THE BENEFITS OF THE KANGAROO METHOD IN A NEONATAL INTENSIVE CARE UNIT: AN INTEGRATIVE REVIEW
LOS BENEFICIOS DEL MÉTODO CANGURO EN UNA UNIDAD DE CUIDADOS INTENSIVOS NEONATALES: UNA REVISIÓN INTEGRADORA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7988138
Maria Vitória Silva dos Santos;
Amanda Costa Maciel.
RESUMO
Objetivo: Identificar na literatura científica a assistência de enfermagem e a importância do método canguru ao recém-nascido prematuro em UTI Neonatal. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativo da literatura, a caráter qualitativo. Amostra de 11 artigos utilizados para a construção da pesquisa. O levantamento dos dados foi executado por meio das bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Resultados e discussões: Percebeu-se um fortalecimento psíquico-materno, motivado pela presença constante na unidade intensiva e pela realização do Posicionamento Canguru, além do fortalecimento significativo das relações de apego das mães com seus bebês e dos benefícios clínicos já comprovados do método. Conclusão: O estudo mostra na literatura a contribuição da assistência de enfermagem para o sucesso do Método Canguru, fortalecendo a adoção dessa prática, no contexto do cuidado ao recém-nascido prematuro.
Palavras-chave: Enfermagem;Método canguru;Prematuro.
ABSTRACT
Objective: To identify nursing care in the scientific literature and the importance of the kangaroo method for premature newborns in the Neonatal ICU. Methodology: This is a descriptive study, of the integrative literature review type, of a qualitative nature. Sample of 11 articles used for the construction of the research. Data collection was carried out using the databases of the Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Nursing Database (BDENF). Results and discussions: A psychic-maternal strengthening was noticed, motivated by the constant presence in the intensive care unit and by performing the Kangaroo Positioning, in addition to the significant strengthening of the mothers’ attachment relationships with their babies and the proven clinical benefits of the method. Conclusion: The study shows in the literature the contribution of nursing care to the success of the Kangaroo Method, strengthening the adoption of this practice in the context of care for premature newborns.
Keywords: Nursing; Kangaroo method; Premature.
RESUMEN
Objetivo: Identificar en la literatura científica los cuidados de enfermería y la importancia del método canguro para los recién nacidos prematuros en la UTI Neonatal. Metodología: Se trata de un estudio descriptivo, del tipo revisión integrativa de la literatura, de carácter cualitativo. Muestra de 11 artículos utilizados para la construcción de la investigación. La recolección de datos se realizó utilizando las bases de datos de la Biblioteca Científica Electrónica en Línea (SCIELO), Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS), Base de Datos de Enfermería (BDENF). Resultados y discusiones: Se notó un fortalecimiento psíquico-materno, motivado por la presencia constante en la unidad de cuidados intensivos y por la realización de la Posición Canguro, además del significativo fortalecimiento de las relaciones de apego de las madres con sus bebés y los beneficios clínicos comprobados de el método. Conclusión: El estudio muestra en la literatura la contribución del cuidado de enfermería para el éxito del Método Canguro, fortaleciendo la adopción de esa práctica en el contexto del cuidado del recién nacido prematuro.
Palabras clave: Enfermería; Método canguro; Prematuro.
1 INTRODUÇÃO
O Método Canguru (MC) ou Método Mãe Canguru (MMC) é um modelo de assistência neonatal que permite, de forma precoce, o contato pele a pele entre a mãe e o Recém-Nascido de Pré-Termo (RNPT) e Recém-Nascido de baixo peso (RNBP), proporcionando maior participação dos pais nos cuidados ao seu filho, inclusive após a alta hospitalar (Ferreira; Silva; Galon; Goulart; Amara & Contim, 2019).
Anualmente, nascem no mundo, cerca de 20 milhões de crianças prematuras, destas, em torno de um terço vão ao óbito antes de completar o primeiro ano de vida, sendo o peso ao nascer o fator mais significativo dentre as causas de mortalidades neonatais. Nas Américas, aproximadamente, 12,0% do total de neonatos, ou seja, 1.944.852 recém-nascidos nascem antes de completar 37 semanas de gestação. Consideram-se prematuros extremos quando nascem entre as 22ª e 30ª semanas; e moderados, aqueles com idade gestacional entre as 31ª e 36ª semanas (Lopes; Carvalho; Alves; Medeiros; Oliveira & Miranda, 2019).
Em 1979, os médicos neonatologistas, Edgar Rey Sanabria e Héctor Martinez Gómez, implantaram de forma pioneira o MC no Instituto Materno-Infantil de Bogotá, Colômbia, em decorrência da falta de infraestrutura para o atendimento dos neonatos pré-termos e seus elevados índices de mortalidade que, na maioria das vezes, iam a óbito por infecção hospitalar. O objetivo geral da criação desse método consistia em prevenir agravos, promover a saúde, reduzir a mortalidade infantil, além de diminuir os gastos dos serviços de saúde e sanar o problema da pouca disponibilidade de equipamentos neonatais (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018; Nietsche; Papa; Terra; Reisdorfer; Ramos & Antunes, 2020).
