REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7258704
Camila Coffani1
Camila Ferrari1
Marcella Alencar1
Priscila Ferreira Silva2
RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade analisar o estudo de artigos científicos e revisões bibliográficas de pesquisas que usam células-tronco para desenvolver tecidos. Assim define-se o que são as células-tronco, quais seus tipos conhecidos e seu potencial para se diferenciar em outras células do corpo, dando destaque às células-tronco pluripotentes induzidas, haja vista que diversas polêmicas estão envolvidas no uso de outros tipos de células-tronco para determinadas pesquisas. Observou-se que as pessoas que precisam de transplantes de órgãos enfrentam uma grande dificuldade ao aguardar nas filas por um órgão compatível, entretanto, ainda correm o risco de manifestar rejeição. A análise tem como objetivo descrever como se obtém uma célula-tronco pluripotente induzida a partir de células adultas do próprio paciente necessitado de transplante, contornando assim os debates que surgem a partir do uso de células-tronco embrionárias, que já possuem o potencial necessário para se diferenciar em qualquer outra célula, além de diminuir as taxas de rejeição de transplantes originados de outros doadores. O tipo de pesquisa utilizada foi a descritiva através de abordagem qualitativa com a finalidade de, a partir do conhecimento obtido por intermédio de artigos científicos, trazer um novo ponto de vista para os estudos com células-tronco, contornando os debates éticos e morais que muitas vezes impedem a conclusão dessas pesquisas, e beneficiar as pessoas que necessitam de transplantes, reduzindo a taxa de rejeição e o tempo de espera nas filas.
Palavras-chave: Células-tronco; Tecidos; Transplantes; Pluripotente; Debates.
ABSTRACT
The present study has the purpose of analyzing the study of scientific articles and bibliographic reviews of researches that use stem cells to develop tissues, thus defining what stem cells are, what are their known types and their potential to be specified in other body cells, with emphasis on induced pluripotent stem cells, given that several controversies are involved in the use of other types of stem cells for certain researches. It was observed that people who need organ transplants face great difficulty when waiting in queues for a compatible organ, however, still run the risk of manifesting rejection. The analysis aims to describe how to obtain an induced pluripotent stem cell from adult cells of the patient in need of organ transplantation, thus skirting the debates that arise from the use of embryonic stem cells, which already have the potential needed to differentiate into any other cell, in addition to being able to reduce the rejection rates of transplants originating from other donors. The type of research used was descriptive through a qualitative approach with the purpose of, from the knowledge obtained through scientific articles, to bring a new point of view to the studies with stem cells, skirting the ethical and moral debates that often prevent the conclusion of these researches, and benefit the people who need transplants, reducing the rejection rate and the waiting time in the queues.
Keywords: Stem cells; Tissues; Transplants; Pluripotents; Debates.
INTRODUÇÃO
Conforme os anos passam os órgãos e tecidos do corpo vão perdendo seu funcionamento gradualmente, por envelhecimento ou por alguma doença. Com isso, há a necessidade de reposição desses órgãos, que atualmente é suprida com programas de transplantes de órgãos, porém, esses programas atendem uma fração muito pequena dos pacientes, tendo escassez de doadores ou incapacidade de transplantes de alguns órgãos e tecidos. No Brasil, é de extrema importância o acesso a esses programas para a saúde pública, onde esses transplantes são pagos pelo Ministério da Saúde. Diante desse contexto, as células-tronco se tornam uma fonte com potencial ilimitado de tecidos para transplantes, podendo ser multiplicadas e induzidas em laboratório a formar tipos celulares específicos, que ao serem transplantados poderiam regenerar um órgão ¹.
A humanidade tem adquirido grandes benefícios com o avanço da tecnologia na ciência, no que diz respeito a novas vacinas e terapias, trazendo uma melhora na saúde e na expectativa de vida de todo o mundo. Muitas pesquisas vêm sendo realizadas sobre terapias com células-tronco, com ótimos resultados em cura e tratamento de doenças ².
As células-tronco possuem características que as diferem das demais células do corpo, elas são indiferenciadas e não específicas, podem se multiplicar por um longo período sem se diferenciar, de forma que um pequeno número pode dar origem a um grande número de células semelhantes e possuem a capacidade responder a estímulos e se diferenciar em células especializadas de um tecido em particular. De acordo com a potencialidade das CT (células-tronco), elas podem ser classificadas em totipotentes, que são capazes de gerar todos os tipos celulares embrionários e extraembrionários; em pluripotentes, encontradas no embrião nas fases iniciais de formação, que são capazes de gerar todas as células que darão origem ao embrião propriamente dito; e em multipotentes que dão origem apenas a um subgrupo de linhagens celulares ³ ⁴.
