BENEFITS OF HEALTH EDUCATION PRACTICES REGARDING CASES OF CARDIORESPIRATORY ARREST
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12701473
Alessandra de Carvalho Silva1
Laíssa Machado Florindo2
Evaldo Sales Leal3
Abraão Henry da Silva Guerrilha4
Renata Flávia Vieira Barbosa5
Naylton Kleber da Costa Ferreira6
Carliane Maria de Araújo Souza7
Marina de Mesquita Cerqueira8
Nicole Brenda de Oliveira de Sousa9
Sara de Melo Ibiapina Neres10
Resumo
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência grave e requer uma intervenção ágil e eficiente, intencionada para aumentar as possibilidades de sobrevivência da vítima. Assim, a educação em saúde é essencial na capacitação e conscientização da população para identificar os sinais de alerta da PCR e diminuir os impactos adversos. Com isso, a presente pesquisa teve como objetivo principal analisar os benefícios das práticas de educação em saúde nos casos de parada cardiorrespiratória. Utilizou-se da revisão integrativa da literatura para obtenção dos resultados, nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrievel System (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF), acessadas pelo portal Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Após inserção dos critérios de inclusão e exclusão, sete artigos se enquadraram à pesquisa para alcance dos resultados. Foi concluído que a práticas de educação em saúde trazem benefícios, pois, após a aplicação dos métodos, a população adquire habilidades e segurança para intervir em situações de emergência nos casos de PCR, além de servirem como multiplicadores aumentando o alcance do público, aumentando as chances de intervenção e sobrevida dos acometidos.
Palavras-chave: Benefícios. Educação em saúde. Parada cardiorrespiratória.
Abstract
Cardiorespiratory arrest (CRA) is a serious emergency and requires agile and efficient intervention, designed to increase the victim’s chances of survival. Therefore, health education is essential in training and raising awareness among the population to identify the warning signs of CA and reduce adverse impacts. Therefore, the main objective of this research was to analyze the benefits of health education practices in cases of cardiorespiratory arrest. An integrative literature review was used to obtain the results, in the databases Medical Literature Analysis and Retrievel System (MEDLINE), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Nursing Database (BDENF), accessed through the Virtual Health Library (VHL) portal. After insertion of the inclusion and exclusion criteria, seven articles were included in the research to achieve the results. It was concluded that health education practices bring benefits, as after applying the methods the population acquires skills and confidence to intervene in emergency situations in cases of PCR, in addition to serving as multipliers increasing the reach of the public, increasing the chances of intervention and survival of those affected.
Keywords: Cardiorespiratory arrest. Health education. Benefits.
1 INTRODUÇÃO
A parada cardiorrespiratória (PCR) é caracterizada por disfunção cardíaca incapaz de produzir perfusão satisfatória. Esse mecanismo causa sinais de ausência de pulso ou circulação insuficiente que podem causar lesões, danos irreversíveis a órgãos vitais como cérebro, coração e pulmões, afetando pessoas de todas as idades e por diversas razões, no ambiente interno ou externo do hospital (Aehlert, 2013; Everett-Thomas; Birnbach, 2016; Freire et al., 2017; Silva et al., 2019).
A American Heart Association (AHA) é uma organização sem fins lucrativos votada a fornecer informações sobre Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE), educação profissional e geral e o desenvolvimento de protocolos globalmente aceitos, como reanimação cardiopulmonar (RCP) que visa reverter a PCR e minimizar suas consequências para o indivíduo acometido (AHA, 2015).
O Suporte Básico de Vida (SBV) é o primeiro atendimento para uma pessoa com uma doença ou lesão aguda. O objetivo é salvar vidas, aliviar o sofrimento, prevenir novas doenças ou lesões e promover a cura. As avaliações e intervenções devem ser clinicamente precisas e baseadas em evidências (AHA, 2019; Citolino Filho et al., 2015).
No ambiente extra hospitalar, o primeiro contato de uma vítima durante uma PCR é realizado por leigos. A ajuda prestada por essas pessoas pode afetar a vida do paciente, visto que a agilidade na identificação e no atendimento devem ser rápidas e contínuas até a chegada dos profissionais qualificados para ofertar o suporte avançado de vida (Dias et al., 2016). Para que uma pessoa leiga preste assistência a vítima é essencial o conhecimento acerca das manobras de reanimação cardiopulmonar (Morais; Carvalho; Correia, 2014).
