OS BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO DA ABDOMINOPLASTIA

\"\"
Silvia Deziderio Laranjeira
\"\"
Karen Pinheiro Nogueira
\"\"
Klenda Pereira de Oliveira

Silvia Deziderio Laranjeira 1 Karen Pinheiro Nogueira; Klenda Pereira de Oliveira 2

1 Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2 Especialista em Traumatologia e Ortopedia, Docente do Curso Superior de Fisioterapia – UNINORTE; Especialista em Neurofuncional, Docente do curso de fisioterapia da UNINORTE.


Resumo

A pesquisa abordará sobre os benefícios da drenagem linfática no pós-operatório de lipoaspiração da abdominoplastia, e tem como objetivo geral: Enfatizar a importância da drenagem linfática para a pronta recuperação dos pacientes que estão na fase de pós-operatório de lipoaspiração da abdominoplastia. Os objetivos específicos são: Analisar os benefícios da drenagem linfática, apresentar aspectos estruturas da abdominoplastia e destacar as principais complicações e cuidados no pós-operatório. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva. Utilizando-se revisões da literatura, que são caracterizadas pela análise e pela síntese da informação disponibilizada por todos os estudos relevantes publicados sobre um determinado tema, de forma a resumir o corpo de conhecimento existente e levar a concluir sobre o assunto de interesse. A pesquisa de dados foi realizada em livros, dissertações e artigos científicos, publicados em revistas científicas, nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico. Sendo selecionados trinta e nove artigos de acordo com o tema. A abdominoplastia, de acordo com Pinheiro é caracterizada como uma cirurgia plástica que tem como objetivo para retirar o excesso de gordura e de flacidez do abdômen, indicada para quem perdeu muito peso ficando com a região da barriga estética feia, com visual muito prejudicial à beleza natural do corpo humano, causando desconforto psicossocial. Neste contexto, diante de um procedimento de abdominoplastia, a drenagem linfática é um instrumento que pode ser utilizado para melhorar a tonicidade tissular e aumentar o transporte de metabólitos, promovendo um maior turgor da pele, e também pode ajudar no transporte de microestruturas, retornando ao seu estado inicial ou otimizando este estado.

Palavras-chave: Benefícios. Drenagem Linfática. Pós-operatório. Abdominoplastia.

Abstract

The research will address the benefits of lymphatic drainage in the postoperative period of liposuction of abdominoplasty, and its general objective: Emphasize the importance of lymphatic drainage for the prompt recovery of patients who are in the postoperative phase of abdominoplasty liposuction. The specific objectives are: To analyze the benefits of lymphatic drainage, to present structural aspects of abdominoplasty and to highlight the main complications and care in the postoperative period. It is a bibliographic, exploratory and descriptive research. Using literature reviews, which are characterized by the analysis and synthesis of the information made available by all relevant studies published on a given topic, in order to summarize the existing body of knowledge and lead to conclude on the subject of interest. The data search was carried out in books, dissertations and scientific articles, published in scientific journals, in the Scielo and Google Scholar databases. Thirty-nine articles were selected according to the theme. Abdominoplasty, according to Pinheiro is characterized as a plastic surgery that aims to remove excess fat and flabbiness from the abdomen, indicated for those who lost a lot of weight with the ugly aesthetic belly area, with a very harmful look to beauty human body, causing psychosocial discomfort. In this context, in the face of an abdominoplasty procedure, lymphatic drainage is an instrument that can be used to improve tissue tonicity and increase the transport of metabolites, promoting greater skin turgor, and can also help transport microstructures, returning to the initial state or optimizing this state.

Key-words: Benefits. Lymphatic drainage. Postoperative. Abdominoplasty.

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa abordará sobre os benefícios da drenagem linfática em procedimentos realizados no período do pós-operatório de lipoaspiração da abdominoplastia, e tem como objetivo geral: Enfatizar a importância da drenagem linfática para a pronta recuperação dos pacientes que estão na fase de pós-operatório de lipoaspiração da abdominoplastia. Os objetivos específicos são: Analisar os benefícios da drenagem linfática, apresentar aspectos estruturas da abdominoplastia e destacar as principais complicações e cuidados no pós-operatório. Nesse sentido, faz-se necessário o estudo pelo fato de que há uma constante busca por intervenções cirúrgicas, de maneira que “o corpo toma frente da cena social, e se torna alvo de investimento sem fim” (AMARAL et al, 2016).

Como é uma área que tem crescido nos últimos anos, faz-se necessário uma análise bibliográfica acerca da necessidade de se levantar pesquisas doutrinárias sobre o assunto, que viabilize um maior conhecimento em relação as técnicas de drenagem linfática, pois além do que se é realizado na prática, torna-se essencial conhecer o que a literatura apresenta, para fundamentar a prática, pois atua no sistema profundo e superficial, reproduzindo estímulos fisiológicos de drenagens linfáticos (GODOY, 2009).

Nos últimos anos a busca pelo corpo perfeito tem sido crescente e faz com que grande parte da população busque a constante por medicamentos, dietas e atividade física. Por outro, as intervenções cirúrgicas têm sido escolhidas como uma forma mais rápida para alcançar os resultados desejados para a beleza idealizada (SILVA E MEJIA, 2012).

Essa área está em constante expansão no Brasil, sendo classificada a modalidade estética como um tipo de cirurgia plástica utilizada para remodelar as estruturas normais do corpo principalmente para melhorar a aparência e autoestima dos pacientes, que de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica estima-se que no Brasil são realizadas 629 mil cirurgias plásticas por ano, dentre as quais, 69% são do ramo estético (SBCP, 2011).