Para a obtenção de células-tronco embrionárias, que já possuem a capacidade de se diferenciar nas células dos demais tecidos, é necessário a destruição do embrião, especificamente na sua fase inicial de blastocisto. Em contrapartida, certas culturas e religiões dizem que o embrião humano desde a fecundação é uma vida com todos os direitos de uma pessoa já nascida, e assim a sua destruição é inaceitável, e as células tronco embrionárias são alvos de polêmica em todo o mundo ¹.
Ao descobrirem as células-tronco pluripotentes induzidas, que são células obtidas de células já diferenciadas que foram reprogramadas para a forma indiferenciada, apresentando potencial semelhante ao das células-tronco embrionárias, foi dada uma nova perspectiva para a terapia celular e a regeneração tecidual, pois sua utilização não está envolvida em sérias questões éticas como as embrionárias ⁵.
No Brasil, uma vez que um indivíduo necessita de um transplante, ele é inscrito em uma fila única de espera e exclusiva de cada órgão, onde 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa fila leva em consideração a prioridade dos pacientes de acordo com a ordem de ingresso, condições médicas de compatibilidade e gravidade da doença apresentada. Porém, a proporção de pacientes em espera na fila não é correspondida pelo número de doadores disponíveis, representando uma desigualdade de acesso, além de outros fatores dificultantes como baixa taxa de notificação de potenciais doadores, contra indicações médicas, recusa dos familiares, entre outros. Baseada na dificuldade que os indivíduos necessitados de transplantes enfrentam nas filas, o presente trabalho pretende apresentar a alternativa das células-tronco pluripotentes induzidas como fonte de tecidos para transplantes ⁶.
Assim, a partir da observação que grande parte das pesquisas para terapias celulares e regeneração de tecidos depende do uso de células-tronco, a possibilidade de substituição dessas células pelas células-tronco pluripotentes induzidas suspendem diversos debates éticos e religiosos acerca da utilização das células-tronco. Dessa forma, o estudo pretende proporcionar grandes desenvolvimentos biotecnológicos, além de estudo aprofundado de diversas doenças e compreender a biologia celular de uma célula-tronco para transplantes sem rejeição por parte do indivíduo, pelo fato de que as células que serão utilizadas podem ser obtidas do próprio indivíduo em questão ⁷.
OBJETIVOS
Geral:
Descrever o uso das células-tronco pluripotentes induzidas, seus benefícios como fonte de tecidos para transplantes e os diferentes tipos de células-tronco.
Específicos:
– Apresentar o cenário atual de transplantes.
– Descrever quais os usos das células-tronco.
– Mostrar como se obtém uma célula-tronco pluripotente a partir de células-tronco adultas;
– Indicar os benefícios das células-tronco pluripotentes induzidas em transplantes;
– Fazer o levantamento dos obstáculos que os estudos atuais enfrentam.
METODOLOGIA
Este trabalho terá como finalidade básica estudar as células-tronco e seu potencial em se transformar nas outras células do corpo utilizando-se da metodologia científica, aprofundando o conhecimento acerca das células-tronco pluripotentes induzidas.
O tipo de pesquisa utilizada será descritiva, baseada em artigos científicos e revisões bibliográficas publicados entre 2001 e 2020, da base de dados Scielo e Google Acadêmico, a partir das expressões “células-tronco”, “pluripotentes” e “pluripotência induzida”, proporcionando um melhor entendimento sobre o tema estudado, com uma abordagem qualitativa utilizando análise das informações como ferramenta metodológica.
Ao longo da pesquisa, o primeiro procedimento a ser realizado será o levantamento de artigos e referências bibliográficas que descrevam o que são as células-tronco e quais os tipos conhecidos, qual o potencial de cada tipo de se transformar em outras células e como elas são utilizadas na área da saúde.
Em seguida, irão se levantar as polêmicas sobre o seu uso e com isso a pesquisa será direcionada para as células-tronco pluripotentes induzidas e como elas podem beneficiar as pesquisas de desenvolvimento de tecidos e órgãos para transplantes, com o objetivo de contornar os debates éticos e morais.
DESENVOLVIMENTO
O que é transplante e seus tipos
Transplante é uma técnica cirúrgico-substitutiva substitutiva, caracterizada pela retirada de um órgão ou tecido do doador a fim de substituir o mesmo no receptor por motivo de perda de função total ou parcial do órgão ou tecido em questão ⁸.
