OS BENEFÍCIOS DA SAÚDE INTESTINAL NO TRATAMENTO DO CÂNCER

THE BENEFITS OF GUT HEALTH IN CANCER TREATMENT

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202502092054


Aniely N. D’ Agostino Sales


Resumo:

A microbiota intestinal em pacientes em tratamentos oncológicos passa por mudanças, o que se deve a doença, os tratamentos, modificações no padrão alimentar e diversas internações. Pacientes em tratamento oncológico tendem a ter uma baixa ingestão de nutrientes, que somada aos efeitos do tratamento oncológico e das diversas internações acarreta em alteração na microbiota intestinal. Frente a isso, o presente estudo objetiva analisar os benefícios da saúde intestinal no tratamento do câncer. Para tanto, será utilizada a pesquisa bibliográfica baseada na literatura científica sobre o tema. A microbiota intestinal por seus microorganismos que interagem continuamente com a barreira intestinal, contribuem para a criação de um microambiente tumoral no qual as células cancerígenas podem prosperar ou morrer. Quando há um desequilíbrio da composição da microbiota intestinal pode haver o favorecimento a carcinogênese, por haver uma indução de inflamação, promoção do crescimento e proliferação celular, enfraquecimento da vigilância imunológica, e alterações das funções bioquímicas do indivíduo. Por outro lado, existem mecanismos pelos quais a microbiota intestinal pode auxiliar na luta contra o câncer, tais como o uso de mimetismo antigênico, biotransformação de agentes quimioterápicos e outros mecanismos capazes de aumentar as respostas imunes anticâncer além de melhorar a eficácia de tratamentos.

Palavras- chaves: microbiota intestinal; câncer; disbiose.

Abstract:

The intestinal microbiota in patients undergoing oncology treatments undergoes changes, which are due to the disease, treatments, changes in eating patterns and several hospitalizations. Patients undergoing cancer treatment tend to have a low intake of nutrients, which, combined with the effects of cancer treatment and several hospitalizations, leads to changes in the intestinal microbiota. Given this, the present study aims to analyze the benefits of intestinal health in the treatment of cancer. To this end, bibliographical research based on scientific literature on the topic will be used. The intestinal microbiota, through its microorganisms that continuously interact with the intestinal barrier, contributes to the creation of a tumor microenvironment in which cancer cells can thrive or die. When there is an imbalance in the composition of the intestinal microbiota, carcinogenesis may be favored, as there is an induction of inflammation, promotion of cell growth and proliferation, weakening of immunological surveillance, and changes in the individual’s biochemical functions. On the other hand, there are mechanisms by which the intestinal microbiota can help in the fight against cancer, such as the use of antigenic mimicry, biotransformation of chemotherapy agents and other mechanisms capable of increasing anti-cancer immune responses in addition to improving the effectiveness of treatments.

Keywords: intestinal microbiota; cancer; dysbiosis.

1 INTRODUÇÃO

A microbiota intestinal humana é composta por cerca de 100 trilhões de microorganismos, havendo uma variabilidade em cada indivíduo, porém, sendo em regra composta por entre 60% e 65% de Firmicutes; 20% e 25% de Bacteroidetes e entre 5% e 10% de Proteobacteria (CERDÁ et al. 2016).

O trato intestinal é formado por trilhões de microrganismos diversificados e possuem uma relação simbiótica com o seu hospedeiro. O ecossistema possui relação com as alterações na morfologia intestinal, fisiológica e bioquímica.

A microbiota intestinal amadurece nos primeiros anos de vida, sendo que a primeira infância é um período fundamental para a prevenção das enfermidades que podem estar relacionadas ao desequilíbrio da microbiota. Nos primeiros anos de vida se tem a formação da composição do microbiomaintestinal, o que é influenciada por fatores como os genético, os do meio ambiente e ainda os do estilo de vida, abrangendo tempo de amamentação e desmame, localidade, hábitos culturais, dieta e ainda exposição a outros tipos de bactérias (MACH, FUSTER- BOTELLA, 2017).

Quando se tem uma microbiota intestinal saudável se tem uma contribuição efetiva para o auxilia na maturação do sistema imune e das células epiteliais e na absorção de nutrientes, agindo ainda como um órgão endócrino (MACH, FUSTER- BOTELLA, 2017).

