ORTOPEDIA PEDIÁTRICA: OPÇÕES DE TRATAMENTOS CIRÚRGICOS PARA FRATURAS EM CRIANÇAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10641688


Norma Rafaella Uchôa Espíndola1, Thiago Marques Brito2, Fernanda Aguiar Silvestre Roriz3, Paula Tatiane da Silva Lopes4, Alexandra Ferreira Silvestre5, Luciana Larissa Rodrigues dos Santos6, Paulo Loivo do Nascimento7, Maria Paula Marques Macêdo Valença8, Márcio Gondim do Nascimento9, Marcelo Avelino Moreira10, Marinalva Tenório Cavalcanti de Albuquerque11, Carlos Pessoa Lemaire12, Felipe Jubert Gouveia Finizola da Cunha13, José Gilberto de Oliveira Júnior14.


RESUMO:

Introdução: A ortopedia pediátrica é uma especialidade médica especializada no tratamento de afecções e lesões ortopédicas pediátricas.  Objetivo: analisar os principais meios de tratamentos utilizados pela traumatologia ortopédica em fraturas de crianças. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, com a utilização das bases de dados eletrônicos de periódicos indexados: National Library of Medicine (MEDLINE – PubMed),  base Scientific Electronic Library Online (SciELO), e a base de dados Google Acadêmico. Resultados e Discussão: Um dos problemas mais comuns enfrentados pelos cirurgiões ortopédicos pediátricos são as fraturas pediátricas. Existem diversas opções de tratamento disponíveis para lidar com esse tipo de lesão. Uma opção de tratamento é o uso do gesso,  técnica tradicional que imobiliza a área afetada e promove a estabilidade necessária para a consolidação da fratura. Esta técnica é particularmente útil em casos de fraturas simples e estáveis, sem deslocamento ósseo significativo. Além disso, outra opção de tratamento é usar tala ou aparelho ortodôntico. Esta estrutura fornece suporte e ancoragem, mas é mais flexível que um gesso. Isso permite que seu filho se mova com mais liberdade, promovendo a recuperação e evitando rigidez articular. Talas ou aparelhos ortopédicos são geralmente usados para fraturas menos graves ou quando a imobilização gessada não é possível. Em  casos mais complexos, pode ser necessária intervenção cirúrgica para correção da fratura da criança, que pode ser realizada por meio de métodos como  redução aberta e fixação interna. Este procedimento permite a correção precisa do alinhamento ósseo usando placas, parafusos e hastes para manter os ossos no lugar. É importante enfatizar que, no tratamento adequado de fraturas em crianças, fatores como  idade da criança,  tipo e  localização da fratura e estágio de desenvolvimento devem ser levados em consideração. Conclusão: Diante disso, é importante a avaliação e o acompanhamento de um cirurgião ortopédico pediátrico experiente, que possa sugerir as melhores opções de tratamento para cada caso.

PALAVRAS-CHAVE: Ortopedia, Traumatologia, Pediatria

SUMMARY:

Introduction: Pediatric orthopedics is a medical specialty specialized in the treatment of pediatric orthopedic conditions and injuries. Objective: to analyze the main means of treatment used by orthopedic traumatology in fractures in children. This is a systematic literature review, using electronic databases of indexed journals: National Library of Medicine (MEDLINE – PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), and the Google Scholar database. Results and Discussion: One of the most common problems faced by pediatric orthopedic surgeons is pediatric fractures. There are several treatment options available to deal with this type of injury. One treatment option is the use of plaster, a traditional technique that immobilizes the affected area and promotes the stability necessary for fracture consolidation. This technique is particularly useful in cases of simple and stable fractures, without significant bone displacement. Furthermore, another treatment option is to use a splint or orthodontic device. This structure provides support and anchorage, but is more flexible than a cast. This allows your child to move more freely, promoting recovery and preventing joint stiffness. Splints or orthopedic braces are generally used for less serious fractures or when cast immobilization is not possible. In more complex cases, surgical intervention may be necessary to correct the child’s fracture, which can be performed using methods such as open reduction and internal fixation. This procedure allows for precise correction of bone alignment using plates, screws, and rods to hold bones in place. It is important to emphasize that, in the appropriate treatment of fractures in children, factors such as the child’s age, type and location of the fracture and stage of development must be taken into account. Conclusion: Given this, it is important to be evaluated and monitored by an experienced pediatric orthopedic surgeon, who can suggest the best treatment options for each case.