Como exposto, a PCR é um evento patológico que ocorre característicos a alguns fatores e acomete o sistema cardiorrespiratório. Diante desse ocorrido, pode-se realizar intervenções que melhorarão o prognóstico do caso, como é o exemplo da RCP. Porém, faz-se necessário a capacitação e treinamento do público que primeiro presencia tal ocorrido, o público leigo, já que a maioria dos casos é a nível extra hospitalar.
Observa-se que a educação é entendida como a utilização de processos e técnicas pedagógicas para a socialização do conhecimento e formação de novos sujeitos, que se baseia em diversas relações humanas (Freire, 1994; Freire, 2007).
Seguindo esse pensamento, a educação em saúde pode ser entendida como a utilização de processos e técnicas para compartilhar informações relacionadas à saúde que podem afetar o cotidiano das pessoas e permitir-lhes melhorar sua qualidade de vida (Alves, 2005).
Tais atuações são importantes para reparar a qualidade de vida e desempenho das atividades diárias das pessoas, empregando técnicas para compartilhar o conhecimento ao paciente ou familiar, que além do esclarecimento de dúvidas, visa aconselhar, prevenir doenças e ajudar na adaptação do grau de saúde do paciente, utilizando diversos meios didáticos e tecnológicos, fundamentados no conhecimento científico (Dalmolin et al., 2016; Silva et al., 2017; Vieira et al., 2017).
Os mesmos autores ressaltam que, uma ferramenta fundamental para promoção da saúde que contribui para ações em situações de emergência é a educação em saúde sobre os conceitos básicos em RCP, que devem ser disseminados entre a população para que esteja preparada para situações de emergência. Relacionado à enfermagem, é uma estratégia que melhora sua assistência ao incorporar atividades educativas ao cuidado do paciente utilizando recursos acessíveis nos serviços de saúde públicos ou privados.
As práticas de educação em saúde se caracterizam como a disseminação do saber nessa área, contando com benefícios ao público que usufrui de sua aplicação. Associando à PCR, Lima et al. (2021) observaram que ensinar primeiros socorros à população é uma importante prática de educação em saúde, pois educa o leigo a agir em situações de emergência e crise, minimizando complicações e aumentando as chances de sobrevivência.
As doenças cardiovasculares são acatadas como a principal causa de morte no Brasil e no mundo. São bem comuns, causando milhares de mortes por ano, mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 pessoas por hora. Em particular, a parada cardiorrespiratória continua a ser uma das doenças cardiovasculares mais importantes, com elevada morbimortalidade. Portanto, a educação em saúde relacionada às doenças cardíacas e pulmonares é essencial à população a qual deve implementar medidas preventivas primárias e secundárias, tendo em conta os fatores de risco (Souza; Santos; Santos, 2022).
Vale ressaltar que a maioria das situações de urgência e emergência cardiovasculares ocorrem fora dos hospitais e o cidadão comum é o primeiro interveniente, sendo este detentor de um papel principal. Agir nessas situações é basal para o episódio da cura das vítimas. Para isso, é necessário combinar os setores de saúde e educação para explicar os conceitos básicos de primeiros socorros e dotar a população de comportamentos adequados em situações de emergência (Tavares; Pedro; Urbano, 2016).
Com base no exposto, a presente pesquisa justificou-se pelo interesse em informar-se sobre a temática na área da enfermagem, além de analisar se as práticas influenciam o reconhecimento precoce contribuindo nos índices de sobrevivência e qualidade de vida das pessoas lesadas. Visto que uma parada cardiorrespiratória é uma condição crítica que exige intervenção imediata, o conhecimento e capacitação da população é essencial para responder eficientemente a essa emergência. Analisar os benefícios dessas práticas amplia a percepção acerca da efetividade das abordagens existentes e das estratégias de treinamento diminuindo os impactos adversos.
Assim sendo, surgiu o seguinte problema: quais os benefícios, segundo os estudos científicos, das práticas de educação em saúde diante dos casos de parada cardiorrespiratória? E como objetivo, visou-se analisar os benefícios das práticas de educação em saúde nos casos de parada cardiorrespiratória. Além de apontar sobre a epidemiologia de doenças cardiovasculares, mostrar o perfil do público alvo das práticas de educação em saúde e identificar quais os principais métodos de treinamento de leigos nas práticas de educação em saúde nos casos de parada cardiorrespiratória.
2 MÉTODO
Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura, a qual é um método de revisão mais vasto, pois permite abranger literatura teórica e empírica e diversas abordagens metodológicas (quantitativa e qualitativa) (Pompeo; Rossi; Galvão, 2009).
