Autora:
LUCILENE AMARAL DOS SANTOS
Projeto de Pesquisa apresentado por Lucilene Amaral dos Santos como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia, sob orientação do professor Dr. Denilson Veras.
MANAUS / AM 2021
RESUMO
Apresentação: O envelhecimento é uma das certezas da vida de muitos de nós, as mulheres têm uma expectativa de vida maior que a dos homens, e essa expectativa de vida acarreta algumas modificações consideráveis na qualidade de vida e no corpo. As mulheres tem vários estágios na continuidade da vida, um deles é o climatério, que desencadeia uma série de mudanças corporais em mulheres, caracterizado pela diminuição da fertilidade, declínio da produção de estradiol, maior produção de androgênio, mudanças físicas, emocionais e socioculturais, dentro do climatério as mulheres sofrem com a pós-menopausa, este período é onde ocorre a sarcopenia que é a perda de massa muscular, com essa perda as mulheres tendem a ter quedas, sobrepeso e muitas não conseguem realizar suas atividades diárias, dessa forma é necessário ter métodos de tratamentos eficazes para que as mulheres possam ter sua qualidade de vida restaurada. Metodologia: Pesquisa bibliográfica de cunho quali-quantitativa, metodologia dialética e método indutivo, de forma sistemática busca identificar, selecionar e avaliar os artigos, publicações em revistas e livros para responder ao problema central desta pesquisa. Resultados: Temos um material capaz de fornecer a fisioterapeutas métodos de tratamento eficazes contra a sarcopenia em mulheres no período da pós-menopausa e também um material para contribuir com a comunidade científica sobre o conhecimento do tema.
Palavras-chave: Sarcopenia; Mulheres; Pós-menopausa; Fisioterapia.
ABSTRACT
Presentation: Aging is one of the certainties of life for many of us, women have a longer life expectancy than men, and this life expectancy entails some considerable changes in the quality of life and in the body. Women have several stages in the continuity of life, one of which is the climacteric, which triggers a series of bodily changes in women, characterized by decreased fertility, decline in estradiol production, increased androgen production, physical, emotional and sociocultural changes, within the climacteric women suffer from post-menopause, this period is where sarcopenia occurs, which is the loss of muscle mass, with this loss women tend to have falls, overweight and many cannot perform their daily activities, so it is It is necessary to have effective treatment methods so that women can have their quality of life restored. Methodology: Quali-quantitative bibliographic research, dialectical methodology and inductive method, systematically seeks to identify, select and evaluate articles, publications in journals and books to respond to the central problem of this research. Results: We have material capable of providing physiotherapists with effective treatment methods against sarcopenia in postmenopausal women and also material to contribute to the scientific community on the subject.
Keywords: Sarcopenia; Women; Post-menopause; Physiotherapy.
- INTRODUÇÃO
Segundo o IBGE (2018), na última pesquisa nacional por amostra de domicílios, as mulheres acima de 50 anos correspondem a uma porcentagem de 48%, dessas, segundo a Fio Cruz, 17% vão ter sarcopenia. Como a sarcopenia é a redução gradual de massa muscular, que ocorre devido ao avanço da idade e com o declínio da produção de estrogênio (nas mulheres) tem-se a necessidade de saber quais as técnicas fisioterapêuticas são mais utilizadas para tratar este tipo de doença.
Como as técnicas são variadas, cabe ao profissional de fisioterapia buscar as que mais se adaptam ao paciente e, consequentemente, as que minimizam os efeitos da sarcopenia. Esta revisão bibliográfica irá destacar as principais técnicas produzindo um material com alto grau de instrução para profissionais da fisioterapia e também para outros profissionais que se interessam pelo tema.
- MÉTODO
Pesquisa bibliográfica de cunho quali-quantitativa, metodologia dialética e método indutivo, de forma sistemática busca identificar, selecionar e avaliar os artigos, publicações em revistas e livros para responder ao problema central desta pesquisa.
A revisão sistemática da literatura foi realizada em bases de dados eletrônicas e pesquisa em livros da biblioteca da FAMETRO e busca em livros de acervo pessoal, totalizando um acervo de 13 livros e 25 artigos.
- RESULTADOS E DISCURSÃO
3.1 Definição
No Guia de Gerontologia e Geriatria (2011) Sarcopenia é definida como “[…] perda de massa muscular […] associada ao menor nível de força muscular e é a maior contribuinte para o desenvolvimento de limitações funcionais e de incapacidade em pessoas idosas. ” (p. 305), esse termo, sarcopenia, foi introduzido por Irwin Rosenberg em 1989, a sarcopenia não seria somente a perda de massa muscular, mas também a diminuição de proteínas que são responsáveis pela contração e tensão dos músculos.