No cenário brasileiro, o MC surgiu com uma proposta além da inicial, e objetivou essencialmente a melhoria, a humanização, a qualificação do atendimento neonatal e o favorecimento do vínculo familiar. Assim, surgiu a política da Atenção Humanizada ao RNBP – Método Canguru, que foi regulamentada e publicada pelo Ministério da Saúde (MS) através da Portaria Nº 693, de 5 de julho de 2.000, atualizada pela Portaria Nº 1.683,de 12 de julho de 2007. Essa política trouxe a qualificação do cuidado global ao neonato, beneficiando o desenvolvimento integral da criança, o elo familiar e, como consequência, a diminuição das taxas de mortalidade neonatal (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018).
As intervenções precoces, realizadas pela equipe de Enfermagem e demais profissionais atuantes em uma unidade de cuidados neonatais e oportunizadas pelo MC, são fundamentais para o cuidado adaptativo que permite aos pais exporem seus medos, anseios, dúvidas e inseguranças frente ao processo de cuidar do RNPT e de baixo peso. A criação de vínculo entre a equipe e os familiares favorece o fortalecimento de uma rede de apoio, durante a hospitalização do filho, permitindo melhor adaptação ao novo ambiente (Ferreira; Silva; Galon; Goulart; Amara & Contim, 2019).
PREMATURIDADE E UTI NEONATAL
O nascimento prematuro resulta na separação precoce entre mãe e bebê devido à necessidade de internação nas UTIN e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN). Além disso, a internação de um recém-nascido (RN) em uma UTIN é considerada, pelas mães, um evento devastador e traumático, além de alterar a dinâmica e rotina familiar (Souza; Ribeiro; Vieira; Guarda; Leon & Schardosim, 2019).
O nascimento pré-termo e a consequente necessidade de hospitalização do bebê, nas primeiras horas de vida, pode influenciar, negativamente, o estabelecimento dessas primeiras relações de apego. O ambiente da UTIN, apesar de necessário, nesse momento de vida do recém-nascido, apresenta uma série de estímulos estressores para o bebê: luminosidade forte, variabilidade de temperatura, alta frequência de procedimentos invasivos e dolorosos, interrupção constante do ciclo de sono. Tais estímulos afetam também a mãe, que pode se sentir insegura diante daquilo que desconhece: tanto o ambiente como a situação clínica de seu bebê (Abreu; Duarte & Dittz, 2020).
Os investimentos em tecnologia e cuidados especializados, bem como as políticas públicas vigentes, têm assegurado a sobrevivência dos neonatos com peso e idade gestacional cada vez menores e, diante dessa nova possibilidade de cuidado, revelam a fragilidade e vulnerabilidade desses seres imaturos desde o nascimento. Dessa forma, os distúrbios funcionais, as alterações neurológicas, cognitivas, sensoriais e motoras, assim como o atraso no crescimento e desenvolvimento e as consequentes repercussões sociais e familiares, passaram a ser um problema de saúde pública (Araújo; Pacheco; Rodrigues; Silva; Rodrigues & Arantes, 2018).
O MC tem como princípio promover maior vínculo afetivo e estabilidade térmica, contribui para a redução do risco de infecção hospitalar, reduz o estresse e a dor do Recém-Nascido (RN), aumenta as taxas de aleitamento materno e melhora o desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo, propiciando melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, reduzindo o número de reinternações e contribuindo para a otimização dos leitos de UTIN e de Cuidados Intermediários Neonatais (Ferreira; Silva; Galon; Goulart; Amara & Contim, 2019).
MÉTODO CANGURU E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A Posição Canguru, que consiste em manter o RN prematuro e/ou de baixo peso na posição vertical junto ao peito de seu acompanhante, constitui uma prática recomendada por ser de baixo custo e por trazer inúmeros benefícios ao bebê, pais e demais familiares (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018).
O MC é dividido em três etapas: identificação da gestante com risco de dar à luz um bebê RNPT ou RNBP; promoção da posição canguru a partir da estabilidade clínica do RN e segurança da mãe; e acompanhamento do RN e família, após a alta hospitalar, por profissionais da saúde. A posição canguru consiste em promover o contato pele a pele do RN (despido, utilizando somente fraldas e posicionado na posição vertical) com seus pais/familiares, pelo tempo em que ambos se sintam confortáveis (Nietsche; Papa; Terra; Reisdorfer; Ramos & Antunes, 2020).
O MC, na sua integralidade, compreende três etapas consecutivas: A primeira é realizada na UTIN, espaço onde acontece o acolhimento da família e a primeira aproximação dos pais e familiares com seus Recém-Nascidos; a segunda etapa se inicia quando o Recém-Nascido é encaminhado da UTIN para Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa) – nessa oportunidade os pais são convidados a estar junto aos seus filhos integralmente, para dispensar cuidados diários sob a supervisão e orientação da equipe de saúde, em específico da equipe de enfermagem; finalmente, a terceira etapa é definida pela alta do Recém-Nascido para o domicílio (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018).
Durante as etapas que contemplam o Método Canguru, pais e familiares devem ser acompanhados por profissionais de saúde capacitados, de forma a assegurar a eficácia do método, bem como a segurança do bebê prematuro, além de motivar o cuidado neonatal. Assim, inicialmente, os pais são convidados a realizarem contato pele a pele gradual, permitindo aproximação crescente entre ambos (Lopes; Carvalho; Alves; Medeiros; Oliveira & Miranda, 2019).
A prática social dos profissionais de enfermagem na promoção do cuidado materno ao neonato prematuro se mostrou vinculada às ideologias institucionais articuladas com as políticas públicas vigentes no Brasil (Araújo; Pacheco; Rodrigues; Silva; Rodrigues & Arantes, 2018).