Esse tipo de estudo também é um dos métodos de pesquisa utilizados na prática baseada em evidências, que permite agrupar as evidências no exercício clínico. O objetivo deste dispositivo é coletar e consolidar resultados de pesquisas de forma sistemática e organizada sobre um tema ou questão limitada que contribua para o aprofundamento do conhecimento sobre o tema em estudo. Desde a década de 80, a revisão integrativa é descrita na literatura como técnica de pesquisa (Mendes; Silveira; Galvão, 2019).
Para guiar e sistematizar o cumprimento da revisão da literatura, algumas etapas devem ser seguidas: 1) identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; 2) determinação dos critérios de inclusão e exclusão; 3) identificação dos estudos preliminares e selecionados; 4) classificação dos estudos selecionados; 5) análise e interpretação dos estudos; 6) resultados e apresentação da visão geral/síntese dos dados (Botelho; Cunha; Macedo, 2011).
O tema escolhido para este estudo diz respeito aos benefícios das práticas de educação em saúde frente aos casos de parada cardiorrespiratória. A partir disto, elaborou-se a seguinte questão norteadora: quais os benefícios, segundo os estudos científicos, das práticas de educação em saúde, diante dos casos de parada cardiorrespiratória? Esta se pautou na estratégia PCO, que diz respeito ao acrônimo das letras referentes às palavras: problema (P), contexto (C) e objetivos (O). A sigla consiste nos seguintes elementos:
Quadro 1- Definição da pergunta de pesquisa com base na estratégia PCO.
Acrômio | Definição | Descrição na pesquisa |
P | Problema | Práticas de educação em saúde |
C | Contexto | Parada cardiorrespiratória |
O | Objetivos/resultados | Benefícios das práti- cas de educação em saúde |
Fonte: Próprios autores (2023).
A busca bibliográfica foi realizada nas seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de dados de Enfermagem (BDENF), acessadas pelo portal Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Essa investigação ocorreu no mês de março de 2024.
Foram utilizados os seguintes descritores de busca, com base nos Descritores em
Ciências da Saúde (DeCS), bem como os operadores booleanos: “(parada cardiorrespiratória
OR PCR OR parada cardíaca) AND (educação em saúde)”. A fim de filtrar os estudos referentes à temática, estabeleceu-se que os descritores deveriam estar contidos no título, resumo ou assunto dos artigos da busca.
Os critérios de inclusão foram: artigos que estejam incluídos em estudos que sejam fornecidos na íntegra e com o texto disponível gratuitamente, nas línguas português e espanhol, disponíveis nas bases de dados citadas anteriormente e com um recorte temporal de 2014-2024 (10 anos). Explica-se essa abrangência no período de tempo objetivando a maior exploração possível de pesquisas sobre tal temática.
Para a exclusão de artigos, os critérios aplicados sucederam-se: fora do tema e objetivo proposto, duplicados nas bases de dados, absorvendo apenas o publicado em uma delas e que as práticas de educação em saúde estejam voltadas para profissionais. Além disso, exclui-se os estudos que retratavam a mesma temática, escolhendo apenas um deles (o mais atual) e artigos de tese.
Figura 1- Fluxograma de seleção de artigos.
Fonte: Próprios autores (2024).
3 RESULTADOS
Após aplicados os critérios de exclusão, os estudos adequados para a revisão integrativa foram os sete dispostos no quadro 2. Todos falam sobre os benefícios das práticas de educação em saúde, incluindo a PCR.
Quadro 2- Artigos para análise da revisão integrativa.
