OS BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS- OPERATÓRIO DE MASTOPEXIA/MAMOPLASTIA REDUTORA: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7817683


Maria Gabrielly de Carvalho Guimarães
Rafaela dias de Sousa
Thássila Ariele de Sousa Alencar
Orientadora: Prof. Esp. Brenda Alves Matos Amaral Sampaio


RESUMO

Introdução: Pacientes procuram as cirurgias de mastopexia/mamoplastia redutora devido à flacidez cutânea e ptose mamaria, visando harmonizar a mama. No pós-operatório podem surgir a presença de complicações, tais como a formação de edema, dor, queloides, flacidez, fraqueza muscular e cicatrizes hipertróficas. Para isso, entra a técnica de drenagem linfática manual, que auxilia na eliminação do excesso de líquido e toxinas que tem a finalidade de recolher o líquido preso entre as células e nutre os tecidos. Objetivo: O objetivo do referente estudo, consiste em expor os benefícios da drenagem linfática manual no pós-operatório de mastopexia/mamoplastia redutora. Métodos: O presente estudo tratou-se de uma revisão integrativa como método de alcance para o objetivo do trabalho. A demanda foi realizada nas seguintes bases de dados: PubMed (NationalLibraryof Medicine), Scielo (ScientifcEletronic Library Online), e Google Acadêmico. Conclusão: A drenagem linfática manual possui inúmero benefícios quando aplicada no pós-operatório de Mastopexia/Mamoplastia redutora, uma vez que possui efeitos importantes, como: melhora do sistema imunológico e a circulação sanguínea e linfática, redução do edema, diminuição e prevenção de aderências, reconstituição da corrente circulatória periférica da lesão.

Palavras-chave: Mamoplastia, Mamoplastia redutora, Mastopexia, Pós-operatório e, Drenagem linfática manual

1  INTRODUÇÃO

Existem vários procedimentos no campo da cirurgia plástica estética para melhorar a forma e a aparência de diferentes partes do corpo. Devido à alta demanda e ampla atuação no Brasil e em vários outros países, alguns procedimentos desta área médica se destacam, beneficiando-se da expectativa de resultados que aproximem a aparência do indivíduo aos padrões cosméticos vigentes na sociedade contemporânea (SANTE; PASIAN, 2011).

As cirurgias de redução de mama têm como objetivo reduzir o tamanho das mamas quando se tem uma hipertrofia mamária que ultrapassam dos limites anatômicos do seu tamanho, ocasionadas por inúmeros fatores, como obesidade, genética, gravidez, tumores dentre outras, possibilitando as simétricas das mamas e livrando-se de futuras complicações posturais. A Mamoplastia redutora dispõe como função além de estética, também proporciona autoestima elevada alcançando consideravelmente a qualidade de vida das portadoras que sofrem dessa condição (EDUARDA, et al. 2021).

Em diversos casos, a Mamoplastia redutora está associada à Mastopexia, as pacientes procuram esses procedimentos devido à redução da formação de tecido orgânico mamário, flacidez cutânea e ptose mamaria, termo utilizado para flacidez das mamas, na qual é nomeada por graus I ao IV, conseguem ser discreta ou moderadas, pode ser realizada adicionando volume, retirando o excesso de pele. Esse procedimento visa harmonizar a mama, assim possibilitando manter o bem-estar ao paciente (SOUTO, et al. 2012).

As mastopexias periareolares são constantemente recomendadas para corrigir ptose leve (ROHRICH et al.,2006). A mastopexia vertical de pedículo medial é uma técnica que é possível ser utilizada em pacientes com todos os graus de ptose (QURESHI; MUCKATYN; TENENBAUM, 2018). Para Hall-Findlay e Shestak (2015), a técnica do T invertido é uma técnica flexível e adaptativa que permite a secagem do excesso de pele e levantamento do mamilo. Esta técnica é ideal para grau III ou ptose grave ou pele de má qualidade.