A assistência humanizada aos RNBP ao nascer, por meio do MC, tem se destacado por proporcionar aproximação precoce e contínua do bebê prematuro aos pais e familiares. Os benefícios do uso dessa metodologia vêm demonstrando a importância do cuidado atento, seguro e reconhecendo as particularidades da prematuridade no seio familiar, pois, na maioria das vezes, o nascimento precoce do filho ocorre de forma inesperada, constituindo, assim, desafio familiar (Lopes; Carvalho; Alves; Medeiros; Oliveira & Miranda, 2019).
A equipe de enfermagem quanto os demais profissionais possuem função de multiplicadores de valores e práticas que podem ou não ser seguidas; desse modo, são capazes de influenciar a realização ou não do MC na prática cotidiana (Souza; Ribeiro; Vieira; Guarda; Leon & Schardosim, 2019).
O cuidado neonatal se fortalece como uma das áreas da enfermagem em constante desenvolvimento, visando conciliar os avanços tecnológicos importantes para a sobrevivência do bebê, com abordagens que valorizem as inter-relações cotidianas. Desta forma, no momento da internação, a equipe de saúde tem papel essencial de minimizar os medos e ansiedades dos pais, proporcionando conforto e respondendo às preocupações, devendo reconhecer que é preciso incluir a família no cuidado que desenvolve. À medida que os pais e a família vêm à unidade para outras visitas, as informações podem ser complementadas e os cuidados aprimorados (Gomes; et al., 2021).
BENEFÍCIOS DO MÉTODO CANGURU AOS PREMATUROS EM UTI NEONATAL
O MC traz como benefícios o fortalecimento do vínculo mãe-filho, bem como o aleitamento materno, controle da temperatura, da diminuição da sepse neonatal e do período de internação hospitalar; contribui para o desenvolvimento cognitivo e motor, promove a estimulação sensorial, gera maior estabilidade durante o transporte de prematuros e propicia a manutenção dos sinais vitais, mesmo quando realizado em prematuros sob ventilação mecânica (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018).
O nascimento prematuro resulta na separação precoce entre mãe e bebê devido à necessidade de internação nas UTIN e UCIN. Além disso, a internação de um RN em uma UTIN é considerada, pelas mães, um evento devastador e traumático, além de alterar a dinâmica e rotina familiar (Souza; Ribeiro; Vieira; Guarda; Leon & Schardosim, 2019).
A conscientização das mães por meio de orientações é um fator de extrema relevância, visto que amplia o entendimento a respeito do método, tornando-o mais frequente e vantajoso para a instituição. Nesse âmbito, surge a importância do profissional de enfermagem em cuidar, promover a manutenção e recuperação do RN enquanto estiver internado, para que a família se sinta capacitada para a continuidade do cuidado no pós-alta (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018).
A UCINCa é um ambiente dotado de equipe capacitada no atendimento e acompanhamento dos bebês e corroboram para efetividade e qualidade dos cuidados, com isso, ocorre o esperado para esse modelo assistencial, que é a diminuição de infecção relacionada à assistência à saúde, diminuição da apneia da prematuridade, estímulo ao aleitamento materno, controle térmico mais eficiente, estímulo sensorial adequado, favorecimento do vínculo mãe e filho, melhora do desenvolvimento neurocomportamental e no relacionamento da família com a equipe de saúde, maior competência e confiança dos pais no manuseio do RN de baixo peso, inclusive após a alta hospitalar (Ferreira; Silva; Galon; Goulart; Amara & Contim, 2019).
O interesse pelo tema surgiu pela experiência pessoal e acadêmica com neonatos prematuros. A busca pelo método canguru é uma forma de ampliar o conhecimento acerca das tecnologias dos cuidados utilizados para assistência de enfermagem. Com o aumento expressivo da prematuridade do Brasil, acredita-se que o presente trabalho poderá colaborar para o desenvolvimento acadêmico, incentivar a futuras pesquisas na área de atuação da enfermagem no cuidado ao recém-nascido prematuro.
De acordo com a literatura, quais os benefícios do método canguru em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)? Acredita-se que o Método Canguru tem benefícios na prática realizada pela equipe de enfermagem na UTIN.
Nesse sentido, o objetivo é identificar, na literatura científica, a assistência de enfermagem e a importância do método canguru ao prematuro em UTIN. Descrever a importância do método canguru ao prematuro; Relatar sobre assistência da enfermagem ao prematuro em UTIN e; Apresentar os principais desafios da enfermagem na utilização do método canguru em UTIN.
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativo da literatura, a caráter qualitativo (Whittemore & Knafl). Amostra de 10 artigos utilizados para a construção da pesquisa. O levantamento dos dados foi executado por meio de três bases de dados, da Scientific Electronic Library Online (SciELO), da LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e da BDENF (Base de Dados de Enfermagem).
O procedimento de escolha dos artigos na base de dados utilizada, mostrando as quantidades de artigos encontrados conforme a temática, os selecionados após os critérios de inclusão e exclusão. Critérios de inclusão: artigos de linguagem portuguesa que esteja disponível na íntegra no período de 2018 a 2022 que respondam à pergunta norteadora.
Critérios de exclusão: artigos de linguagem estrangeira e publicados a mais de cinco anos, documentos em formato de TCC; Monografia; Dissertação; Teses; Anais de congressos.