ESTUDO | ANO | TÍTULO | AUTORES | LOCAL DE PUBLICA- ÇÃO/BASE DE DA- DOS |
1 | 2023 | Construção e validação de cenário clínico e checklist para avaliação de competên- cias na reanimação cardio- pulmonar | DIAS, A. A. et al. | Cogitare Enferm. (Online)/LILACS, BDENF |
2 | 2022 | Desenvolvimento e validação de tecnologia para ensino de suporte básico de vida na parada cardiorrespi- ratória | MOTTA, D. S. et al. | Cogitare Enferm. (Online)/LILACS, BDENF |
3 | 2022 | O ensino de ressuscitação cardiopulmonar para jovens: quais os benefícios e as metodologias empregadas? | CORDEIRO, J. C. et al. | Rev. méd. Minas Gerais/LILACS |
4 | 2021 | Primeira experiência no Uruguai no ensino curricular de Reanimação Cardíaca Avançada no Ciclo de Estágios Rotatórios no período 2017- 2018, Faculdade de Medicina, UdelaR. Comunicação e avaliação | EVERETT, M. et al. | Rev. méd. Urug./LILACS |
5 | 2020 | Capacitação em suporte básico de vida para cuidadores de pacientes com insuficiência renal crônica | CAIRES, G. L.; FERREIRA, R. B. S. | Enferm. foco (Brasília)/LILACS, BDENF |
6 | 2020 | Ensino de Suporte Básico de Vida para escolares: estudo quase-experimental | TONY, A. C. C. et al. | Rev. Lat. Am. Enfermagem/MEDLINE |
7 | 2016 | Projeto Viva Coração: relato de experiência | GOMES, N. P. et al. | Rev. baiana enferm./LILACS, BDENF |
Fonte: Próprios autores (2024).
Unicamente o estudo 6 estava disponível na plataforma MEDLINE (n=1; 14,29%), todos os demais estavam inclusos na LILACS (n=6; 85,71%). Desses seis, somente os estudos 1, 2, 5 e 7 estavam na BDENF (n=4; 57,14%). Apenas os estudos 3 e 4 estavam, exclusivamente, na LILACS e não na BDENF (n=2; 28,57%).
O único estudo publicado em 2023 foi o 1 (n=1; 14,29%). Os estudos 2 e 3 no ano de 2022 (n=2; 28,57%), o 4 em 2021 (n=1; 14,29%), 5 e 6 em 2020 (n=2; 28,57%) e em 2016 o estudo 7 (n=1; 14,29%).
Compreende que a maioria dos estudos (85,71%) estavam na plataforma LILACS e a maioria foram publicados nos anos de 2022 e 2020, 2 em cada ano.
Referente a linguagem, apenas o estudo 4 era, exclusivamente, em espanhol, todos os demais possuíam a língua portuguesa e a pesquisa 6 era em ambas as línguas. Pode-se entender que a maioria tinha o português como idioma (n=6; 85,71%) e somente 14,29% (n=1) em espanhol.
Quadro 3- Caracterização dos principais achados dos estudos incluídos na revisão.
ESTUDO | PRINCIPAIS ACHADOS |
1 | O cenário poderá contribuir para: aperfeiçoar as atividades educativas na graduação e educação em saúde e subsidiar estudos futuros, a fim de ampliar a qualidade do atendimento e da assistência ao paciente hemodinamicamente instável com evolução à parada cardiorrespiratória. |
2 | O aplicativo SBVida pode contribuir para a preparação e a capacitação complementar a estudantes e profissionais de enfermagem e de demais áreas da saúde. |
3 | Tais estudos demonstram que o ensino da RCP para alunos do ensino médio parece apresentar boa resposta, especialmente quando as intervenções são de longo prazo e abordam mais de uma metodologia de ensino. |
4 | Os cursos de Reanimação Cardíaca Avançada (RCA) são uma força por si só e têm sido um avanço significativo na formação profissional do futuro médico. |
5 | A problematização possibilitou que os cuidadores participassem do processo educativo como sujeitos ativos, extrapolando a condição de expectadores. |
6 | Os resultados demonstraram a efetividade da intervenção com a ampliação do conhecimento sobre Suporte Básico de Vida em parada cardiorrespiratória e reforçam a importância da Enfermagem nas ações de educação em saúde nas escolas de ensino básico. |
7 | A experiência favoreceu o treinamento da população para atuar em situações de parada cardiorrespiratória, conhecimento que amplia as chances de intervenção e sobrevida sem sequelas e poderá subsidiar novas capacitações. |
Fonte: Próprios autores (2024).
4 DISCUSSÕES
4.1. Epidemiologia das doenças cardiovasculares
No estudo 1, foi citado que em 2015, nos habitantes norte-americanos, em média 350 mil sofreram PCR fora do ambiente hospitalar. No Brasil, segundo o estudo 3, o valor de 320 mil é referido como óbitos por PCR, sendo metade deles extra-hospitalar. Ainda nesse estudo, a PCR é considerada a 3ª causa de morte nos Estados Unidos.
Confirmando essa ideia, Tony et al. (2020) apontaram que as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 15,2 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Nessa mesma perspectiva, o Brasil ocupa a 10ª posição, representando 27,7% de óbitos por doenças cardíacas.