KEYWORDS: Orthopedics, Traumatology, Pediatrics

INTRODUÇÃO:

Problemas ortopédicos da infância e adolescência são queixas comuns nas clínicas pediátricas atualmente. Segundo dados coletados pelo Departamento de Sistemas Integrativos de Saúde e Informática (DATASUS) no período de 2010 a 2015, aproximadamente 31,4% das anomalias congênitas detectadas ao nascer eram “[…] defeitos e/ou deficiências musculoesqueléticas” (DATASUS, 2010 – 2015; Rocha EST et al., 2001)

Lesões são comuns na infância e muitas vezes são consideradas um resultado normal da atividade física nessa faixa etária. Estudos demonstraram que 20,25% das crianças sofrem lesões todos os anos (Kelishadi R et al., 2014). Entre 10 e 25% dessas lesões resultam em fraturas (Rennie L et al., 2007). As fraturas são comuns na população pediátrica, com aproximadamente um terço das crianças apresentando pelo menos uma fratura antes dos 17 anos (Cooper C et al., 2004). Além destes números, há evidências de que crianças com fratura anterior apresentam risco aumentado de novas fraturas tanto na infância quanto na idade adulta (Cooper C et al., 2000; Goulding A et al., 2005). Tendo em conta estes números, as fraturas em crianças constituem um problema significativo de saúde pública (Clark EM, 2014). Está comprovado que as propriedades biológicas dos ossos das crianças permitem que as fraturas sejam tratadas de forma conservadora, ao contrário dos adultos, tornando-se um método de cura ideal em muitas situações sem a utilização de métodos invasivos (Gladden PB et al., 2004). , tornam-se mais agressivos para alcançar bons resultados (Wilkins KE, 2005; Lieber J, 2014). Para todos os tipos de fraturas, o objetivo é restaurar a função completa e alcançar o melhor resultado funcional possível. Embora a maioria das fraturas em crianças cicatrizam sem perda de função, há muitos fatores que incapacitam as crianças durante a cicatrização, incluindo dor, atividade limitada e ausências escolares (Kopjar B et al., 1998).

Devido à facilidade de consolidação das fraturas em crianças e à possibilidade de correção espontânea dos desvios, o tratamento das fraturas em crianças é melhor realizado por métodos simples e conservadores. O tratamento conservador é eficaz para a maioria das fraturas, mas não deve ser considerado uma indicação absoluta. As fraturas envolvendo a placa de crescimento e as superfícies articulares são analisadas de forma diferente e  a maioria requer tratamento cirúrgico para evitar maior encurtamento, deformidade e degeneração da articulação (VOLPON, 2008).  Vários fatores influenciaram as mudanças no comportamento dos cirurgiões quanto ao tipo de tratamento (conservador versus cirúrgico) para algumas fraturas pediátricas, incluindo avanços tecnológicos, disponibilidade de equipamentos de imagem nos centros cirúrgicos, anestesia mais segura e implantes ósseos melhor desenhados. Principalmente quando se trata de esqueletos infantis. Treinamento cirúrgico de cirurgiões ortopédicos em cirurgia minimamente invasiva. Esses recursos introduzem novas formas de diagnosticar, avaliar e tratar lesões traumáticas, ósseas e/ou ligamentares e fraturas em crianças (CUNHA; PONTES, 2022).

É importante que o médico esteja preparado para agir diante do politraumatismo infantil, priorizando a correta avaliação e atuação no presente, tratando de acordo com as mesmas regras e doutrinas utilizadas para os adultos, protegendo a vida do paciente como prioridade, e Salvar o paciente é importante. Siga sempre os princípios do Suporte Avançado de Vida no Trauma (ATLS) para avaliar seu sistema musculoesquelético para o próximo momento.

