OS BENEFÍCIOS DA EQUOTERAPIA PARA CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

THE BENEFITS OF RIDING THERAPY FOR CHILDREN WITH CEREBRAL  PALSY: ALITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10151121


Bruna Gabriel Pimenta Rivera1,
Orientadora: Profa Fisioterapeuta Esp. Adriana Nastaro Cinelli2 


RESUMO 

Introdução: Encefalopatia crônica não progressiva da infância ou Paralisia Cerebral (PC) é a  deficiência mais comum na infância, existe as classificações: espástica, discinética, atáxica ou  mista. A fisioterapia há diversos tratamentos para a paralisia cerebral, mas é comum que  neuropediatras indiquem terapias para complementar, uma delas é equoterapia. Essa terapia  utiliza o cavalo e busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou  necessidades especiais. Objetivo: Identificar por meio da literatura, os benefícios do método  terapêutico da equoterapia nas crianças com paralisia cerebral. Método: Pesquisa de revisão  de literatura, utilizando as plataformas: SciElo, Google acadêmico e BVS. No período de maio  a outubro de 2023, obedecendo os critérios de inclusão e exclusão. Resultado: Para a revisão  de literatura foram utilizados 10 artigos dos benefícios da equoterapia para crianças com  paralisia cerebral. Conclusão: A equoterapia tem um impacto positivo para crianças com  diagnóstico de paralisia cerebral, auxiliando em sua reabilitação trazendo benefícios. 

Palavras-chave: Equoterapia assistida, fisioterapia e paralisia cerebral.

ABSTRACT 

Introduction: Chronic non-progressive childhood encephalopathy or Cerebral Palsy (CP) is the  most common disability in childhood, there are classifications: spastic, dyskinetic, ataxic or  mixed. There are several treatments for physiotherapy for cerebral palsy, but it is common for  neuropediatricians to recommend complementary therapies, one of which is equine therapy.  This therapy uses horses and seeks the biopsychosocial development of people with disabilities  and/or special needs. Objective: To identify, through literature, the benefits of the therapeutic  method of hippotherapy in children with cerebral palsy. Method: Literature review research,  using the platforms: SciElo, Google Scholar and VHL. From May to October 2023, following  the inclusion and exclusion criteria. Result: For the literature review, 10 articles on the benefits  of hippotherapy for children with cerebral palsy were used. Conclusion: Hippotherapy has a  positive impacto n children diagnosed with cerebral palsy. Helping in your rehabilitation  bringing benefits.

INTRODUÇÃO 

A Encefalopatia crônica não progressiva da infância ou paralisia cerebral (PC) é definida pelo  autor Rosenbaum et al. (2006) por uma lesão no cérebro imaturo permanente, que ocorre  alterações no tônus muscular, postura e/ou movimento, múltiplas alterações motoras,  sensoriais, cognitiva e psicossociais, interferindo o desempenho funcional das atividades  diárias. Mas o sistema nervoso central (SNC) segue desenvolvendo mesmo na existência da  lesão, seja ela ocorrida no pré, peri ou pós-natais. 

Conforme Rotta (2002), a asfixia pré e perinatal e a maior responsável pelo comprometimento  do recém-nascido, classificado como a primeira causa dos fatores exógenos onde ocorre a  morbidade neurológica, e também o que gera muitas mortes neste período da vida. O que leva  uma criança do perinatal e pós-natal ter PC ocorre por causa da diminuição do Oxigênio (O2),  sendo a diminuição de O2 no sangue, hipoxemia ou a diminuição de perfusão de sangue no  cérebro, isquemia. 

PC é a deficiência mais comum na infância. Bax et al. (2005) descreve que o diagnóstico clínico  varia de acordo com a área afetada, o mais comum é o córtex motor, porém, quanto mais  extensa for a lesão, mais grave é o quadro. Dessa maneira as manifestações dependem, do local,  tipo, a extensão e da disposição do SNC a se adaptar em se organizar após a lesão, assim  constituindo um grupo heterogêneo, sendo a alteração motora predominante, juntamente com  outros sinais e sintomas. 