O pós-operatório de cirurgia inicia quando a paciente desperta da anestesia e seu término é apenas quando está totalmente recuperado, e não no momento que recebe alta do hospital (SILVA; MORAES, 2010). No pós-operatório pode surgir a presença de edema, dor, queloides, flacidez, fraqueza muscular e cicatrizes hipertróficas, para evitar ou amenizar é fundamental realizar tratamento estético como Drenagem Linfática Manual no período pré e pós-operatório, que é importante durante o pós-operatório (SOUZA, 2021).

A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem que auxilia no processo da drenagem linfática, auxiliando na eliminação do excesso de líquido e toxinas que tem a finalidade de recolher o líquido preso entre as células e nutre os tecidos (LEDUC et al., 2015). O uso da drenagem linfática manual auxilia na rápida recuperação, alivia a pressão produzida pelo edema, melhora o processo de cicatrização e reparação tecidual, estimula os fibroblastos a realizar a mitose das células de colágeno e elastina, aumenta o fluxo sanguíneo, remove resíduos metabólicos e melhora o equilíbrio do manto hidrolipídico (DURAN et al., 2015).

A drenagem linfática manual de Vodder é realizada empurrando suavemente o tecido para promover o alívio da pressão com apenas um toque. O método Leduc é realizado em cinco movimentos, que são: drenagem dos linfonodos, movimentos circulares e combinados com os dedos, com movimentos leves e rítmicos uma drenagem repetindo os movimentos da área e o movimento do bracelete (BORGES, 2006). Já o método Godoy abstrai o uso de métodos circulares e movimentos básicos usados nas técnicas tradicionais e emprega as regras da hidrodinâmica, fisiologia e anatomia do sistema linfático (GODOY et al., 2015).

Tendo em consideração ao que foi exposto, o objetivo do referente estudo, consiste em expor os benefícios da drenagem linfática manual no pós-operatório de mastopexia/mamoplastia redutora. Com isso, esse estudo busca promover aos profissionais e pacientes um entendimento preciso sobre a atuação da drenagem linfática manual e seu desfecho para obtenção de bom resultado estético e funcional satisfatório.

2  MATERIAS E MÉTODOS

O presente estudo tratou-se de uma revisão integrativa como método de alcance para o objetivo do trabalho. A pergunta norteadora da presente pesquisa foi: ‘‘Quais os benefícios da drenagem linfática manual associada no pós-operatório de mastopexia/mamoplastia redutora?’’.

A demanda foi realizada no período de Fevereiro a Março de 2023, nas seguintes bases de dados: PubMed (NationalLibraryof Medicine), Scielo (ScientifcEletronic Library Online), e Google Acadêmico, com os cruzamentos dos seguintes descritores: ‘‘Pós- operatório’’, ‘‘Mamoplastia’’, ‘‘Mamoplastia redutora’’ ‘‘Mastopexia’’ e, ‘‘Drenagem linfática manual’’, e suas devidas traduções para o inglês: ‘‘Postoperative’’, ‘‘Manual lymphaticdrainage’’, “Mammoplasty’’ ‘‘Reducing mammoplasty’’ e, ‘‘Mastopexy’’, utilizando os operadores booleanos ‘‘AND’’ e ‘‘OR’’.

Como critério de inclusão recorte de artigos publicados nos idiomas português e inglês, artigos extraídos do Google Acadêmico, PubMed e Scielo. Como critério de exclusão, foram eliminados os artigos com textos incompletos, os que não estiveram disponibilizados gratuitamente.

Quadro 1. Fluxograma para o entendimento da metodologia

Fonte: Autoras, 2023

3. RESULTADOS

Quadro 2 – Demonstrativo dos artigos selecionados com os benefícios da Drenagem linfática manual

4  DISCUSSÃO

Segundo Macedo e Oliveira (2011), a função da equipe multidisciplinar é indispensável, enfatizando a interação entre o profissional de estética e o cirurgião plástico, com o intuito de reduzir a influência mútua com o propósito de uma boa evolução pós- operatória.