A microbiota intestinal possui variabilidade interindividual, o que se deve a fatores genéticos e ambientais. Na modulação da microbiota intestinal os hábitos alimentares possuem grande influência, pois em casos que se tenha uma dieta rica em carboidratos se tem uma variação no equilíbrio da microbiota, dietas que sejam rica em fibras correlaciona-se a presença de uma riqueza bacteriana, dietas ricas em carnes vermelhas, gordura animal, níveis elevados de açúcar e pouco consumo de fibra associa-se com o aumento no nível de Bacteroides.

São fatores que causam mudanças na composição microbiológica originando problemas de saúde, tais como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, síndrome do intestino irritável, alergias, dentre outros, alteração nos padrões alimentares, uso antibióticos e infecções (DALTON, MERMIER e ZUHL, 2019).

Causa impacto na composição da microbiota intestinal o padrão alimentar, sendo capaz de promover ou inibir o crescimento de diferentes bactérias intestinais, tais como aquelas que são fermentadoras de substratos e a partir de seus metabolismos geram diferentes produtos finais, tais como as vitaminas, além de auxiliar na inibição de citocinas inflamatórias e na diminuição da permeabilidade intestinal (MAILING et al., 2019).

Mohr et. al. (2020) cita que a microbiota possui influência da idade, do uso de medicamentos, dieta, exercício físico, dentre outros. A microbiota do trato gastrintestinal possui atuação na absorção de nutrientes, síntese de energia, captação de vitaminas, controle do estresse, respostas inflamatórias, melhora do metabolismo e ainda no gasto de energia durante exercício intenso.

As modificações na microbiota, com a redução e alteração de sua composição podem levar a efeitos negativos à saúde do indivíduo. Já com o aumento da diversidade dos microrganismos na microbiota se tem efeitos positivos com a melhora em funções metabólicas e imunológicas. Com o aumento da diversidade dos microrganismos na microbiota se tem uma melhora nas funções metabólicas e imunológicas. Alimentação saudável e exercícios físicos podem gerar mudanças na composição microbiana intestinal.

A microbiota intestinal em pacientes em tratamentos oncológicos passa por mudanças, o que se deve a doença, os tratamentos, modificações no padrão alimentar e diversas internações. Pacientes em tratamento oncológico tendem a ter uma baixa ingestão de nutrientes, que somada aos efeitos do tratamento oncológico e das diversas internações acarreta em alteração na microbiota intestinal.

Frente a isso, o presente estudo objetiva analisar os benefícios da saúde intestinal no tratamento do câncer. Para tanto, será utilizada a pesquisa bibliográfica baseada na literatura científica sobre o tema.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Monda et. al. (2017) define a microbiota intestinal como sendo a população de microorganismos que habita o trato gastroinstestinal, sendo a responsável pela manutenção da integridade da mucosa e o controle de proliferação de bactérias patogênicas.

A microbiota intestinal refere-se a um conjunto de comunidades de micróbios, bactérias, fungos, vírus e outras espécies microbianas e eucarióticas, que colonizam um nicho (PITCHUMONI et al., 2020). A microbiota intestinal atua nas funções vitais de digestão dos alimentos, modulação do sistema imune, produção de AGCC, produção de nutrientes e proteção contra patógenos (PUTIGNANI et al, 2014).

A microbiota intestinal trata-se de uma “atividade metabólica combinada igual a um bem formado órgão, e assim é considerado um “esquecido órgão” dentro do corpo humano ou um “superorganismo” fundamental para a saúde e a doença” (PITCHUMONI et al.,2020, p.3).

Elie Metchnikoff que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1908, e é considerado o pai da imunidade baixa, descobriu a microbiota intestinal, em sua teoria que associava a longevidade ao consumo regular de leite fermentado. Rene Dubos em 1992 discutiu a composição da microbiota intestinal, pressupondo que a mesma poderia sofrer alterações de fatores como o envelhecimento, medicamentos, estado imunológico, doenças, dieta e estresse.