Quando falamos de transplante é necessário diferenciar seus tipos. Os tipos de transplantes conhecidos são: autotransplante, quando o órgão ou tecido vai de uma parte do corpo para outra, ou seja, o doador e o receptor são a mesma pessoa, isotransplante, quando ocorre entre gêmeos univitelinos, alotransplante, quando os indivíduos têm o mesmo gênero, mas características genéticas diferentes, e xenotransplante, quando os indivíduos têm gênero diferente, por exemplo, quando o doador é animal e o receptor ser humano ⁸.
Legislação de transplantes no Brasil
Em 1988 o Brasil teve sua primeira diretriz acerca do transplante de órgãos. No entanto, só em 1997 foram evidenciadas condições legais para esta prática em território nacional, segundo a Lei 9.434 ⁹.
A lei 9.434/97 dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Ela permite o uso destes, em vida ou “post mortem”, porém exclui sangue, esperma e óvulos desta condição ⁹. Além disso, o artigo 15 veda a comercialização de órgãos e tecidos e prevê pena de reclusão de 3 a 8 anos e multa de 200 a 360 dias-multa para aqueles que promoverem, intermediarem, facilitarem ou auferirem qualquer vantagem sobre a transação, eximindo da culpa o doador e o receptor caso não saibam que, o médico, por exemplo, está lucrando com tal situação ¹⁰.
Atualmente é a família quem decide realizar ou não a doação de órgãos “post mortem”, porém este é um problema que causa impacto direto nos números de demanda e oferta de transplantes no Brasil. Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), de um milhão de habitantes, apenas 15,9% é doador, e esta defasagem é considerada consequência da legislação atual que necessita da autorização de um familiar para que a doação seja efetuada ⁹.
Apesar destes dados, o Ministério da Saúde aponta que o Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo, o SUS (Sistema Único de Saúde), e é responsável por 96% dos transplantes realizados no Brasil ⁹.
Desigualdade acerca da distribuição de órgãos em território nacional
As enormes filas de transplante em todo o território nacional refletem a má administração da demanda e oferta. Há ainda um agravante quando se analisa a situação como um todo: geralmente não há prazo determinado de espera, o que acarreta diversas implicações para o paciente e as pessoas de seu convívio. É comum que estes pacientes necessitem se ausentar do trabalho por motivos de saúde/tratamento, assim comprometendo também seus possíveis acompanhantes ¹¹.
As filas de espera são únicas a cada órgão e a prioridade de cada paciente depende de critérios como: condições de saúde, gravidade da doença, histórico do paciente, e compatibilidade ⁶.
A quantidade de transplantes realizados é desproporcional a de candidatos na lista de espera, o que indica desigualdade de acesso e de distribuição de centros de transplante em todo o território nacional, como mostra a Tabela 1. As regiões Sudeste e Sul além de possuírem maior concentração eram as únicas a terem todos os tipos de centros de órgãos sólidos. Já as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram respectivamente menor número de centros, e sequer possuíam centros para transplantes de pulmão e pancreas ⁶.
No período de 2001 a 2017 houve aumento no índice de transplantes em todo o país em decorrência do aumento de centros especializados, porém ainda é possível observar discrepância na distribuição destes centros, pois São Paulo, por exemplo, realiza cerca de dez mil transplantes, o que representa a soma de procedimentos realizados nas dezessete unidades federativas de menores índices ⁶.
É evidente a necessidade de solucionar estes problemas de administração e gerenciamento, pois geram grande impacto nas filas de transplantes do SUS, porém um relatório da Câmara dos Deputados apontou que a padronização seria insuficiente no que se refere aos critérios da lista de espera para transplante e que o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Nacional de Transplante, não teria competência de sistematizar uma política geral para o setor ¹¹.
Tráfico de órgãos no Brasil
Em 12 de março de 2004 o Brasil aderiu ao Protocolo de Palermo, através do Decreto 5.017 de 2014, a fim de combater o tráfico de pessoas e passou a promover medidas de combate e prevenção à prática deste crime ⁹.
A Lei 13.344/2016 trata da prevenção e repressão do tráfico interno de brasileiros e estrangeiros e internacional de brasileiros, enfatizando a dignidade e os direitos humanos e incluiu o artigo 149-A do Código Penal sobre a remoção de órgãos e tecidos humanos em caráter doloso ⁹.
Segundo a OMS 5% dos transplantes realizados no mundo têm relação com o tráfico de órgãos. Este é um universo que tende a crescer cada vez mais, pois é uma das atividades mais lucrativas do mundo.
Todo tipo de órgão ou tecido é comercializado e seus valores variam de mil dólares por uma córnea, até vinte mil dólares por um rim ⁸. No Brasil, apesar de ser pouco falado, existem exemplos de tráfico de órgãos⁹.