Para Valente (2011), todas essas demandas exigem bons cuidados pós-operatórios devido ao desconforto, complicações a curto e médio prazo e ao impacto da cirurgia na qualidade de vida. Dentre os principais sinais clínicos, os hematomas são comuns, ocorrendo em aproximadamente 2% a 10% dos pacientes na primeira semana de pós-operatório.

No pós-operatório imediato, muitos cirurgiões iniciam a técnica de drenagem linfática manual clássica, após 48 ou 72 horas, com movimentos rítmicos para drenar efetivamente o edema proveniente do ato da cirurgia (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Nos casos de pós-operatório imediato de mamoplastia, a drenagem linfática manual é apontada como um dos métodos terapêuticos amplamente utilizados atualmente por diversos profissionais da saúde e da estética (AMARAL; SATO; SIMÕES, 2016).

As técnicas manuais no pós-operatório também proporcionam benefícios como redução de nódulos fibróticos no tecido subcutâneo, minimização de possíveis aderências teciduais, cicatrização, redução de áreas de hipoestesia, redução de hematomas e equimoses, melhora da circulação e tônus muscular (BATISTA & MEJIA, 2015).

Artigo de Costa et al. (2021), proferem métodos para prevenir complicações cirúrgicas, enfatizando a drenagem linfática manual, melhorando as funções do sistema circulatório linfático, facilitando o processo de cicatrização, melhorando a textura e elasticidade da pele, reduzindo os edemas induzidos pela cirurgia, restaurando a circulação periférica da lesão, atuando de forma preventiva e reabilitadora.

Geralmente, após alguma cirurgia plástica estética, a equipe médica indica a drenagem linfática manual, segundo Cardozo et al. (2016), com o objetivo de diminuir os sintomas clínicos, como desconforto e edema, e auxiliar no processo de cicatrização.

Segundo Verner (2010), uma das técnicas e métodos mais utilizados no pós-operatório é a drenagem linfática manual. A técnica está totalmente relacionada ao sistema linfático, o sistema de drenagem do nosso corpo. As manobras devem ser realizadas de forma lentas, suaves e precisas, respeitando o aspecto da drenagem linfática, promovendo melhora tecidual e cicatrizante.

Para Ozolins et al (2018), a drenagem linfática deve ser iniciada pela estimulação dos linfonodos, seguido de movimentos de escoação para o fluxo linfático. Deve-se intervir em ritmo leve e com pressão leve, seguindo o sentido do fluxo linfático e da circulação sanguínea, de proximal em direção a distal, de forma a não bloquear o sistema.

De acordo com Guirro e Guirro (2002), além de atuar no edema e hematoma pós- lesão, a drenagem tem como papel auxiliar na reparação de ferimentos, uma vez que o fibrinogênio da linfa é o elemento responsável pelo desenvolvimento dos coágulos que formam uma barreira protetora à lesão. Visto que o processo de cicatrização de traumas agudos ou inflamações crônicas dependem inteiramente da eficiência da circulação linfática e sanguínea.

Para Madrugada (2002), as técnicas de drenagem linfática manual devem ser realizadas de forma lenta, rítmicas e suave, seguindo a direção da drenagem linfática fisiológica. Para que a finalidade da drenagem a linfa estagnada seja alcançada, para isso, deve-se respeitar uma sequência específica de áreas do corpo em que os movimentos são realizados.

Ribeiro (2004), relata que as manobras da drenagem linfática manual são regidas por apenas dois princípios básicos: evacuação (remoção) e captação (absorção). A finalidade da evacuação é ajudar a retirar a linfa dos pré-coletores e coletores linfáticos e desobstruir os pontos proximais, linfonodos regionais, formando assim a possibilidade de “aspiração” da linfa em sentido centrípeta. Já o processo de captação visa ajudar a absorver o excesso de líquido intersticial remanescentes para o interior dos capilares linfáticos terminais e aumentar o fluxo em direção aos linfonodos regionais e, por fim, em direção ao ducto torácico e ao canal torácico.