Segundo Freitas (2013) essa perda deve ser vista desde o nascimento da criança, em uma continuidade de seu crescimento, até os dias em que apresentar a perda da massa muscular, deve ser observado o peso da criança ao nascer, picos de massa muscular na juventude e menor propensão palmar ao envelhecer que são alguns dos sintomas mais frequentes, para outros autores, a sarcopenia afeta as pessoas a partir dos 50 anos de idade, homens são os mais afetados, estes perdem o dobro de massa muscular em relação a mulheres.
Com o aumento da massa gorda, obesidade, o corpo da mulher perde ainda mais função, e isso é uma ameaça a longo prazo para a saúde da mulher, essa obesidade está intrinsecamente ligada a sarcopenia, pois há perda de massa muscular magra, a que é boa para o corpo, enquanto que há ganho da massa gorda (MORREIRA, 2016).
No que diz respeito as mulheres na pós-menopusa a sarcopenia é acelerada, pois o declínio hormonal influi no envelhecimento e causa o aceleramento da perda da massa muscular pela falta do hormônio estrogênio, que é o responsável por manter e preservar a massa muscular (NUNES, 2012). Willians et al (2015) associa esse evento, também, a pouca ingestão de proteínas, folatos e vitaminas D, E e C, ingestão de medicamentos ricos em anticolinérgicos e benzodiazepínicos e a cormobidades cardiopulmonares e dores crônicas e artrite.
3.2 Diagnóstico
O diagnóstico da sarcopenia foi, inicialmente, feito através de recorte da população, primeiro entre grupos com idade entre 18 e 40 anos e posteriormente com indivíduos entre 70 e 79 já através da mensuração da massa muscular apendicular (MMA), de acordo com esses achados foi possível realizar os primeiros diagnósticos de sarcopenia, com o passar dos anos foi colocado junto a esses protocolos de diagnóstico a mensuração da força muscular e aptidão física, tanto para homens como para mulheres (GONÇALVES, 2018).
Gadelha (2018) afirma que dependendo do estágio da sarcopenia a estabilidade do corpo diminui, os riscos de quedas aumentam, o que representa um risco significante elevado, o que implica a situações clínicas elevadas, dessa forma as mulheres com essa enfermidade têm um maior medo de cair e por isso deixam de fazer atividades físicas e até atividades do dia a dia.
Willians et al (2015), sugere que devem ser feitos exames mais profundos a fim de determinar a densidade óssea nas mulheres em pós-menopausa, dessa forma estima-se o risco de fraturas e candidatas a avaliações e tratamentos eficazes para o problema, Augusto (2013) afirma que “na mulher, a menopausa é um acontecimento fisiológico importante que favorece a degeneração da cartilagem”, outro fator importante para mulheres que virão a ter sarcopenia.
Outra perda que acontece em mulheres com sarcopenia é a da força muscular, que é a formação da sarcopenia, o envelhecimento em sim já traz esse malefício (ALBINO, 2012), mas a sarcopenia aumenta mais ainda essa perda, com perdas de “0,5 a 10% a cada década” (ALMEIDA, 2017, p. 5), o autor ainda relata que muito dessa perda está associado a falta de exercícios físicos, baixa mobilidade e baixa capacidade funcional.
O músculo perde a capacidade de exercer a força rápida, potência, gerar potência é vital para o musculo, e também pode evitar quedas, proporcionando velocidade e deslocamento, Freitas (2013) ressalta que essa perda de potência é mais intensa nos membros inferiores, fato esse que “aumenta a incapacidade […] os membros sofrem uma redução do número e do tipo de fibras (mais evidentes nas fibras do tipo II, de contração rápida). Também se observa um acúmulo maior de gordura periférica e visceral.” (p. 877).
3.3 Tratamento
Torna-se evidente a necessidade de intervenções de tratamento para serem desenvolvidas contra essas várias modificações fisiológicas que ocorrem nas mulheres, Willians et al (2015) ressalta que “Os exercícios melhoram o humor, a força, o equilíbrio, a flexibilidade e a mobilidade. Uma combinação de exercícios aeróbicos, de fortalecimento e flexibilidade pode melhorar o estado funcional. ” (p. 353), não só melhoram como podem até reverter o estado de sarcopenia.
Os exercícios físicos, são atividades que, segundo Ribeiro e Neri (2012), se distinguem dos demais porque usam da estruturação e sistematização de objetivos, eles melhoram condicionamento físico, habilidades motoras e cognitivas e são um forte aliado para uma pós-menopausa saudável e bem-sucedida.