Os autores Caires e Ferreira (2020) anunciaram que dentre as doenças cardíacas, a insuficiência cardíaca e o infarto agudo do miocárdio (IAM) foram as principais causas de morte em 2014, no Brasil. Seguindo esse pensamento, Gomes et al. (2016) também confirmaram esses dados nos Estados Unidos, China e Alemanha.
Fica evidente como as doenças cardiovasculares ocupam lugar de destaque em relação às mortes e problemas de saúde em todo o mundo. Esses dados são alarmantes, visto que muitos casos ocorrem fora de locais onde possa acontecer assistência.
4.2. Perfil do público alvo das práticas de educação em saúde nos casos de PCR
Dias et al. (2023) aplicaram o teste em 24 participantes estudantes de enfermagem, em sua maioria mulheres com idades entre 22-37 anos. No estudo 2, Motta et al. (2022) contaram com 44 estudantes de enfermagem para responder ao questionário na etapa de análise da tecnologia desenvolvida. Desses 44, a maioria eram mulheres com média de idades em 19 anos.
No estudo 3, a pesquisa contou com 10 estudos em sua maioria publicados em 2014, além disso a maior parte ocorreu na Alemanha (n=4). Já na pesquisa de Everett et al. (2021), participaram 377 alunos que estavam em período de estágio durante 2017-2018.
No estudo de Caires e Ferreira (2020), participaram 15 cuidadores de pacientes com Insuficiência Renal Crônica, sendo 12 mulheres (80%) e 3 homens (20%). Já Tony et al. (2020) fizeram sua pesquisa com 335 estudantes, a maioria sendo do sexo feminino (n=202; 60,3%), com idade mediana em 13,2 anos.
A pesquisa intitulada “Projeto Viva Coração: relato de experiência” contou com 2.817 leigos para o treinamento, porém não houve especificação de seu público.
Foi observado que, as pesquisas realizadas com públicos, a maior parte eram de mulheres jovens, porém não houve uma explicação para tal acontecimento. Já em algumas pesquisas (estudos 4 e 7), o público não foi descrito.
Destaca-se a pesquisa de Cordeiro et al. (2022), a única com metodologia de revisão integrativa, onde não houve participação de público e sim de outros estudos, com isso, não é possível fazer uma comparação com as demais.
4.3. Métodos de treinamento de leigos nas práticas de educação em saúde nos casos de PCR
Os autores do estudo 1 realizaram um estudo metodológico para construção e validação de um cenário de simulação clínica em 3 etapas: desenvolvimento do cenário e de um checklist; validação do cenário e do checklist por juízes; e teste-piloto com os estudantes. Já na pesquisa 2 houve a criação de um aplicativo móvel sobre SBV.
Cordeiro et al. (2022), em sua revisão narrativa da literatura objetivando investigar sobre as metodologias e resultados em capacitação de alunos do ensino médio sobre SBV, informaram que os métodos mais usados são a capacitação teórico-prática ou apenas teórica, a gamificação e o uso de feedback visual. Na pesquisa 4 foi realizado um estudo transversal através de um curso de treinamento em RCA, semelhante a pesquisa 6, onde foi relatado a experiência sobre um curso de treinamento em RCP.
Os autores Caires e Ferreira (2020) utilizaram a metodologia da problematização, realizando uma roda de conversa mediante uma entrevista semiestruturada, sendo a última etapa a aplicação à realidade com simulação prática de atendimento em PCR. No estudo de Tony et al. (2020), a metodologia usada foi a aplicação de um instrumento de 13 questões sobre conhecimentos de SBV e PCR e abordagem prática.
É notório como os procedimentos de educação em saúde mais usados são os que possuem treinamento prático, visto que há maior ganho de conhecimento devido plena absorção do conteúdo, pois o conhecimento se torna palpável.
4.4. Benefícios das práticas de educação em saúde nos casos de PCR
O método do estudo 1 permitiu aperfeiçoar o conjunto de elementos educacionais à realidade e necessidade dos estudantes, além de permitir a estimulação de desenvolturas para que se proceda à tomada de decisão segura e efetiva. Também ficou evidente o incremento de habilidades específicas para identificação e intervenção em situações de PCR.
Na criação do aplicativo (estudo 2), foi evidenciado que a possibilidade e facilidade de acesso da tecnologia pode estimular o desenvolvimento de habilidades essenciais ao cuidado, a tomada de decisão, o pensamento crítico e o julgamento clínico. Além disso, ele fornece informações e indicadores que guiam comportamentos para a assimilação de possível vítima em PCR e norteia para os procedimentos de RCP e sua implementação.