A microbiota intestinal possui variações interindividuais e contém mais de 1000 diferentes espécies em sua composição, cerca de 33% da microbiota de cada indivíduo é semelhante entre si porém por meio de variáveis diversas distinguem-se, dentre elas podem ser citadas obesidade, modo de nascimento, dieta, hábitos culturais, amamentação e desmame, localidade e exposição a outros tipos de bactérias (CAMPBELL; WISNIEWSKI, 2017).

Dentre as funções da microbota estão as antibacterianas, imunomoduladoras e metabólico-nutricionais, formando uma barreira contra os microrganismos invasores, melhorando a imunidade, auxiliando na digestão, formando nutrientes como as vitaminas K, B12, B1 e B2.

Para o equilíbrio da microbiota intestinal devem ser observadas características como idade, sexo, questões genéticas e ambientais como o estresse, uso de medicamentos, agentes infecciosos e tóxicos, padrões alimentares, dentre outros. Para que se tenha um bom funcionamento do intestino deve haver um equilíbrio entre as bactérias benéficas e as patogênicas.

Pode-se dizer que a formação da microbiota se dá ao longo da vida, se estendendo pela idade adulta e entrando em declínio na velhice. Ao se comparar o bebê e o idoso se tem uma variabilidade da microbiota intestinal.

A influência da microbita em muitas Doenças Crônicas Não Transmissíveis- DCNT vem sendo objeto de diversos estudos. Dentre as bactérias presentes na microbiotica e que possuem bom resultados esta a Bifidobacterium, considerada a protetora da microbiota de indivíduos que possuem iabetes mellitus tipo 2, associada à Lactobacillus, na manutenção da resistência insulínica (GURUNG et al, 2020).

As bactérias que colonizam o trato gastrointestinal exercem papel na deflagração, controle ou exacerbação de condições como câncer, risco cardiometabólico, obesidade e esteatose hepática não alcoólica, retocolite ulcerativa, hipertensão arterial, Alzheimer, dentre outros (VOGT et al, 2017).

Os metabólitos que são produzidos pelas bactérias da microbiota intestinal possuem resultados a nível local e sistémico. A nível local podem provocar alteração no funcionamento da barreira intestinal e nas populações de células do sistema imunológico influenciando os processos metabólicos em outros órgãos do corpo. Os metabólitos atravessam o epitélio intestinal e influencam a função dos órgãos e tecidos, podendo com isso, inclusive, induzir a doenças. Alguns microorganismos podem podem produzir metabólitos capazes de influenciar outros membros da microbiota ou mesmo patógenos e com isso alteração a composição e função de membros (McCARVILLE et al, 2020).

Os microrganismos intestinais afetam a nutrição do indivíduo, a função metabólica e o sistema imunológico. A microbiota sofre variação das condições ambientais, atividade física, exercícios, entre outros. Enquanto órgão endócrino oscila de acordo com as mudanças homeostáticas e fisiológicas, como os exercícios fisícos.

Durante muito tempo a microbiota foi subestimada, entretanto ao longo do tempo nota-se que vem ganhando cada vez mais relevância haja vista sua função antibacteriana, nutricional/metabólica e imunomoduladora (KNOOP et al., 2017).

  • Função antibacteriana se tem a presença das bactérias autóctones que concedem a proteção e impedem a fixação de microrganismos não benéficos, de forma a criar barreira ativa contra o estabelecimento da flora patogênica (ANDRADE, 2010).
  • Função nutricional/metabólica se tem a produção de enzimas e secreções advindas do trato gastrointestinal, a quebra de ingredientes complexos das dietas que não são digeridos por enzimas humanas.
  • Função imunomoduladora refere-se ao sistema imune, reconhecendo espécies e antígenos que causam benefícios ao hospedeiro, fazendo o papel de barreira fisiológica contra agentes infeciosos (ANDRADE, 2010).

Para Guarner et al. (2020) a microbiota tem suas funções divididas em 03 categorias: funções metabólicas, defensivas e trófica.

  • Pela função metabólica se tem a fermentação de substratos alimentares indigestos visando a recuperação de energia e nutrientes e a inda a digestão dos alimentos não processados pelas enzimas.
  • Pela função defensiva se tem a proteção da barreira no intestino à invasão de agentes patógenos ou crescimento microbiano indesejado.
  • Pela função trófica se tem a proliferação, diferenciação das células epiteliais, regulação homeostática dos órgãos, dentre outros (GUARNER et. al., 2020).