Um dos principais motivos para a prática do tráfico de órgãos ser tão “comum” é a falta de disponibilidade de órgãos para transplante. O resultado disso é a procura desesperada de famílias que se encontram sem opções para salvar a vida de um ente querido e optam por ceder a essa prática, pois segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) apenas 32% dos pacientes que se encontram nas filas de transplantes sobrevivem para receber o órgão de que precisam ¹⁰.
Portanto, apesar de o Brasil possuir uma lei que criminaliza a comercialização e o tráfico de órgãos, esta não consegue impedir a prática e ainda é possível afirmar que para aqueles que se vêem nesta situação, infringir a lei é a única opção ¹⁰.
O que são células-tronco
As células-tronco são definidas como um grupo de células indiferenciadas designadas pela capacidade de proliferar amplamente, surgindo de uma única célula (clonal) e se diferenciando em diferentes tipos de células e tecidos (potentes) ¹².
As células-tronco podem ser utilizadas na terapia celular para substituir células danificadas ou regenerar órgãos, também sendo aplicadas no desenvolvimento de medicamentos. Apesar da importância clínica do uso das células-tronco existem questões éticas que limitam sua utilidade ¹³.
As principais características das células-tronco são: capacidade de proliferar, clonalidade e capacidade de se diferenciar ¹⁴. A origem das células-tronco pode ser de diversas fontes com potências variadas: as células pluripotentes são células-tronco embrionárias provenientes da massa celular interna do embrião, já as células pluripotentes induzidas são constituídas após a reprogramação de células somáticas, podendo se diferenciar em tecidos de todas as três camadas germinativas (endoderme, mesoderme e ectoderme) ¹⁵. As células-tronco multipotentes podem se diferenciar em tecidos derivados de uma única camada germinativa. ¹⁶.
As células totipotentes ou onipotentes são mais indiferenciadas e são encontradas no início do desenvolvimento ¹⁷. As células-tronco oligopotentes são capazes de se auto-renovar e formar duas ou mais linhagens dentro de um tecido específico ¹⁸.
Utilização das células-tronco
Os primeiros estudos com células-tronco, na década de 1980, divulgaram à comunidade científica a possibilidade de uma série de usos terapêuticos para estas células ao revelarem que elas conseguem manter suas propriedades e proliferação e diferenciação ¹⁵.
A clonagem terapêutica é uma das possíveis aplicações das células-tronco embrionárias. A técnica baseia-se na introdução de núcleos de células adultas de pacientes, em citoplasmas de células embrionárias, assim criando uma célula com potencialidade de diferenciação e regeneração contendo o mesmo material genético do indivíduo receptor¹⁹.
As células-tronco são capazes de se auto-regenerar e de se diferenciar em um grande número de células especializadas no organismo adulto. Através da aplicação destas células é possível induzir a regeneração de um órgão ou tecido lesado, tendo como exemplo, o coração após um infarto no miocárdio¹⁹.
As células-tronco embrionárias ou de adultos procuram empregar na medicina regenerativa ou terapia celular, sua diferenciação no sentido de um tecido específico para repor ou reparar tecidos lesados ou destruídos, como a recuperação de tecido neurológico (doença de Parkinson, lesão da medula espinal), tecido endócrino do pâncreas (diabete), células musculares e vasos cardíacos (insuficiência cardíaca, enfarte) ³.
Para a finalidade da medicina regenerativa e terapia celular, as células-tronco embrionárias ou de adultos podem ser utilizadas de algumas formas, como por exemplo: Células-tronco do adulto do tecido a ser regenerado, empregada para tratar leucemias, linfomas e algumas doenças hereditárias; Células-tronco de adultos ou fetais diferenciadas in vitro para tratar doença de Parkinson, diabete, insuficiência cardíaca; Injeção direta de células-tronco, espera-se que as células injetadas vão alojar-se no órgão que se deseja reparar, diferenciando-se no sentido esperado, para corrigir defeitos do coração e estimulação das células tronco endógenas que estimulam a mobilização, crescimento e diferenciação de células-tronco do próprio indivíduo ³.
Ética na utilização de células-tronco
As pesquisas com células-tronco provenientes do embrião humano apresentam problemas éticos complexos, pois utilizar as células-tronco provenientes de um embrião significa tirar a potencialidade dele se tornar um ser humano. Outros acham que essa potencialidade de se tornar ser humano não existe, pois eles se tornaram “excedentes” porque jamais serão implantados em um útero materno extinguindo qualquer chance de continuar o processo da vida que se iniciou com a fertilização em laboratório ²⁰.