O diagnóstico ocorre de forma clínica, por meio de exames do pré-natal e em alguns dos casos  após do nascimento. Os recém-nascidos tem as capacidades motoras em desenvolvimento, mas  neste caso observa-se distúrbio motor muito diferente do que se espera ser normal. Rebel et al. (2010) observa um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, tanto em maior grau quanto  em menor grau. 

Segundo Wimalasundera e Stevenson (2017) existe as classificações do PC que é defina como:  espástica, discinética, atáxica ou mista. Espástica: fraqueza muscular, hipertonia e diminuição  dos reflexos de estiramento; Discinética: ocorre movimentos involuntários, déficit no tônus  muscular; Atáxica: assimetria na postura, déficit motor, fraqueza muscular e hipotonia.  

Rebel et al. (2010, p. 345) apresenta 3 (três) definições, classifica pelo Comitê Nomenclatura  e Classificação da Academia Americana de PC, realizada em 1956. São elas:

(1)Piramidal (caracterizado pela espasticidade). Caracteriza-se pelo aumento da resistência dos  membros aos movimentos passivos e com rápida velocidade. (2) Extra-piramidal (coreoatetose,  atetose, distonia e ataxia). 

Esse grupo é caracterizado pela variação de tônus durante o repouso e em situações de estresse. (3)Topográfico: diplegia (comprometimento dos membros inferiores), hemiplegia  (comprometimento de membro superior e inferior do mesmo dimídio), triplegia (comprometimentos dos membros inferiores e um dos  membros superiores), dupla-hemiplegia (comprometimento dos 4 membros, porém com maior  espasticidade em membros superiores) e quadriplegia (comprometimento grave nos 4  membros).

No Brasil há uma escassez de estudos que explora a incidência da PC, no entanto, há dados de  países em desenvolvimento que seja de 7/1.000 nascidos vivo. Segundo o Ministério da Saúde  (2022). 

Na fisioterapia a diversos tratamentos para PC, as abordagens são utilizadas para o  desenvolvimento do paciente, para o aprendizado motor além do processo neurofisiológica.  Dentre eles está, método Bobath, estimulação sensorial para a ativação e inibição e estimulação  elétrica funcional. É comum alguns neuropediatras indicarem também a realização de terapias  complementares, como, hidroterapia e terapia com o uso do cavalo (equoterapia) (Levitt, V.5  p.40-45).

Equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma  abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação,  buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou  necessidades especiais, segundo a ANDE-BRASIL.

O cavalo é considerado cinesioterapêutico, pois a sua andadura faz o movimento  tridimensional: para cima e para baixo, para um lado e outro, para frente e atrás, fazendo com  que o cavaleiro associe este movimento com o da cintura pélvica. O movimento também  compõe estimulações sensório-motora com facilitação proprioceptiva e neuromuscular.  (Janura et al. 2012) Portanto, o paciente pratica o processo de reabilitação ativamente, desta  forma dentro da equoterapia ele é chamado de praticante. (ANDE-BRASIL, 2020) 

A todo momento o praticante recebe este estímulo, visto que, o cavalo nunca está parado  totalmente, trocando de apoio nas patas, movimentando a cabeça para olhar ao redor,  alongando seu pescoço, provocando o desequilíbrio no cavaleiro, forçando o mesmo a reparar  o tempo todo o seu comportamento muscular, auxiliando na ativação muscular, controle da  cabeça e tronco, normalização do tônus muscular, melhora da auto-confiança, integração sensorial, flexibilidade, conscientização corporal e coordenação motora. (Nascimento, et al. 2010) 

Segundo os autores Freire et al. (2019) a equoterapia é vista como mecanismo de auxílio para  o desenvolvimento motor e biopsicossocial de pacientes com necessidades especiais ou  portadoras de algum tipo de deficiência e descreve como característica a utilização de cavalos  por meio de uma abordagem multidisciplinar. 

Para Corrêa et al. (2012) em seu estudo descreve a equoterapia como característica essencial é  o passo que o cavalo produz e os movimentos que transmite para o que está conduzindo.  Analisando o movimento tridimensional sendo eles movimentos sequenciados e simultâneos,  trabalhando a postura e o equilíbrio. E ainda descreve o movimento, no plano vertical e  horizontal, sendo: vertical, movimentos para cima e para baixo; e horizontal movimentos para  a direita e para a esquerda. 