A Drenagem Linfática Manual (DLM) trata-se de uma técnica massoterápica, criada e desenvolvida pelo biólogo e fisioterapeuta Dr. Phil Emil Vodder, no começo da década de 1930, que favorece a drenagem da linfa da periferia do organismo para o coração. Na atualidade a referida técnica pode ser utilizada no tratamento de várias patologias, destacando-se sua atuação sobre o sistema circulatório linfático, ou seja, sobre “uma estrutura orgânica multifatorial”, formada pela linfa, vasos linfáticos e linfonodos (LOPES, 2002).

No entanto, mesmo sendo realizada por médicos especializados, pode apresentar algumas complicações pós-cirúrgicas como por exemplo: hematomas, seromas, infecções na cicatriz cirúrgica, deiscência, necrose cutâneo-gordurosa, alterações cicatriciais, assimetrias, retrações, desvios laterais do umbigo, elevação dos pelos pubianos, irregularidades da parede abdominal, etc (BORGES, 2006).

A DLM está representada principalmente pelas técnicas que foram desenvolvidas por Vodder e Leduc, em que ambas associam três categorias de manobras: captação, reabsorção e evacuação da linfa (GUIRRO, GUIRRO, 2004).

Quanto a captação, é efetuada objetivamente sobre o segmento edemaciado, levando a linfa pelos linfocapilares. Na reabsorção, as manobras são executadas nos pré-coletores e nos coletores linfáticos, que levarão a linfa captada pelos linfocapilares. Já no processo de evacuação realiza nos linfonodos recebendo a confluência dos coletores linfáticos (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

A DLM é, portanto, uma técnica também conhecida pelas comunidades internacionais, aplicadas não apenas no tratamento estético, mas também para tratamento em afecções de natureza angiológica, traumáticas, neurológicas, metabólica e cirúrgica (BORGES, 2006).

Esta técnica tem como objetivo a ampliação dos estímulos, atuando no sistema profundo e superficial, reproduzindo estímulos fisiológicos de drenagens linfáticos (GODOY, 2011).

Contudo, a DLM pode ser utilizada para vários fins, devido sua atuação sobre o sistema linfático, desencadeando a aceleração de saída e renovação dos líquidos, contribuindo assim, os capilares linfáticos na absorção da linfa, aumentando a velocidade de seu transporte através dos vasos. Além do mais, atua na oxigenação das células, na circulação sanguínea, na eliminação de toxinas, na absorção de nutrientes pelo trato digestivo devido reabsorção de gorduras através do sistema linfático (BORGES, 2206).

Além dessas finalidades, a DLM ainda é considerada por muitos terapeutas e esteticistas como um excelente relaxante e analgésico, sendo de relevância significante na indicação para Pós-operatórios de cirurgias plásticas, como a abdominoplastia, objeto de estudo da pesquisa, pois ainda melhorar a silhueta corporal, melhorar o peristaltimo, previne fibrose e melhora a circulação (BORGES, 2010).

Dessa maneira, a pesquisa apresenta uma revisão bibliográfica anatômica e fisiológica do sistema linfático, descrevendo como ocorre seu funcionamento e quais suas funções para o organismo, e que quando desequilibrado, pode desencadear prejuízos no corpo do paciente prejudicando o seu funcionamento, através do aparecimento de hematomas, edema e alterações transitórias de sensibilidade e pigmentação, conforme já mencionado.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO
    2.1 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

De modo breve, historicamente, a técnica da Drenagem Linfática Manual (DLM) foi criado, em 1936, pelo biólogo e fisioterapeuta dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, através da utilização de técnicas de massagens em Cannes, Riviera Francesa. Observaram que, as pessoas que apresentaram um quadro crônico gripal apresentavam um aumento dos linfonodos localizados na região cervical, e ao realizar massagens nessa região, com determinados tipos de movimentos, houve uma melhora significativa, surgindo a partir desse momento, o desenvolvimento da técnica de DLM (GODOY, 2004, p. 77).

Trata-se uma técnica complexa, em que são aplicados um conjunto de movimentos específicos para se alcançar o objetivo programado. No entanto, deve-se observar que alguns pacientes não poderão receber a DLM, os quais são: aqueles que apresentem trombose, flebite, disfunções tireoidianas, crises de asmas brônquica, nevos pré-cancerosos, menstruação abundante, hipotensão, hipertensão descontrolada, afecções da pele, insuficiência cardíaca e insuficiência renal (WENER et al, 2008, p. 7).

  1. partir da técnica desenvolvida pelo dinamarquês e sua esposa, outros pesquisadores desenvolveram e aprimoraram a base cientifica sobre o assunto, os quais destacam-se: Foldi e Kuhnke, na Alemanha, Cashley-Smith, na Austrália e Leduc, em Bruxelas, Bélgica (SOUZA, 2009, p. 18).

A DLM é uma técnica representada principalmente pelas técnicas provenientes dos estudos de Vodder (Alemanha) e Leduc (Bruxelas), diferenciando uma da outra pelo tipo de movimento que é utilizado. Enquanto que os movimentos da técnica de Vodder são combinados, amplos e passivos, o de Leduc, são realizados em observância aos protocolos de tratamentos de algumas doenças, caracterizados como movimentos mais restritos se comparados com aos de Vodder (PITA et al, 2007).

