatment of children with ASD, whose effects are observed mainly on body posture, peer interaction, ability to follow simple orders, autonomy and self-esteem. It is evident that this procedure promotes well-being and improves the quality of life of individuals with this condition. Final considerations: It is concluded that children with ASD who participate in hippotherapy as a form of treatment have benefits in terms of motor development, the presence of the horse has a positive effect on their balance, their postures, their coordination, their tone, their muscle strength, and the stimulation of their sense of sensation. In addition, they present benefits in terms of social interaction, due to the environment, contact with the team and other professionals.

Keywords: hippotherapy, autism, Horse-Assisted Therapy, Motor development.

1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por prejuízos persistentes na comunicação, interação social e comportamento que podem incluir padrões de interesse e atividade, os sintomas podem ser observados desde a primeira infância, o que pode limitar e prejudicar o funcionamento diário do sujeito. Antes dos 3 anos de idade, podem aparecer sintomas associados a poucas ou limitadas exibições sociais, habilidades de comunicação subdesenvolvidas, interesses, comportamentos e atividades repetitivas (Bosa; Teixeira, 2014).

O TEA é um transtorno comportamental em que o desenvolvimento da criança é severamente prejudicado e é caracterizado por alterações qualitativas na interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e/ou estereotipados (Cabral; Marin, 2017). O TEA pode ser descrito como uma condição que surge no início do desenvolvimento e causa dificuldades no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. O desenvolvimento proeminente e atípico da interação social e comunicação e pela presença de comportamentos específicos que limitam atividades e interesses (Gaiato, 2018)

O TEA tem início precoce, curso crônico e é caracterizado principalmente por um desvio no desenvolvimento da sociabilidade e por padrões de comportamentos alterados. A apresentação clínica desses quadros é altamente variável, impactando em maior ou menor grau diversas áreas do desenvolvimento, como comunicação, aprendizado, adaptação, alguns indivíduos com TEA podem apresentar dificuldades graves de relacionamento social, enquanto outros aceitam passivamente as interações sociais, mas não as iniciam e têm dificuldade em mantê-las de forma convencional (Bosa; Teixeira, 2017).

Uma criança com TEA desenvolve dificuldades psicomotoras, como problemas no desenvolvimento do conceito de espaço, por não compreender seu corpo como um todo e não conseguir perceber as funções de suas diversas partes, resultando nos denominados distúrbios no desenvolvimento do esquema corporal, que é base do desenvolvimento motor, cognitivo e social. Como resultado, muitas vezes nota-se características no comportamento de uma criança que podem ser silenciosas, reticentes e sem representação para o indivíduo (Ribeiro et al., 2019).

Dentre as terapias animais, a equoterapia tem ganhado cada vez mais atenção por promover a estimulação sensorial, neuromuscular e cognitiva através do cavalo como ferramenta de terapia motora, ajudando a melhorar a independência nas atividades da vida diária (Kolling; Pezzi, 2020).

A equoterapia tem se mostrado eficaz em crianças diagnosticadas com TEA com resultados significativos relacionados à postura corporal, interação social, emoção, capacidade de seguir comandos simples, autonomia e autoestima. Percebe-se que essa prática pode levar ao bem-estar e à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos com esse transtorno (Cardoso, 2016).

A equoterapia é uma opção de tratamento diferente das clínicas tradicionais e é realizada ao ar livre e com maior contato com o ambiente externo. A terapia visa aprimorar as habilidades sociais, melhorar a postura e o equilíbrio e, assim, reduzir a ansiedade. Melhor organização do esquema corporal e orientação espacial, proporcionando melhor estabilidade emocional e física (Souza; Silva, 2015).

Porém, apesar desses benefícios, há poucas pesquisas sobre a eficácia da equoterapia no desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com TEA, implicando um verdadeiro benefício da equoterapia para esta população. Consequentemente, a importância desta pesquisa é proporcionar aos profissionais de saúde e à sociedade conhecimento sobre os benefícios da equoterapia para crianças com autismo, auxiliando na implementação da terapia de forma mais segura e eficaz (Cruz; Pottker, 2017).