Neste cenário, o desenvolvimento de estudos clínicos e/ou epidemiológicos sobre pacientes traumatizados ortopédicos, especialmente crianças, torna-se fundamental para a saúde pública em nosso país, pois serve de base para o planejamento, formulação e implementação de estratégias. Uma vez conhecidas as realidades locais específicas, as decisões são tomadas pelos governos federal, estadual e/ou local com o objetivo de aliviar esse problema. Esta redução reduzirá a procura nos hospitais, as baixas iniciais e o maior custo dos cuidados em ortopedia (SOUSA LRB, et al., 2017).

Assim, o presente estudo objetivou analisar os principais meios de tratamentos utilizados pela traumatologia ortopédica em fraturas de crianças.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, a qual se baseou na recomendação dos Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análise (PRISMA). Primeiramente, para iniciar a busca dos estudos na literatura, definiu-se a pergunta norteadora, utilizando-se a estratégia da pergunta PICO: Quais são as formas de tratamentos mais eficazes em casos de traumatologia ortopédica pediátrica?

Em seguida, foi realizada a busca pelos descritores, no sistema DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), nos idiomas português, inglês e espanhol. Selecionou-se três blocos com descritores utilizando-se as palavras-chave: Traumatologia, Ortopedia, Pediatria e Cirurgia eletiva, bem como os operadores booleanos AND e OR para combinação de termos. A pesquisa dos artigos foi feita em fevereiro de 2024, nas bases de dados: National Library of Medicine (MEDLINE – PubMed),  base Scientific Electronic Library Online (SciELO), e a base de dados Google Acadêmico.

Não foram delimitados artigos pela data de publicação e considerou-se apenas as publicações nos idiomas inglês e português. Foram excluídos estudos de caso e série de casos, artigos de revisão e estudos cuja população incluída apresentasse síndromes, déficits cognitivos e neurológicos associados.

A seleção dos artigos foi realizada por dois avaliadores cegos, os quais realizaram a busca nas bases de dados e, inicialmente, leram os títulos e selecionaram aqueles compatíveis com a temática para análise dos resumos.

Após a verificação dos resumos, os avaliadores elencaram os artigos para leitura na íntegra, sendo incluídos apenas os que respeitaram os critérios previamente propostos. As divergências, quanto à seleção dos estudos, foram resolvidas por meio de discussão entre os avaliadores. Conduziu-se também a avaliação da qualidade metodológica dos estudos selecionados por meio da escala PEDro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os artigos utilizados foram organizados na tabela 1: em informações referentes a: Títulos, autor, ano de publicação, objetivo e principais desfechos:

TÍTULOSAUTORESOBJETIVOPRINCIPAIS DESFECHOS
O TRATAMENTO CONSERVADOR DAS FRATURAS NA CRIANÇA.GIL, P.; RIBEIRO, AEste trabalho pretende dar a conhecer as particularidades das fraturas na criança, a sua epidemiologia e quando e como tratar conservadoramente a fratura mais comum nesta faixa etáriaAs fraturas em crianças são um importante problema de saúde pública e o tratamento conservador destas deverá ser sempre preferido quando possível. Aquelas fraturas que não obtêm o resultado esperado ou não são indicadas para tratamento conservador devem ser orientadas para estabilização cirúrgica.
FRATURAS NA CRIANÇA: ESTAMOS FICANDO MAIS CIRÚRGICOS?CUNHA, L. A. M. DA; PONTES, M. D. DE S.O objetivo deste artigo de atualização é responder às seguintes questões: (1) estamos realmente ficando mais cirúrgicos na abordagem das fraturas em crianças? (2) Caso isto seja verdadeiro, esta conduta cirúrgica está baseada em evidências científicas? De fato, nas últimas décadas, a literatura médica demonstra artigos que suportam melhor evolução das fraturas na criança com o tratamento cirúrgico.Com certeza, nas últimas décadas, foi evidente o aumento na indicação e no tratamento cirúrgico das fraturas pediátricas. Há, todavia, lacunas na literatura em determinar o melhor tratamento para cada fratura na criança e no adolescente
OSTEOSSÍNTESE DAS FRATURAS DIAFISÁRIAS DA CRIANÇA COM HASTES INTRAMEDULARES FLEXÍVEIS.VOLPON, J. B.O objetivo deste texto de atualização foi analisar a literatura e fornecer informações fundamentais para o conhecimento do método.As recentes mudanças na terapêutica das fraturas das crianças que, tratadas tradicionalmente por métodos conservadores, sempre tiveram muito favorável evolução está impulsionando especialistas à tentação generalizada de adotarem técnicas cirúrgicas promissoras como solução para tais lesões.
ORTOPEDIA PEDIÁTRICA: A DIFÍCIL CONDUÇÃO DE FRATURAS EM CRIANÇAS.PEREIRA, R. T. et al.Portanto  a  representatividade  da  fratura
em  crianças  no  atendimento  pediátrico,  mostra  a  importância  do  preparo  e conhecimento  do  médico  no  atendimento  desta  ocorrência.  Muitos  são  os  fatores  de  risco  para  ocorrência  de  fraturas  em
crianças, com a Constituição os genética, o peso da criança nascer e o estado nutricional da mesma, pois a obesidade interfere
na densidade mineral óssea da criança aumentando as chances de fratura.
 