Pitanga et al., (2015) sugere que estes exercícios sejam feitos na meia-idade pois eles irão proteger contra a sarcopenia em uma idade avançada e vão preservar a massa muscular, força e a performance do músculo, ele ainda aponta que as mulheres em pós-menopausa que praticam exercícios físicos têm maior proteção contra doenças metabólicas e cardiovasculares.
Freitas (2013), afirma que esses exercícios têm que gerar “força elevada no menor tempo possível, como a força necessária para um salto. ” (p. 1453), mesmo a paciente tendo dificuldades e limites para fazer o exercício ele é sempre recomendado, mas levando em consideração a progressão, velocidade, tempo, repetições e funcionalidades dos exercícios.
McArdle (2002) ressalta que não basta somente fazer exercícios, tem que haver uma modificação no estilo de vida, uma nutrição balanceada, e diversos exercícios. Essas modificações elevam a probabilidade de não perder a força muscular, diminuem o risco de doenças, e aumentam a vida e a qualidade dela, levando a pessoa menopausada a ter uma velhice independente e produtiva.
Como as necessidades nutricionais em cada fase da vida são diferentes, há de se ter uma preocupação a mais quanto ao envelhecimento, pois não é somente a massa corporal que é perdida, muitas proteínas deixam de ser produzidas pelo corpo devido ao envelhecimento, dessa forma as recomendações dietéticas são bem diferentes (SILVA, 2017).
Moreira (2016) ressalta que com o advento do envelhecimento mulheres pós-menopausadas tendem a reduzir as atividades físicas, aumentar o consumo de alimentos gordurosos e reduzir a ingestão de proteínas, o que contribui para as alterações corporais e musculares, o que tem um impacto nas condições de vida das mulheres com sarcopenia.
A inatividade, fatores nutricionais, doenças de base, baixas ingestões calóricas e proteicas levam a uma baixa síntese de proteína muscular, o que eleva o grau de ocorrência da sarcopenia, além disso o envelhecimento leva a diminuição da ingestão alimentar, o apetite diminui e ocorre a redução da função dos órgãos sensoriais como o paladar olfato levando a um estado onde os dentes ficam frágeis e a saciedade ocorre mais rápido (FREITAS, 2013).
Pinheiro (2017) cita que além do exercício físico, uma boa alimentação com um consumo adequado de proteínas e antioxidantes é um fator importante para o retardo do declínio de massa muscular prolongando, o autor continua seus pensamentos mostrando que a falta da proteína em quantidade adequada uma resposta anabólica negativa em relação a sua ingestão pode levar ao aparecimento da sarcopenia, além disso a proteína ingerida tem que ser maior que 0,8g/kg do peso total do paciente.
Gago e Gago (2016) afirmam que uma dieta balanceada em termos quantitativos e qualitativos interfere bastante na aquisição de proteínas, esses tipos de dietas são necessários pois os idosos não conseguem fabricar proteína muscular suficiente porque suas respostas anabólicas estão diminuídas.
Oliveira (2008) fala da importância de uma boa nutrição, ou seja, as necessidades nutricionais da pessoa na pós-menopausa, pois cada uma tem suas particularidades, além disso as mulheres em pós-menopausa são mais propensas a qualquer tipo de doença, sejam elas crônicas ou debilitantes, e isso faz com que aumente o risco de deficiências nutricionais.
Mesmo sem fazer exercícios, se a quantidade proteínas ingeridas for complementada com aminoácidos o corpo consegue manter a massa, a força e a função muscular, mas combinados com exercícios a suplementação de proteínas causa mais resultado ainda.
O melhor tratamento é a mudança de vida, incluir atividades e exercícios físicos ao dia a dia e fonte de nutrições adequadas é fundamental. Gago e Gago (2016), salienta que o exercício físico é a estratégia primaria para prevenção e também tratamento contra a sarcopenia, exercícios como: treino de resistência, exercícios com carga e exercícios de resistência progressiva, trazem benefícios para as pós-menopausadas, estes nem precisam ser feitos todos os dias, pelo menos 2 vezes na semana já é de grande ajuda para os grupamentos musculares sentirem o efeito.
O treinamento de força também é um aliado no tratamento da sarcopenia, Carneiro (2019, p. 58) descreve que esse treinamento “é uma intervenção segura, eficiente e bem aceita para melhorar o estado”, contudo há de se ter cuidado pois o treinamento de força com alta carga (que é o mais eficiente) pode não ser aceito pelas mulheres pós-menopausa com sarcopenia, pois se a sarcopenia for de alto grau podem ser que os músculos não aguentem a carga, e acaba que em vez de trazer melhoras o treinamento vá acarretar em lesões.