Para Guirro e Guirro (2004) a drenagem linfática manual é uma técnica que tenta facilitar a reabsorção do excesso de líquido intersticial. Sua atuação tende a aumentar a reabsorção da linfa venal e superficial. Particularmente, usam-se dois tipos de manobras de drenagem linfática manual: manobras de reabsorção e chamada.

De acordo com Guirro e Guirro (2006), as técnicas de chamada são cometidas a uma distância do edema e são descritas classicamente. Aumenta a constrição dos vasos linfáticos na área que receberá o edema e cria um efeito de sucção na área edematosa. Eles devem estimular a contração de coletores.

Já para Borges (2006), essas técnicas não são úteis e deveriam ser abolidas. Este autor recomenda dá início à um tratamento de linfedema diretamente na área edematosa. Por outro lado, a manobra de reabsorção tem um efeito inicial e permite que a bomba linfática seja ativada.

Quanto aos benefícios da mamoplastia em especial, foi constatado na pesquisa de Wojciechowski (2016), onde ele enfatizou principalmente a contribuição no processo de cicatrização. Segundo o autor, isso ocorre uma vez que a massagem ajuda na elasticidade da pele, previne aderências e ajuda a melhorar a circulação periférica, principalmente na área cirúrgica.

Em um estudo de Verner (2010), também no procedimento de mamoplastia, os benefícios além dos abordados antecipadamente contribuíram de maneira reabilitadora e preventiva nas complicações desse tipo de intervenção cirúrgica.

Porém, como adverte Tramontim (2016), infelizmente, poucos estudos básicos, aplicados ou clínicos foram capazes de validar conclusivamente os processos biofísicos propostos da drenagem linfática manual em humanos. Neste mundo, a drenagem linfática manual continua sendo uma técnica clínica baseada em suposições, teorias e evidências preliminares.

Matoso & Benati (2019), caracterizaram a drenagem linfática como uma técnica de massagem leve que não causa dor ou hematomas, estimula o sistema linfático a trabalhar mais rápido, remove toxinas, transportando mais nutrientes para as células e melhorando a circulação. O principal objetivo das pacientes submetidas à mamoplastia é a regularidade e normalização da circulação linfática. Para Nunes (2018), o objetivo predominante das pacientes submetidas à mamoplastia é a regularidade e normalização da circulação linfática.

Nesse caso, a drenagem linfática tem um efeito positivo na recuperação do paciente, auxilia na cicatrização e previne complicações futuras, pois estimula o fluxo linfático. Devido à sua função fisiológica, a drenagem linfática, por meio da massagem e da pressão mecânica executada proporcionara articulação á linfa, minimizando os impactos da cirurgia e diminuição do excesso de líquido (BORGES, 2006).

Para Lange (2012), a finalidade da drenagem linfática manual no tratamento cirúrgico é redirecionar o fluxo de fluido linfático estagnado em torno de áreas obstruídas para vasos linfáticos saudáveis localizados mais centralmente que eventualmente drenam para o sistema venoso.

5  CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto na pesquisa, afirma-se que a procura por Mastopexia/Mamoplastia redutora é relacionada pelo bem-estar do paciente. O paciente precisa estar em plena consciência de que tem como responsabilidade de pontuar certos cuidados no pós-operatório.

Como também, foi esclarecido que a drenagem linfática manual possui inúmeros benefícios quando aplicada no pós-operatório de Mastopexia/Mamoplastia redutora, uma vez que possui efeitos importantes, como: melhora do sistema imunológico e a circulação sanguínea e linfática, redução do edema, diminuição e prevenção de aderências, reconstituição da corrente circulatória periférica da lesão. Diante disso, esse recurso corrobora por ser bastante eficaz e seguro, sendo assim mais empregado no pós-operatório de Mastopexia/Mamoplastia redutora.

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