O objetivo da DLM é drenar os líquidos excedentes que ficam acumulados entre os espaços intersticiais, que banham as células, responsáveis pelo equilíbrio hídrico, sendo importante na evacuação de dejetos provenientes do metabolismo celular (PITA el al,2007).

Leduc apresenta que a DLM trata-se de uma técnica complexa, composta por movimentos específicos, que atuam no sistema linfático superficial, com o objeto de drenar o excesso de líquidos que são acumulados nos tecidos ou dentro dos vasos, através das anastomoses superficiais linfolinfáticas axilo-axilar e axilo-inguinal (AMARAL et al, 2016).

Quanto as características da DLM, Camargo et al. (2018, p. 32) descrevem que:

A drenagem linfática manual (DLM) foi criada pelo médico dinamarquês Emil Vodder em 1936 como uma técnica coadjuvante, estabelecida como padrão ouro no tratamento de linfedema.1, entretanto, atualmente a sociedade dita um padrão de beleza no qual muitas mulheres submetem-se a tratamentos sem fundamentação científica para se sentirem bem. A partir desta realidade, a DLM tornou-se uma técnica popular, realizada por pessoas sem conhecimento sobre a fisiologia e a fisiopatologia do sistema linfático e sua relação com demais sistemas no nosso organismo, e amplamente aplicada em indivíduos saudáveis para redução de medidas.

A drenagem linfática apresenta diversos benefícios, como o de proporcionar relaxamento e equilíbrio do sistema linfático, além de diminuir o edema, esvaziar os líquidos exsudados e os resíduos metabólicos (GODOY, 2009, p. 14).

A DLM proporciona uma orientação do líquido do espaço intersticial para que sejam conduzidos para os centros de drenagem mediante manobras cinésicas especializadas, estimulando dessa maneira, as correntes derivativas do setor afetado, ou seja, essa compressão externa gerada irá promover um diferencial de pressão entre as extremidades podendo deslocar o fluído contido em um vaso linfático, promovendo uma redução da pressão no interior do vaso e, assim, facilitando a entrada do excesso de líquido contido no interstício para o interior do mesmo por diferença de pressão (GUELFI, 2003. p. 78).

O líquido que é retirado dessas regiões corporais, contribuem para a oxigenação do local, circulação, contribuindo para o processo de cicatrização, melhorando a ação antiinflamatória, sendo uma alternativa relevante na recuperação do pós-operatório, evitandose assim, limitações a longo prazo (SOUZA, 2009).

Quanto ao procedimento da massagem, podem ser realizadas em todas as partes do corpo, começando com um ritmo lento, com pausas e repetidas de 5 a 7 vezes, em que deve-se iniciar pelo segmento proximal, desencadeando um processo de evacuação, de maneira que se obtenha um esvaziamento prévio das vias pelas quais a linfa irá fluir (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Tais movimentos devem ser realizados de forma suave para que o paciente não

presente hematomas originados pela pressão das mãos do profissional (PITA et al, 2007).

  1. 2 SISTEMA LINFÁTICO

Segundo Guirro e Guirro (2004), o sistema linfático consiste em um sistema vascular que tem bastante semelhança com o sistema sanguíneo, o que difere que é o primeiro não possui um órgão bombeador central e também, ser um sistema histoângico, ou seja, microvasculotissular.

Sobre o sistema linfático, Benvenutti e Tokars (2017, p. 321) afirmam que:

O sistema linfático é uma via secundária de acesso, na qual proteínas, líquidos e células são retirados do interstício devolvidas a corrente sanguínea. O sistema linfático é constituído por: Vasos linfáticos iniciais ou capilares linfáticos, précoletores, coletores linfáticos, troncos linfáticos, dutos linfáticos, linfonodos e linfa.

Dentre as funções realizadas pelo referido sistema, destaca-se: a proteção do organismo contra as macromoléculas controlando assim a homeostase, absorção de lipídios, função imunológica e controle dos fluidos celulares eliminam as células alteradas e células velhas, principalmente as células sanguíneas (REZENDE et al., 2011, p. 530).

linfa é o líquido dos capilares linfáticos originado do líquido intersticial, em que cerca de 96% de sua composição é de água, constituindo-se de duas partes: a plasmática e celular. A parte plasmática contem: cloreto, sódio, potássio, glicose, dióxido de carbono, enzimas entre outros. A parte celular é constituída por células como linfócitos, granulócitos e macrófagos (BORGES, 2006).

Os canais linfáticos está presente em quase todos os tecidos do corpo, os quais desempenham a função de drenar o excesso de líquido diretamente dos espaços intersticiais. As exceções incluem estruturas avasculares, como epiderme, cabelo, unhas, cartilagem, córnea, e alguns órgãos vascularizados, incluindo o cérebro e a retina (CUENI; DETMAR, 2008, p. 109).

Destaca-se ainda, que estudos realizados em 2015, Louveau provou também que até no cérebro tem vasos linfáticos (LOUVEAU et al., 2015, p. 337).

A linfa remove produtos residuais e transporta substâncias nutritivas. Ressalta-se que a concentração de proteínas é em média de 2 g/dL, sendo que cerca de 2 a 3 litros de linfa fluem por dia, pois está ligado ao líquido intersticial, dessa maneira qualquer fator que aumente a pressão deste, refletirá naquele. Esses fatores incluem a pressão capilar elevada, a pressão coloidosmótica do plasma reduzida ou do líquido intersticial aumentada e a permeabilidade dos capilares aumentada. Como consequência terá o aumento do fluxo de linfa (SWARTZ, 2001, p. 10).