A microbiota intestinal saudável contribui para uma efetiva absorção dos nutrientes, auxilia na modulação do sistema imune, formação das células epiteliais, no desenvolvimento do tecido linfóide e consequentemente na estimulação da secreção de IgA e redução da colonização de patógenos (BRESSA et al., 2017).

Ainda, pela microbiota intestinal saudável se tem a composição corporal, influencia comportamentos emocionais, no estresse, agindo ainda como um órgão endócrino e contribuindo para variações positivas no sistema imune (MONDA et al., 2017).

São fatores capazes de provocar mudanças na composição microbiológica o uso antibióticos, infecções, alteração nos padrões alimentares como com o alto consumo de gorduras saturadas, dieta rica em açúcar e pobre em fibras (DALTON; MERMIER; ZUHL, 2019).

O padrão alimentar tem impacto na composição da microbiota intestinal, pois por meio dele se pode ou inibir o crescimento de diferentes bactérias. As bactérias intestinais sintetizam aminoácidos, vitamina B12 e vitamina K, folato, biotina, tiamina, além de fermentar fibras insolúveis (MACH; FUSTER-BOTELLA, 2017).

A microbiota no que se refera a longetivida associa-se a fatores genéticos, epigenéticos eambientais. Com o envelhecimento se tem a queda de muitas funções, tornando as pessoas mais suscetíveis a doenças (PITCHUMONI et al., 2020).

A microbiota atua na manutenção da saúde e prevenção de muitas doenças que inclusivem limitam o tempod e vida, como é o caso de doenças como doenças inflamatórias, obesidade, diabetes, doença vascular coronariana, problemas neurológicos, dentre outros (PITCHUMONI et al., 2020).

No indivíduo idoso a microbiota é diversificada por bactérias oportunistas e redução de AGCC, com altos níveis de marcadores pró inflamatórios, apresentando também marcadores anti-inflamatórios que auxiliam no retardo ao envelhevimento, permitindo a modulação.

Para Pitchumoni et al. (2020, p.8) “a chave para um envelhecimento bem- sucedido e longevidade, é diminuir a inflamação crônica sem comprometer uma resposta aguda quando expostos a patógenos

As bactérias intestinais atuam como fermentadoras de substratos e são capazes de gerar produtos finais a partir de seus metabolismos, além disso diminuem a permeabilidade intestinal, servem como fonte de energia para diversos tecidos, inibem citocinas inflamatórias, contribuem para uma melhora na sensibilidade à insulina e alteram a morfologia do sistema nervoso central (GRAF et al., 2015).

Hábitos alimentares, como por exemplo o baixo consumo das fibras, estão associados a padrões da constituição da microbiota intestinal, como a perda da variedade da microbiana ao longo das gerações das sociedades industrializadas e consequentemente levando a um aumento de doenças crônicas não transmissíveis como por exemplo síndrome metabólica, doenças inflamatórias intestinais, obesidade, desnutrição, dentre outras, conforme cita Calatayud et al. (2020).

Por outro lado, alimentação saudável, aumento de fibra alimentar, consumo de prebióticos e probióticos podem apresentam benefícios a reconstituição da microbiota intestinal e da diversidade de bactérias benéficas, possibilitando, inclusive, a prevenção de doenças (CALATAYUD et al., 2020).

A um desequilíbrio na microbiota intestinal se da o nome de disbiose, ambiente que favorece a proliferação de microorganismos patogênicos e com isso se tem um comprometimento da função da barreira epitelial e afeta-se a ativação de linfócitos e com isso pode levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes, inflamatórias e infecciosas (CAMPBELL; WISNIEWSKI, 2017).

A disbiose intestinal esta associada a muitas doenças humanas, tais como a obesidade. Para a prevenção e tratamento de transtornos gastricos esta a necessidade de se ter uma correção na microbiota intestinal. Moreira et. al. (2019) verificou a presença de um ou mais sintomas sugestivos da presença de disbiose em praticantes de musculação, entretanto de acordo com os autores a musculação é uma prática preventiva e corretiva da presença da disbiose.