Neste  trabalho  foi  possível  notar,  que  as  fraturas  de  membros  Superiores  apresentam  mais
hospitalização do que os membros inferiores, o que discorda  com a literatura  estrangeira  nos países desenvolv
idos. Essa diferença
em dados está ligada a etiologia do trauma, sendo que as lesões de membros superiores envolvem um
mecanismo  de  defesa principalmente  contra  queda, já as  lesões  de  membros  inferiores,  é  decorrente  de  acidente  de trânsito.
As  lesões  de  maior  incidência  encontradas foram  TCE e  as  fraturas  do  fêmur,  sendo  essas  as  que
apresentam maior ônus financeiro e acarretam maior tempo de internação hospitalar após cirúrgica.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE TRAUMAS ORTOPÉDICOS PEDIÁTRICOS EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO PARÁCantão et alDescrever  o  perfil  epidemiológico  dos  pacientes  de  traumas  ortopédicos  pediátricos,  que
passaram  por  procedimento  cirúrgico  em  um  hospital  de  alta-média  complexidade
Por  conseguinte,  qualificar  e
quantificar  esses  traumas  cirúrgicos  ortopédicos  pediátricos,  além  de  descrever  o  perfil  dos  pacientes atendidos  pelo hospital,  evidencia-se  como  uma  estimulação  para  a  realização  de  futuros  estudos
semelhantes, haja vista que é um tema pouco abordado pela literatura, no geral.
PERFIL DAS DOENÇAS ORTOPÉDICAS NA INFÂNCIA EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM PEDIATRIA NO ESTADO DO PARÁ.FURTADO, D. M. F. et al.Descrever o perfil dos acometimentos musculoesqueléticos em crianças atendidas no ambulatório de Ortopedia Pediátrica em um hospital público de referência em atendimento materno-infantil no Estado do Pará.Houve grande
variedade de acometimentos musculoesqueléticos na população estudada. As afecções congênitas foram as mais prevalentes,
devendo se atentar para sua prevenção, diagnóstico precoce e tratamento sempre que possível
OSTEOSSÍNTESE EM CIRURGIAS DE FACE: TITÂNIO VERSUS ABSORVÍVEIS / OSTEOSYNTHESIS IN FACE SURGERIES: TITANIUM VERSUS ABSORBABLE.SILVA, G. D. G. DA; SILVA, J. D. G.O objetivo deste estudo foi avaliar, na literatura atual, a publicação de revisões sistemáticas comparando os sistemas de titânio e os absorvíveis no
tratamento tanto de fraturas de face.
Não  existem  na  literatura,  atualmente,  dados  suficientes  que  demonstrem  que  a
fixação com os sistemas absorvíveis é mais eficiente do que a fixação com os sistemas de titânio,  tanto  no  tratamento  de  fraturas  de  face  quanto  nas  cirurgias  ortognáticas
PERFIL DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR SUBMETIDAS A CIRURGIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO.PAN, R. et al.Caracterizar crianças em idade escolar submetidas a intervenção cirúrgica em um hospital público do interior de Minas GeraisConstatou-se um perfil sociodemográfico de maior ocorrência de cirurgia em crianças com menor idade e do sexo masculino, submetidas a procedimento cirúrgico da especialidade de Ortopedia e Traumatologia, especialmente de urgência e emergência.
APLICATIVO MÓVEL PARA MÃES SOBRE MANEJO DE CRIANÇAS EM PÓS-OPERATÓRIO DE ORTOPEDIACantão et al.Apresentar o processo de desenvolvimento e validação de um aplicativo para auxiliar as mães no cuidado de  crianças  no  pós-operatório  de  ortopedia.O grau de
confiabilidade
e concordância usados para validação do aplicativo, demonstraram que o produto foi considerado válido, com taxa
de aprovação maior que 86% nos dois índices de validação
A PRESENÇA DO FAMILIAR/ACOMPANHANTE DA CRIANÇA
HOSPITALIZADA NO PERÍODO
PERIOPERATÓRIO: CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM PEDIÁTRICA
DIAS, R. A. B. et al.descrever as experiências do familiar/acompanhante da criança submetida à cirurgia ortopédica no  período perioperatório; analisar  a  presença do familiar/acompanhante  da criança  submetida  à cirurgia
no período perioperatório com os conceitos de cuidado familiar descritos por Ingrid Elsen
A presença do familiar/acompanhante no perioperatório amplia a interação família-criança-
equipe, estabelecendo situações propícias ao cuidado centrado na criança e na sua
família.