Conforme já mencionado, a linfa desempenha a função ativa nas defesas imunológicas do corpo capturando e destruindo microorganismos e substâncias estranhas (YAMATO, 2007).

Além do mais, também funciona ativamente na digestão por realizar a absorção de gorduras do intestino delgado (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Portanto, o sistema linfático é considerado, uma das importantes vias de absorção dos nutrientes que advém do trato gastrointestinal, pois trabalha praticamente da absorção de todos os lipídios dos alimentos. Dessa maneira, cita-se por exemplo que depois de uma refeição rica em gorduras, a linfa do ducto torácico, pode conter em torno de 1 a 2% de lipídios (GUYTON; HALL, 2006).

  1. 3 ABDOMINOPLASTIA

De acordo com Rosário (2009), a parede abdominal é formada por três elementos: pele, tecido subcutâneo com o tecido gorduroso e os músculos abdominais.

Historicamente, destaca-se que a primeira cirurgia desse gênero foi realizada em 1899, para correção do abdômen em avental. Tal cirurgia fora descrita em 1890 como lipectomia abdominal por Demars e Marx, caracterizando as cirurgias realizadas na época para a ressecção de pele e tecido subcutâneo existente em excesso (PORCHAT et al, 2004, p. 368).

Nos dias atuais é um tipo de cirurgia cuja predominância da procura continua sendo por mulheres, em que geralmente é indicada para pacientes com moderada flacidez cutânea ou um grande acúmulo de gordura localizada, ou associadas a hérnias da parede abdominal. Um dos objetivos que se deseja ao realiza-la diz respeito a refazer o contorno do corpo para corrigir algumas imperfeições e eliminar o excesso de gordura (FRANCO,2002).

Para a realização da cirurgia é realizado demarcações na linha média do abdôme, utilizando-se para a sutura um fio nylon, que vai do apêndice xifóide até a sínfise púbica, geralmente é usado os números de 0 a 3. Posteriormente, é realizado a demarcação ao redor do umbigo para definir o local da cicatriz umbilical, em seguida é delineado uma linha acima dos pelos pubianos e lado a lado as pregas inguinais para serem realizadas as suturas (BORGES, 2006).

O cirurgião previamente realiza uma análise da deformidade da paciente para poder cerificar qual tipo de técnica que será empregada, sendo elas: Clássica ou completa, abdominoplastia Modificada e Mini- abdominoplastia.

Porém, dentre todas as técnicas, a mais utilizada é a Abdominoplastia clássica ou completa que é realizada para as correções de deformidades, como os excessos de pele na região anterior do abdome. Durante o procedimento, é retirado o tecido e pele abdominal inferior, sendo criado um novo orifício do umbigo; sua cicatriz se estende até a crista íliaca, ou prega da virilha, o resultado da cicatriz vai depender de uma boa genética cicatricial de cada paciente. (CAVALCANTE, 2014).

Na técnica da Abdominoplastia Modificada não é necessário refazer o orifício do umbigo, pois apenas é retirado o tecido inferior e a sutura até a linha supra púbica. No entanto, na técnica da Mini- abdominoplastia, que foi usada nos anos 80 e 90, com o objetivo de reduzir cicatrizes, retirava-se uma pequena quantidade de pele da região inferior do abdome, permitindo que ficasse apenas uma cicatriz bem pequena e baixa, proporcionando um aspecto visualmente mais agradável (CAVALCANTE, 2014).

A Mini- abdominoplastia ficou assim conhecida por possuir cicatrizes menores, de 18 a 22 cm, sendo retirado de três a quatro centímetros de pele e gordura. Considerada assim, como uma pequena cirurgia, que dentro de sete dias o paciente pode reiniciar suas atividades (GUIRRO, 2004).

Portanto, a abdominoplastia é uma das inúmeras técnicas de cirurgia plástica que envolve o abdômen, sendo a mais comum à incisão horizontal infra umbilical baixa ou supra púbica com transposição do umbigo, o qual remove o excesso de tecido a partir da porção inferior do tronco, coxas e parte superior dos braços, sendo indicada principalmente para pessoas que apresentem tecidos pendentes, devido o envelhecimento, gestações, múltiplas operações abdominais, ou perda de peso significativa, visando um melhor controle do contorno corporal (FROES, 2012).

No entanto, apesar do avanço dos estudos relacionados a implementação e reestruturação da abdominoplastia, tais procedimentos podem apresentar muitas complicações, tais como necrose da pele, hematoma e seroma no pós-tardio (BORGES 2010).

2.4 PÓS-OPERATÓRIO E DRENAGEM LINFÁTICA

A drenagem linfática é uma técnica empregada desde os anos 60, em pós-operatório, para tratar e prevenir complicações durante esse período. Dessa forma, aplica-se movimentos rítmicos a drenagem linfática manual para atuar de forma eficaz na drenagem do edema procedente do ato cirúrgico (GUIRRO e GUIRRO, 2002, p. 432).

O acúmulo de líquido na camada da pele acontece por muitos fatores, inclusive por alterações hormonais. Dessa maneira, a drenagem linfática manual torna-se relevante por realizar movimentos que são imitados dos movimentos naturais do sistema linfático fazendo com que se tenha um ganho de velocidade, aumentando de 10 a 20 vezes a velocidade de trabalho dele (SILVA, 2016).