Para Lima et. al. (2020) a alimentação inadequada, alimentação fora do horário ou a exclusão de algumas refeições, uso abusivo de álcool e sedentarismo, é fator de crescimento de bactérias patogênicas em detrimento das benéficas o que leva ao desenvolvimento de problemas gastrointestinais. Sugere o autor que para a prevenção de sintomas relacionados à disbiose a necessidade de que se tenha uma alimentação balanceada e a prática regular de atividade física.

2.1 PERTURBAÇÕES DA MICROBIOTA INTESTINAL

Conforme tratado anteriormente, a microbiota intestinal é um ecossitema que possui funções vitais e estabelece interrelações importantes na saúde do indivíduo. Por outro lado, quando se tem uma queda no equilibrio da microbiota se tem a disbiose e com isso o aumento do risco de incidência de doenças, taus como a doença inflamatória intestinal, diarreia associada a antibioterapia, síndrome do intestino irritável, doenças gastrointestinais, obedidade, diabetes, doenças atópicas, dentre outras.

A diarreia associada a antibioterapia- DAA refere-se a uma inflamação intestinal que caracteriza-se pela diarreia, colite pseudomembranosa e colite fulminante. O dano na microbiota e a diminuição da diversidade de bacterias são os principais fatores da doença e alteração na composição da microbiota, permite que haja o desenvolvimento do patogeno, conforme Konturek et. al., (2015)

Além do uso de antibiótico são fatores de risco a idade elevada, comorbidade, o uso de inibidores de bomba de protões, dentre outros elementos que diminuem a diversidade da microbiota.

A Síndrome do intestino irritável- SII trata-se de uma das doenças intestinais funcionais mais comuns, seus sintomas incluem obstipação e/ou diarreia, inchaço e sensação de evacuação incompleta após defecação, dor abdominal, cólicas, dentre outros, de acordo com Fan et. al. (2017).

Indivíduos com SII apresentam alterações importantes na microbiota e na mucosa intestinal, redução da diversidade microbiana, elevada prevalência de sobrecrescimento de bactériasintestinais, conforme Fan et. al. (2017).

Doença inflamatória intestinal – doença de Crohn e coliteulcerosa- DII referem- se a doenças inflamatórias crónicas que atingem o trato gastrointestinal. Dentre os sintomas principais estão a abdominal,diarreia, sangramento retal, mal estar geral e perda de peso.

O cancro colorretal- CCR inicia-se por mutações em certos genes, porém microbiota intestinal e fatores ambientais, como a dieta e estilo de vida auxiliam no seu desenvolvimento. Há um aumento da libertação das toxinas que são produzidas pelas bactérias, a diminuição dos metabolitos benéficos e demais alterações da microbiota intestinal, conforme Passos e Moraes-Filho (2017).

A obesidade refere-se a excesso de tecido adiposo e um desequilíbrio entre o aporte e gasto de energia, envolve fatores genéticos e ambientais e esta atrelada ao desenvolvimento de sérias complicações como é o caso da hipertensão e da hiperglicemia. O consumo de uma dieta rica em gordura promove alterações na microbiota intestinal causando aumento da permeabilidade intestinal e com isso permite que se tenha a passagem de produtos bacterianos como é o caso dos lipopolissacáridos.

A Doença hepática do fígado gordo não-alcoólico- DFGNA é caracterizada pela acumulação excessiva de triglicéridos nos hepatócitos. A microbiota alterada e em virtude disso as alterações das funções de barreira do intestino promovem a deposição lipídica no fígado e com isso geram a doença inflamatória no fígado.

A disbiose ou desequilíbrio das bactérias intestinais trata-se de uma desordem gastrointestinal, que é influenciada por hábitos de vida como má digestão, dieta desequilibrada, uso de antibióticos, estresse, fatores que afetam o equilíbrio da flora, preponderância de bactérias nocivas em relação às benéficas. Afeta, dentre outros fatores, na aquisição e regulação da energia.

A disbiose acontece quando se tem um desequilíbrio na microbiota intestinal em que as bactérias patogênicas como por exemplo a Escherichia coli, causadora de gastroenterite com diarreia intensa e presença de muco ou sangue, são superiores as bactérias benéficas, causando danos ao trato gastrointestinal, no que se refere a digestão, absorção de nutrientes, ao sistema imunológico e a qualidade de vida como um todo (GRAVATO et al, 2022).