Descritores: Recém-nascido; Enfermagem; Método Canguru e Prematuro. O cruzamento utilizado: Método Mãe Canguru e Recém-nascido Prematuro (Kangaroo-Mother Care Method and Infant Premature); Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e Método Mãe Canguru (Intensive Care Units Neonatal and Kangaroo-Mother Care Method); Método Mãe Canguru e enfermagem (Kangaroo-Mother Care Method and nursing).
De acordo, com o fluxograma foram encontrados 114 artigos após os cruzamentos nas bases de dados: da SCILEO com 24 artigos, da LILACS com 33 artigos e da BDENF com 31 artigos. Depois de aplicado os critérios: 06 artigos da SCIELO, 04 artigos da LILACS e 03 artigos da BDENF. Selecionados 11 artigos para o levantamento dos dados.
Figura 1: Fluxograma dos artigos pesquisados nas bases de dados.
Fonte: Autor, 2023.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para entender a temática foi necessário desenvolver três tabelas dividas de acordo com os artigos encontrados nas três bases de dados da Scielo, Lilacs e Bdenf respectivamente, onde apresentam as características mais importantes dos artigos que foram selecionados para o levantamento de dados para a pesquisa. Dessa forma, a tabela 1, mostra quatro artigos que foram selecionados na base de dados da Scielo, onde aponta suas características mais importantes.
Tabela 1: Artigos encontrados na base de dados da SCIELO, utilizados para o levantamento de dados.
AUTOR/ANO | TEMA | RESUMO | REVISTA |
Ferreira; Silva; Galon; Goulart; Amara & Contim, 2019. | Método canguru: percepções sobre o conhecimento, potencialidades e barreiras entre enfermeiras. | Objetivo: Analisar o conhecimento, as potencialidades e as barreiras relacionadas à implantação do Método Canguru, na percepção de enfermeiras que atuam nas unidades materno-infantil de um hospital-escola. Método: Pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa, orientada pela Política de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, Método Canguru. Realizada entre janeiro e março de 2018, com oito enfermeiras de unidade materno-infantil. Os dados foram coletados no período entre janeiro e março de 2018, por meio de entrevistas semiestruturadas, transcritas e submetidas à Análise de Conteúdo Temática associada aos recursos do Atlas Ti versão oito. Resultados: Emergiram três categorias: Barreiras para o desenvolvimento do Método Canguru; Conhecimento sobre o Método Canguru; e Potências do Método Canguru. Conclusão e implicações para a prática: Os discursos das enfermeiras revelaram conhecimento parcial, ausência de experiência prática e barreiras relacionadas à resistência da equipe e à falta de apoio institucional, embora considerem o método com potenciais benefícios para proporcionar a construção de vínculo e indiquem a educação permanente como estratégia necessária para sua implantação. | Esc Anna Nery. |
Gomes; et al., 2021. | Conhecimento de mães sobre cuidados de recém-nascidos prematuros e aplicação do Método Canguru no domicílio. | Objetivo: identificar o conhecimento de mães sobre cuidados de recém-nascidos prematuros e aplicação do Método Canguru no domicílio. Métodos: estudo descritivo, qualitativo, realizado com 15 mães de recém-nascidos prematuros em um Hospital Materno-Infantil de referência da Região Norte do Brasil utilizando dois roteiros semiestruturados de entrevistas com questões abertas e fechadas. Os depoimentos foram analisados por meio da técnica de análise temática, proposta por Bardin. Resultados: originaram-se duas categorias temáticas: “Cuidando de um recém-nascido prematuro em casa: potencialidades e fragilidades” e “Aplicando o Método Canguru em casa: novos conhecimentos adquiridos com a internação”. Considerações finais: os discursos das mães entrevistadas apontaram seus conhecimentos sobre os cuidados domiciliares de prematuros e entendimento da importância do Método Canguru, principalmente adquiridos e aprimorados com as orientações dos profissionais durante a internação e aplicação do método, além de medos, possíveis dificuldades do cuidado domiciliar e a necessidade de serem melhores esclarecidas na alta hospitalar. Descritores: Conhecimento; Recém-Nascido Prematuro; Cuidado do Lactente; Método Canguru; Humanização da Assistência. | Rev Bras Enferm. |
Konstantyner; et al., 2022. | Benefícios e desafios do método canguru como estratégia de humanização e saúde | Com o objetivo de realizar uma assistência neonatal mais holística e humanizada ao RN e sua família, maternidades têm ajustado suas formas de funcionamento e modificado suas estruturas físicas. Neste contexto, o método canguru (MC) surgiu como uma intervenção assistencial alinhada com esses propósitos e voltada ao RN prematuro e de baixo peso ao nascer. Dentre as revistas científicas interessadas na geração e divulgação do conhecimento científico relacionado esta intervenção humanizada está a Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil (RBSMI), cujo corpo editorial considera o MC uma importante estratégia assistencial de saúde voltada para o binômio mãe-filho. e o desenvolvimento individual. | Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., |
Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018. | Contribuições da equipe enfermagem na segunda etapa do Método Canguru: Implicações para a alta hospitalar do recém-nascido | Objetivo: Conhecer os principais cuidados da equipe de enfermagem na segunda etapa do Método Canguru que contribuem para a alta hospitalar do recém-nascido e para continuidade do cuidado no domicílio e elaborar um folder explicativo para guiar os profissionais no manejo da alta hospitalar. Método: Estudo qualitativo, convergente assistencial, realizado com 17 profissionais de enfermagem de uma maternidade de referência. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas e Grupos Focais e analisados por meio da análise de conteúdo. Resultados: Relataram os aspectos relacionados à Posição Canguru; os cuidados com a pele e higiene do recém-nascido; e as alterações respiratórias como sinal de alerta. Elaborou-se um folder que contemplou os cuidados elencados pelos profissionais de enfermagem fundamentais o manejo da alta. Conclusão e implicações para a prática: Podem contribuir para estabilidade clínica do recém-nascido na segunda etapa do Método Canguru e elaborar intervenções educativas que garantem a continuidade do cuidado. | Esc. Anna Nery. |
O elevado número de neonatos de baixo peso ao nascimento (peso inferior a 2.500 g, sem considerar a idade gestacional) constitui um importante problema de saúde, representando um alto percentual na morbimortalidade neonatal (Gomes; et al., 2021).