A técnica bem realizada, proporciona o aceleramento e a condução dos líquidos para os locais certos, no caso, os capilares linfáticos, indo para região dos brações e pernas levando a água que está retida nos tecidos jogando-a para os capilares linfáticos para que eles possam ser eliminados pelo corpo (BORDIN; NASCIMENTO, 2016).

Após a realização de uma cirurgia, como no caso, a abdominoplastia, pode apresentar naturalmente complicações como: edemas, hematoma, seroma, fibrose entre outros.

Os edemas são provenientes do acúmulo excessivo de fluidos nos tecidos, porém, seu aparecimento é considerado benéfico, pois significa que o organismo está respondendo quanto a sua reparação tecidual (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

Quanto ao hematoma, caracteriza-se por um grande acúmulo de sangue em tecidos subcutâneos, órgãos e pele, que na maioria das vezes é decorrente de traumas externos, alterações hematológico e pós-operatório de cirurgias plásticas (MOURA; MEIJA, 2012).

Para Oliveira et al., (2008), devido a grande abertura de retalho abdominal, decorre o surgimento do seroma, o qual caracteriza-se pelo excesso de exsudato na cor amarela retido no tecido subcutâneo e, se for tratado com devida rapidez, não desencadeará complicações mais graves.

A Fibrose trata-se de irregularidades na pele e nodulações, o qual aparece no período posterior a cirurgia, em aproximadamente 14 dias após o procedimento, o qual apresenta as seguintes características: perda da elasticidade, maciez e textura, levando a dores fortes, e que quando não tratadas podem levar a complicações avançadas (MENEZES, 2017).

Bordin e Nascimento (2016, p.5), citam sobre procedimentos que podem ser adotados no pós-operatório de cirurgias plásticas, que:

O início do tratamento do pós operatório varia de acordo com o cirurgião que realizou a cirurgia de abdominoplastia, alguns cirurgiões plásticos encaminham seus pacientes entre 5 e 8 dias pós cirurgia outros encaminham do 6 ao 15 dias, onde as células estão na fase proliferativa do processo cicatricial, mas é recomendado que seja iniciado o tratamento de pós operatório no período de 72 horas à 15 dias após o ato cirúrgico realizando o tratamento de acordo com a fase que o paciente se encontra, seja ela de inflamação, proliferativa ou reparadora. Mas o uso de cinta deve ser mantido por 45 a 60 dias, e deve-se evitar exposição solar no mínimo 60 dias.

Neste contexto, diante de um procedimento de abdominoplastia, a drenagem linfática é um instrumento que pode ser utilizado para melhorar a tonicidade tissular e aumentar o transporte de metabólitos, promovendo um maior turgor da pele, e também pode ajudar no transporte de microestruturas, retornando ao seu estado inicial ou otimizando este estado (BORGES, 2006).

Portanto, a prática desse procedimento quando o paciente realizou uma abdominoplastia, pode alcançar os seguintes objetivos: reduzir o edema do retalho cutâneo, reduzir a tensão das suturas, descomprimir a circulação venosa, aumentar a oxigenação nos tecidos, acelerar a cicatrização, melhorar a qualidade da cicatrização e proporcionar relaxamento e equilíbrio ao paciente (IBRAPE, 2001).

Embora a drenagem deva ser aplicada de forma mais suave, os seus benefícios são notórios, pois, além de atuar sobre o hematoma e o edema que podem aparecer após um procedimento cirúrgico, a drenagem auxilia na reparação de ferimentos, pois o fibrinogênio da linfa é responsável pela formação de coágulos, que originarão a barreira protetora das lesões.

(GUIRRO, 2004).

  1. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva. Utilizando-se revisões da literatura, que são caracterizadas pela análise e pela síntese da informação disponibilizada por todos os estudos relevantes publicados sobre um determinado tema, de forma a resumir o corpo de conhecimento existente e levar a concluir sobre o assunto de interesse (MANCINI; SAMPAIO, 2016).

As buscas de textos de literatura são importantes para “apoiar decisões do estudo, instigar dúvidas, verificar a posição de autores sobre uma questão, atualizar conhecimentos, reorientar o enunciado de um problema, ou ainda, encontrar novas metodologias que enriqueçam o projeto de pesquisa” (MORAIS; SANTOS, 2015) pesquisa de dados foi realizada em livros, dissertações e artigos científicos, publicados em revistas científicas, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Acadêmico. Sendo selecionados trinta e nove artigos de acordo com o tema.

Foram selecionados livros, dissertações e artigos científicos disponíveis em texto completo, que foram publicados no período de 2001 a 2019. Foram excluídos as obras não disponíveis em texto completo, publicados anteriormente ao ano de 2001 e que não respondem ao objetivo do trabalho. Apenas um título de 1988 foi mantido, por ser relevante ao contexto histórico da abdominoplastia.

No primeiro momento, as obras consultadas foram selecionadas e submetidos a uma leitura rigorosa do texto completo para identificar se estavam de acordo com os objetivos da pesquisa. Após a leitura, foi realizado um resumo, que permitiu analisar as obras de acordo com os seguintes aspectos: título, autores, ano e síntese das conclusões e resultados.

A Figura a seguir apresenta um fluxograma da amostragem obtida através da pesquisa realizada nas bases de dados através das palavras chave.

Após a análise criteriosas dos estudos compilados nas bases de dados através do uso das palavras-chave de forma combinada e isolada foram selecionados trinta e nove artigos.