A disbiose se dá entre outros fatores pelo uso de medicamentos como os uso de antibióticos, uso de anti-inflamatórios, alimentos industrializados e processados em grande quantidade, baixo consumo de legumes, frutas e grãos integrais, alto consumo de carne vermelha e gordura animal e exposição a toxinas. Provoca sintomas, gases, diarreia, cólicas, desconforto abdominal, constipação intestinal, irritabilidade, diarreia infeciosa, gripes frequentes, dores articulares, síndrome do cólon irritável, dentre outros.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na composição da microbiota intestinal do paciente em tratamento oncológico se pode ter a capacidade de modular, local e sistemicamente, o sistema imunológico do hospedeiro. A microbiota intestinal pode modificar a eficiência do tratamento com imunoterapia, principalmente quanto associada a inibidores de checkpoint imunológico.

Pessoas acometidos com câncer podem passar por estágios de desnutrição, perda de força e massa muscular. Nesse contexto, a microbiota intestinal correlaciona-se com o estado nutricional, em especial com a perda de massa e força muscular.

Pacientes que apresentam desequilíbrios da microbiota intestinal possuem aumento da permeabilidade intestinal, processos relacionados à atrofia muscular e translocação de compostos microbianos pró-inflamatórios podendo ocasionar limitação das opções terapêuticas por conta do aumento de efeitos colaterais.

Nota-se assim que a microbiota intestinal tem importância no tratamento do câncer, principalmente no que se refere ao estado nutricional do paciente oncológico e à resposta ao tratamento, em especial na imunoterapia.

Em estudo de Liu e Shah (2022) é apontada uma conexão entre a microbiota intestinal e a resposta do organismo à imunoterapia. Os autores destacaram o entendimento atual da associação do microbioma intestinal com a resposta terapêutica à imunoterapia, quimioterapia, radioterapia, cirurgia oncológica e muito mais, ao mesmo tempo que contextualiza possíveis estratégias sinérgicas com o microbioma para enfrentar alguns dos tumores mais desafiadores.

Avanços recentes na tecnologia de sequenciamento elucidaram os papéis intrincados do microbioma intestinal no desenvolvimento do câncer e na eficácia da resposta terapêutica que precisam ser abordados de forma abrangente a partir de um ângulo clinicamente translacional (LIU, SHAH, 2022).

Ainda conforme os autores, com a compreensão de que o microbioma pode desempenhar papéis críticos no microambiente tumoral, devem ser exploradas abordagens holísticas que integrem tratamentos moduladores do microbioma com terapias biológicas, imunológicas, baseadas em células e cirúrgicas contra o câncer (LIU, SHAH, 2022).

Conforme Liu e Shah (2022) a microbiota em equilíbrio favorece o sucesso de diversas estratégias terapêuticas. Por outro lado, os autores encontraram elevada frequência de disbiose intestinal naqueles pacientes que perderam a guerra contra o câncer.

Podem ser utilizadas fibras prebióticas, aminoácidos essenciais livres de glutamina, visando promover o crescimento de bactérias benéficas, e suprir a recomendação diária de fibras, já que pode ocorrer a perda de apetite; glutamina para estimular a melhora da saúde dos enterócitos e aminoácidos livres devido a baixa capacidade de absorção do intestino naquele momento.

As influências dos micróbios intestinais/tumorais no desenvolvimento e tratamento do câncer, favoráveis ou prejudiciais, já foram demonstradas em experimentos massivos com ratos. Acima de tudo, as evidências disponíveis provenientes de experiências com animais demonstraram que os micróbios podem facilitar o início e a progressão de vários tipos de cancro, incluindo câncer gástrico, câncer colorrectal, carcinoma hepatocelular, câncer da mama e câncer ductal pancreático. adenocarcinoma. Além disso, a fraca resposta após tratamento contra o câncer, incluindo quimioterapia, radioterapia, cirurgia e imunoterapia, pode ser parcialmente atribuída a alguns micróbios, o que também foi confirmado em ratos, conforme Zhao et al. (2023).