O fisioterapeuta pode beneficiar pacientes com TEA através de estimulação e experiências sensório-motoras, melhorando sua coordenação motora, controle postural, equilíbrio, cognição, prática, concentração, melhorando assim sua comunicação através da terapia e estimulando a interação social (Torquato et al., 2013). O objetivo geral do trabalho os identificar benefícios do tratamento da equoterapia em criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura. Foi realizado a pesquisa de acordo com as seguintes bases de dados Medical Published Service of the U.S National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library OnLine (Scielo) e o Portal Regional da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Portal da Capes e Physiotherapy Evidence Database (PEDro).

Os critérios de Inclusão da pesquisa são: pesquisas publicadas com recorte temporal de 2013 a 2023; pesquisas nas línguas inglesa e portuguesa e artigos disponíveis na íntegra. Os critérios de Exclusão delimitados são: trabalhos de revisão de literatura, sistemática e integrativa; artigos em que seus títulos não sejam correspondentes aos descritores e estudos que apenas tinha sido disponibilizado resumos, duplicados, idiomas não desejados.

Para analisar os estudos, foi feita uma seleção desses trabalhos por meio do título e de uma leitura breve do resumo, verificando se o estudo corresponde com a temática proposta no projeto, eliminando a pesquisa que não se encaixar. Em seguida foi construída uma tabela na plataforma Microsoft Excel, visando deixar todos os trabalhos organizados por ano e relevância, onde ser observado e quantificar os dados com os principais resultados: ano, tema, metodologia e principais resultados.

Posteriormente, a tabela foi avaliada e analisada por meio de uma leitura profunda do trabalho, tendo como intuito selecionar os estudos por metodologia, discussão e resultados. Por fim, as pesquisas mais bem avaliadas serão selecionadas para fazerem parte do corpo do trabalho, que se trata de uma revisão de literatura.

No presente estudo foi realizado uma analisado 380 artigos, e foram excluídos 360 artigos e ao final foram incluídos 20 artigos, de acordo com a figura 1:

Figura – Fluxograma da pesquisa.

Fonte: acadêmica, 2023.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

No quadro 1, estão demonstradas as características dos estudos inclusos nesta revisão bibliográfica, apresentando os seguintes itens: autor, ano de publicação, tema, base de dados e resultados. Dessa forma, foram incluídos: 5 Portal da Capes, 3 PeDRO, 2 BVS representando 10 estudos sobre o referido tema.