Dentro da equoterapia a também contra indicações, algumas delas segundo ANDE-BRASIL  são : Coluna vertebral aonde há uma escoliose severa, casos de dores durante e/ou após a sessão  de equoterapia; Luxação ou subluxação o qual tem um bloqueio da articulação ou dificuldade  pela limitação da amplitude de movimento (ADM), desalinhamento postural e/ou pélvico;  Traqueotomia que depende totalmente da oxigenoterapia ou desconforto respiratório; Asma e  alergia que desencadeia a broncoespasmo; Instabilidade atlantoaxial; Sonda nasogástrica;  Epilepsia sem controle; Deformidades articulares em caso de dor ou mal posicionamento na  montaria. 

OBJETIVO 

Identificar por meio da literatura, os benefícios do método terapêutico da equoterapia nas  crianças com paralisia cerebral. 

MATERIAIS E MÉTODOS 

Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura. Para o levantamento bibliográfico foram  utilizadas as plataformas de pesquisa: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Pubmad, Google acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Esta pesquisa foi realizada dentro  dos meses de maio a outubro de 2023, obedecendo os critérios de inclusão: Artigos publicados  na língua portuguesa e inglesa, artigos de 2015 a 2023, relacionados ao tema e ao objetivo do  trabalho e com texto na íntegra. Os critérios de exclusão adotados: artigos de revisão bibliográficos, artigos que fugia do objetivo da pesquisa, artigos com ano de publicação inferior  de 2015, que se encontra em outra língua, resumos, teses e dissertações. Foram encontrados  153, dos quais 10 foram utilizados. As palavras chaves definidas: Equoterapia assistida,  fisioterapia e paralisia cerebral. 