Almeida (2017) realizou um estudo onde propôs que mulheres entre 62 e 78 fizessem treinos de resistência com duração de 10 semanas, ao final do treinamento o autor notou que a “força muscular isotônica, em todos os grupos musculares treinados, teve aumento significativo e que a força de dinamometria manual, também obteve aumentos significativos, na pressão manual de ambas as mãos. ” (p. 18).
Nunes (2018) ressalta que a musculação, é uma das práticas mais procuradas quando se fala em exercícios de resistência, moldada a prática pessoal de cada mulher ela não causa nenhum mal e ainda auxilia na melhoria de vida. Krause (2012) defende que a musculação pode diminuir o ritmo da sarcopenia.
Além de exercícios físicos, Gadelha (2018), destaca que exercícios direcionados ao equilíbrio e as capacidades coordenativas têm sido recomendados para o tratamento da sarcopenia em mulheres na pós-menopausa, modificando positivamente a condição de vida. “Exercícios estáticos e dinâmicos, praticados com o objetivo de melhorar a capacidade da pessoa para responder a movimentos de desequilíbrio ou a estímulos desestabilizadores, causados pelo próprio movimento, pelo meio ou por outras causas. ” (PEREIRA, 2012, p. 263), são os mais requisitados, pois estes simulam os movimentos do dia a dia da mulher, facilitando o seu desempenho caso venha a ter um desequilíbrio.
Albino et al., completou seu pensamento afirmando que o treinamento de força minimiza/retarda o processo da sarcopenia e este vem sendo apontado como um dos fatores para evitar quedas após situações de desequilíbrio; já os treinamentos de flexibilidade articular melhoram o equilíbrio e melhoram as habilidades para a realização de atividades de vida diária, contudo o treinamento deve ser realizado continuamente, com frequência semanal de, pelo menos, duas sessões com duração de uma hora para qualquer um do treinamentos.
Treinamentos resistidos são aliados importantes para mulheres na pós-menopausa, melhora o condicionamento físico, a taxa metabólica em repouso também melhora, além disso ele promove ganho de força, de massa muscular e de densidade mineral óssea, aumenta o gasto energético e evita o acúmulo de gorduras, esse tipo de treinamento é empregado para diversos fins visando benefícios a saúde, poucos fisioterapeutas os usam no tratamento da sarcopenia em mulheres pós-menopausadas (COELHO et al., 2018).
Silva (2017, p. 21) ressalta que “O preconceito quanto à realização dos exercícios com peso, associado à falta de conhecimento para sua aplicação de forma correta” faz com que eles não sejam procurados por grupos que mais precisam, nesse caso as mulheres em pós-menopausa com sarcopenia, mas estes exercícios são os que mais tem efeito sob a sarcopenia e para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres.
Os exercícios de flexibilidade “melhoram a capacidade de uma articulação para atingir o máximo dos seus movimentos” (PEREIRA, 2012, p. 263), e a flexibilidade está ligada a cada articulação, e estas dependem dos músculos para fazerem suas funções, como a sarcopenia está também ligada aos músculos, fazer exercícios de flexibilidade ajuda bastante para manter os músculos e, principalmente, a flexibilidade.
Almeida (2017), afirma que as atividades físicas preservam e ajudam na reversão de problemas de sarcopenia em mulheres na pós-menopausa, isso quer dizer que eles têm um papel positivo para aquisição de força, na densidade óssea, metabolismo energético e condição funcional, além de tudo, certos exercícios podem ser feitos em casa com o acompanhamento de filhos ou companheiros e gerando uma vida independente para as mulheres com essa cormobidade.
McArdle (2008) faz menção aos exercícios de resistência, eles aumentam a síntese de proteínas e também a retenção delas fica mais lenta, a perda é inevitável com a chegada da idade e também por causa da pós-menopausa, mas com os exercícios de resistência a perda delas diminui.
Pereira (2012, p. 271 – 272) cita exercícios, frequência e carga para os idosos:
Pinto (2015) que as mulheres em pós-menopausa com sarcopenia podem vir a ter algum desconforto quanto aos exercícios, pois o corpo e músculos estão fracos e, de alguma forma, sedentários, inchaços, dores musculares, perda de força nos membros que fizeram o treinamento, são alguns dos desconfortos possíveis de surgir, segundo o autor esse desconforto passa com o tempo, pois o corpo passa acostumar-se com os exercícios e treinamentos, contudo o profissional que acompanha o paciente pode solicitar a ingestão de algum tipo de medicamento anti-inflamatório para que o corpo e músculos não sofram tanto com a adaptação.