O princípio de respeitar a dignidade humana é lembrado em diversos documentos universais, na Constituição Federal e nas igrejas, a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos reforça isso, e também reconhece que a liberdade na pesquisa científica e os benefícios que ela traz são de extrema importância, desde que sigam os princípios éticos, a dignidade humana e os direitos humanos ²⁰.
No Brasil, após a aprovação da Lei de Biossegurança, em março de 2005, os debates que envolvem o uso das células-tronco embrionárias se intensificaram. A lei permitiu a utilização dos embriões excedentes em pesquisas e terapia, porém isso envolveria a destruição do embrião, e a lei não contemplou o destino dos embriões que fossem congelados após ela e nem aqueles que não fossem doados pelos pais, indicando que posteriormente essa lei necessitará de uma revisão ³.
No artigo 5º da Constituição Federal se diz que o direito à vida é inviolável. Sendo assim, a dimensão jurídica no uso de células-tronco embrionárias se apresenta com a análise das legislações de diferentes países e a legislação no Brasil ²⁰.
Em relação a legislação internacional, países como Estados Unidos e Reino Unido permitem a pesquisa com células-tronco embrionárias assim como também permitem a clonagem terapêutica.
Outros países como a França, Holanda, Espanha, Portugal, Suíça e Austrália permitem a pesquisa com células-tronco embrionárias, porém não permitem a clonagem terapêutica. Na Itália o debate para liberação das pesquisas continua sob forte pressão da Igreja Católica e na Alemanha a pesquisa é permitida, mas somente com células-tronco importadas de outro país. A Alemanha também não permite o congelamento de embriões excedentes, mas permite o aborto nas primeiras 12 semanas. Todos os países proíbem a clonagem humana²⁰.
É fato que o início da vida se dá, sem dúvida, a partir da fertilização que forma o embrião, o que gera realmente todos os debates é a partir de que momento o embrião é considerado pessoa, entendimento esse que varia de acordo com cultura, religião e moral de cada um ²⁰.
A descoberta das células-tronco pluripotentes induzidas
As células-tronco possuem grande capacidade de proliferação e autor renovação, sendo divididas em dois grandes grupos: células-tronco embrionárias e células-tronco adultas. As embrionárias são originadas da massa de um embrião nos primeiros cinco dias de fecundação e dão origem a várias células e tecidos. As adultas são de outros estágios de desenvolvimento de partes diferentes do corpo, gerando subtipos celulares dos tecidos onde se originam ²¹.
No início da década de 1980, nos Estados Unidos, surgiram as pesquisas com células-tronco, a comprovação da capacidade dessas células de se transformar em diversos tipos celulares motivou cientistas acerca de seu uso terapêutico em humanos. Contudo, dificuldades éticas e legais ligadas ao uso de embriões criados para fins de reprodução assistida, bloquearam o avanço desses estudos ²¹.
Atualmente, grande parte dos investimentos para os estudos das células-tronco estão concentrados em alternativas para a produção de células pluripotentes. O cientista japonês Shinya Yamanaka foi o primeiro pesquisador a obter células-tronco pluripotentes sem utilizar embriões. Em 2006, Yamanaka e Takahashi obtiveram as primeiras células-tronco pluripotentes induzidas a partir de fibroblastos reprogramados pela expressão de fatores de transcrição específicos, dando origem às chamadas células-tronco pluripotentes induzidas (induced pluripotent stem cells, iPSCs). Essas células ganham novamente a capacidade das células embrionárias de se diferenciar em diferentes tipos de tecidos, processo que ficou conhecido como reprogramação celular ²¹.
A grande capacidade de diferenciação das células-tronco é chamada de pluripotência, essa é a característica de mais valor para fins terapêuticos. A diferenciação celular é dada pelas várias etapas que uma célula não diferenciada passa para se tornar específica de um órgão ou tecido. Quanto mais diferenciada, mais específica e limitada ela é, tendo função de atuar apenas em seu tecido designado ⁷.
Diante da limitação das células diferenciadas, estudos foram feitos com o intuito de entender como esse processo celular funciona e o que está diretamente relacionado a ele. E assim, foi descoberto que diversos fatores de transcrição estão envolvidos desde o desenvolvimento do embrião, e isso abriu as portas para a reprogramação celular ⁷.
A reprogramação celular é o processo que envolve a expressão de genes com importante atuação no período embrionário, que são capazes de recuperar a pluripotência das células já diferenciadas, tal processo levou à descoberta das iPSCs, que possuem características semelhantes às das células-tronco embrionárias, tanto em morfologia como em plasticidade ⁷.
Plasticidade das células-tronco
A plasticidade de uma célula-tronco é a capacidade que ela possui de se diferenciar em diferentes linhagens celulares e é uma das características mais importantes de uma célula-tronco. Essa capacidade de diferenciação é o que recebe o nome de pluripotência. As células provenientes das células-tronco podem ou não herdar a mesma plasticidade ⁷.