RESULTADOS 

QUADRO 1 – ANÁLISE DE LITERATURA BIBLIOGRÁFICA

AUTOR
/ANO
OBJETIVOMÉTODOSRESULTADOSCONCLUSÃO
Antón, et  al. 2018O objetivo do  presente estudo  é avaliar o  
efeito de um  protocolo de  intervenção de  equoterapia de  12 semanas na  espasticidade  
dos adutores  
do quadril em  crianças com  paralisia  
cerebral  
espástica.
Estudo de ensaio clínico  randomizado. Os pacientes que colaboraram  com a pesquisa foram no  total 44 crianças, 28  
meninos e 16 meninas, entra 8-9 anos. Foi utilizado escala de MAS  como protocolo para avaliação do tônus  
muscular, foi utilizado O teste de Shapiro-Wilk e o  teste de T, para obter os  resultados desta pesquisa. A  equoterapia foi realizada  em 12 semanas, uma vez  por semana com duração  de 45min. Dividiu-se em  grupo de controle, que  recebeu apenas  
fisioterapia convencional  e grupo intervenção que  recebeu fisioterapia convencional e  
equoterapia.
Com o método  já predefinidos,  foi dividido em  dois grupos e os  resultados após  
doze semana, foi  no grupo  
controle teve  
uma diminuição  segundo a escala  de MAS de -0,5  e ou grupo de  
intervenção – 
0,27. Nos outros  dois testes  
obtiveram como  resultado uma  melhora  
significativa,  
com a pratica da  equoterapia,  
sendo eles o  
equilíbrio, e ganhar de tônus  muscular
O estudo mostra  que há melhoria  para as crianças  depois da terapia  
com cavalo.  
Afirmando que o  protocolo usado  é útil para  
indivíduos com  distúrbios  
motores. Apesar  dos resultados  positivo,  
proponha-se  
mais números de  estudos com  
esse tema
Ferreira,  et al. 2017Avaliar  
crianças com  PC pré e pós tratamentos  
equoterapeutico.
Estudo de caso com três  crianças. Tendo  
diagnostico PC, ambos os  sexos, que não realizava a  fisioterapia convencional  e nem equoterapia.  
Utilizaram para a  
avaliação a Medida de  Independência Funcional  (MIF). Para não ter  
alterações, apenas um  terapeuta avaliou. Ao  escolher o cavalo foi  
observado o perfil de cada  criança. O circuito foi  realizado no solo de  
concreto e grama para  diferentes estímulos.
As três crianças  foram  
beneficiadas  
com a terapia.  Pois  
apresentaram  
um aumento na  pontuação da  
MIF. Realizando  suas atividades,  autocuidado,  
mobilidade,  
locomoção,  
comunicação e  cognição com  mais eficácia.
Foram eficaz a  terapia,  
mostrando uma  melhora na  
realização das  atividades  
autocuidado,  
mobilidade,  
locomoção,  
comunicação e  cognição. É  
necessário um  aprofundamento  em novas  
pesquisar com o  tema de  
benefícios da  
equoterapia.
Freire, et  al. 2020Compreender  as repercussões  biopsicossocia is da  
equoterapia na reabilitação de  indivíduos  
diagnosticados  com paralisia  cerebral,  
tomando como  eixo de análise os ganhos  
físicos, sociais  e psicológicos
Estudo exploratório,  
observacional e descritivo,  os participantes  
responderam um  
questionário semi  
estruturado e planejado,  contendo as informações  sobre a importância da  equoterapia e os  
benefícios  
biopsicossociais. Os  
responsáveis/acompanhantes foram envolvidos na  pesquisa.
Dando ênfase  
aos resultados  físicos, os  
responsáveis,  
destaque a  
melhora na  
postura (100%),  equilíbrio  
(90%), na visão  dos  
profissionais, os  benefícios no  
efeito físico  
furam:  
Desenvolvimento de equilíbrio,  adequação do  
tônus muscular,  postura,  
lateralidade, coordenação
motora,
esquema
corporal e
linguagem
verbal
Na equoterapia a  ganhos  
significativos  
biopsicossociais,  mostrando a  
importância  
deste recurso  
fisioterapêutico. Considerando os  dados que foram  obtidos, sugere  que haja mais  
estudos nesta  
área.
Jang, et.
al, 2016
Investigar os
efeitos da
equoterapia
nos parâmetros
psicossociais e
emocionais de
crianças com
PC
Estudo de caso, com 8
crianças, ambos os sexos,
a terapia foi realizada uma
vez por semana, com
duração de 30 minutos.
Para avaliação utilizaram:
Medida da função Motora
Grossa (GMFM), escala
de equilíbrio A Pediatric
Balance Scale (PBS) e
barthel modificado.
No equilíbrio,
(PBS) teve
aumento de 4
pontos depois da
terapia, GMFM
aumentou 2,4
pontos após a
terapia e K-MBI
teve um
aumento, mas
não
significativo.
O tratamento de
equoterapia teve
um efeito
positivo no
equilíbrio e na
função motora
grossa.
Kwon, et.
al 2015