Após a administração da anestesia, familiares/amigos saem da sala cirúrgica (in)visivelmente) para interação familiar, criança e equipe na sala cirúrgica e nem sempre estão presentes durante a cirurgia. Portanto, conforme observado com a aprovação da psicóloga deste estudo, é nesse período que os familiares/amigos necessitam de apoio enquanto aguardam a cirurgia. Ingrid Elsen acredita que cuidar, considerado como presença, significa saber ouvir o outro, conversar, estar presente, acompanhar, comprometer-se, participar e cuidar, e  a partir daí agir, defender e responsabilizar-se pelo outro que vem de saber perder (ELSEN, 2002).

As lesões ortopédicas podem ser entendidas como traumas físicos resultantes de um impacto repentino ou de grande violência,  que podem causar alterações estruturais, fisiológicas e psicológicas no organismo afetado (SILVA LA, et al., 2017). Portanto, as lesões ortopédicas são consideradas um problema global de saúde pública devido à sua alta incidência, morbidade e mortalidade (YEUNG JH e GRAHAM CA, 2010).

Além disso, o trauma por quedas é considerado o tipo de acidente mais comum, ocorre com  maior frequência nas extremidades superiores e ocorre com maior frequência em homens e no início da adolescência (FIORIN BH, et al., 2020).

Apesar do conhecimento geral de que existe alta prevalência de doenças ortopédicas na população pediátrica no Brasil e no mundo, há poucos dados publicados sobre o perfil epidemiológico dessa condição. Vários estudos internacionais ilustram este cenário, onde aproximadamente 20–30% dos problemas médicos das crianças na atenção primária estão relacionados ao sistema musculoesquelético (Moraleda L et al., 2015; Araujo DM et al., 2015). Nesse contexto, este estudo contribui para o conhecimento das afecções ortopédicas em crianças no cenário brasileiro.

A opção por um tratamento conservador para fraturas em crianças é priorizada sempre que possível. Apesar dos avanços em implantes e técnicas cirúrgicas, estudos recentes indicam que houve um aumento no tratamento cirúrgico de fraturas devido à mudança na origem e gravidade das lesões (Court-Brown CM, et al., 2010; Lieber J et al., 2013).