A microbiota humana pode ser modificada para aumentar a resposta do hospedeiro às terapias anticâncer existentes e minimizar as toxicidades adversas correspondentes e reduzir a resistência aos medicamentos em imunoterapia, quimioterapia, cirurgia de câncer e radioterapia, e intervenções específicas direcionadas à microbiota incluem intervenções baseadas na dieta, prebióticos, probióticos, pós-bióticos, abordagens antibióticas direcionadas e transplante de microbiota fecal.

Zheng et al (2021) indicaram que o composto probiótico pode aliviar significativamente a inflamação, aumentar a imunidade e promover a recuperação em pacientes com câncer gástrico após gastrectomia e, portanto, pode servir como tratamento adjuvante para o câncer gástrico no futuro.

Alguns micróbios podem prevenir e suprimir o câncer através de mecanismos imunológicos. Por um lado, a microbiota intestinal normal é crítica para o desenvolvimento do sistema imunitário do hospedeiro, e a sua ausência resultaria na incapacidade estrutural e funcional do sistema imunitário, que pode estar associada ao início do câncer. Por exemplo, a microbiota intestinal pode promover a maturação dos órgãos linfóides e a diferenciação das células imunitárias, que refletem os efeitos dos microrganismos na estrutura e função do sistema imunitário, respectivamente.

A imunoterapia melhorou os resultados do tratamento para muitos pacientes com cancro, mas ainda há uma grande proporção de pacientes que recebem imunoterapia com poucos benefícios, mostrando resistência primária ou adquirida ao tratamento, incluindo pacientes com melanoma, e pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas. As evidências disponíveis sugerem que esta discrepância na eficácia pode estar ligada aos micróbios intestinais (ZHAO et al., 2023).

A quimioterapia é um dos principais tratamentos para o câncer, mas nem todos os pacientes respondem bem a ela. Sabe-se que pacientes com câncer gástrico em estágio II e III, a quimioterapia adjuvante pós-operatória pode melhorar significativamente a taxa de sobrevida em cinco anos desta população, embora ainda haja uma proporção considerável de pacientes que não se beneficiam da quimioterapia. Uma razão pela qual os pacientes com câncer respondem de forma diferente aos medicamentos quimioterápicos idênticos podem ser as diferenças na composição da microbiota intestinal entre os indivíduos, os micróbios no intestino estão envolvidos na regulação da eficácia da quimioterapia, e esta regulação inclui efeitos promotores e inibitórios (ZHAO et al., 2023).

A radioterapia é uma terapia contra o câncer estabelecida há muito tempo e tem sido usada para tratar a maioria dos tipos de câncer há mais de cem anos. Os princípios básicos da radioterapia incluem dois aspectos: por um lado, o DNA das células cancerosas é destruído pela radiação ionizante diretamente para matar as células cancerígenas; por outro lado, a RT mata indiretamente as células

cancerígenas, causando danos ao DNA dependentes de espécies reativas de oxigênio. No entanto, a RT não só mata as células cancerígenas, mas também pode causar vários graus de efeitos adversos nos tecidos normais e nos microrganismos comensais do corpo, especialmente os do intestino (ZHAO et al., 2023).

Existe uma relação bidirecional entre a radioterapia e a microbiota intestinal. Um dos eventos adversos da radioterapia é a disbiose da microbiota intestinal, que é tipicamente caracterizada por uma diminuição relativa na riqueza de micróbios favoráveis, por exemplo, Bifidobacterium, e um aumento na riqueza relativa de microrganismos nocivos, como Fusobacteria e Proteobacteria, e essas alterações na composição da microbiota intestinal, por sua vez, agravam as complicações relacionadas à radiação, como a enteropatia por radiação. No entanto, a presença de alguns micróbios comensais é crítica para melhorar a eficácia da radioterapia e moderar os eventos adversos relacionados à radioterapia (ZHAO et al., 2023).

As terapias anticâncer convencionais têm seus próprios efeitos colaterais, e mesmo a imunoterapia, que tem sido muito popular nos últimos anos, não é exceção. Observou-se que o microbioma intestinal está associado à toxicidade das terapias anticâncer tradicionais e que a modulação dos componentes do microbioma intestinal pode aliviar a toxicidade relacionada. Portanto, compreender a relação entre os diferentes micróbios e os efeitos colaterais da terapia anticâncer tradicional é particularmente importante para a mitigação individualizada desses eventos adversos (ZHAO et al., 2023).