O MC é uma estratégia de saúde abrangente e não se trata apenas de proporcionar o contato pele a pele da mãe com seu bebê, mas envolve três etapas de ação. A primeira tem início no período do pré-natal da gestante de alto-risco, segue durante o trabalho de parto/nascimento e finaliza ao término da internação do RN na unidade de terapia intensiva neonatal e/ou unidade de cuidado intermediário neonatal comum (Konstantyner; et al., 2022).
Os enfermeiros consideraram importante o benefício do MMC para o vínculo materno afetivo, que envolve emoções e sentimentos da mãe e de seu filho, ou do acompanhante que substitui sua função nos primeiros dias de vida do RN prematuro e/ou de baixo peso (Sales; Santos; Rocha; Gouveia & Carvalho, 2018).
A construção do vínculo ocorre de maneira sucessiva e, quanto mais oportunidades de criação de interação entre os pais e o bebê forem realizadas, maior a probabilidade de resposta afetiva, diminuindo os riscos de negligência, abandono ou medo de aproximação com bebê (Ferreira; Silva; Galon; Goulart; Amara & Contim, 2019).
A tabela 2 mostra quatro artigos selecionados da base de dados da Lilacs, mostrando suas características mais importantes, que o fez ser escolhido para o levantamento de dados da pesquisa.
Tabela 2: Artigos encontrados na base de dados da LILACS, utilizados para o levantamento de dados.
AUTOR/ANO | TEMA | RESUMO | REVISTA |
Abreu; Duarte & Dittz, 2020. | Construção do apego entre o binômio mãe e bebê pré-termo mediado pelo posicionamento Canguru. | Objetivo: Compreender como as mães vivenciam o posicionamento canguru, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e apreender a percepção sobre as relações de apego com seus bebês mediadas pelo posicionamento canguru. Método: Caráter qualitativo, descritivo e exploratório. Participaram 9 mães maiores de 18 anos com filhos internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal com idade gestacional igual ou inferior a 30 semanas, que realizaram o posicionamento canguru, pelo menos duas vezes. Foram excluídas mães que já tiveram filhos internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, mães de gemelares, com diagnóstico psiquiátrico e usuárias de psicoativos. A coleta aconteceu, por meio do preenchimento de ficha para obtenção de dados sociodemográficos, entrevista semiestruturada antes e após a realização da posição canguru e o diário da participante. O encerramento da coleta deu-se por saturação e foram analisados, conforme Análise de Conteúdo, na modalidade temática. Resultados: Os dados foram agrupados por temas, emergiram as seguintes categorias: maternidade no contexto da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Interação mãe-bebê, durante a gestação e após o Canguru, Expectativa e realidade materna, em relação ao Canguru. Conclusão: A posição canguru cumpre sua função conforme norma do Ministério da Saúde, tanto para benefícios clínicos para o bebê como para humanização e aumento do apego mãe-bebê. | Revista de Enfermagem do Centro- Oeste Mineiro. |
Lopes; Carvalho; Alves; Medeiros; Oliveira & Miranda, 2019. | Vivência de pais com o Método Canguru: revisão integrativa. | Objetivo: compreender a vivência de pais com o Método Canguru. Métodos: revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Web of Science e Current Nursing and Allied Health Literature. Resultados: obtiveram-se 732 artigos e sete foram selecionados. Identificou-se que pais vivenciam o Método Canguru com realização e prazer. Ademais, apresentaram dificuldades, medo e insegurança que podem estar associados ao funcionamento e a dispositivos de apoio à vida, utilizados para garantir a sobrevida de prematuros no cuidado relacionado ao distanciamento da figura paterna com neonato. Conclusão: a figura paterna, atualmente, apresenta-se mais participativa e consciente acerca do papel no âmbito familiar e nos cuidados inerentes ao filho prematuro. No entanto, pais se sentem despreparados, mas orgulhosos e esperançosos com evolução clínica de bebês, ao vivenciar o Método Canguru. | Rev. Rene. |