Examinar se a
equoterapia
tem um efeito
clinicamente
significativo na
função motora
grossa em
crianças com
paralisia
cerebral (PC).
Entre 124 crianças, apenas
91 crianças participaram
do estudo. que foram
divididas em 2 grupos.
onde foram avaliados
GMFM-88, um
instrumento de avaliação
da função motora.
Como resultado
o estudo
apresenta quem
em um período
de 8 semanas
apresentou uma
melhora
significativa de
acordo com o
nível de
GMFCS.
Em conclusão
este estudo
demonstra
efeitos benéficos
da equoterapia
em praticantes,
desenvolvendo
uma melhora na
sua função
motora grossa e
o equilíbrio.
Lightsey,
et. al
2021
Avaliar como
a pratica da
equoterapia
afeta a
mobilidade
funcional das
crianças com
PC.
Com o estudo explorando
as intervenções entre
crianças com PC e o
cavalo, 4 crianças foram
escolhidas para participar
de 8 sessões. A avaliação
utilizada foi Time Up Go
(TUG), realizada na primeira, quarta e última
sessão.
Como resultado
os autores
relatam uma
melhora
modesta ao
longo do tempo
e que a cada vez
mais
sincronizados
com o movimento do cavalo.
Os autores
concluem que
com a pratica de
da equoterapia
os pacientes se
tornam mais
familiarizado ao
movimento do
cavalo e como
isso auxilia no sistema neuro
muscular,
ajudando na
macha do ser
humano, que
melhora a
funcionalidade
do ser humano.
Leal,
2022
Verificar os
efeitos da
equoterapia no
equilíbrio
postural, no
desempenho
funcional e na
distribuição de
pressão plantar
em crianças
com Paralisia
Cerebral.
Estudo de caso, para
avaliar o peso em posição
ortostática durante a
marcha, e para o
equilíbrio postural e
desempenho funcional um
método pré-experimental
com medidas repetidas.
Após a exclusão,
participaram da pesquisa
20 praticantes. Dividiram
em dois grupos, G1 uma
vez por semana e G2 duas
vezes por semana.
Realizaram três
avaliações, primeira antes
das sessões, segunda com
12 sessões e a última com
24 sessões. As avaliações
foram feitas em
laboratório de análise do
movimento humano
(LAMH), escala de
equilíbrio de berg (EEB) e
avaliação pediátrico de
incapacidade (PEDI)
Para obter este
resultado foram
feitas 3
avaliações sendo
que foi utilizado
dois grupos para
este estudo. A
primeira
avaliação não se
observou uma
melhora na
velocidade, já
no segundo teste
comparado com
o primeiro após
24 sessões de
equoterapia
aumentaram
significativamen
te a velocidade
auto
selecionada.
Comparando a
primeira com a
ultima avaliação
houve aumento
mais
significativo na
velocidade e
comprimento do
passo na
velocidade
rápida.
Após as sessões
de uma vez por
semana e duas
vezes por
semana teve
melhora no
equilíbrio
postural sentado,
marcha e o
desempenho
funcional.
Recomenda-se
novos estudos
em relação ao
tema, com maior
número de
praticantes.
Souza, et.
al 2018
Avaliar o
desempenho
funcional de
uma criança
com paralisia
cerebral antes e
após
intervenção da
equoterapia.
Estudo quantitativo,
descritivo de um estudo de
caso. Incluiu uma criança,
12 anos, sexo masculino e
diagnostico medico de
paralisia cerebral.
Avaliou-se por meio da
escala GMFCS e GMFM.
Foi realizado 8 sessões,
uma vez na semana de
duração 40min. dividiu-se
em três etapas: Adaptação,
aproximação e montaria
ao cavalo.
A partir dos
resultados da
escala GMFM, a
dimensão A
(deitar e rolar) e
C (engatinha e
ajoelhar) teve
avanço a partir
da 4° sessão, já
na dimensão B
(sentar) a partir
da 3° sessão,
dimensão D (em
pé) ouve
evolução na 2°
sessão e
dimensão E
(andar, correr,
pular) não teve
uma evolução
significativa.
A equoterapia
tem um papel
que pode
potencializar o
desempenho da
criança com
diagnostico de
paralisia
cerebral,
focando no
essencialmente
no andar, correr
e pular por meio
do estimulo do
cavalo que se dá
mecanismos
neurofisiológi-
cos. Para melhor
identificação dos
impactos da
equoterapia,
propunha mais
pesquisas neste
tema.
Romagn
et al.
2016
O objetivo
deste artigo foi
analisar o
perfil dos
pacientes
atendido pelo
centro de
equoterapia
visando
melhorar suas
técnicas e o
atendimento
com seus
pacientes.
Um estudo observacional,
descritivo e retrospectivo,
com 20 crianças e
adolescentes de 0 a 18
anos. Se seguiu com uma
entrevista com os pais e
responsáveis e analisado o
decorrer de 3 sessões.
Como resultado
os autores
relacionam os
benefícios da
equoterapia com
outras
síndromes, mas
notou melhora
na postura dos
pacientes com
paralisia
cerebral.
Ao final o artigo
conclui que o
perfil dos
pacientes e
como a
equoterapia se
destaca na
reabilitação de
crianças com
paralisia
cerebral.
Wieczore
k et al,
2020
O objetivo
deste estudo
foi avaliar a
influência da
equoterapia
(terapia com
cavalos) na
postura e
função
corporal de
crianças com
paralisia
cerebral.
Estude de caso, com 45
crianças ambos os sexos,
entre 6-12 anos. Usada a
escala GMFG níveis I e II.
Dividiu-se em três grupos,
grupo de estudo I, grupo
de estudo II e grupo de
controle ao qual não
praticou equoterapia. As
sessões foram
individualizadas para cada
necessidade de cada
praticante. Foi utilizada a
Escala de avaliação do
sentado (SAS).
Após realizar
duas avaliações,
seguindo o
método pré
estabelecido, os
autores tiveram
como resultado
as crianças do
grupo 1 tiveram
uma melhora em
quase todas as
categorias,
exceto no pé de
controle. No
grupo 2 os
resultados
obtiveram uma
melhora em
todas as
categorias. Já o
grupo do
controle foi
observado uma
melhora apenas
na função do
controle do
corpo e na
função manual.
Conseguiu
identificar que
há melhoras na
postura corporal
sentada em
crianças com
PC, incluindo
controlo da
posição e função
da cabeça,
tronco e
extremidades
superiores.

