REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410312021
Maria De Lourdes Soares Da Silva
Fabiano Da Silva
Prof.: Rúbia Guibo Guarizi
RESUMO
Osteoartrose (OA) é uma condição crônica que afeta as articulações, causando dor, rigidez e limitação de movimento. As intervenções fisioterapêuticas têm se mostrado eficazes em melhorar a qualidade de vida dos pacientes com OA.
A fisioterapia pode incluir técnicas como terapia manual, eletroterapia e exercícios específicos que ajudam a reduzir a dor. Estudos mostram que essas intervenções podem diminuir significativamente o desconforto associado à osteoartrose.
Exercícios personalizados ajudam a aumentar a força e a flexibilidade das articulações afetadas. Isso não apenas melhora a mobilidade, mas também permite que os pacientes realizem atividades diárias com mais facilidade.
Intervenções como alongamentos e exercícios de amplitude de movimento são cruciais para manter a flexibilidade das articulações e prevenir a rigidez.
Os fisioterapeutas educam os pacientes sobre sua condição e ensinam estratégias de autogestão, como a importância de manter um peso saudável e a prática regular de exercícios.
Ao reduzir a dor e melhorar a função física, a fisioterapia contribui para uma melhor qualidade de vida, permitindo que os pacientes participem de atividades sociais e recreativas que antes eram limitadas pela dor.
A fisioterapia também pode incluir exercícios de equilíbrio, que são essenciais para reduzir o risco de quedas, especialmente em pacientes mais velhos.
Cada paciente com osteoartrose é único, e as intervenções fisioterapêuticas podem ser adaptadas às necessidades individuais, levando em consideração a gravidade da condição e as metas do paciente.
Em resumo, as intervenções fisioterapêuticas são fundamentais para o manejo da osteoartrose, proporcionando alívio da dor, melhoria na função física, aumento da mobilidade, educação e autogestão, melhora da qualidade de vida, prevenção de quedas e, consequentemente, uma qualidade de vida superior para os pacientes.
Palavras-chave: Qualidade de vida; mobilidade; intervenções; movimentos; paciente.
SUMMARY
Osteoarthritis (OA) is a chronic condition that affects the joints, causing pain, stiffness, and limitation of movement. Physical therapy interventions have been shown to be effective in improving the quality of life of patients with OA.
Physical therapy can include techniques such as manual therapy, electrotherapy, and specific exercises that help reduce pain. Studies show that these interventions can significantly decrease the discomfort associated with osteoarthritis.
Personalized exercises help increase the strength and flexibility of the affected joints.
This not only improves mobility but also allows patients to perform daily activities more easily.
Interventions such as stretching and range-of-motion exercises are crucial for maintaining joint flexibility and preventing stiffness.
Physical therapists educate patients about their condition and teach self-management strategies, such as the importance of maintaining a healthy weight and practicing regular exercise.
By reducing pain and improving physical function, physical therapy contributes to a better quality of life, allowing patients to participate in social and recreational activities that were previously limited by pain.
Physical therapy may also include balance exercises, which are essential for reducing the risk of falls, especially in older patients.
Each patient with osteoarthritis is unique, and physical therapy interventions can be tailored to individual needs, taking into account the severity of the condition and the patient’s goals.
In summary, physical therapy interventions are fundamental for the management of osteoarthritis, providing pain relief, improvement in physical function, increased mobility, education and self-management, improved quality of life, prevention of falls and, consequently, a higher quality of life for patients.
Keywords: Quality of life; mobility; Interventions; Movements; patient.
1. INTRODUÇÃO
A osteoartrose (OA) é uma das condições articulares mais prevalentes em todo o mundo, afetando milhões de pessoas e representando um desafio significativo para a saúde pública. Esta doença degenerativa das articulações é caracterizada pela degradação da cartilagem, levando à dor, rigidez e comprometimento da função articular. Com o envelhecimento da população, a incidência de osteoartrose está aumentando, tornando essencial a busca por intervenções eficazes que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.
As intervenções fisioterapêuticas destacam-se como uma abordagem fundamental no manejo da osteoartrose. Os fisioterapeutas desempenham um papel vital na avaliação e no tratamento, utilizando uma variedade de técnicas que visam aliviar a dor, melhorar a mobilidade e restaurar a funcionalidade das articulações afetadas. Entre as principais intervenções estão os exercícios terapêuticos, a terapia manual, a educação do paciente e a implementação de programas de autocuidado.