Autor/AnoTítuloMétodosPrincipais resultados
Barbosa (2016)Aprendizagem de posturas em equoterapia por crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)Delineamentos de sujeito únicoEm uma pesquisa realizada com 16 alunos do Núcleo de Estudos de Atividades Físicas Adaptadas (NEAFA). Sobre os resultados, observou-se que todos os participantes conseguiram completar as posturas com o auxílio de um treinador ao final da intervenção, sendo o processo de aprendizagem facilitado por recursos visuais e verbais, sendo este último utilizado principalmente. Conclui-se que, de forma geral, a equoterapia foram benéficas, pois todos os participantes com TEA tiveram uma melhora maior quando comparados ao ponto inicial, além de terem uma resposta mais eficaz à assistência física e verbal, posteriormente, responderam à assistência verbal.
Kolling e Pezzi (2020)A Equoterapia no Tratamento de Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)Trata-se de uma pesquisa exploratória, transversal e de abordagem qualitativaA presente investigação procurou compreender a perspectiva dos pais sobre o processo de diagnóstico e os efeitos (físicos, mentais e emocionais) da equoterapia em crianças com TEA. Nessa prática, observou-se que equoterapia beneficiava aqueles que participavam, como a autonomia, pois tinham uma perspectiva acima de suas ações e, como consequência, possuíam controle sobre a situação. Além disso, a criança com TEA altera e aumenta o tônus ​​muscular através dos movimentos do animal. O profissional que acompanha esta prática, desenvolve ainda outras atividades, que auxiliam no desenvolvimento cognitivo, como jogos de encaixe, brincadeiras para acertar a bola na cesta e até mesmo atividades que contribuem para desenvolvimento de habilidades sociais.
Harris e Williams (2017)The impact of a horse riding intervention on the social functioning of children with autism spectrum disorder.Estudo de caso-controleNa pesquisa com 10 crianças com TEA, com idades entre 6 e 9 anos, foram submetidos a intervenção com equoterapia que levou a uma maior mudança no funcionamento social. No pós-teste, houve redução significativa na gravidade dos sintomas do TEA. Portanto, o presente estudo sugere que as intervenções de equoterapia podem ser benéficas para crianças TEA com baixo funcionamento social e desenvolvimento motor grave, com idades entre 6 e 9 anos, em aspectos de seu funcionamento social.
Oliveira e Zaqueo (2017)Influência da equoterapia no desenvolvimento de autistas no centro de equoterapia Passo Amigo em Porto Velho-ROEstudo de casoEm estudo com 8 alunos com TEA que participaram de equoterapia. Entre os indivíduos com autismo, 37,5% praticavam a atividade há dois anos, enquanto 87,5% participavam apenas de uma sessão de 30 minutos por semana. Todos alunos com TEA envolvidos reconheceram potencialização no desenvolvimento comportamental, motor e intelectual após a implementação da equoterapia. Os pais acreditam que seus filhos devem alcançar consistentemente os melhores resultados possíveis durante as aulas, porém, a prática da equoterapia ainda não é acessível economicamente para todos os públicos.
Bender e Guarany (2016)Efeito da equoterapia no desempenho funcional de crianças e adolescentes com autismo.Trata-se de um estudo transversal comparativo de caráter quantitativo.Esta pesquisa demonstrou que a equoterapia é um método terapêutico benéfico para crianças com TEA que proporciona tanto movimento quanto autocuidado, também apresentou diferença estatística significativa para crianças menores de 8 anos. Acredita-se que a função social levará a resultados positivos na implementação de abordagens grupais em programas terapêuticos para Equinos.
Silva et al. (2020)Equoterapia e educação física: estudo de caso com praticante autistaEstudo de casoO estudo de caso foi realizado com um praticante do sexo masculino, de 6 anos, que apresenta sintomas de TEA. Os dados foram coletados no Centro de Equoterapia Primeiro Passo, que fica no Parque de Exposições do município de Jataí-GO. Na perspectiva do profissional envolvido na equoterapia, houve um aumento significativo no desenvolvimento do conceito de lateralidade, isso aumenta a compreensão da orientação do corpo em relação ao praticante. Houve uma mudança significativa, pois o praticante se ajustava sozinho no cavalo quando era pedido, ou até em momentos se ajustava sozinho em cima do cavalo, algo que de início não era de fácil entendimento tem que sempre quando era preciso o mediador ajustá-lo.
Baggio et al. (2021)Equoterapia: intervenções terapêuticas e educativas com pessoas com deficiência e com Transtorno do Espectro Autista.Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiênciaFoi obtido como resultados e ganhos derivadas dos benefícios da Equoterapia para crianças com TEA, esses benefícios incluíam componentes físicos, mentais e sociais, quando as pessoas tinham contato com o cavalo, seu corpo se movia, o que levaria a um movimento físico. Além disso, faz com que a criança desenvolva um amor pelo animal, o que por sua vez faz com que ela interaja com as pessoas, o que promove o desenvolvimento biopsicossocial do praticante.
Chaves et al. (2021)Benefícios da equoterapia no desenvolvimento psicomotor de uma criança com Espectro AutistaEstudo experimental do tipo estudo de casoA equoterapia mostrou-se um método significativo de estimulação terapêutica que promoveu o equilíbrio e a estrutura corporal de uma criança com TEA, esse método afetou positivamente o aprendizado de habilidades motoras nesses indivíduos. O aumento do equilíbrio e da organização corporal aumentou os benefícios funcionais, incluindo a diminuição de quedas, a melhoria da irritabilidade e a facilitação da comunicação entre os participantes.
Mello et al. (2021)Equoterapia na percepção de pais/mães de autistas.Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório-descritivo,Os resultados mostraram que os pais e mães perceberam os benefícios das sessões de equoterapia, permitindo compreender as sessões entre o profissional e o cavalo tiveram um efeito positivo nos participantes e aumentaram seu senso de autoestima e segurança, o que levou a uma melhora nos limites percebidos. A importância dessa temática no contexto do TEA fica evidente pelo processo de desenvolvimento, interação social, convivência humanizada e vínculo afetivo.
Coriolano (2021)A equoterapia como método terapêutico para crianças com transtorno do espectro autista (TEA): um estudo de casoEstudo de casoFoi realizado um estudo de caso com uma criança com TEA no centro de equoterapia aos 7 anos de idade. Esse procedimento resultou em uma criança realizando uma hora de equoterapia por semana, com duração de 30 minutos. Durante o tempo dedicado à equoterapia, acrescenta-se a seguinte descrição: aumento da frequência do contato visual; o reconhecimento dos profissionais que estão acompanhando você; o propósito da comunicação; aumento da frequência de execução de instruções verbais simples; diminuição da ecolalia; aumento da consciência corporal e desprezo pelo contato físico; gestos e palavras que iniciam ou alteram a forma de interação social; vínculo com o cavalo e os terapeutas; aumento do conhecimento corporal e desprezo pelo contato físico.