Alexander et al. (2017) cita que existem evidências de que a microbiota intestinal modula a resposta do hospedeiro aos medicamentos quimioterápicos, com três resultados clínicos principais: facilitação da eficácia dos medicamentos; revogação e compromisso dos efeitos anticancerígenos; e mediação da toxicidade.

As bactérias intestinais estão intimamente ligadas aos efeitos farmacológicos das quimioterapias (5-fluorouracil, ciclofosfamida, irinotecano, oxaliplatina, gemcitabina, metotrexato) e novas imunoterapias direcionadas, como anti-PD – Terapias L1 e anti-CLTA-4. A microbiota intestinal modula estes agentes através de mecanismos-chave, estruturados como a estrutura mecanística ‘TIMER’: translocação, imunomodulação, metabolismo, degradação enzimática e redução da diversidade e variação ecológica, podendo ser direcionada para melhorar a eficácia e reduzir a toxicidade dos atuais agentes quimioterápicos, conforme Alexander et al. (2017).

Gori et al. (2019) a microbiota intestinal está envolvida na carcinogênese gastrointestinal. Além disso, modula a atividade, eficácia e toxicidade de diversos agentes quimioterápicos, como gencitabina, ciclofosfamida, irinotecano, cisplatina e 5-fluorouracil, e terapia alvo, como inibidores de tirosina quinase. Mais recentemente, o acúmulo de dados sugere que a composição da microbiota intestinal também pode afetar a eficácia e a toxicidade da imunoterapia contra o câncer. Portanto, a manipulação da microbiota intestinal através de antibióticos, probióticos, prebióticos ou transplante fecal tem promove melhora na eficácia e mitiga a toxicidade de medicamentos anticâncer.

Singh et al. (2021) cita que a microbiota intestinal está emergindo como um modulador chave do sistema imunológico. A alteração da microbiota intestinal afeta o funcionamento do sistema imunológico e a fisiopatologia de diversas doenças, incluindo o câncer.

A microbiota intestinal não está apenas envolvida na carcinogênese, mas também tem impacto na eficácia e na toxicidade da terapia do câncer, além de ter influência da microbiota intestinal na resposta imunitária do hospedeiro à imunoterapia As terapias microbianas em combinação com métodos imunoterapêuticos convencionais têm o potencial de transformar as estratégias de tratamento pré- existentes em terapia personalizada do câncer, conforme Singh et al. (2021).

4 CONCLUSÃO

A microbiota intestinal tem importante função no organismo, na prevenção e surgimento de doenças. Sofre alterações de acordo com a alimentação, meio ambiente, prática de exercícios físicos, tipo de parto, amamentação, estresse, uso de medicamento, entre outros. Os fatores internos e externos podem gerar desordem na microbiota e com isso o surgimento da disbiose. Para que se possa ter o equilíbrio podem ser utilizados alimentos probióticos e prébioticos que podem estimular o crescimento e atividades de bactérias benéficas e impedindo que haja o crescimento das bactérias patogênicas.

A Microbiota Intestinal, ainda, tem funções de digestão, no sistema imune e nas reações metabólicas, auxilia na proteção e no metabolismo de nutrientes. Com uma alimentação equilibrada se pode ter um enriquecimento da Microbiota Intestinal, além disso evitando o consumo de alimentos hipercalóricos e hiperlipídicos, desenvolvendo a pratica de exercícios físicos, atuando assim como forma de prevenção de diversas doenças.

A microbiota intestinal por seus microorganismos que interagem continuamente com a barreira intestinal, contribuem para a criação de um microambiente tumoral no qual as células cancerígenas podem prosperar ou morrer.

Quando há um desequilíbrio da composição da microbiota intestinal pode haver o favorecimento a carcinogênese, por haver uma indução de inflamação, promoção do crescimento e proliferação celular, enfraquecimento da vigilância imunológica, e alterações das funções bioquímicas do indivíduo.

Por outro lado, existem mecanismos pelos quais a microbiota intestinal pode auxiliar na luta contra o câncer, tais como o uso de mimetismo antigênico, biotransformação de agentes quimioterápicos e outros mecanismos capazes de aumentar as respostas imunes anticâncer além de melhorar a eficácia de tratamentos.

REFERÊNCIAS

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