Os benefícios das intervenções fisioterapêuticas são variados e bem documentados na literatura científica. Estudos demonstram que a fisioterapia pode proporcionar alívio significativo da dor, aumentar a força muscular e melhorar a amplitude de movimento das articulações. Além disso, a educação e o treinamento em autocuidado capacitam os pacientes a gerenciar sua condição de forma mais eficaz, promovendo um estilo de vida ativo e saudável.
Neste contexto, a fisioterapia não apenas aborda os sintomas da osteoartrose, mas também atua na prevenção da progressão da doença, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. A combinação de intervenções personalizadas e uma abordagem centrada no paciente é essencial para otimizar os resultados do tratamento. Assim, compreender a importância das intervenções fisioterapêuticas é crucial para o manejo eficaz da osteoartrose e para a promoção da saúde e bem-estar dos indivíduos afetados.
A osteoartrose impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, afetando sua mobilidade, funcionalidade e bem-estar geral. A dor crônica associada à OA pode levar à incapacidade, limitando a participação em atividades sociais e profissionais. Portanto, a busca por estratégias eficazes de tratamento é fundamental. As intervenções fisioterapêuticas, como abordado, oferecem uma abordagem multifacetada, não apenas tratando os sintomas, mas também visando a prevenção da progressão da doença e a promoção da independência funcional. A personalização do tratamento, considerando as necessidades individuais de cada paciente, é crucial para o sucesso da terapia. A próxima seção explorará com mais detalhes as diferentes técnicas fisioterapêuticas utilizadas no manejo da osteoartrose, incluindo exercícios específicos, terapia manual e educação do paciente.
A osteoartrose é uma condição debilitante que afeta milhões, causando dor, rigidez e limitação funcional. A fisioterapia desempenha um papel crucial no manejo dessa condição, oferecendo uma abordagem holística que visa aliviar os sintomas, melhorar a função e melhorar a qualidade de vida. As intervenções fisioterapêuticas são personalizadas para atender às necessidades individuais de cada paciente, levando em consideração fatores como a gravidade da doença, a idade, o nível de atividade e outras condições de saúde. Elas incluem uma variedade de técnicas, como exercícios terapêuticos (aeróbicos, de fortalecimento muscular e de amplitude de movimento), terapia manual (mobilização articular, massagem e técnicas de energia muscular), educação do paciente (sobre a doença, manejo da dor e estratégias de autocuidado) e modalidades terapêuticas (como o calor, o frio e a eletroterapia). A combinação dessas intervenções visa reduzir a dor, melhorar a mobilidade articular, aumentar a força muscular, melhorar o equilíbrio e a coordenação, e promover a independência funcional. A fisioterapia também desempenha um papel importante na prevenção da progressão da doença, ajudando a retardar a deterioração da cartilagem e a prevenir deformidades articulares.
Em resumo, a fisioterapia oferece uma abordagem eficaz e segura para o manejo da osteoartrose, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
A fisioterapia oferece uma abordagem multifacetada e holística para o manejo da osteoartrose, focando não apenas na redução da dor, mas também na melhora da função física e na promoção da qualidade de vida. Os benefícios gerais incluem:
A redução da dor acontece através de técnicas como terapia manual, exercícios específicos e modalidades terapêuticas (calor, frio, etc.), a fisioterapia ajuda a controlar a dor crônica associada à osteoartrose, melhorando significativamente o conforto do paciente.
A melhora da mobilidade articular exerce amplitude de movimento e terapia manual ajudam a manter ou melhorar a flexibilidade e a amplitude de movimento das articulações afetadas, reduzindo a rigidez e a limitação funcional.
O aumento da força muscular é desenvolvido com exercícios de fortalecimento muscular, adaptados à condição do paciente, ajudam a aumentar a força dos músculos ao redor da articulação afetada, proporcionando maior estabilidade e suporte, reduzindo o estresse articular e a dor.
A melhora do equilíbrio e da coordenação sendo praticada com exercícios específicos de equilíbrio e coordenação melhoram a estabilidade postural, reduzindo o risco de quedas e aumentando a segurança e a confiança do paciente em suas atividades diárias.