Organizações internacionais desenvolveram uma série de protocolos para orientar os ortopedistas na tomada de decisões e no atendimento ao paciente; embora muito úteis, não são claros e carecem de evidências de alta qualidade (Hubbard EW et al., 2018; Scott ML et al., 2019). É importante ressaltar que o tratamento cirúrgico das fraturas em crianças, apesar de suas aparentes vantagens, é um método terapêutico cuja implementação requer anestesia geral e muitas vezes outro procedimento, também sob anestesia, para retirada do material sintético. As cirurgias em crianças e adultos também estão associadas a outras complicações mais graves, como infecções e alterações na consolidação óssea. (Hogue GD et al., 2019)

O número significativo de operações de emergência e o serviço de ortopedia-traumatologia, que realiza a maior parte dos procedimentos, também se deve ao fato de o hospital em questão ser referência em urgência e primeiros socorros e o único que oferece atendimento de grande complexidade, região que atende 27 municípios. (Ebserh, 2017; UFMT, 2017) Necessidades cirúrgicas mais frequentes foram encontradas na literatura em estudos realizados em outros hospitais de referência (Alves et al., 2015)

Dentre os materiais disponíveis para a realização da fixação interna rígida (placas e  parafusos),  o  cirurgião  tem  à  disposição  materiais  não  absorvíveis  e  materiais absorvíveis. Os materiais não absorvíveis utilizados atualmente são basicamente aqueles confeccionados em titânio, os quais são encontrados em diversos sistemas que podem ser aplicados  a  diferentes  situações  clínicas.  Estes  materiais  são  inertes,  necessitando  de remoção posterior em alguns casos específicos, como no caso de fraturas mandibulares em crianças. Uma das vantagens de seu uso encontra-se no fator econômico, visto que o custo é sensivelmente menor que os materiais absorvíveis. (Silva; Silva, 2021)

A literatura encontrou grandes desafios no tratamento das fraturas pediátricas, como diferenciá-las pela situação clínica, o que dificulta a adaptação e os estilos de vida da criança durante a recuperação, bem como o inevitável repouso. é uma fratura.um fator chave durante todo o tratamento. Nota-se que as famílias envolvidas na cura entendem a necessidade de mudança de hábitos da criança nesse período, o que demonstra uma melhora significativa no quadro clínico. Além disso, se a família não compreender e cooperar com o processo de cura da criança, todo o tratamento fica arruinado. É importante ressaltar que os avanços de pesquisa mencionados neste trabalho acarretam diversas dificuldades no pós-operatório de crianças submetidas à cirurgia de fratura, que é o pior adjetivo no tratamento de fraturas pediátricas (Rodrigues et al., 2019).

CONCLUSÃO:

Portanto, é importante a avaliação e o acompanhamento de um cirurgião ortopedista pediátrico experiente, que poderá sugerir as opções de tratamento mais adequadas para cada caso. Em resumo, a ortopedia pediátrica oferece diversas opções de tratamento para fraturas pediátricas, como: o uso de gesso, talas ou aparelhos e a intervenção cirúrgica são algumas das alternativas possíveis. Porém, é importante buscar  orientação especializada para determinar  a abordagem mais adequada, levando em consideração as características individuais de cada paciente.  Um cirurgião ortopédico pediátrico experiente também pode fornecer uma análise mais detalhada da lesão e determinar o tratamento mais adequado, considerando fatores como  idade da criança,  tipo de fratura e saúde geral.

Esses dispositivos ajudam a estabilizar a área afetada e promover a recuperação adequada. Casos mais graves podem exigir intervenção cirúrgica.  Um cirurgião ortopédico pediátrico experiente pode avaliar a necessidade de  cirurgia e realizá-la com precisão e cuidado. Porém, é importante buscar  orientação especializada para determinar  a abordagem mais adequada, levando em consideração as características individuais de cada paciente. Além disso, um especialista ortopédico pediátrico experiente pode fornecer um plano de tratamento personalizado que leva em consideração a idade, o desenvolvimento ósseo e muscular do seu filho e outros fatores individuais.

Em suma, o tratamento das fraturas pediátricas requer uma abordagem cuidadosa e individual que leve em consideração não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos emocionais e psicológicos da criança.

REFERÊNCIAS:

GIL, P.; RIBEIRO, A. O Tratamento Conservador das Fraturas na Criança. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/78871/2/34911.pdf>.