DISCUSSÃO 

Os estímulos múltiplos proporcionados pelo cavalo são capitados pela criança através dos  sistemas sensoriais, musculares, esqueléticos, límbicos, vestibulares e oculares. De acordo com  Atón et al, (2018) e Souza et al. (2018) O movimento é rítmico que desenvolve estímulos  neurais, com o ganho da pratica na montaria a criança tem o auxílio de reorganização do  sistema nervoso central. Atón et al, (2018) em sua pesquisa mostra que o cavalo ajuda no  aumento do movimento pélvico, dando impacto na diminuição da espasticidade dos adutores  do quadril, consequentemente contribuindo no aumento das habilidades de contração,  estabilidade articular e sustentação de peso, além do equilíbrio, permitindo os movimentos funcionais da criança como sentar, caminhar e postura. Souza et al. (2018) realizou sua  pesquisa de estudo de caso e aplicou GMFCS e GMFM, após as oito sessões de 40 minutos  cada, mostrou resultados positivos sobre o desempenho funcional da criança, sobretudo andar,  correr e pular.  

Como no estudo de Souza et al. (2018) que se realizou com um único paciente com PC no  estudo de Lightsey, et al. (2021) teve poucos participantes, no total são quatro crianças com  diagnostico de Paralisia Cerebral. Que analisou como a pratica da equoterapia afeta a  mobilidade funcional dos seus praticantes, utilizando como avaliação Time Up Go (TUG)  diferente de Souza et al. (2018) que utilizou outro método de avaliação GMFCS e GMFM.  Ambos estudos mostram os efeitos com a pratica da equoterapia para desenvolvimento motor,  tanto como fino como grosso. Lightsey et al. (2021) em seu estudo enfatiza a melhora da  habilidade motora, no controle postural, facilita o equilíbrio na posição vertical e as reações de  correção e a variação da velocidade da passada do animal. 

A equoterapia proporciona estimulo sensorial-motora com facilitação proprioceptiva e  neuromuscular, sendo assim em seu estudo de caso Ferreira et al. (2017), as três crianças  apresentando melhora em suas atividades cotidianas, autocuidado, mobilidade, locomoção,  comunicação e cognição social. Ele realizou a avaliação pela MIF, aonde obteve resultados  positivos, ele também menciona o aumento do equilíbrio. Outro autor mostra um resultado  positivo no equilíbrio é Freire et al. (2019) que em sua pesquisa realizou um trabalho  exploratório, observacional e descritivo através de acompanhantes e responsáveis de crianças  e adolescentes com paralisia cerebral. Foi utilizado questionário semiestruturado, e planejado,  contendo as informações que prioriza a equoterapia e os benéficos que a mesma proporciona  as crianças e adolescentes. Apresenta como resultados positivos em relação a melhora dos  pacientes com PC em vários aspectos como: na postura houve 100%, equilíbrio 90%, interações  sociais 80%, humor 80% e autoconfiança 80%. 

Pela literatura há alguns autores que mostram os benefícios em relação ao equilíbrio, e para  enfatizar esse ganho o estudo de Jang et al. (2016) aonde recrutou oito crianças e realizou a  avaliação MGFG e PBS, após as 8 semanas realizando duas sessões por semana de 30 minutos,  obteve os resultados positivos, apresentando pela escala PBS a melhora do equilíbrio nos  praticantes, além também da marcha e função motora grossa através da escala MGFG que teve  o ganho na pontuação. Em concordância Know et al. (2015) em sua pesquisa, recrutou 91  crianças, dividindo em dois grupos, grupo equoterapia: aonde praticaram terapia com cavalo durante 30 minutos e grupo controle: que realizou fisioterapia convencional por 30 minuto. durantes 8 semanas. Utilizou também para a avaliação MGFG e PBS, mostrando o aumento  dos benefícios da função motora grossa e no equilíbrio após as sessões de equoterapia. 