\"\"

4 RESULTADOS
Quadro 1: Descrição dos artigos utilizados para descrever a produção científica sobre os benefícios da drenagem linfática no pós-operatório de lipoaspiração da abdominoplastia, uma breve revisão bibliográfica.

TÍTULOPaís/ origemAutoresAnoIdiomaTipo de estudo
Imunologia: Celular e molecularBrasilABBAS, Abul K; LICHTMAN, Andrew H; PILLAI, Shiv2008PortuguêsTrata-se de uma pesquisa descritiva.
Drenagem linfática: uma revisão bibliográfica.BrasilAMARAL, Gisele Maria Garib; SATO, Gislaine Akemi; SIMÕES, Naudimar Di Pietro2016PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
A importância da drenagem linfática manual no pósoperatório de abdominoplastiaBrasilBENVENUTTI, L; TOKARS, E.2017PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
A eficácia da drenagem linfática no pós-operatório de abdominoplastia.BrasilBORDIN, V; NASCIMENTO, T.2016PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Dermato-Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas.BrasilBORGES, Fábio dos Santos.2006PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas.BrasilBORGES, F.S.2010PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Efeito Agudo da Drenagem Linfática Manual sobre a Natriurese e Lipólise de Mulheres Jovens.BrasilCAMARGO, E. et. al.2018PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Pré-condionamento com L- AlanilGlutamina, L – Arginina e Ômegas 3, 6 e 9 sobre as proteínas de choque térmico e marcadores Inflamatórios em pacientes submetidas a abdominoplastica total.BrasilCAVALCANTE, Maria Cinthia Coelho.2014PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
The Lymphatic System in Health and DiseaseEUACUENI, L. N.; DETMAR, M.2008InglêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Cirurgia plástica estética e reconstrutoraBrasilEVANS, GREGORY R. D.2007PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Princípios De Cirurgia PlásticaBrasilFRANCO, Talita2002PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Drenagem linfática manual: novo conceitoBrasilGODOY, J. M. P, GODOY, M. F. G.2004PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Drenagem Linfática Manual: NovoBrasilGODOY, J.M.P.; et al.2009PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Fisionaterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologiasBrasilGUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo.2004PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Fisioterapia DermatoFuncional: fundamentos, recursos e patologias.BrasilGUIRRO, E; GUIRRO, R..2002PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Estudo comparativo dos Resultados de drenagem Linfatica Eletrônica na Diurese em mulheres na Faixa Etária entre 35 e 40 anos.BrasilGUELFI, M;2003PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Tratado de Fisiologia MédicaBrasilGUYTON, Arthur C; HALL John E2006PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Tratamento Pré e Pós Operatório Corporal.BrasilIBRAPE2001PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Structural and functional features of central nervous system lymphatic vesselsEUALOUVEAU, A. et al.2015InglêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Cirurgia plástica reparatória e estéticaBrasilMÉLEGA, José Marcos; ZANINI, Silvio Antonio; PSILLAKIS, Jorge Miguel1988PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Litígio Judicial entre Paciente e Cirurgião Plástico em Minas GeraisBrasilMENEZES, Jorge Antônio de2017PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Refinando os conceitos de cocriação e coprodução: resultados de uma crítica da literatura.BrasilMORAIS, F. R., & SANTOS, J. B.2015PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
A importância da técnica de drenagem linfática manual no tratamento pósoperatório de abdominoplastiaBrasilMOURA, Vanessa Machado; MEIJA, Dayana Priscila Maia2012PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Drenagem LinfáticaBrasilPITA,B.R et al2007PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica
Complicações pósoperatórias em pacientes submetidos à abdominoplastia isolada e combinada à outras cirurgias do abdome.BrasilPORCHAT, Carlos Alberto; SANTOS, Elizabeth Gomes; NETO, Guilherme Pinto Bravo2004PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Preoperative Upper Limb Lymphatic Function in Breast Cancer Surgery.EUAREZENDE, Laura Ferreira de et al.2011InglêsDescritivo transversal quantitativa
Efeitos da Drenagem Linfática manual aplicada no pósoperatório da abdominoplastia.BrasilROSÁRIO, G. G.2009PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Benefícios da drenagem linfática manual no pósoperatório imediato de lipoaspiração.BrasilSILVA, G. O.2016PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Drenagem Linfática como promoção do bem-estar e beleza físicaBrasilSOUZA, T. L.2009PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
The physiology of the lymphatic systemEUASWARTZ, M. A.2001InglêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Drenagem LinfáticaBrasilWENER, Audrey Andrade et al.2008PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Sistema Linfático: Revisão de literaturaBrasilYAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes2007PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Redução do edema em membros inferiores através da drenagem linfática manual: um estudo de caso.BrasilPCCININI, Aline Martinelli et. Al2009PortuguêsTrata-se de uma por abordagem descritiva
Estudo comparativo da drenagem linfatica manual e mecanica no pos-operatorio de dermolipectomiaBrasilSOARES, Lucia Maria Alves; SOARES, Mara Brasil; SOARES, Aline K. Alves.2005PortuguêsTrata-se de uma por abordagem descritiva
Drenagem Linfática Manual e a Estética.BrasilLOPES, M.2002PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Protocolo fisioterapêutico para o pós-operatório de abdominoplastia.BrasilFROES, Patricia.2012PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
AbdominoplastiaBrasilPINHEIRO, Marcelle.2012PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Eficácia da drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia. Pós-graduação em fisioterapia dermatofuncionalBrasilSILVA ML.2012PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.
Sociedade Brasileira de Cirurgia PlásticaBrasilSBCP2011PortuguêsTrata-se de uma por abordagem bibliográfica.