Diferenciação celular
Diferenciação celular é o processo de especificidade pelo qual uma célula originada por uma célula-tronco passa, por meio de estímulos, para se tornar especializada, essas são estimuladas à maturação com destino e funções específicas. Essa diferenciação está relacionada com ativação ou inativação de genes que se expressam somente em alguns tecidos, e então, as células originadas terão sua capacidade de diferenciação ligada apenas ao tecido e função destinada ⁷.
Sendo assim, as células indiferenciadas se tornaram alvos dos estudos e entre suas diversas características, uma das mais estudadas é a capacidade de se manter indiferenciada por longos períodos, porém sendo susceptíveis a estímulos externos específicos. Entre esses estímulos surge o desejo de se definir quais fatores provocam respostas a essa susceptibilidade, e também, o que pode devolver a potencialidade de uma célula que já passou pelo processo de diferenciação celular ⁷.
Como induzir as células à pluripotência
Através da reprogramação celular é possível interferir na plasticidade da célula, e por meio de estímulos que vão gerar uma resposta no interior da célula, elas são modificadas geneticamente e são induzidas a sua pluripotência, ganhando características semelhantes às das células-tronco embrionárias ⁷.
A reprogramação celular é possível a partir do uso de fatores de transcrição específicos e estes ficaram conhecidos como fatores de reprogramação. Em 2006, estudos evidenciaram a relação que existe entre os fatores de transcrição e a potência das células, independente do estágio de diferenciação. Foram testados 24 fatores de transcrição: Oct4 , Sox2, Nanog, GDF3, REX1, FGF4, ESG1, DPPA2, DPPA4, hTERT, DNMT3B, GABRB3, TDGF1, GAL, LEFTB, IFITM1, NODAL, UTF1, EBAF, GRB7, PODXL, CD9, BRIX, KLF4 e c-Myc ⁷.
Esses fatores são proteínas de extrema importância para o processo de inicialização na síntese de RNA. Com isso, a descoberta dessa relação entre os fatores de transcrição e a plasticidade das células-tronco, permitiu acesso a informações sobre a manutenção da pluripotência e ao estado indiferenciado das células. Os fatores de reprogramação são inseridos dentro das células pelo uso de vírus modificados geneticamente servindo de vetores para transferir os genes de interesse ⁷.
Fatores de transcrição
Dos muitos fatores de transcrição que foram testados para a reprogramação celular, algumas combinações se sobressaíram no desenvolvimento do embrião desempenhando funções essenciais de proliferação e diferenciação. Assim, a reprogramação para a pluripotência pode ser atingida pela expressão de 4 fatores de transcrição em duas combinações: Sox2, Oct4, Klf4 e c-Myc; Sox2, Oct4, Nanog e Lin-28 ⁷.
O fator de transcrição Oct4, que é codificado pelo gene POU5f1, se expressa tanto nas células do embrião quanto nas germinativas, permitindo a determinação de células capazes de formar embriões. Outro fator importante é o gene Nanog, ele está associado a forma indiferenciada das células-tronco embrionárias. Os fatores que predominam como melhores indutores à pluripotência são o c-Myc e o Klf4, ligados à oncogênese com grande capacidade de proliferação, sendo aceleradores do processo ⁷.
Dessa forma, surge a possibilidade de tumores no processo, dada a sua alta capacidade proliferativa, portanto um estudo foi realizado por um grupo da Universidade de Harvard, utilizando um inibidor da histona desacetilase HDAC, Ácido Valpróico (VPA) com o objetivo de melhorar a aplicabilidade da reprogramação celular, em fibroblastos humanos eles foram capazes de atingir a eficácia do processo com apenas dois fatores de transcrição: o Oct4 e o Sox2. Assim, se tornaram independentes do uso dos fatores associados à oncogênese, reduzindo a chance de formação de tumores ⁷.
Os benefícios das células-tronco pluripotentes induzidas
A partir da observação que grande parte das pesquisas para terapias celulares e regeneração de tecidos depende do uso de células-tronco, a possibilidade de substituição dessas células pelas células-tronco pluripotentes induzidas suspendem diversos debates éticos e religiosos acerca da utilização das células-tronco e que por muitas vezes impediram o avanço dessas pesquisas⁷.
O avanço nas pesquisas de células-tronco pluripotentes induzidas proporciona grandes desenvolvimentos biotecnológicos, assim como na biomedicina regenerativa para produção de fármacos específicos para tratamento de pacientes individualmente, além de estudo aprofundado de diversas doenças ⁷.