Atón et al. (2018) em seu estudo da ênfase na importância do cavalo para melhora do equilíbrio  e da função motora do praticante, nesta mesma linha de raciocínio Leal (2022) analisa a função  da marcha do cavalo e os benefícios que traz a marcha humana através da pratica da  equoterapia. Leal em seu artigo diz que a pratica da equoterapia sendo apenas uma vez por  semana, já acontece uma melhora do equilíbrio da criança com PC. Para afirmar esse benefício,  realizou o estudo de caso, aonde participaram 20 crianças, dividiram em dois grupos, grupo I  apenas uma vez por semana e grupo II duas vezes. Ambos tiveram resultados positivos, porém  o G2 teve um maior benefício.  

Alguns autores destacam a importância na equoterapia o animal, cavalo, como ele traz  benefícios, esses autores, Wieczorek et al. 2020, Ferreira e Jang em seus estudos ao avaliar os  pacientes, notaram que o animal tem muita influência sobre o paciente ajudando, no  desenvolvimento do acompanhamento, como observação destacam os benéficos que o animal  proporciona, como na autoconfiança, no equilíbrio e no controle. 

Sendo o único estudo que visa ajudar a evoluir a metodologia do equoterapia os autores  Romagn et al. 2016 seu estudo com 20 praticantes, tem como objetivo de traçar um perfil dos  praticantes de equoterapia visando a melhoria da quantificação dos atendimentos, encontrou  como resultado que 60% dos pacientes são diagnosticados com PC e que após três sessões de  montaria observou uma melhora significativa, nos pacientes. Através de observação, descrição  e retrospectiva os autores puderam observar que a maioria de pacientes com PC procuram a  equoterapia e que após poucas sessões já é analisado uma evolução no equilíbrio e postural do  praticante. 

Uma análise feita nesta discussão é que todos os artigos apresentados neste trabalham frisam a  importância de ser mais estudado a equoterapia principalmente com benéficos para a  reabilitação ou desenvolvimento de crianças com paralisia cerebral, que mesmo com as  diferenças do PC ou de sexo, podemos analisar que ainda se tem poucos estudos e que estes  poucos estudos comprovam grandes ganho e benefícios aos praticantes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Através deste estudo, observou que a equoterapia tem um impacto positivo em crianças com  diagnóstico de paralisia cerebral. Essa terapia auxilia na reabilitação, trazendo benefícios para  a melhora de força, postura, equilíbrio, marcha e capacidade das funções motora grossa. 

No entanto, é necessário um maior número de estudos para ajudar na evolução nos  atendimentos da equoterapia, como também para que todos os profissionais saibam de como  um método pode ser tão eficaz para o desenvolvimento das crianças.

REFERÊNCIAS 

ANDE-BRASIL, 2020. Disponível em: <www.equoterapia.org.br> Acesso em: 10.10.2023 

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CORRÊA, Rafaéle Gomes; TONON, Érica; DA CUNHA SUTER, Theda Manetta. A  influência da equoterapia no equilíbrio de paciente com paralisia cerebral. Revista Hórus, v. 7,  n. 03, p. 1-8, 2012. Disponível em: <https://estacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/revistahorus/article/view/1072>.  Acesso em: 27.10.2023. 

FERREIRA, J. T. C. et al. Análise qualitativa do efeito da equoterapia para crianças com  paralisia cerebral. Revista Mackenzie 2017. Disponível em: <  https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11314>. Acesso em:  15.10.2023. 

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1Acadêmica do curso de Bacharelo em Fisioterapia do Centro Universitário Campo Limpo  Paulista UNIFACCAMP, Rua. Guatemala, 167 – Jardim America, Campo Limpo Paulista, São Paulo, Brasil. Email: brunagpimenta99@gmail.com 

2Orientadora e Professora Fisioterapeuta especialista do Centro Universitário Campo Limpo Paulista – UNIFACCAMP