5 DISCUSSÃO

De acordo com estudos realizados, verificou-se que a Drenagem Linfática Manual, é uma técnica proveniente das técnicas de Voldder e Leduc. A diferença está concentrada no tipo de movimento. Enquanto que Voldder utiliza movimentos circulares, rotatórios e de bombeio, por outro lado, Leduc propõem movimentos mais restritos (PICCININI et al., 2009).

Os movimentos realizados pela drenagem linfática devem ser executados em ritmo lento, pausado e repetitivo, tendo em vista o mecanismo de transporte da linfa, cuja à frequência de contração é de 5 a 7 vezes por minuto, pois isso, não deve ser brusco. O tempo de duração de cada sessão deve ter no mínimo 30 minutos, e a paciente deve ser colocada em uma posição confortável para que o corpo fique sem tensão e relaxado, para dar condições de melhor deslocamento da linfa (LOPES, 2002).

Nesse mesmo sentido, os estudos realizados por Godoy e Godoy, 2004, destaca que a drenagem linfática pode ser utilizada pelo fisioterapeuta e é eficaz para minimizar o edema no pós-cirúrgico de abdominoplastia. Além do mais, se for utilizado a DLM de modo precoce após a cirurgia pode prevenir complicações, como o seroma e auxilia na reparação de ferimentos, proporcionando uma recuperação mais rápida no pós-cirúrgico.

  1. abdominoplastia, de acordo com Pinheiro (2012) é caracterizada como uma cirurgia plástica que tem como objetivo para retirar o excesso de gordura e de flacidez do abdômen, indicada para quem perdeu muito peso ficando com a região da barriga estética feia, com visual muito prejudicial à beleza natural do corpo humano, causando desconforto psicossocial. A drenagem linfática é um dos recursos que podem auxiliar na recuperação do pós-operatório.

Soares et al. (2005) ainda cita que a DLM se iniciada precocemente resultará na diminuição do acúmulo de líquidos nos locais que foram realizados os procedimentos cirúrgicos de lipoaspiração e abdominoplastia, desencadeando numa recuperação mais rápida dos pacientes.

Os estudos realizados por Froes (2012), afiram tais posicionamentos, por descrever que a DLM utilizada no pós-operatório em mulheres submetidas à cirurgia plástica de tronco diminuiu o edema, a dor e a ingestão de medicamentos (analgésicos).

A utilização da técnica DLM é tão relevante que Borges (2006) destaca que atua diretamente na circulação sanguínea aumentando a nutrição local e dessa forma contribuindo para uma melhor cicatrização e mais rápida recuperação do indivíduo.

Portanto, a doutrina é uníssona ao afirmar que é de fundamental importância à intervenção do fisioterapeuta no pós-operatório imediato, prevenindo e/ou tratando as respostas advindas das intervenções cirúrgicas, possibilitando ainda a diminuição da ansiedade pósoperatória. O fisioterapeuta facilita a limpeza mucociliar, evitando-se assim a ocorrência de pneumonia, melhorando a função das vias aéreas. A fisioterapia pós-operatória tem também como função a prevenção de outro grave problema cirúrgico, a trombose venosa profunda (GUIRRO E GUIRRO, 2002).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos, a preocupação com a aparência física tem sido mais notória, e com isso, a realização de cirurgias como a abdominoplastia tem crescido. Dessa forma, a pesquisa torna-se relevante por trazer informações científicas sobre o tema.

De acordo com o estudo, tem-se que a técnica da Drenagem Linfática Manual é uma das mais eficazes na fase de pós-operatório em cirurgia de abdominoplastia, pois melhora significativamente o aparecimento de edemas, prevenindo de possíveis complicações no período de recuperação do paciente.
A atuação do fisioterapeuta especializado é primordial para que a aplicação da referida técnica tenha bons resultados terapêuticos.

Além de reduzir edemas, a DLM pode contribuir na prevenção de seromas, fibroses, equimoses, aderências, assim como, no alívio da dor local, contribuindo no processo de cicatrização.

Portanto, a DLM se aplicada no paciente que fez lipoaspiração, de forma precoce, pode proporcionar uma recuperação mais rápida, além de acelerar o processo de cicatrização interna, diminuindo inflamações do tecido e acelerar a reabilitação do paciente e com o retorno precoce e dinâmico às suas atividades.

7 REFERÊNCIAS

ABBAS, Abul K; LICHTMAN, Andrew H; PILLAI, Shiv. Imunologia: Celular e molecular. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

AMARAL, Gisele Maria Garib; SATO, Gislaine Akemi; SIMÕES, Naudimar Di Pietro. Drenagem linfática: uma revisão bibliográfica. 2016. Disponível em < http://www/kleberpersonal.com.br/artigos/artigo_068.pdf>. Acesso em 08 nov. 2020.

BENVENUTTI, L; TOKARS, E. A importância da drenagem linfática manual no pósoperatório de abdominoplastia. 2017.

BORDIN, V; NASCIMENTO, T. A eficácia da drenagem linfática no pós-operatório de abdominoplastia. 2016.

BORGES, Fábio dos Santos. Dermato-Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

BORGES, F.S. Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo.3 Ed. Phorte, 2010.