CUNHA, L. A. M. DA; PONTES, M. D. DE S. Fraturas na criança: Estamos ficando mais cirúrgicos? Revista Brasileira de Ortopedia, 10 jun. 2022. Disponível em:  https://www.scielo.br/j/rbort/a/FgKwkkHk7PrpR7WwpXMjSbN/?lang=pt.

VOLPON, J. B. Osteossíntese das fraturas diafisárias da criança com hastes intramedulares flexíveis. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 43, n. 7, p. 261–270, jul. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbort/a/c4JRz74HJ6t7hZYdtqTYvNM/?lang=pt&stop=previous&format=html

PEREIRA, R. T. et al. Ortopedia Pediátrica: A difícil condução de fraturas em crianças. Research, Society and Development, v. 11, n. 12, p. e523111234966, 25 set. 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/34966/29414

Perfil epidemiológico de traumas ortopédicos pediátricos em um hospital do interior do Pará | Revista Eletrônica Acervo Saúde. acervomais.com.br, 19 fev. 2021. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/6265/4127

FURTADO, D. M. F. et al. Perfil das doenças ortopédicas na infância em um centro de referência em pediatria no estado do Pará. Pará Research Medical Journal, v. 4, 2020. Disponível em: https://prmjournal.emnuvens.com.br/revista/article/view/65/64

SILVA, G. D. G. DA; SILVA, J. D. G. Osteossíntese em cirurgias de face: Titânio versus absorvíveis / Osteosynthesis in face surgeries: Titanium versus absorbable. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 1, p. 847–853, 2021. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/22899/18377

PAN, R. et al. Perfil de crianças em idade escolar submetidas a cirurgia em um hospital público. Rev. Soc. Bras. Enferm. Ped, v. 21, n. 2, p. 119–124, 1 jul. 2021. Disponível em: https://journal.sobep.org.br/wp-content/uploads/articles_xml/2238-202X-sobep-21-2-0119/2238-202X-sobep-21-2-0119.x60241.pdf

Aplicativo móvel para mães sobre manejo de crianças em pós-operatório de ortopedia | Revista Eletrônica Acervo Saúde. acervomais.com.br, 27 maio 2021. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/7131/4823 

DIAS, R. A. B. et al. The presence of the family member/companion of the hospitalized child in the perioperative period: contributions to pediatric nursing: A presença do familiar/acompanhante da criança hospitalizada no período perioperatório: contribuições para a enfermagem pediátrica. Concilium, v. 23, n. 20, p. 81–98, 14 nov. 2023. Disponível em: https://clium.org/index.php/edicoes/article/view/2280/1461


1Graduanda de Medicina – UNINASSAU
normarafaella@gmail.com

2Graduando de Medicina –  Afya Faculdade de ciências médicas de Jaboatão dos Guararapes thiagomarquesb@hotmail.com

3Graduanda de Medicina – Universidade Maurício de Nassau
fernandarorizmedicina@gamail.com

4tatiruan@gmail.com Graduada em Enfermagem – UNAMA

5Graduanda de Medicina – Afya faculdade de ciências médicas de Jaboatão dos Guararapes-Pexandaodonto@hotmail.com

6Graduanda de Medicina – Faculdade de medicina de Olinda
L.LarissaRsantos@gmail.com

7Graduando de Medicina –  Faculdade Tiradentes AFYA
p100981@hotmail.com

8Graduanda de Medicina – Afya faculdade de ciências médicas de Jaboatão dos Guararapes-Pe mpaulammacedo@gmail.com

9Graduando de Medicina – Unifacisa
mngondim@icloud.com

10Graduando de Medicina – Unifacisa
marcelo.a340@gmail.com

11Graduanda de Medicina – FMO
marinalva.psicavalcanti@gmail.com

12Graduando de Medicina – UPEC
lemairecal@gmail.com

13Graduando de Medicina – Afya faculdade de ciências médicas de Jaboatão dos Guararapes-Pe felipefinizola8708@gmail.com

14Graduando de Medicina – faculdade Tiradentes AFYA
jgilbertoojunior@gmail.com