Com o descobrimento dos fatores de transcrição envolvidos no processo de reprogramação celular para devolver a pluripotência das células somáticas, foi possível entender o controle da diferenciação celular. Essas células proporcionam uma grande oportunidade futura para compreender a fisiopatologia das doenças, detectar novos alvos terapêuticos, assim como a biologia celular de uma célula-tronco para transplantes sem rejeição por parte do indivíduo, pelo fato de as células somáticas que serão devolvidas a sua pluripotência poderem ser obtidas do próprio indivíduo em questão ⁷.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando há a necessidade de se realizar um transplante de órgão, o indivíduo é inserido em uma lista de espera única para cada órgão, que leva em consideração diversos aspectos para definir sua ordem de prioridade. Porém existe a desproporcionalidade entre o número de inscritos e o de doadores, causando desigualdade de acesso e distribuição, problema que precisa de resolução.
Neste contexto, as pesquisas com células-tronco têm o objetivo de solucionar o problema, pois podem ser utilizadas em terapias celulares, substituição de células danificadas e regeneração de órgãos. Porém as células-tronco que possuem essa capacidade são as embrionárias. Estas por sua vez estão envolvidas em questões éticas, morais e religiosas, pelo fato de serem obtidas com a destruição do embrião e a grande discussão é: a partir de que momento o embrião pode ser considerado ser humano?
Devido à limitação imposta ao uso das células-tronco embrionárias, surge interesse em uma célula que possua características semelhantes, este trabalho trouxe as células-tronco pluripotentes induzidas como alternativa para contornar os debates.
Com estas células existe uma perspectiva extremamente promissora e benéfica pois não são obtidas a partir do embrião.
Estudos comprovaram sua eficácia nos avanços na regeneração de órgãos e tecidos, além de aprimorar estudos de diversas doenças e auxiliar na produção de tratamentos farmacológicos individuais, também trazem maior compreensão do funcionamento da biologia celular para o desenvolvimento de transplantes com células adultas do próprio paciente, reduzindo assim as taxas de rejeição do órgão transplantado. Em resumo, fica evidente que as pesquisas com estas células trazem muitas vantagens, e devem ser vistas não só como objeto de estudos mas como oportunidade real de melhoria de qualidade de vida para os pacientes que necessitam.
Referências Bibliográficas
PEREIRA, L. V. A importância do uso das células tronco para a saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 07-14, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1413-81232008000100002 Acesso em: 30 mar, 2022.
SOUZA, V. F.; LIMA, L. M. C.; REIS, S. R. A.; RAMALHO, L. M. P.; SANTOS, J. N. Células-tronco: uma breve revisão. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 251–256, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/4292 Acesso em: 27 mar, 2022.
ZAGO, M. A.; COVAS, D. T. Pesquisas com células-tronco: aspectos científicos, éticos e sociais. 20 f. p. 2. SEMINÁRIO DO INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, 2004. Disponível em: https://fundacaofhc.org.br/files/apresentacoes/1936.pdf Acesso em: 27 mar, 2022.
SCHWINDT, T. T.; BARNABÉ, G. F.; MELLO, L. E. A. M. Proliferar ou diferenciar?
Perspectivas de destino das células-tronco. JBNC-JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA, v. 16, n. 1, p. 13-19, 2005. Disponível em: https://jbnc.emnuvens.com.br/jbnc/article/view/505
Acesso em: 30 mar, 2022.
LELLIS, J. B. Células-tronco: potencial terapêutico e aplicabilidade na engenharia tecidual: uma revisão de literatura. 41 f. p. 11-22, 2015. Monografia (Especialização em Odontologia) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Araçatuba, SP, 2015. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/149649
Acesso em: 31 mar, 2022.
SOARES, L. S. S.; BRITO, E. S.; MAGEDANZ, L.; FRANÇA, F. A.; ARAÚJO, W. N.; GALATO, D. Transplantes de órgãos sólidos no Brasil: estudo descritivo sobre desigualdades na distribuição e acesso no território brasileiro, 2001-2017. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 1, e. 2018512, 2020. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/ress/2020.v29n1/e2018512
Acesso em: 24 maio, 2022.
SILVA, S. K. L.; MARTINS, P. R. Q. Fatores de transcrição relacionados à pluripotência: reprogramação celular. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, v. 16, n. 3, 2012. Disponível em: https://revista.pgsskroton.com/index.php/ensaioeciencia/article/view/2796 Acesso em: 14 maio, 2022.
CALDEIRA, G. G.; SANCHES, C. J. P. Transplantes de órgãos e tecidos. ETIC –
ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – ISSN 21-76-8498, v. 10, n. 10, p. 5-6 , 2014. Disponível em: http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/view/3986/3748
Acesso em: 29 de maio, 2022.