Fonte: acadêmica, 2023.

Para Mello et al. (2021), a interação social, quando positiva, tem papel na qualidade de vida e no envelhecimento, pois é importante para a saúde psicológica dos indivíduos com TEA e evita que fiquem isolados. Com isso, reconhece-se a importância de contar com terapias que auxiliem nas tarefas diárias do indivíduo autista, a família que convive com um familiar com essa condição muitas vezes carece de conhecimento quanto à maneira adequada de interagir com os cuidados necessários ao desenvolvimento pessoal e aos múltiplos dúvidas, podendo ocorrer alterações no estilo de vida da família, por se tratar de um distúrbio do neurodesenvolvimento que necessita de cuidados ao longo da vida.

De acordo com Silva et al., (2020), a equoterapia é caracterizada por uma variedade de exercícios e estímulos que servem como terapia complementar para indivíduos com deficiência física ou mental. Estes estímulos são implementados por uma equipa multidisciplinar que é crucial para sessões eficazes, esta equipa proporciona uma relação não só entre o terapeuta e o sujeito/praticante, mas também entre o terapeuta e o cavalo. Além disso, é importante avaliar e alterar constantemente as sessões para garantir que esses estímulos correspondem ao objetivo pretendido e aos desejos do praticante para o desenvolvimento do seu potencial.

Segundo Barbosa (2016), durante a equoterapia, o cavalo se movimenta pelo espaço e executa diversas ações com os participantes no dorso, ocupando alternadamente diferentes posições funcionais para participar da atividade terapêutica. Essa experiência sensório-motora pode potencialmente proporcionar desafios posturais constantes. A estimulação cinestésica fornecida do cavalo é comparada a outros métodos terapêuticos. Além disso, quando o indivíduo está a cavalo, há um tipo diferente de estímulo recebido, o que pode levar ao aumento da motivação e, consequentemente, quebrar os hábitos estacionários anteriores dos participantes.

No dizer de Kolling e Pezzi (2020), o uso da equoterapia tem demonstrado ser eficaz no tratamento de crianças com TEA, cujos efeitos são observados principalmente na postura corporal, na interação entre pares, na capacidade de seguir ordens simples, na autonomia e na autoestima. É evidente que este procedimento promove o bem-estar e melhora a qualidade de vida dos indivíduos com esta condição.

Na concepção de Harris e Williams (2017), o tratamento feito por meio da Equoterapia, é benéfico para uma criança com TEA se for devidamente planejado. Pode promover o interesse da criança pelo cavalo e a sua associação com o animal, o que é significativo para o desenvolvimento de competências psicossociais. O planejamento e a criação de estratégias baseadas no conhecimento em TEA, incluindo a presença de alterações sensoriais, a identificação de interesses e a criação de rituais, foram cruciais para o processo de conhecer o cavalo e também de montá-lo. A equoterapia tem um impacto positivo na experiência educacional de crianças autistas, promove habilidades sociais e também auxilia na socialização.

Nas palavras de Oliveira e Zaqueo (2017), conduziram pesquisa médica experimental com 8 pacientes com TEA em um centro dedicado à equoterapia. Muitos pacientes dedicavam terapia por aproximadamente 30 minutos a cada 7 dias e já participavam da atividade há 6 meses. Isso permite identificar aqueles que participaram das entrevistas que consideraram seus filhos proficientes nas atividades propostas pelo terapeuta, igual percentual de pais considerou que os autistas que participaram da equoterapia tiveram resultado positivo, seguido do restante dos 25%. Aqueles que acreditam que seus filhos são ótimos são a maioria. Uma das melhorias mais óbvias que os pais apresentam é uma melhora nas habilidades comportamentais e motoras.