Além de exercícios e complementação com proteínas há tratamentos medicamentosos, mesmo não havendo nenhum achado conclusivo a respeito, Freitas (2013, p. 1454-1456) apresenta alguns que podem ser potenciais para o tratamento, ele ressalta ainda que vários já estão sendo estudados para serem usados contra a sarcopenia, alguns deles são: Testosterona, Deidroepiandrosterona (DHEA), Nandrolona, Estrógeno e tibolona, Hormônio do crescimento (GH), Vitamina D, Creatina e Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA).
Segundo Filho, Almeida e Filho (2020) a vitamina D, ingerida 2 vezes ao dia, reduz a queda e aumenta o diâmetro da fibra muscular, porém devem ser evitados o consumo de álcool, fumo e o sedentarismo, o uso da vitamina D também traz uma melhora impactante em seus usuários quando se leva em consideração as outras comorbidades que, com o advento da sarcopenia, acometem mulheres na pós-menopausa como ansiedade, depressão e até o Alzheimer.
Gago e Gago (2016) sintetizam que o uso de Creatina é eficaz pois “provoca elevação da fosfocreatina intramuscular, regenerador da fonte energética adenosina trifosfato. ” (p. 259), nos jovens ela tem a função de elevar a massa e a força muscular, além de acelerar o crescimento, mas em idosas esses aminoácidos são poucos, a suplementação com creatina traz benefícios, principalmente se for usada antes e depois dos exercícios. Como seu uso ainda está em estudo desconhece-se a dosagem e posologia.
A Nandrolona é um asteroide anabolizante que aumenta a massa muscular, um estudo feito com idosas chegou-se à conclusão de que se usado a cada 3 semanas aumenta a massa muscular e diminui o risco de fraturas por outro lado esse asteroide pode denunciar o aumento de problemas pulmonares, portanto, segundo o autor, esse anabolizante só é viável em alguns casos.
A Testosterona, associada a atividades físicas, também foi testada em algumas idosas, ela causou o aumento da força muscular, mas as evidências não foram tão conclusivas em relação ao uso em mulheres sarcopênicas.
Para os Estrógenos e tibolona já foram feitos estudos com mulheres em menopausa, e este causou um aumento significante no ganho de força, principalmente se for usado no início de exercícios físicos “Em adição, pode (assim como exercício) afetar positivamente as alterações no transcriptoma muscular que ocorrem logo no início deste período” (GAGO e GAGO, 2016, p.261).
Shils (2009) faz menção a agentes anabólicos que são parecidos com a testosterona e ao hormônio do crescimento, o hormônio faz com que não haja a perda de peso, levando ao aumento da massa corporal, já a testosterona reverte a queda da força (principal agente da sarcopenia), o autor ressalta que os agentes anabólicos têm mais resultados que que os orais.
O certo é que há um futuro promissor de estudos sobre sarcopenia no que diz respeito a tratamentos, tanto não farmacológicos como com medicação.
Tratamentos para sarcopenia são o alvo para muitos estudos, Almeida (2017) ressalta que a prática de atividades físicas para idosas sempre as trará benefícios, e não somente ela, como também práticas alimentares saudáveis, hábitos saudáveis, não beber, não fumar, tudo isso tem um efeito positivo sobre a qualidade de vida dessas idosas. Vale ressaltar que qualquer tipo de treinamento, desde uma simples caminhada até treinamentos complexos com profissionais irão prevenir ou melhorar o estado de sarcopenia.
- CONCLUSÃO
A sarcopenia não é irreversível, contudo através de exercícios, boa alimentação, complementação vitamínica, e muita vontade de ter uma qualidade de vida melhor, as mulheres na pós menopausa podem conseguir controla-lá.
Este estudo mostrou o que o fisioterapeuta pode ter em mente para conseguir dar uma vida melhor para as mulheres com sarcopenia, contudo este tratamento só trará resultados se as avaliações e os programas de exercícios forem eficazes, e isso depende tanto do profissional quanto da paciente.
Este material não se encera aqui ele é a porta de abertura para que outros materiais possam ser produzidos, pois muitos outros estudos sendo feitos e a cada dia são descobertos medicamentos, terapias e exercícios que trarão intervenções novas e condições melhores para a vida das mulheres em pós-menopausa com sarcopenia.
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