CAMARGO, E. et. al. Efeito Agudo da Drenagem Linfática Manual sobre a Natriurese e Lipólise de Mulheres Jovens. Rev. International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018.

CAVALCANTE, Maria Cinthia Coelho. Pré-condionamento com L- AlanilGlutamina, L – Arginina e Ômegas 3, 6 e 9 sobre as proteínas de choque térmico e marcadores Inflamatórios em pacientes submetidas a abdominoplastica total. CE, 2014.

CUENI, L. N.; DETMAR, M. The Lymphatic System in Health and Disease. Lymphatic Research and Biology, Larchmont, v. 6, n. 3-4, p. 109-122, dez. 2008.

EVANS, GREGORY R. D. Cirurgia plástica estética e reconstrutora. Rio de Janeiro: Revinter, 2007.

FRANCO, Talita, Princípios De Cirurgia Plástica. São Paulo: Atheneu, 2002.

FROES, Patricia. Protocolo fisioterapêutico para o pós-operatório de abdominoplastia. 2012.

GODOY, J. M. P, GODOY, M. F. G. Drenagem linfática manual: novo conceito. J. Vasc Br 2004, Vol.3, Nº 1, p.77.

GODOY, J.M.P.; et al. Drenagem Linfática Manual: Novo, Pág. 14, vol.:1 nº 2, agosto / setembro, 2009.

GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisionaterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologias. 3. Ed. rev. e amp. São Paulo: Manole, 2004.

GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002.

GUELFI, M; Estudo comparativo dos Resultados de drenagem Linfatica Eletrônica na Diurese em mulheres na Faixa Etária entre 35 e 40 anos. Monografia de Conclusão de Curso Pós Graduação em Fisioterapia Dermato Funcional do Ibrate, 2003.

GUYTON, Arthur C; HALL John E. Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

IBRAPE. Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino. Tratamento Pré e Pós Operatório Corporal. São Paulo, 2001.

LOUVEAU, A. et al. Structural and functional features of central nervous system lymphatic vessels. Nature, London, v. 523, n. 7560, p. 337-341, jul. 2015.

LOPES, M. Drenagem Linfática Manual e a Estética. Blumenau: Odorizzi, 2002.

MÉLEGA, José Marcos; ZANINI, Silvio Antonio; PSILLAKIS, Jorge Miguel. Cirurgia plástica reparatória e estética. Rio de Janeiro: MEDSI, 1988.

MENEZES, Jorge Antônio de. Litígio Judicial entre Paciente e Cirurgião Plástico em Minas Gerais. 2017.

MORAIS, F. R., & SANTOS, J. B. (2015). Refinando os conceitos de cocriação e coprodução: resultados de uma crítica da literatura. Economia & Gestão, 40(15), 224-250.

MOURA, Vanessa Machado; MEIJA, Dayana Priscila Maia: A importância da técnica de drenagem linfática manual no tratamento pós-operatório de abdominoplastia. 2012.

PCCININI, Aline Martinelli et. Al. Redução do edema em membros inferiores atraves da drenagem linfática manual: um estudo de caso. Rev. Inspirar. Curitiba, V. 1,n.2, set. 2009.

PINHEIRO, Marcelle. Abdominoplastia. S.l. 2012.

PITA,B.R et al. Drenagem Linfática, Interfisio, Rio de Janeiro,17 de dez de 2007. Disponível em < http://www.interfisio.com.br/index.asp?fid=315&ac=1&id=13>. Acesso em 05 nov. 2020.

PORCHAT, Carlos Alberto; SANTOS, Elizabeth Gomes; NETO, Guilherme Pinto Bravo. Complicações pós-operatórias em pacientes submetidos à abdominoplastia isolada e combinada à outras cirurgias do abdome. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Vol. 31, n° 6, Nov./Dez. 2004: 368-372.

REZENDE, Laura Ferreira de et al. Preoperative Upper Limb Lymphatic Function in Breast Cancer Surgery. Rev. Assoc. Med. Bras. v. 57, p. 530-534, 2011.

ROSÁRIO, G. G. Efeitos da Drenagem Linfática manual aplicada no pós-operatório da abdominoplastia. 2009.

SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Cirurgia Plástica no Brasil, 2011. Disponível em < http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp content/uploads/2012/11/pesq uisa2009.pdf>. Acesso em 12 nov. 2020.

SILVA, G. O. Benefícios da drenagem linfática manual no pós-operatório imediato de lipoaspiração. 2016.

SILVA ML. Eficácia da drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia. Pós-graduação em fisioterapia dermato-funcional – Faculdade Ávila, 2012.

SOUZA, T. L. Drenagem Linfática como promoção do bem-estar e beleza física. 2009. Disponível em < http://www.fisiovitae.com.br/app/webroot/articles/thais0.pdf>. Acesso em 07 nov. 2020.

SOARES, Lucia Maria Alves; SOARES, Mara Brasil; SOARES, Aline K. Alves. Estudo comparativo da drenagem linfatica manual e mecanica no pos-operatorio de dermolipectomia. Rev Bras. Em promocao da saude, v. 18, n. 4, 2005.

SWARTZ, M. A. The physiology of the lymphatic system. Advanced Drug Delivery Reviews, Amsterdam, v. 50, n. 1-2, p. 3-20, ago. 2001.

WENER, Audrey Andrade et al. Drenagem Linfática.1 ed. São Paulo, 2008, editora Senac, p. 7 – 35.

YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes. Sistema Linfático: Revisão de literatura. Interbio. v. 1, n. 2, 2007.