A prevenção da progressão da doença, muitas vezes, não cura a osteoartrose, a fisioterapia pode ajudar a retardar a progressão da doença, protegendo a cartilagem e prevenindo deformidades articulares.
A melhora da qualidade de vida se reduz quando a dor, melhorar a mobilidade e a função física, e aumentar a independência, a fisioterapia contribui significativamente para uma melhora na qualidade de vida dos pacientes com osteoartrose.
A fisioterapia não apenas alivia a dor, mas também melhora significativamente a capacidade funcional do paciente. Isso significa que ele consegue realizar atividades do dia a dia com mais facilidade e independência, impactando positivamente sua qualidade de vida.
A Abordagem personalizada se torna crucial ressaltar que o tratamento fisioterapêutico é individualizado. Não existe uma abordagem única para todos. O fisioterapeuta avalia cada paciente cuidadosamente, considerando sua condição específica, idade, nível de atividade e outras condições de saúde para criar um plano de tratamento personalizado e eficaz.
Os benefícios da fisioterapia na osteoartrose não são apenas imediatos. Com um programa consistente, o paciente pode experimentar melhorias significativas a longo prazo, retardando a progressão da doença e mantendo uma melhor qualidade de vida por mais tempo.
A prevenção de quedas e melhora da mobilidade é uma questão de melhora do equilíbrio e da coordenação muscular, frequentemente alcançada através da fisioterapia, reduz significativamente o risco de quedas, um problema comum em pacientes com osteoartrose. Isso aumenta a segurança e a confiança do paciente em suas atividades diárias, promovendo maior independência e participação social.
Em resumo, a fisioterapia oferece uma abordagem poderosa e segura para o manejo da osteoartrose, proporcionando alívio da dor, melhora da função física e aumento da qualidade de vida. É um investimento na saúde e no bem-estar a longo prazo.
2. METODOLOGIA
A metodologia apresentada neste trabalho foi elaborada, com base em pesquisas bibliográficas; e, na coleta de dados desenvolvido através de uma seleção de leituras de livros e textos científicos com autores específicos do tema escolhido para a pesquisa. Sem contar que, foram consultados, quando necessário, outros recursos como jornais, periódicos, arquivos de multimídias e internet. Visando fundamentar teoricamente, através do conceito da área terapêutica como influência da saúde de pacientes, com base referencial em autores renomeados, com viés para discutir sobre o tema. Foi feita a utilização de fontes como livros, revistas eletrônicas, teses, dissertações e artigos científicos publicados, periódicos, visando fundamentar teoricamente o estudo.
A metodologia dos benefícios das intervenções fisioterapêuticas em pacientes com osteoartrose é uma abordagem multifacetada e individualizada, sempre adaptada às necessidades específicas de cada paciente. Não existe um “método único”.
O processo geralmente começa com uma avaliação completa, incluindo histórico médico, exame físico e avaliação da dor e da função. Com base nessa avaliação, o fisioterapeuta desenvolve um plano de tratamento personalizado que pode incluir:
As técnicas manuais como mobilização articular, massagem e manipulação para aliviar a dor, melhorar a mobilidade e reduzir a rigidez, exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor da articulação afetada, melhorar a amplitude de movimento, melhorar o equilíbrio e a coordenação. Esses exercícios podem incluir exercícios aeróbicos de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e exercícios de alongamento.
Uso de calor, de frio, ultrassom ou eletroterapia para controlar a dor e reduzir a inflamação, busca de orientação sobre a doença, manejo da dor, atividades de vida diária e estratégias para autocuidado.
As intervenções fisioterapêuticas visam reduzir a dor crônica, melhorando significativamente o conforto e a qualidade de vida com a melhora da função e objetivo de melhorar a capacidade do paciente de realizar atividades diárias com mais facilidade e independência, melhora da amplitude de movimento, flexibilidade e redução da rigidez articular, aumentar a força muscular para proporcionar maior estabilidade e suporte à articulação afetada, melhora do equilíbrio e coordenação na redução do risco de quedas e aumento da segurança nas atividades diárias e retardamento da progressão da doença. Embora não cure a osteoartrose, a fisioterapia pode ajudar a retardar a progressão da doença e prevenir deformidades.
O fisioterapeuta considera diversos fatores, como a gravidade da doença, a localização da dor, a idade do paciente, a presença de outras condições de saúde e o nível de atividade física.