Souza; Ribeiro; Vieira; Guarda; Leon & Schardosim, 2019. | Método canguru na perspectiva dos profissionais de saúde de uma unidade de neonatologia. | Objetivo: analisar a percepção do Método Canguru pelos profissionais de saúde de uma unidade de neonatologia. Metodologia: estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevista com roteiro parcialmente estruturado com 19 profissionais de saúde de uma unidade de neonatologia de um hospital público do Distrito Federal, entre abril e maio de 2017. O conteúdo foi analisado segundo a proposta de Bardin e utilizado o software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: os profissionais destacaram a melhora e evolução do quadro clínico do recém-nascido após o contato pele a pele. O conhecimento da equipe em relação ao Método Canguru foi considerado alinhado com a literatura científica. Conclusão: a participação dos pais e irmãos, e o déficit de recursos humanos foram reconhecidos como lacunas para melhor adesão ao método. | Enferm. Foco. |
Viana; Araújo; Sales & Magalhães, 2018. | Vivência de Mães de Prematuros no Método Mãe Canguru. | Objetivo: Descrever e analisar vivência de mães de prematuros no Método Mãe Canguru (MMC). Métodos: descritiva, exploratória, abordagem qualitativa. Entrevistadas 15 mães com filhos prematuros no MMC, forma voluntária, seguido da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) respeitando critérios de inclusão e exclusão. Realizada numa maternidade pública de referência de Teresina. Para coleta de dados foi aplicado roteiro de entrevista individual semiestruturado, contendo questões abertas e fechadas. Análise de conteúdo, após transcrição das gravações das falas das entrevistadas. Resultados: a partir destes depoimentos evidenciou que as mulheres vão para prática do MMC com pouca orientação ou subsídio, dificultando desenvolver de forma adequada e efetiva o método. Conclusão: através das falas das depoentes que o MMC não está sendo muito divulgado, encontram-se no método com pouco conhecimento a respeito do mesmo, o que contradiz a política de humanização da assistência ao recém-nascido. | Rev Fund Care Online. |
Fonte: Autor, 2023.
Percebeu-se um fortalecimento psíquico-materno, motivado pela presença constante na unidade intensiva e pela realização do Posicionamento Canguru, além do fortalecimento significativo das relações de apego das mães com seus bebês e dos benefícios clínicos já comprovados do método. (Abreu; Duarte & Dittz, 2020).
Dentre as estratégias para promoção do vínculo mãe e bebê, destaca-se o Método Canguru (MC), que está associado a uma redução da morbimortalidade neonatal, da hipotermia, septicemia, hipoglicemia e readmissão hospitalar. Além disso, há relatos de melhora no humor, proximidade com a criança, aumento do senso de competência no cuidado dos filhos, menos estresse, ansiedade e fadiga (Souza; Ribeiro; Vieira; Guarda; Leon & Schardosim, 2019).
Esta revisão apresentou como limitação a escassez de estudos, mediante os critérios adotados, sobre a temática discutida, principalmente, das publicações em bases de dados internacionais, com ênfase nas áreas de Medicina e Enfermagem. Este fato demonstra a carência de estudos no âmbito da Enfermagem Neonatal que abordem a vivência de pais no Método Canguru. (Lopes; Carvalho; Alves; Medeiros; Oliveira & Miranda, 2019).
O MMC especifica os seguintes benefícios e aumenta o vínculo entre ambas as partes, reduz o tempo de separação da mãe e criança, mantém a temperatura, melhora a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psicoativo do RN, promove estimulação sensorial adequada, apoio e equilíbrio emocional, desenvolvimento em movimento espontâneo e tônus muscular, estimulação de aleitamento materno precoce, ganho de peso, reduz hospitalização risco de infecção, permite alta hospitalar, atenua estresse, dor e tempo de choro, reduz morbidade e mortalidade, eleva a relação da família com a equipe de saúde, além de proporcionar maior confiança dos pais no manejo de seu filho com baixo peso (Viana; Araújo; Sales & Magalhães, 2018).
Na tabela 3, foram selecionados três artigos da base de dados da Bdenf, que foram utilizados para o levantamento de dados da pesquisa destacando seus aspectos mais importantes.
Tabela 3: Artigos encontrados na base de dados da BDENF, utilizados para o levantamento de dados.
AUTOR/ANO | TEMA | RESUMO | REVISTA |
Araújo; Pacheco; Rodrigues; Silva; Rodrigues & Arantes, 2018. | Prática social da enfermagem na promoção do cuidado materno ao prematuro na unidade neonatal. | Objetivo: descrever os modos de promoção do cuidado materno pela equipe de enfermagem de uma unidade neonatal e analisar os modos de promoção desse cuidado e sua interface com as políticas públicas. Método: estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvida com 15 profissionais da equipe de enfermagem que atuavam na assistência ao bebê prematuro e sua família na unidade neonatal de um hospital universitário, localizado na cidade do Rio de Janeiro (Brasil). Os resultados foram analisados segundo a análise crítica de discurso e interpretados à luz das concepções teóricas de Paulo Freire. Resultados: a prática social dos profissionais de enfermagem na promoção do cuidado materno foi alicerçada em três modos de promoção: fazer entender, fazer sentir e fazer, e se mostrou vinculada à ideologia institucional articulada com as políticas públicas para com as mães, vigentes no Brasil. Nesse sentido, os modos de promoção do cuidado materno estavam direcionados ao cumprimento de objetivos funcionalistas vinculados a programas específicos, não considerando as demandas maternas. Os discursos filiados a uma ideologia dominante revelaram as relações de poder dos profissionais para com as mães, com vistas ao atendimento das estratégias de promoção que compõem a Política Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno na Atenção Hospitalar, tendo como apoio a Iniciativa Hospital Amigo da Criança e o Método Canguru. Conclusão: o enfermeiro precisa reconhecer as necessidades das mães frente ao cuidado ao recém-nascido prematuro e favorecer suas potencialidades, para que sejam capazes de cuidar de seus filhos na unidade neonatal. | Texto Contexto Enferm. |
Nietsche; Papa; Terra; Reisdorfer; Ramos & Antunes, 2020. | Método Canguru: estratégias de Educação Permanente para sua implementação e execução. | Introdução: Conhecer o contexto em que o método canguru é desenvolvido a partir das ações de Educação Permanente em Saúde. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo exploratório. Participaram do estudo, 12 profissionais da equipe de saúde. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e após, foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados: Emergiram três categorias de análise: método canguru – concepções e entendimentos; educação permanente – estratégias de ensino-aprendizagem; e método canguru e o trabalho em equipe – limites e possibilidades. Discussão: Foram oferecidas ações educativas aos profissionais da UTI Neonatal antes de implementar o método canguru. Porém, no cotidiano de aplicação na prática identificou-se: baixa adesão da equipe multiprofissional na execução do método canguru; sobrecarga de trabalho; dificuldade no reconhecimento das indicações para colocar o recém-nascido na posição canguru; déficit de orientação aos familiares; e resistência da mãe para executar a prática. Conclusões: Observou-se que a instituição se preocupou em ofertar ações educativas aos profissionais da UTI Neonatal antes de implementar o método canguru, mas é necessário que discussões sobre o tema sejam levantadas constantemente para aperfeiçoar o trabalho desenvolvido pela equipe de saúde. | Revista Cuidarte. |
Martins; Freire; Pechepiura; Lage & Saganski, 2021. | Cuidado e desenvolvimento do recém-nascido prematuro em unidade de terapia intensiva neonatal: revisão de escopo. | Objetivo: identificar as evidencias sobre o cuidado desenvolvimental de recém-nascidos prematuros em unidade de terapia intensiva neonatal. Método: revisão de escopo, conforme as diretrizes do Instituto Joanna BriggsR e do PRISMA-ScR. Realizou-se a busca em três bases de dados, Pubmed/MEDLINE, SCOPUS e Web of Science, mediante descritores e sinônimos. A coleta de dados ocorreu de agosto de 2019 a janeiro de 2020. Resultados: incluíram-se 15 estudos, publicados entre 1997 e 2018. Identificou-se a abordagem direta ao Programa Individualizado de Avaliação e Cuidados Centrados no Desenvolvimento (NIDCAP) em três estudos, os demais discorrem sobre a filosofia do cuidado e apresentam estratégias comumente recomendadas pelo programa, sem descrevê-las, a exemplo: uso de sacarose durante procedimentos dolorosos; desenvolvimento de protocolo de cuidados; Método Canguru; musica; redução da dor e do estresse durante o exame de retinopatia; voz materna; e método de banho enrolado. Conclusão: quanto aos efeitos das estratégias desenvolvimentos aplicadas, observou-se melhora no desenvolvimento cerebral, na competência funcional e na qualidade de vida dos neonatos muito prematuros, minimizando as influencias ambientais negativas. Reitera-se que a família e parte essencial do cuidado desenvolvimental, assim como o envolvimento. | REME. Rev Min Enferm. |
Fonte: Autor, 2023.
O MC proporciona benefícios não só aos RN’s, mas também aos pais e familiares que adotam essa prática na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Diante do exposto, é imprescindível que a equipe de saúde, conheça o significado e a execução correta do MC, para auxiliar no desenvolvimento dessa prática (Nietsche; Papa; Terra; Reisdorfer; Ramos & Antunes, 2020).
Assim, o profissional, frente à promoção do cuidado materno, define o conteúdo ou a meta a ser alcançada, estabelecendo condutas a serem cumpridas pelas mães, conforme os fragmentos discursivos: pergunto se ela já foi ao banco de leite; fique tranquila, você tem que estar bem; é assim que ele tem que ficar (quando está sendo amamentado). (Araújo; Pacheco; Rodrigues; Silva; Rodrigues & Arantes, 2018).
O conhecimento a respeito das três etapas do MC. A compreensão dessas etapas é importante para entender que o método não ocorre somente na UTI Neonatal, pois a primeira etapa inicia na identificação da gestante com risco de dar à luz a um bebê prematuro, e a última ocorre com o acompanhamento da criança e sua família na alta hospitalar. Portanto, essa responsabilidade não é exclusiva da instituição hospitalar, mas também a atenção primária à saúde forma um forte elo para auxiliar na efetivação do MC. Assim, o método contribui para o desenvolvimento da assistência ao RN e familiares, em que essas fases têm características particulares, uma completando a outra e todo profissional tem seu papel diferenciado em cada uma delas (Nietsche; Papa; Terra; Reisdorfer; Ramos & Antunes, 2020).
Os protocolos devem envolver as necessidades dos serviços e da população atendida, bem como servir de guia para a equipe de Enfermagem, a fim de padronizar e sistematizar o atendimento, garantir autonomia e segurança para a equipe, pois orientam o cuidado a ser realizado. A instituição de protocolos e programas envolvendo a família reduz o estresse dos pais, aumenta a satisfação das mães no cuidado prestado e eleva a capacidade dos pais em realizar os cuidados posteriormente (Martins; Freire; Pechepiura; Lage & Saganski, 2021).