GARBIM, A. L. O. Transplantes de órgãos e tecidos humanos no Brasil: uma contextualização bioética. p. 69-84, 2019. Dissertação de mestrado Universidade Estadual Paulista – UNESP
Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/192371
Acesso em: 4 de abril, 2022.
ALVES, J. S. A.; SANTOS, C. R. S. As implicações jurídicas no Brasil do tráfico de órgãos humanos. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, v. 20, n. 38, p. 261-277, 2021. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/view/24849
Acesso em: 29 maio, 2022.
MARINHO, A. Um estudo sobre as filas para transplantes no Sistema Único de Saúde brasileiro. Cadernos de Saúde pública, v. 22, p. 2229-2239, 2006.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/D579DPWHMHh3nL5gc9LS7RB/?lang=pt&format=pdf
Acesso em: 11 setembro, 2022.
KOLIOS, G.; MOODLEY, Y. Introduction to stem cells and regenerative medicine.
Respiration, v. 85, n. 1, p. 3-10, 2013. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/345615#
Acesso em: 14 maio, 2022.
BARZILAY, R.; MELAMED, E.; OFFEN, D. Introducing transcription factors to multipotent mesenchymal stem cells: making transdifferentiation possible. Stem Cells, v. 27, n. 10, p. 2509-2515, 2009.
Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/345615#
Acesso em: 14 maio, 2022.
SMITH, A. A glossary for stem-cell biology. Nature, v. 441, n. 7097, p.
1060-1060, 2006. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/345615#
Acesso em: 14 maio, 2022.
ALHO, C. S. Ética, Genética e Biotecnologia: o uso de células-tronco. Clotet J,
Feijó A, Oliveira M, organizadores. Bioética: uma visão panorâmica. Porto Alegre: Edipucrs, p. 37-58, 2005.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=7xhQKr4a1xAC&oi=fnd&pg=PA 37&dq=primeiros+estudos+com+celulas+tronco&ots=gqZW6DPuNU&sig=d_5io6vPGjokvrcC5CBuWRABAfc#v=onepage&q=primeiros%20estudos%20com%20celulas %20tronco&f=false
Acesso em: 3 junho, 2022.
RATAJCZAK, M. Z.; ZUBA-SURMA E.; KUCIA M.; PONIEWIERSKA A.; SUSZYNSKA M.; RATAJCZAK, J. Pluripotent and multipotent stem cells in adult tissues. Advances in medical sciences, v. 57, n. 1, p. 1-17, 2012. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/345615#
Acesso em: 14 maio, 2022.
ROSSANT, J. Células-tronco do blastocisto de mamíferos. Células-tronco, v. 19, p. 477–482, 2001. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/345615#
Acesso em: 14 maio, 2022.
MAJO, F.; ROCHAT, A.; NICOLAS, M.; JAOUDE, G. A.; BARRANDON, Y. Células-tronco oligopotentes são distribuídas por toda a superfície ocular de mamíferos. Natureza. v. 254 p. 456-250, 2008. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/345615#
Acesso em: 14 maio, 2022.
SOARES, M. B. P.; SANTOS, R. R. Terapia com células-tronco: a medicina do futuro. Parcerias Estratégicas, v. 7, n. 16, p. 153-162, 2010. Disponível em: http://200.130.27.16/index.php/parcerias_estrategicas/article/view/233
Acesso em: 24 maio, 2022.
GOMES, D. Células-tronco embrionárias: implicações bioéticas e jurídicas. Bioetikos. Centro Universitário São Camilo, v. 1, n. 2, p. 78-87, 2007. Disponível em: http://www.saocamilosp.br/pdf/bioethikos/57/celulas_tronco_embrionarias.pdf
Acesso em: 28 set, 2022.
ZORZANELLI, R. T.; SPERONI, A. V.; MENEZES, R. A.; LEIBING, A. Pesquisa com células-tronco no Brasil: a produção de um novo campo científico. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 24, p. 129-144, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/HpHtsFVjQLN8RTVBFWzzZMh/abstract/?lang=pt#
Acesso em: 24 abr, 2022.
TORRES, C. B. B.; PESSOA, W. S. Células-tronco pluripotentes induzidas e edição de genes: avanços tecnológicos da pesquisa em medicina regenerativa e terapia gênica. Jornal Interdisciplinar de Biociências, v. 3, n. 1, p. 56, 2018. Disponível em: https://revistas.ufpi.br/index.php/jibi/article/view/52 Acesso em: 24 abr, 2022.
1Discente da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo/SP, Brasil
2Docente da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo/SP, Brasil