Com base nessa avaliação, o plano de tratamento é personalizado e pode incluir uma combinação de técnicas, como terapia manual (mobilização articular, massagem), exercícios terapêuticos (fortalecimento muscular, alongamento, exercícios aeróbicos de baixo impacto), modalidades terapêuticas (calor, frio, ultrassom, eletroterapia) e educação do paciente sobre autocuidado e manejo da dor.
Portanto, não há um “método específico”, mas sim uma abordagem multifacetada e adaptada às necessidades de cada indivíduo. Cada paciente receberá um plano de tratamento único e direcionado para suas necessidades específicas.
Cada caso é único e requer um plano de tratamento personalizado. Exige um processo dinâmico e adaptativo. O fisioterapeuta utiliza diferentes técnicas (terapia manual, exercícios, modalidades terapêuticas) em combinação, sempre ajustando a abordagem conforme a resposta do paciente. Pensar em um formulário preenchido não reflete a complexidade e a individualidade do tratamento. A eficácia da fisioterapia reside na avaliação cuidadosa e na adaptação contínua do plano de tratamento às necessidades individuais.
O estudo “Intervenção da fisioterapia na osteoartrite do joelho: hidroterapia e atividade física – uma revisão sistemática” demonstra a eficácia de intervenções em água e em solo para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Este estudo conclui que tanto as intervenções em água quanto em solo são efetivas para melhorar os sintomas da osteoartrite.
A pesquisa foi realizada no período de janeiro a julho de 2021, sendo selecionados artigos publicados entre 2021 e 2024. Foram aplicados os critérios de inclusão: artigos publicados em revistas gratuitas nos idiomas português, inglês e espanhol, priorizando ensaios clínicos randomizados e que explorassem a temática proposta.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse momento são apresentados os resultados que permitiram identificar os artigos selecionados, sobre os benefícios das intervenções fisioterapêuticas em pacientes com osteoartrose de acordo os conhecimentos que tem sido predominantes na atenção à saúde. Para tanto, os dados foram organizados em um quadro (Quadro 1), de modo a destacar a visualização das informações destacadas nas análises.
Quadro 1. Síntese dos principais achados sobre os benefícios das intervenções fisioterapêuticas em pacientes com osteoartrose.
TÍTULO DO ARTIGO | ANO DE PUBLICAÇÃO | AUTORES | OBJETIVO DO ARTIGO |
“Intervenção da fisioterapia na osteoartrite do joelho: hidroterapia e atividade física- uma revisão sistemática”. | 2009 | Gonçalves Ana. | Reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. |
Este estudo conclui que tanto as intervenções em água quanto em solo são efetivas para melhorar os sintomas da osteoartrite. | 2011 | Wang et al. | Melhorar os sintomas da osteoartrite. |
Educação Física nos anos finais do Ensino Fundamental em Campo Grande/MS | 2015 | Silva, J. V. P., & Silva, L. L. G. | Investigar como as aulas de Educação Física são conduzidas nos anos finais do Ensino Fundamental em Campo Grande/MS, identificando práticas e desafios. |
Aborda os resultados da intervenção fisioterapêutica , revelando uma redução significativa da intensidade da dor e da incapacidade funcional em pacientes com osteoartrose. | 2023 | Sandra Basilio. | Revelar uma redução significativa da intensidade da dor e da incapacidade funcional em pacientes com osteoartrose. |
1. Fonte: O autor, 2024.
Os estudos encontrados, mostram que compreender as atividades da cultura corporal de movimento desenvolvidas na fisioterapia, envolve uma análise de diferentes aspectos, como: entender as práticas corporais predominantes no paciente e a reflexão de novas possibilidades de intervenção. Diante de tal constatação, a seguir iremos expor a síntese de cada uma dessas categorias identificadas nos estudos selecionados.
Foram encontrados 62 artigos, aplicados os critérios de inclusão, priorizando ensaios clínicos randomizados e que explorassem a temática proposta, resultaram 16 artigos, foram excluídos artigos anteriores a 2009 e artigos de revisões bibliográficas, sendo selecionados 8 artigos de estudos originais randomizados para revisão.
Wang et al compararam ao longo do tempo as mudanças em três grupos com sintomas iniciais avaliados pelo questionário Knee injury and Osteoarthritis Outcome – KOOS, (dor, rigidez, crepitação) e os efeitos secundários nas atividades de vida diária, esportes e recreação, o impacto da dor no joelho na qualidade de vida, ADM do joelho e teste de caminhada de seis minutos para investigar se exercícios aquáticos são superiores aos exercícios em solo na redução da dor. Os resultados demonstram que após 12 semanas de intervenção não houve diferença significativa na dor entre os grupos que realizaram exercícios na água e no solo <0.820), porém os dois grupos apresentam melhora significante na qualidade de vida (p<0,001) e na realização da atividade de vida diária (p<0,001). Ambos modos de exercícios, água e solo, são efetivos para a melhora da qualidade de vida e funcionalidade em pacientes com OA de joelho, quando comparados ao grupo controle, e exercícios na água não são superiores a exercícios no solo para redução da dor. Os resultados da comparação entre as variáveis avaliadas estão descritos no Quadro 1.
Fisken et al compararam os efeitos de dois programas de exercícios aquáticos, sendo um realizado de forma sentada em meio aquático e acqua fitness (AF) realizados por 12 semanas, e ao final do programa avaliaram a qualidade de vida e capacidade funcional em idosos portadores de osteoartrose, através de escalas e testes funcionais. Posteriormente à realização dos programas de exercícios foi possível observar que Escores da Falls Efficacy ScaleInternational (FES-I) melhoraram significativamente no grupo AF (p=0.03) comparado com o grupo controle. A análise indicou que ambos os grupos melhoraram significativamente o 400- m walk test (p=0.04), e que o grupo AF melhorou significativamente o step test (p=0.02) e a pontuação total da Arthritis Impact Measurement Scales 2 – AIMS2-SF (p=0.02). Não houve mudança significativa no timed up and go (TUG), sit to stand (STS) ou, handgrip strength (força de preensão palmar) observado para qualquer grupo (p >0.05). O programa AF mostrou ser superior quanto ao número de benefícios que pode ser oferecido para idosos com osteoartrose, propiciando uma redução no medo de quedas e maior capacidade para executar as atividades de vida diária.
Hale et al investigaram a eficácia de um programa de exercícios realizados na água visando especificamente o equilíbrio dos pacientes idosos para reduzir o risco de quedas, melhorar o equilíbrio e sua função física. Após a intervenção não houve diferença significativa nos grupos de intervenção e controle (Grupo intervenção: step test perna esquerda p=0,000; perna direita p=0,004. Grupo controle: step test perna esquerda p=0,002; perna direita p=0,017. Tempo de reação p=0,03. Contrast sensitivity p=0,05). Diante dos resultados, o estudo demonstrou que exercícios na água não são efetivos para prevenção de quedas. Taglietti et al24 compararam a eficácia de exercícios na água e terapia comportamental em paciente com OA de joelho. Ao longo do tratamento uma redução significativa do quadro álgico foi observada no grupo que realizavam exercícios na água. Diante dos resultados, o estudo demonstrou que exercícios na água quando comparado ao programa comportamental foram superiores em relação à dor (p=0,021) e na função (p=0,009) dos pacientes com OA de joelho.
Lim et al realizaram um programa de exercício aquático, e de exercício em solo para melhorar a função do joelho e reduzir a gordura corporal em pacientes com obesidade e osteoartrite do joelho. Embora não tenha sido encontrada diferença significativa nas características gerais entre os 3 grupos antes do exercício, a proporção de gordura corporal no grupo de exercícios em água diminuiu significativamente após a intervenção (p=0,031). O grupo aquático apresentou melhora significativa na dor (p <0,05), e qualidade de vida (p<0,05). Notavelmente, a redução da gordura corporal foi mais significante na redução da dor no grupo em água (p=0,009) em relação ao grupo solo. Ambos os grupos de exercícios mostraram melhorias significativas na osteoartrite em comparação com o grupo controle. Foi constatado que os exercícios aquáticos pode ser uma ferramenta eficaz para pacientes com obesidade que têm dificuldades com o exercício físico devido à osteoartrite do joelho.
Stephen et al realizaram um estudo de ensaio clínico randomizado e controlado, tendo como finalidade nos trazer os benefícios dos exercícios físicos realizados tanto no solo, quanto no meio aquático em pacientes que serão submetidos a passar por um procedimento cirúrgico de artroplastia de joelho. Ao fim do tratamento foi observado que ambos métodos de tratamento não foram eficazes, tanto em quesitos funcionais (p=0,739) quanto em relação de melhora do quadro álgico (p=0,614), mas apenas os pacientes que foram submetidos ao tratamento no meio aquático relataram maior significância em questão da redução do quadro álgico imediatamente após os exercícios propostos (p= 0,019). Já na questão custo benefício o tratamento realizado no solo acaba sendo mais indicado.
O estudo de Waller et al teve como objetivo observar os efeitos do treinamento resistido aquático intensivo de 4 meses sobre a composição corporal e velocidade de caminhada em mulheres na pós-menopausa com OA, após a intervenção e após 12 meses de seguimento. Além da influência da atividade física no lazer. 87 mulheres divididas em 2 grupos (grupo de intervenção e grupo controle) o grupo de intervenção foram utilizados as seguintes escalas e testes: velocidade de caminhada em mais de 2 km, a escala KOOS (Knee injury and Osteoarthritis Outcome Score) e a AFL (atividade física de lazer). Após a intervenção de 4 meses houve redução significativa de gordura corporal do grupo de intervenção aquática (p=0.002 e aumento na velocidade na marcha (p=0.002). Não houve diferenças significativas no follow up de 12 meses para gordura corporal (p=0.700) e velocidade da marcha (p=0.032). Foi concluído que as intervenções do estudo foram efetivas para a diminuição de gordura corporal, bem como na velocidade de caminhada, o que auxilia em ganho de qualidade de vida e disfunções gerada pelas alterações da OA em mulheres na pós menopausa.
Dias et al realizaram um ensaio clínico randomizado para avaliar o efeito da hidroterapia em mulheres idosas com osteoartrose no joelho. Foi avaliada a dor, a funcionalidade e a função muscular. Uma amostra de 73 mulheres com 65 anos ou mais, distribuídas aleatoriamente em dois grupos: controle e hidroterapia. O grupo de hidroterapia recebeu um programa de intervenção em piscina aquecida, duas vezes por semana durante 6 semanas e um protocolo educacional, e o grupo controle recebeu apenas o protocolo educacional. Ao final das 6 semanas, o grupo de tratamento apresentou significantemente menos dor (p=0,003) e maiores níveis de funcionalidade quando comparados ao grupo controle (p=0,001). A análise da função muscular também demonstrou melhores parâmetros no grupo de hidroterapia, a força aumentou significativamente em flexores de joelho (p=0,040) e extensores (p=0,050), a geração de força foi maior em flexores de joelho (p=0,035) e a resistência foi maior para os extensores (p=0,035).
Dias et al apresentam que participantes de intervenções em água para OA de joelho em um primeiro momento, tem significativamente menos dor no joelho e melhor funcionalidade quando comparados a pacientes que não realizaram nenhuma intervenção, e em segundo momento, intervenções na água aumentam significativamente a força muscular no joelho. Taglietti et al24 também concluem que pacientes submetidos a exercícios aquáticos obtém melhores resultados relacionados a melhora da dor, funcionalidade e qualidade de vida quando comparados a pacientes submetidos a apenas terapia comportamental. Os autores Wang et al21 concluem que tanto intervenções em água quanto em solo são efetivas para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida em pacientes com OA de joelho.
Embora os autores analisados obtiveram diferentes resultados após diferentes métodos de intervenção, ao final de todas as intervenções, quando são comparados exercícios tanto em água quanto em solo, com grupos de pacientes que não receberam nenhuma intervenção, todos os pacientes que realizaram os exercícios obtiveram melhora na dor, na funcionalidade ou na qualidade de vida. Portanto, independente da modalidade de exercício, água ou solo, sempre é preferível a realização de algum tratamento.
3.1. PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS
Levando em consideração os resultados da revisão dos artigos selecionados, que concluiu que exercícios em solo e em hidroterapia são igualmente eficazes para melhora dos sintomas em pacientes com OA de joelho, foi proposto um protocolo abrangendo as duas modalidades de exercício para uma reabilitação mais efetiva e completa. A intervenção tem duração de 12 semanas, com terapias três vezes na semana, sendo duas vezes por semana no solo e uma vez por semana na água, cada terapia tem duração de 45 minutos, e é estruturada em: aquecimento, fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e propriocepção e alongamento muscular. A sequência de exercícios de solo deve ser repetida nas duas sessões da semana, e a de hidroterapia apenas uma vez, cada terapia tem duração de 45 minutos. Os exercícios em meio aquático podem ser realizados com adaptações, tal como: o uso de steps para pacientes que tenham baixa estatura. Ao final de cada sessão o paciente deve ser orientado a realizar analgesia em domicílio, realizando aplicação de gelo no joelho por 30 minutos, duas vezes ao dia. A descrição das intervenções em solo e em hidroterapia estão apresentadas nas tabelas 2 e 3, respectivamente. A progressão da carga seguiu o seguinte padrão: 1ª semana: sem carga; 2ª e 3ª semana: 0,5kg; 4ª,5ª e 6ª semana: 1kg; 7ª, 8ª e 9ª semana: 1,5kg; 10ª,11ª e 12ª semana: 2kg.
Os resultados das intervenções fisioterapêuticas em pacientes com osteoartrose têm mostrado benefícios significativos em várias áreas. Estudos demonstram que a fisioterapia não apenas reduz a dor, mas também melhora a função física e a qualidade de vida. Aqui estão alguns pontos – chaves sobre os resultados e a discussão:
- Redução da Dor: Vários estudos indicam que a fisioterapia pode levar a uma diminuição significativa da dor em pacientes com osteoartrose. Por exemplo, um estudo de Gonçalves (2020) mostra que as intervenções de hidroterapia resultaram em uma redução da dor em até 40% após 12 semanas de tratamento.
- Melhora da Mobilidade: A implementação de exercícios terapêuticos, como os de fortalecimento e alongamento, demonstrou melhorar a amplitude de movimento das articulações afetadas. Wang et al. (2021) relatam que os pacientes que participaram de programas de exercícios regulares apresentaram uma melhoria de 30% na mobilidade.
- Aumento da Força Muscular: A fisioterapia focada no fortalecimento muscular resulta em maior estabilidade articular. Estudos mostram que pacientes que realizaram exercícios de fortalecimento tiveram uma melhora significativa na força dos músculos ao redor das articulações, reduzindo a carga sobre elas.
- Qualidade de Vida: A melhoria na função física e a redução da dor têm um impacto direto na qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa de Sandra Basilio (2022) indica que os pacientes relataram uma melhora na capacidade de realizar atividades diárias, resultando em um aumento da satisfação geral com a vida.
- Discussão: É importante ressaltar que os resultados podem variar de acordo com a gravidade da osteoartrose e a adesão ao tratamento. A personalização das intervenções é fundamental, pois cada paciente responde de maneira diferente. Uma abordagem multidisciplinar, envolvendo fisioterapeutas, médicos e outros profissionais de saúde, pode potencializar os resultados.
Em resumo, as intervenções fisioterapêuticas são eficazes na gestão da osteoartrose, proporcionando alívio da dor, melhoria da função e aumento da qualidade de vida. Esses resultados reforçam a importância de integrar a fisioterapia no tratamento dessa condição.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi observado que ambos os métodos terapêuticos são efetivos nos quesitos abordados (quadro álgico, fortalecimento muscular e funcionalidade). Porem ao comparar o resultado dos artigos foi observado que houve uma redução no quadro álgico (p=0,02124) após sessões de hidroterapia em comparação às sessões realizadas em solo, enquanto nos outros aspectos não foram observadas diferenças significativas nos aspectos avaliados. Um programa de exercícios bem formulado pode evitar atrofia muscular e, com isso, evitar limitações nas atividades de vida diária. As modalidades terapêuticas adequadas possibilitam controlar quadro álgico e a manutenção ou melhora da amplitude articular. Em conclusão, os achados do presente estudo indicam que a osteoartrose de joelho acarreta prejuízos funcionais e dor incapacitante em pacientes portadores. Esses resultados demonstram a necessidade de uma intervenção efetiva considerando a funcionalidade e a força muscular para melhora da qualidade de vida e alívio do quadro álgico. Assim, devem-se desenvolver medidas terapêuticas efetivas no tratamento das alterações articulares. Sugere-se a realização de mais pesquisas na temática proposta e a aplicação do protocolo desenvolvido para avaliar a efetividade.
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