4 CONCLUSÃO
O estudo mostra na literatura a contribuição da assistência de enfermagem para o sucesso do Método Canguru, fortalecendo a adoção dessa prática, no contexto do cuidado ao recém-nascido prematuro. Contudo, o posicionamento canguru cumpre sua função, conforme o preconizado na norma do Ministério da Saúde, tanto no que tange a benefícios clínicos para o bebê quanto no concernente à humanização do cuidado e aumento o apego entre a mãe-bebê.
O Método Canguru mostrou seu benefício para o desenvolvimento nos cuidados para o RNPT e ao RNBP, necessitando de uma equipe de profissionais qualificados para desenvolver assistência e medidas educativas, orientando as mães e familiares sobre os cuidados com RN ao MC.
Considerando que o ambiente em UTIN é estressante que afeta o bebê e a mãe, porém, é importante para sua recuperação e o MC contribui para que o tempo de permanência do RNPT seja menor, diminuindo os riscos de piora do RN. É a equipe de enfermagem que facilita sua hospitalização, desenvolvendo assistência eficácia e precisa de forma holística.
Dessa forma, a pesquisa realizada serviu para entender sobre a assistência de enfermagem ao neonato prematuro que necessita do método mãe canguru. No entanto, ainda há a necessidade em realizar novas pesquisas sobre essa temática, para facilitar e melhorar a qualidade de vida dos neonatos e a assistência prestada.
REFERÊNCIAS
Abreu, MQS; Duarte, EDD; Dittz, ES (2020). Construção do apego entre o binômio mãe e bebê pré-termo mediado pelo posicionamento canguru. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro.1-10 p.
Araújo, BBM; Pacheco, STA; Rodrigues, BMRD; Silva, LF; Rodrigues, BRD & Arantes, PCC (2018). Prática social da enfermagem na promoção do cuidado materno ao prematuro na unidade neonatal.Texto Contexto Enferm. 1–10 p.
Brito, ACM; et al. (2020). A importância da enfermagem para uma execução efetiva do método canguru. Research, Society and Development, v. 9, n. 12, e30091211102.
Carvalho, NA; et al. (2021) A transição do cuidado do recém-nascido prematuro: da maternidade para o domicílio. Acta Paul Enferm. 34:eAPE02503.
Ferreira, DO; Silva, MPC; Galon, T; Goulart, BF; Amaral, JB & Contim, D (2019). Método canguru: percepções sobre o conhecimento, potencialidades e barreiras entre enfermeiras. Esc. Anna Nery. 23(4): e20190100. 1-7p.
Freitas, TSA; Souza, FSL; Souza, IM; Santos, MJ & Martins, ML (2020). Os benefícios do método canguru e a assistência d enfermagem.Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. Vol.31, n.2, pp.106-112.
Gomes, M. P.; et al. (2021).Conhecimento de mães sobre cuidados de recém-nascidos prematuros e aplicação do Método Canguru no domicílio. Rev Bras Enferm. 74(6): e20200717. 1-10p.
Konstantyner, T.; et al. (2022). Benefícios e desafios do método canguru como estratégia de humanização e saúde. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 22 (1): 7-9p.
Lopes, TRG; Carvalho, JBL; Alves, TRM; Medeiros, AB; Oliveira, SS; Miranda, FAN (2019). Vivência de pais com o Método Canguru: revisão integrativa. Rev Rene. 1-9 p.
Martins, KP; Freire, MHS; Pechepiura, EP; Lage, SM & Saganski, GF (2021). Cuidado e desenvolvimento do recém-nascido prematuro em unidade de terapia intensiva neonatal: revisão de escopo. REME. Rev Min Enferm. 25: e-1414, 1-9p.
Nietsche, EA; Papa, MM; Terra, LG; Reisdorfer, AP; Ramos, TK & Antunes, AP (2020).Método Canguru: estratégias de Educação Permanente para sua implementação e execução. Rev Cuid. 1–15 p.
Sales, IMM; Santos, JDM; Rocha, SS; Gouveia, MTO & Carvalho, NAR (2018). Contribuições da equipe enfermagem na segunda etapa do Método Canguru: Implicações para a alta hospitalar do recém-nascido. Escola Anna Nery. 22(4), 1-8p.
Santos, LL; et al. (2021). Método Canguru: Estratégia humanizada e benéfica para os recém-nascidos.Research, Society and Development, v. 10, n. 4, e40610414023.
Souza, JR; ribeiro, LM; Vieira, GB; Guarda, LEA; Leon, CGRMP & Schardosim, JM (2019). Método canguru na perspectiva dos profissionais de saúde de uma unidade de neonatologia. Enferm Foco[Internet]. 10(2): 30-35.
Viana, MRP; Araújo, LAN; Sales, MCV & Magalhães, JM (2018). Vivência de Mães de Prematuros no Método Mãe Canguru. J. res.: fundam. care. [Online] 10(3): 690-695.
Whittemore, R & Knafl, K. A revisão integrativa: metodologia de atualização. J Adv Enfermeiras. 2005; 52(5):546-53.
Maria Vitória Silva dos Santos
Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – FASVIPA
e-mail: mvitoriaa2323@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-2622-842X
Amanda Costa Maciel
Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – FASVIPA
e-mail: amanda.maciel@fasvipa.com.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2668-037X