Cordeiro et al. (2022), em seu estudo de revisão, explicaram que o treinamento de RCP empregado nas escolas é econômico e diminui os riscos de manobras realizadas inadequadas. Conforme essa comparação, os autores ainda citaram que esses alunos de idades mais avançadas são o público mais efetivo para o ensinamento de SBV, pois esse aprendizado é perdurado por mais tempo, além de ser disseminado por eles. Ademais, esses estudantes possuem uma melhor maturidade, fazendo com que ajam com melhor destreza e confiança.
Na experiência do estudo 4, foi revelado que o curso permite o desenvolvimento dos alunos aperfeiçoando habilidades e mantendo a segurança do paciente.
De acordo com a pesquisa 5, constatou-se uma percepção positiva nas práticas educativas em que todos participantes relataram que o treinamento ajudou criando novos conhecimentos, autonomia e segurança no processo do cuidado.
Já na análise do artigo 6, observou-se que após a intercessão educativa teórico-prática, os estudantes obtiveram melhora no conhecimento e nas habilidades, visto que a maioria nunca havia participado de treinamentos sobre a temática e não possuíam habilidades para tais ações.
O projeto do estudo 7 relatou a possibilidade de que as pessoas treinadas sejam multiplicadoras, podendo aumentar o número de indivíduos alcançadas pela proposta. Assim, contribuindo como práxis metodológica, pois pode promover a promoção de capacitação para a população geral agir em situações de PCR, colaborando com o quadro epidemiológico por essas causas.
Em todos os estudos trazido, é possível analisar que as práticas de educação em saúde frente aos casos de PCR são benéficas e eficazes, servem como meio de disseminar saberes, tanto para quem participa dessas práticas, como para outros personagens, proporciona maiores habilidades e agilidade frente a essa ocorrência, com isso, existem maiores chances de sobrevida à vítima, já que essa será atendida de maneira correta e ágil.
5 CONCLUSÃO
Conforme os dados citados, há grande índice das doenças cardiovasculares na população. Além disso, a construção e aplicação de métodos de educação em saúde sobre PCR confirmou-se como sendo benéfico e vantajoso. Os resultados demonstraram diversos modos como esses ensinamentos podem ser realizados e que todos conseguem atingir seu objetivo, ou seja, formar a população de maneira eficaz.
É importante concluir que estudos sobre tal temática continuem a ser realizados, objetivando ainda mais disseminação de conhecimentos e vantagens aos acometidos por essa afecção quando amparados por quem foi treinado, tendo um impacto positivo e duradouro na comunidade possibilitando uma cultura de prevenção e cuidados com a saúde.
Ademais, o público-alvo não deve ficar restrito aos acadêmicos/estudantes, como foram na maioria dos estudos, a população em geral necessita dessa educação, visto que qualquer indivíduo pode ser desenvolvedor de atuação em RCP.
Os objetivos citados foram atingidos conforme demonstrado nos principais achados das pesquisas usadas. Não houveram limitações em relação à discussão.
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1 Discente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do Piauí- CHRISFAPI email: alessandracrv01@gmail.com
2 Discente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do PiauíCHRISFAPI email: laissa.machado.lm@gmail.com
3 Docente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do PiauíCHRISFAPI. Enfermeiro mestre em Enfermagem (Universidade Federal do Piauí-UFPI) email: evaldosleal@hotmail.com
4 Discente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do Piauí-CHRISFAPI email: abraaohenry14@gmail.com
5 Enfermeira pela Christus Faculdade do Piauí-CHRISFAPI email: enfermeirarenataflavia@gmail.com
6 Enfermeiro pela Christus Faculdade do Piauí-CHRISFAPI email: klebernaylton2000@gmail.com
7 Docente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do PiauíCHRISFAPI. Enfermeira mestre em ciências e saúde (Universidade Federal do Piauí-UFPI) email: kku_ka@hotmail.com
8 Discente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do Piauí-CHRISFAPI email: marinamesquita300@gmail.com
9 Discente do Curso Superior de Bacharelado em Enfermagem da Christus Faculdade do Piauí-CHRISFAPI email: oliveirabrenda84@gmail.com
10 Farmacêutica pós graduanda em farmácia oncológica e cuidado em oncologia (Instituto Racine de Educação Superior) email: saraibiapinaneres@gmail.com