Para Bender e Guarany (2016), o aperfeiçoamento das habilidades motoras é fundamental pois proporciona um meio de participação em outras atividades, bem como interação social, entretenimento e interação social para indivíduos com TEA. Isso facilita a importância de iniciar precocemente a estimulação motora, sendo a equoterapia reconhecida como uma poderosa aliada na aquisição de habilidades motoras, não apenas como facilitadora durante as atividades, mas também como estimuladora dos componentes motores.

Na visão de Baggio et al. (2021), a vivência com a equoterapia promove a criação de um vínculo entre os participantes e a natureza, esse vínculo é de natureza física, psicológica, moral, social e espiritual. Todos esses efeitos beneficiam os participantes e a equipe que implementa a terapia. Promove também a formação especializada, criando equipas interdisciplinares e prestando assim um atendimento integral. Como resultado, descobriu-se que este procedimento: demonstrou melhorias na qualidade das relações família/cuidador, à medida que os profissionais aumentaram os atributos físicos e psicológicos, e os pais, por sua vez, puderam ter um espaço para discutir suas experiências, o que criou uma rede de apoio; proporcionou aos acadêmicos novas experiências, integração entre teoria e prática, aprendizado e compartilhamento de conhecimentos entre os membros da equipe e atendeu às demandas do paciente como um todo.

Para Chaves et al. (2021), a fisioterapia tem papel significativo no fornecimento de estimulação sensório-motora, cujo objetivo é potencializar o desenvolvimento motor de crianças com TEA. A equoterapia é um método de tratamento de crianças com deficiência em seu desenvolvimento motor típico. Através do movimento tridimensional do cavalo e da conexão emocional com o animal, são estimulados componentes motores, sensoriais e ambientais, que têm um impacto positivo no desenvolvimento neurológico. Os procedimentos assistidos por animais estão associados a um efeito positivo nas crianças com deficiências de desenvolvimento, particularmente naquelas com PEA. Os cavalos são os animais mais benéficos para este grupo de crianças.

Em suma, Coriolano (2021), aproveitando o vínculo humano-animal, a equoterapia está ganhando popularidade como forma de intervenção terapêutica para pessoas com TEA. Especificamente, para estes indivíduos, alguns dos resultados associados à equoterapia incluem: a percepção dos outros, a prática da imitação, a evitação do contacto físico, a aquisição de experiência social, o uso de postura corporal ou gestos para iniciar ou alterar o social. interação, a linguagem falada, o sorriso como resposta, a postura corporal ou gestos usados ​​para iniciar ou alterar a interação social, o vínculo entre o animal e o terapeuta e o mundo externo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que crianças com TEA que participam da equoterapia como forma de tratamento apresentam benefícios ao nível do desenvolvimento motor, a presença do cavalo tem um efeito positivo no seu equilíbrio, nas suas posturas, na sua coordenação, no seu tónus, na sua força muscular, e na estimulação do seu sentido de sensação. Além disso, apresentam benefícios em termos de interação social, devido ao ambiente, ao contato com a equipe e demais profissionais.

As sessões de equoterapia são agradáveis não algo que eles vão sentir incomodados e fora do mundo deles. O procedimento da Equoterapia é exigente e solicita muito empenho e esforço, além de paciência dos pais ou responsáveis ​​da criança, junto com um pouco de paciência a criança ganhará confiança durante a prática dos exercícios que é essencial para seu futuro. e significado, por se tratar de uma nova empreitada para a criança, ela deve passar por um breve período de adaptação.

As contribuições da Equoterapia para crianças TEA são significativas, tanto físicas, mentais e sociais, pois o indivíduo é incentivado a interagir com o corpo do cavalo, isso faz com que o indivíduo desenvolva um vínculo emocional com o animal, auxiliando-o posteriormente a desenvolver um vínculo emocional. vínculo com as pessoas. Isso é significativo no desenvolvimento de questões biopsicossociais.

É evidente que a equoterapia ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento em nossa sociedade, mas pode ser benéfico para nós aproveitarmos esse método. Pode-se observar que são necessárias mais pesquisas sobre o tema, pois não existem muitos recursos que discutam os benefícios da equoterapia para pacientes com TEA, através desta nova pesquisa, um número maior de pacientes poderia se beneficiar do tratamento.

REFERENCIAL

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1 Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro.

2 Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro.