ÔMEGAS E SUAS FUNCIONALIDADES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8277555


Elaine Martins Pinto Cayres¹


RESUMO: O alimento classificado como funcional apresenta em sua composição compostos bioativos que além de fornecer uma nutrição básica também atua no metabolismo e na fisiologia humana proporcionando melhoria nas condições de saúde, dentre esses compostos estão os ácidos graxos poliinsaturados da família ômega responsáveis pela ação antiinflamatória e redução do colesterol. Nessa perspectiva este estudo objetivou avaliar as funções dos alimentos funcionais e os papéis exercidos pelos ácidos graxos poliinsaturados da família ômega, além de identificar a proporcionalidade entre os ácidos graxos frente à necessidade nutricional e o consumo alimentar. A ingestão de gordura é importante para um bom funcionamento do organismo, no entanto, notou-se um alto consumo de gordura saturada e alimentos ricos em ômega 6, os quais tem relação com o surgimento de patologias como as doenças cardiovasculares, inflamatórias e dislipidemias. Através desse trabalho pode-se notar a prevalência da dieta ocidental com maior índice de doenças crônicas não transmissíveis, já na dieta mediterrânea e oriental que tem como base a ingestão de peixes fonte de ômega 3 encontra-se menor índice de mortalidade por doenças cardiovasculares com redução de 31% do surgimento da síndrome metabólica. Sendo assim, indica-se o balanceamento de ingestão entre as gorduras saturadas e insaturadas, a ingestão de ômega 3 e ômega 6 com a finalidade de reduzir prejuízos à saúde.

Palavras-chave: Ácidos graxos. Alimentos funcionais. Ômega 3. Ômega 6.

FEATURES OF FATTY SERIES OMEGA

ABSTRACT: Food classified as works presents in its bioactive composition that in addition to providing basic nutrition is also active in metabolism and human physiology providing improvement in health conditions, among these compounds are polyunsaturated fatty acids of the omega family responsible for the anti-inflammatory action and reduction cholesterol. This study aims to evaluate the functions of functional foods and the roles exercised by Omega family of polyunsaturated fatty acids, and identify the proportion between fatty acids across the nutritional needs and food consumption. The fat intake is important for a good functioning of the body, however, was noted a high intake of saturated fat and foods rich in omega 6,  which is related to the emergence of diseases such as cardiovascular disease, inflammatory and dyslipidemia. Through this work may be noted the prevalence of the Western diet with higher rates of chronic diseases, since the Mediterranean and Oriental diet is based on eating fish source of omega 3 is lower death rate from cardiovascular diseases 31% reduction in the onset of metabolic syndrome. Thus, indicates whether the intake balance between saturated and unsaturated fat, intake of omega 3 and omega 6 in order to reduce damage to health.

Keywords: fatty acids. Functional foods.Omega 3 Omega 6.

1 INTRODUÇÃO

A maior parte do organismo utiliza os lipídios como sua principal forma de armazenamento de energia, além disso, também atuam como transportadores de vitaminas lipossolúveis e como precursores de hormônios, sendo o ácido graxo seu principal componente, quais têm como funções principais a participação na estrutura da membrana celular, nos processos metabólicos e na produção de eicosanóides (PERINI et al., 2010). Além de fornecer energia, as gorduras também são ótimas fonte de ácidos graxos essenciais, como os da família ômega 3 que tem como principais representantes os ácido alfa-linolênico, ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA), além do mais tem os da família ômega 6 representado pelo ácido linoléico e o ácido araquidônico, salientando que os mesmos não são sintetizados pelo organismo e precisam estar presentes na alimentação (ANDRADE; CARMO, 2006).

Entre os ácidos graxos poliinsaturados,o ômega 3 é considerado como composto funcional, pois a sua ingestão na dieta além de suprir a nutrição básica para o organismo também promove ação anti inflamatória e redução do colesterol LDL (BALDISSERA et al., 2011). Assim como o ômega 3, alimentos que possuem componentes bioativos como a isoflavona, o licopeno, o betacaroteno, probióticos, prebióticos e outros, são classificados como alimentos funcionais, os quais são de grande importância para saúde humana porque além de nutrir fornecem substâncias capazes de trazer resultados positivos sobre a redução de riscos para algumas doenças (RONCONI, 2009).

Com o passar do tempo o padrão alimentar mudou e atualmente observa-se o consumo de altos níveis de gordura saturada devido à praticidade dos alimentos industrializados e processados, influenciando diretamente na ocorrência de doenças como diabetes, obesidade, câncer,doenças crônicas não transmissíveis e outras (ANDRADE; CARMO, 2006). Com o intuito de melhorar os hábitos e prevenir o surgimento de doenças, os alimentos funcionais têm posição de destaque, e através de estudos é possível entender sua ação e seus benefícios, pois a baixa ingestão de alimentos fontes de ômega 3, classificados como funcionais, acelera o processo de envelhecimento e aumentam a probabilidade de desenvolvimento de doenças degenerativas e cardiovasculares (VIDAL et al., 2012).

Desta forma o objetivo deste trabalho é avaliar a importância do ácido graxos poliinsaturado da família ômega 3 na saúde humana, assim como sua introdução na dieta como alimento funcional, sua relação com o ômega 6 e os benefícios proporcionados a favor da prevenção de doenças.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ALIMENTOS FUNCIONAIS

Costa e Rosa (2010) definem alimentos funcionais como compostos bioativos presentes em alimentos de uma dieta normal, os quais têm a capacidade de promover além de suas funções nutricionais outros benefícios fisiológicos e metabólicos ao organismo. O termo funcional é aplicado ao alimento que proporciona algum benefício adicional ao indivíduo que o consome, ou seja, satisfaz além das necessidades básicas, salientando que sua ingestão deve ser constante e associada ao aumento do consumo de frutas, verduras, cereais integrais e alimentos ricos em ômega 3 (VIDAL et al., 2012).

No estudo de Pacheco e Sgarbieri (2001), concluiu-se que os alimentos funcionais podem ser qualquer alimento formulado ou natural, contanto que possua uma ou mais substâncias capazes de atuar no metabolismo ou na fisiologia humana, dessa forma eles defendem como função desses alimentos a melhoria das condições de saúde, promoção do bem estar, prevenção do aparecimento precoce de doenças degenerativas e a permissão do aumento da longevidade com qualidade de vida.

Para um alimento ser considerado funcional ele precisa demonstrar um ou mais benefícios à saúde física ou redução de riscos a patologias, no entanto não são indicados para tratamento ou cura de doenças (BALDISSERA et al., 2011). Para Ronconi (2009) seu papel é atuar na prevenção e promoção de saúde.

O aumento da incidência das doenças crônicas e a busca por uma melhor qualidade de vida despertou o interesse por alguns alimentos que além de suprir os nutrientes básicos para o organismo também auxiliam na prevenção de doenças, eficiência que vem sendo comprovada através de evidências científicas, consequentemente os consumidores se certificam cada vez mais da relação existente entre saúde e nutrição (VIDAL et al., 2012).

De acordo com Roberfroid (2002), algumas características devem ser consideradas ao que se refere aos alimentos funcionais como, ser um alimento convencional e estar presente na dieta, fornecer efeitos positivos e nutrientes além do necessário para manutenção das funções do organismo, promover qualidade de saúde incluindo desempenho físico, psicológico e comportamental além de ter comprovação científica.

A Foodand Drug Administration American Dietetic Association (FDA) e a European Commission Concert Action Functional Food Science (FUFOSE), não fornecem uma definição legal para alimentos funcionais, porém afirmam o fornecimento de benefícios adicionais que promovem saúde e reduzem os riscos de doenças, sendo o Japão o único a legalizar uma categoria distinta para essa classe de alimentos, o que favorece ao avanço do mercado alimentar funcional (BALDISSERA et al., 2011). 

Com o aumento da procura desses produtos no mercado foi necessário a elaboração de normas e padrões para regulamentar a identidade e a qualidade dos produtos, destacando-se no Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que aprovou a Resolução n. 18, de 3 de dezembro de 1999, responsável pelo estabelecimento das diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos (GIANEZINI et al., 2012). Na legislação brasileira não é permitido fazer referência aos alimentos funcionais como os responsáveis pela cura ou prevenção de doenças, porém ela defende que a propriedade funcional está relacionada ao papel metabólico ou fisiológico atuando no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano (BRASIL, 1999).

As substâncias presentes nos alimentos funcionais que fornecem os benefícios e atuam na prevenção de doenças ou melhoramento das funções fisiológicas são chamados de ingredientes nutracêuticos (BALDISSERA et al., 2011). Os carotenóides, flavonóides, probióticos, fibras, e o ácido graxo ômega 3, são algumas das substâncias bioativas que dão funcionalidade aos alimentos fontes (VIDAL et al., 2012). 

Os carotenóides estão presentes em alimentos de pigmentação amarela, vermelha ou laranja, sendo os grupos mais conhecido o betacaroteno, licopeno e luteína, potentes antioxidante atuam no combate de doenças cardiovasculares, na saúde da visão, reduz níveis de colesterol e no sequestro de radicais livres (BALDISSERA et al., 2011; VIDAL et al.,2012), alguns também agem na resposta imunológica, na redução de câncer e de doenças crônicas não transmissíveis (COSTA; ROSA, 2010; MORAES; COLLA, 2006). 

Os flavonóides são substâncias encontradas nos vegetais, porém não apresentam características nutricionais, tais como as isoflavonas e os ácidos fenólicos da soja, polifenóis e catequinas no chá, antiocinas da uva e outros, sendo de ampla distribuição na natureza (COSTA; ROSA, 2010). São altamente oxidantes e tem papel antiinflamatório, além de atuar na prevenção de câncer, diarréias e na amenização dos sintomas da menopausa, tendo como principais fontes alimentares, uvas, açaí, soja, maçã e outros (VIDAL et al., 2012).

De acordo com Moraes e Colla (2006) probióticos são microrganismos vivos introduzidos na dieta em forma de alimento como iogurtes, leites fermentados ou em forma de suplementos específicos, administrados em quantidades adequadas para assegurar os benefícios à saúde do hospedeiro, tendo como função melhorar o desenvolvimento da flora microbiana intestinal, com o intuito de prevenir as infecções entéricas e gastrointestinais, sendo os probióticos mais utilizados os dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium.

As fibras podem ser encontradas no geral na aveia, nas leguminosas (feijões, ervilha, lentilha), no centeio, cevada e frutas com casca, no entanto deve-se salientar que é preciso a ingestão suficiente de água e líquidos em geral para que a eficiência de suas funções propicie benefícios, como o bom funcionamento intestinal, a redução do risco para câncer de cólon, sensação de saciedade e auxílio no controle da glicemia (RONCONI, 2009). Podem ser classificadas em solúveis e insolúveis; as solúveis contribuem para a redução dos níveis de colesterol, combate a obesidade e retardo na absorção de glicose, já as insolúveis têm como funções, acelerar o trânsito colônico, aumento do bolo fecal, prevenção da constipação intestinal e o do câncer colorretal (VIDAL et al., 2012).

Os ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 tem como principais fontes, os peixes de água fria como sardinha, salmão, atum e arenque, sua ingestão promove benefícios como a redução da hipercolesterolemia. Seus principais compostos funcionais são os ácidos graxos eicosapentaenóico (EPA) e o docosahexaenóico (DHA), precursores das prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos que possuem ação anti inflamatória, anticoagulante e vasodilatadora (MORAES; COLLA, 2006).

O ômega 6 é representado pelo ácido linoléico, o qual não pode ser sintetizado no organismo, portanto devem ser incluídos na dieta, lembrando que ambos são classificados como ácido graxo insaturados (CASA-NOVA; MEDEIROS, 2011). Para Barbosa et al., (2007) a substituição da gordura saturada pela insaturada irá influenciar na redução do colesterol sanguíneo e no surgimento de doenças crônicas não transmissíveis.

Embora haja uma busca constante por melhoria de vida através da alimentação e exista uma grande disponibilidade de produtos naturais no mercado, muitos deles funcionais, os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-2003 realizada pelo IBGE em domicílios do Mato Grosso do Sul, observou-se um baixo consumo per capita anual de hortaliças, frutas e pescados, com isso, é possível afirmar que a desinformação pode ser um obstáculo para inserção dos alimentos funcionais a dieta, em que até pessoas de baixa renda tem a possibilidade de adquiri-los, uma vez que os alimentos processados são de custo mais elevado comparado as frutas e hortaliças (BASCHO; BIN, 2010).

Entretanto, os consumidores estão aumentando suas atenções para esse tipo de alimento, Costa; Rosa (2010) concluiu que os alimentos funcionais representam atualmente 15% desse mercado, que cresce 20% ao ano, embora seja uma área promissora há um grande desafio pela frente, conquistar e fidelizar o consumidor quanto às suas alegações funcionais.

2.2 ÁCIDOS GRAXOS

A composição de gordura da dieta é representada 95% por triglicerídeos e o restante constituído por outras formas de lipídeos, como fosfolipídeos, ácidos graxos livres, colesterol e fitosteróis, os quais passam por um processo complexo de digestão e absorção, iniciado no estômago e passando pelo intestino delgado, onde ocorre a maior parte de sua metabolização (VAZ et al., 2014).

Estruturalmente a maioria das gorduras são formadas por 3 moléculas de ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol, conhecida como triacilglicerídeos (MOREIRA; CURI; MANCINI FILHO, 2002). O grupo mais abundante de lipídios nos seres vivos são os ácidos graxos, compostos derivados dos ácidos carboxílicos, em que o determinante para a sua classificação é o tamanho da cadeia hidrocarbônica, o número e a localização das ligações duplas (VOET; VOET; PRATT, 2002).

A síntese dos ácidos graxos pode ocorrer na maioria das vezes no organismo através do processo de alongação ou dessaturação, e após a finalização do processo de absorção, transporte e síntese, os ácidos graxos estão disponíveis para atuar como fonte de energia, na estruturação das membranas e como precursores de eicosanóides no caso de ácidos graxos essenciais (VAZ et al., 2006).

Nos vegetais terrestres e marinhos, o ácido graxo é sintetizado com o auxílio de precursores simples, já os peixes e outros animais convertem os ácidos graxos em poliinsaturados através de alongação ou dessaturação, no entanto, os mamíferos só conseguem fazer esse processo de alongar e dessaturar a partir de precursores que devem estar presentes na constituição de sua dieta nutricional (SOUZA; ANIDO; TOGNON, 2007).

De acordo com o grau de instauração podemos classificá-los em ácido graxo saturado, o qual possui apenas ligações simples e que em temperatura ambiente apresenta-se em forma sólida e está presente na gordura animal, no coco, cacau, sendo o ácido palmítico o mais abundante, no entanto, sua ingestão acima dos valores recomendados, provoca o aumento plasmático do colesterol e do LDL quando comparado ao ácido graxo poliinsaturado (LOTTENBERG, 2009). O ácido graxo monoinsaturado possui apenas uma ligação dupla na cadeia e o ácido graxo poliinsaturado com duas ou mais ligações duplas, sendo eles os mais indicados visto que auxiliam na redução dos níveis colesterol LDL no organismo (MOREIRA; CURI; MANCINI FILHO, 2002). 

A introdução da gordura hidrogenada na dieta moderna acarretou no aumento do consumo de gordura trans, sendo de conhecimento a relação entre o consumo dessa gordura com o aumento dos níveis de LDL e redução do HDL, consequentemente há uma influência direta com o aumento de doenças cardiovasculares (VAZ et al., 2006).

Dentre os benefícios da ingestão de ácidos graxos insaturados na dieta podemos citar o aumento do HDL, redução do LDL, como também facilitar para que ocorra sua oxidação, além de reduzir os níveis plasmáticos dos triglicerídeos (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002; COSTA; ROSA, 2010). O papel do LDL é transportar o colesterol proveniente do fígado para os tecidos periféricos e o HDL faz o caminho reverso para que haja a oxidação do colesterol, portanto o excesso de LDL na circulação acarreta danos como o surgimento de placas de ateromas e lesões ateroscleróticas (LOTTENBERG, 2009).

Entre os ácidos graxos poliinsaturados essenciais podemos citar o ácido linoléico que é representante do ômega 6 e tem como fonte principal as sementes oleaginosas como a soja, milho, castanha e outros. O ácido alfa-linolênico, representante do ômega 3 é encontrado principalmente em plantas e animais de origem marinha, os quais são capazes de formar novos metabólitos através de reações de alongamento e dessaturação como o ácido araquidônico, o ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) que participam de vários processos fisiológicos e patológicos, além de atuarem como potentes reguladores da função celular (CASANOVA ;MEDEIROS, 2011).

Sendo assim, as principais funções dos ácidos graxos é o depósito de energia e o ajustamento das membranas, atuando também como precursor de substâncias como a prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos (SUÁREZ-MAHECHA et al., 2002; MARTIN et al., 2006).

 ÔMEGA 3

O ácido graxo ômega 3 integra a classificação dos ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, o qual apresenta a primeira ligação dupla entre o terceiro e o quarto carbono da cadeia, fazendo-se necessário sua ingestão pois os seres humanos não podem sintetizá-los, portanto, precisam obtê-los a partir da ingestão dietética sendo assim classificados como ácidos graxos essenciais (SUÁREZ-MAHECHA et al., 2002). 

É considerado como um alimento funcional, podendo ser encontrado em alimentos fontes ou em forma de suplementos, como cápsulas de óleo de peixe, age no organismo com o objetivo de reduzir o risco de danos vasculares, através da diminuição dos níveis de colesterol LDL e VLDL e de evitar a formação de trombos e aterosclerose por processos inflamatórios (VAZ et al., 2014). Embora as taxas de ômega 3 sejam baixas entre os vegetais devido seu baixo teor lipídico, recomenda-se o consumo de hortaliças, como, agrião e espinafre, cereais como a linhaça e a aveia, e leguminosas, como a lentilha e a soja, no entanto suas maiores concentrações ocorre em peixes de origem marinha, quando comparados aos peixes de origem continental (MARTIN et al., 2006).

Entre os mais importantes ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 de cadeia longa podemos citar o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA), os quais podem ser biossintetizados através de sistemas enzimáticos de alongamento e dessaturação que ocorrem a partir do precursor ácido alfa-linolênico, no entanto os tecidos humanos capazes de sintetizá-los são apenas os do fígado, gônadas, o cérebro e o tecido adiposo (LIMA et al., 2004).

Nós seres humanos tanto o ácido eicosapentaenóico (EPA) como o ácido docosahexaenóico (DHA) são sintetizados a partir do ácido alfa-linolênico, além disso, é importante saber que o DHA está presente na maioria das membranas celulares do cérebro e da retina exercendo papel importante nos processos de formação, desenvolvimento e funcionamento dos mesmos (MARTIN et al., 2006).

A ingestão inadequada de ômega 3 (DHA e EPA) tem relação direta com anormalidades no desenvolvimento do sistema visual em recém-nascidos, visto que representam um terço da estrutura de lipídios no cérebro, assim como no processo de envelhecimento com o aumento do estresse oxidativo que provoca a redução do DHA e do ácido araquidônico, resultando no aumento na proporção de colesterol no cérebro aumentando os risco de  ocorrer doenças de Alzheimer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica  (MORAES; COLLA, 2006; MARTIN et al., 2006).

Barbalho et al., (2011) afirmam que a inclusão na dieta do DHA e o EPA, pode influenciar na estrutura lipídica das membranas celulares e nas respostas fisiológicas que dependem destas membranas, o que irá colaborar na redução dos processos inflamatórios e na incidência de doenças relacionadas à inflamação.

A composição da membrana fosfolipídica das células e o sistema nervoso central são compostos principalmente pelos ácidos graxo poliinsaturado araquidônico e docosahexaenóico (DHA), sendo que o DHA também é abundante na membrana fotorreceptora da retina (KUS; FILHO, 2010). O EPA está relacionado diretamente com a saúde cardiovascular e o DHA com cérebro e sistema visual (MARTINS et al., 2008)

Juntos o DHA e EPA atuam no metabolismo dos triglicerídeos, na excitabilidade cardíaca, na pressão arterial, na função plaquetária e endotelial, em níveis de estresse oxidativo, de citocinas pró-inflamatórias na função imune, no entanto, eles diferem-se nos efeitos de suas atividades protetoras em que o DHA apresenta efeitos benéficos maiores que o EPA na redução de lipídios e lipoproteínas, na pressão sanguínea, na variabilidade da frequência cardíaca e no controle da glicemia (VAZ et al., 2014).

Os peixes marinhos, a carne de gado de pasto e os ovos de galinha caipira são fontes diretas de ômega 3, porém sendo encontrados em proporções diferentes em tais fontes alimentares (BARBALHO et al., 2011). 

O ômega 3 obtido da semente de linhaça é sintetizado pelo organismo a partir do ácido alfa-linolênico (ALA) presente em tal fonte, cerca de 40% da linhaça é de lipídios, dos quais aproximadamente 57% são compostos de ALA,que ao ser metabolizado produz EPA e DHA, ambos da família ômega 3, precursores de eicosanóides anti-inflamatórios (COSTA; ROSA, 2010). O consumo de óleo de linhaça proporciona aumento da concentração de ácido alfa linolênico no plasma, o que acarreta na conversão e aumento dos teores de EPA e DHA nas plaquetas (MARTINS et al., 2008). Costa; Rosa (2010) citam a eficiência da linhaça na redução da fração do LDL e triglicerídeos, como também na promoção do aumento do ômega 3 no plasma, na LDL e no tecido adiposo.

Os óleos provenientes de peixes possuem alta concentração de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa ômega 3, e chegam a representar cerca de 26% do óleo obtido (MOURA et al., 2006).

Suárez-Mahecha et al., (2002) citam em seu trabalho que peixes de cultivo em água doce contém uma concentração maior de ômega 6 do que de ômega 3, com isso têm-se recomendado a suplementação das rações específicas para que haja o aumento dos níveis de ômega 3, especialmente EPA e DHA, e então esses valores possam se assemelhar aos encontrados em peixes de ambiente marinho natural, além disso peixes em habitat natural consomem mais ômega 3 devido a sua dieta ser rica em fitoplânctons ricos em ácidos alfa-linolênico, diferente dos peixes de cultivo, que tem como fonte alimentar as oleaginosas, com isso nota-se ao que se refere a dieta adequada dos peixes que o custo é levado mais em questão,  do que os valores nutricionais da carne do peixe para o consumidor.

Luz et al. (2012) citam a melhora da homeostasia da glicose como um benefício da ingestão do ômega 3, envolvendo diversos mecanismos moleculares, tais como a estimulação da via de sinalização da insulina. Tem papel importante na manutenção das condições normais das membranas celulares, das funções cerebrais, da retina e da transmissão de impulsos nervosos (MARTIN et al., 2006).

De acordo com Monteiro (2007) a American Heart Association recomenda que adultos consumam pelo menos duas vezes por semana peixes gordos como cavalinha e atum por serem ricos em ácidos graxos poli insaturados como ômega 3, EPA e DHA; pacientes com doenças cardiovasculares deve ingerir 1g de EPA e DHA por dia, seja por fonte alimentar ou por suplementação; pacientes com hipertrigliceridemia que fazem suplementação de 2 a 4g de EPA e DHA têm redução de 20% a 40% dos níveis de triglicerídeos.

3 METODOLOGIA

Essa pesquisa foi desenvolvida seguindo os preceitos do estudo exploratório, pois segundo Gil (2007), a pesquisa exploratória possui como característica o levantamento de literaturas referentes ao tema abordado. A pesquisa caracteriza-se como descritiva com uma abordagem quantitativa e quantitativa. Para Hymann (1967), a pesquisa é caracterizada como descritiva, quando descreve um fenômeno e ocorre o registro de maneira fiel ao ocorrido.
                  Essa pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de livros, monografias, dissertações, teses e artigos científicos.

As fontes que forneceram as respostas adequadas à solução do problema proposto serão divididas da seguinte forma:

a) Os livros seguiram o preceito de auxiliarem no desenvolvimento da melhor compreensão da abordagem da temática proposta, podendo ser em idioma português ou inglês, disponíveis na biblioteca da Instituição Faculdade de Ilhéus – CESUPI ou em outras instituições de ensino superior, publicados no período de 1990 a 2014.

b) Artigos científicos sobre a temática foram acessados nas bases de dados Scielo, BDENF, LILACS, MEDLINE, PUB MED, Portal Periódico Capes, Google Acadêmico publicados nos últimos 20 anos (1994 a 2014). Sendo utilizados artigos nacionais e internacionais, disponíveis online em texto completo. 

c) A busca por monografias, dissertações e teses auxiliaram na melhor compreensão do tema de estudo e foram acessadas no banco de dissertações e teses do portal periódico Capes; as monografias foram acessadas em bibliotecas das instituições de ensino superior da região onde o estudo foi desenvolvido. 

Para a seleção das fontes, foram consideradas como critério de inclusão as bibliografias que abordam a temática, e foram excluídas aquelas que não atenderam a temática.

A coleta de dados seguiu a seguinte premissa:

a) Leitura Exploratória de todo o material selecionado (leitura rápida que objetiva verificar se a obra consultada é de interesse para o trabalho);

b) Leitura Seletiva (leitura mais aprofundada das partes que realmente interessam);

c) Registro das informações extraídas das fontes em instrumento específico (autores, ano, método, resultados, discussões e conclusões).

Nesta Etapa foi realizada uma leitura analítica com a finalidade de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas possibilitaram a obtenção de respostas ao problema da pesquisa.

Estas duas categorias que emergiram das etapas anteriores e foram analisadas e discutidas a partir do referencial teórico relativo à temática do estudo.

Houve o comprometimento em citar os autores utilizados no estudo respeitando a norma brasileira de referências regulamentada pela NBR 6023-2002 que dispõe sobre os elementos a serem incluídos e orienta a compilação e produção de referências. Os dados coletados serão utilizados exclusivamente com finalidade científica.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a acelerada industrialização um turbilhão de mudanças vem ocorrendo nos hábitos alimentares, sabendo que a escolha do alimento tem relação direta com o estilo de vida é preocupante esses novos costumes (FRANÇA et al.,2012). Esse novo estilo de vida baseia-se no consumo de dietas hipercalóricas, preferencialmente ricas em gorduras saturadas e carboidratos, características da dieta ocidental, a qual acarreta conseqüências como o desencadeamento das doenças crônicas não transmissíveis, porém a substituição de 5% do valor calórico total de ácidos graxos saturados por ácido graxo poli-insaturado pode ocasionar 10% de redução de risco cardiovascular (RODRIGUES; ARAÚJO, 2008; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013).

Como conseqüência da tentativa de se adequar ao ritmo acelerado do dia a dia, nas última décadas houve uma intensa mudança no perfil alimentar, sabendo disso ao comparar a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2008-2009 com a pesquisa de 2002-2003 foi possível notar um aumento na proporção de alimentos industrializados como embutidos (de 1,78% para 2,2%), refrigerantes (de 1,5% para 1,8%) e refeições prontas (de 3,3% para 4,6%) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013; FRANÇA et al., 2012). Então é possível observar que na população ocidental houve um aumento do consumo de óleos vegetais ricos em ômega 6 e uma redução do consumo de alimentos ricos em ácidos graxos ômega 3 como peixes de águas frias, óleos de peixes, de linhaça e canola (SUÁREZ-MAHECHA, 2002).

Para Kayseret al., (2010), a dieta ocidental é rica em gorduras saturadas e trans, na qual 30% a 40% das calorias na dieta é proveniente das gorduras e em torno de 300mg de colesterol, além disso nota-se um aumento do consumo de óleo de soja conferindo um alto teor de ômega 6 em relação ao ômega 3, hábitos que são responsáveis pelo aumento de ações aterogênicas e risco de doenças cardiovasculares e dislipidemias, como o que ocorre nos Estados Unidos que tem uma média de consumo na proporção entre ômega 3 e ômega 6 de 1:20-30  (VAZ et al., 2006; BARBOSA et al., 2007; LOTTENBERG, 2009;SANTOS; BORTOLOZO, 2008).

Com a hidrogenação dos óleos vegetais ocorre o surgimento dos ácidos graxos trans, o qual em ingestão excessiva acarreta malefícios à saúde devido às alterações no aumento do colesterol, elevando o LDL e reduzindo o HDL de forma similar à das gorduras saturadas, responsável pelo surgimento de doenças cardiovasculares (RAMOS; RAMOS, 2005; RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002). De acordo com Merçon (2010) a gordura trans além de causar alterações nos níveis de colesterol também pode provocar a inibição da ação de enzimas de dessaturação, com efeitos na saúde materno infantil, resultando no  retardo do crescimento  intra-uterino  e  o  retardo  no  desenvolvimento  cerebral. Estudo  sugere que  o  aumento  de  2%  de  gordura trans  está  associado  com  o  aumento  de  1,25  do  risco  de  desenvolvimento  de  doenças coronarianas (COSTA; BRESSAN; SABARENSE, 2006).

Ao que se refere à ingestão de gordura e colesterol sempre se chamou atenção para a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, onde segundo o Ministério da saúde (2011) trata-se do problema de saúde de maior magnitude no Brasil, correspondendo a 72% das mortes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde as DCNT constituem-se um sério problema de saúde pública, responsáveis por 58% das mortes ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doenças (VAZ et al., 2014; FRANÇA et al., 2012).

De acordo com a IV Diretriz Brasileira de Dislipidemia e prevenção de Aterosclerose a ingestão de ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 em altas doses (4 a 10g/dia) podem reduzir os triglicerídeos e aumentar o HDL discretamente, no entanto também pode aumentar o LDL, contudo a Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que a suplementação de 1g/dia de ômega-3 em portadores de doença arterial coronária reduz em 10% os eventos cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).

Na dieta ocidental estima-se que a relação do ômega-6 e ômega-3 sejam de 15-20:1, sendo que dos lipídios ingeridos na dieta estima-se um consumo de 3g/dia de ômega 3, onde pelo menos 1g seja de EPA ou DHA, a recomendação atual do consumo é de uma relação ômega 6/3 de 5:1 (NOVELLO; FRANCESCHINI; QUINTILIANO, 2008; BORGES et al., 2014). Como o ômega 3 e 6 competem  pelas mesmas enzimas nas  vias metabólicas indica-se um consumo balanceado destes ácidos graxos na dieta, o que não se observa na dieta ocidental , a qual contém cerca de 10 vezes mais ácido linoléico que alfa-linolênico (KAYSER et al., 2010). O excesso de ômega 6 acarretará na redução do metabolismo de ômega 3, resultando no déficit de seus metabólitos e provocando o surgimento de doenças crônicas (SANTOS; BORTOLOZO, 2008).

Com a urbanização e o avanço da industrialização houve um aumento na ingestão de calorias, gordura saturada e trans, colesterol, consequentemente afetou a qualidade dos alimentos e influenciou no surgimento e agravamento de patologias, tanto no desenvolvimento de doenças crônicas quanto no estado nutricional, de modo geral está havendo o predomínio da dieta ocidental visto que há um aumento pela procura de refeições rápidas e fora de casa com refrigerantes, salgados e sanduíches a qual é caracterizada por alta concentração de ômega 6 (TARDIDO; FALCÃO, 2006).

Foi na década de 70 os primeiros estudos sobre os efeitos do ômega 3, quando ao comparar a  incidência de morte por doença cardiovascular em dinamarqueses com as ocorrências entre esquimós da Groenlândia, notou-se baixo óbito entre os esquimós, resultado que levou os pesquisadores a concluírem que essa diferença teria relação com a gordura ingerida pela população da Groenlândia, dieta rica em gordura, porém proveniente de peixes e mamíferos marinhos que continham  cinco vezes mais ácidos graxos ômega 3 do que a dieta dinamarquesa, com isso houve evidências que os ácidos graxos ômega 3 podiam desempenhar um papel importante em doenças cardiovasculares (SANTOS; BORTOLOZO, 2008).

Os esquimós têm como base alimentar os frutos do mar, fontes de ácidos graxos poliinsaturados, que tem papel na prevenção de diversas doenças crônicas nas quais a inflamação tem papel central na patogênese, sendo assim eles apresentam os menores índices de doenças cardiovasculares, ateroscleroses, artrite, hipertensão e trombose, além de baixa incidência de asma, psoríase e doenças auto-imune (MARTINS et al., 2008; BORGES et al., 2014).

Os países do oriente e do mediterrâneo apresentam menor taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares ao comparado com países do ocidente, principalmente os Estados Unidos, isso se deve ao consumo de dietas menos calóricas e lipídicas e muito mais ricas em vitaminas e fibras, além disso, nos Estados unidos, Canadá e outros países da Europa o consumo de ácidos graxos trans é bem maior do que no Japão e em países do Mediterrâneo (FERRARI; TORRES, 2012; CARRAGETA, 2014).

Estima-se que o consumo de gordura trans no Japão seja de 1,56 g/dia enquanto na Europa seja de 0,1­5,5 g/dia, tal diferença deve se ao peculiar hábito da população japonesa de consumir alimentos ricos em ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados em alta quantidade (COSTA; BRESSAN; SABARENSE, 2006).

Ao contrário dos ocidentais os povos mediterrâneos têm como característica uma dieta rica em vegetais e fruta, pão de trigo ou outros cereais pouco refinados, azeite e peixe, sendo pobre em gorduras saturadas e rica em gordura monoinsaturada, ácido graxo ômega 3 e fibra alimentar, o que resulta em grande influência sobre o perfil de morbimortalidade por doenças cardiovasculares e câncer, com incidência menor nos países do Mediterrâneo e Oriente em relação aos Estados Unidos (FERRARI; TORRES, 2012; CARRAGETA, 2014). Sendo assim essa dieta é considerada a melhor do mundo visto que possui a mais baixa taxa de mortalidade por doenças cardíacas da Europa (CARRAGETA, 2014).

A dieta mediterrânea se baseia em uma alimentação rica em ácidos graxos monoinsaturados presente em alimentos como o óleo de oliva, extremamente benéficos à saúde e bastante ingerido nessas regiões, é capaz de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e de certos tipos de cânceres, elevando a expectativa de vida das populações, sendo assim as revisões sistemática e as análises dos estudos epidemiológicos e ensaios randomizados vem pra reforçar que a aderência a esse padrão dietético associa-se a um aumento de 1,17 mg/dL de HDL e redução de 6,14 mg/dL de triglicérides (FERRARI; TORRES, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013).

Entre os anos de 2005 e 2006 Panagiotakos et al. (2007) acompanharam os hábitos alimentares de indivíduos acima de 65 anos nas Ilhas Mediterrâneas através da aplicação de questionários, onde 90% dos participantes afirmaram consumir peixes pelo menos 1 vez por semana nos últimos 30 anos, então observaram que aqueles que tinham o hábito de consumir mais peixes apresentavam uma probabilidade 13% menor de ter hipertensão do que os demais e 14% menor de adquirir diabetes.

Barbosa et al. (2007) afirmam que o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis tem mais relação com qualidade de lipídeos ingerida do que a quantidade, com isso percebe-se que a redução de gordura saturada e o aumento na ingestão de ácidos graxos das séries ômega 3 e 6 pode prevenir o seu surgimento. 

Em uma análise do consumo de lipídeos entre os povos mediterrâneos e países como Estados Unidos e Holanda notou-se um consumo similar, 40%, porém a incidência de doenças crônicas não transmissíveis era menor entre os povos do mediterrâneo visto que sua gordura era proveniente do azeite ao contrário do que ocorria nos outros países que eram de origem animal (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002). Para Costa, Bressan e Sabarense (2006) a diferença entre o padrão alimentar dos mediterrâneos com os europeus se dá pelo baixo  consumo  de  alimentos  ricos  em  ácidos  graxos  trans e um elevado consumo de ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados.

Pesquisadores acompanharam o estilo de vida de idosos de 11 países europeus durante 10 anos e observaram que os indivíduos que aderiram à dieta mediterrânea, à prática de atividade física e redução do consumo de álcool tiveram uma redução de 50% da mortalidade relacionada à doenças cardiovasculares (CARRAGETA, 2014).

De acordo com Vaz et al. (2014) estudos comprovam que indivíduos com ingestão de 3g a 4g diárias de ômega 3 apresentam redução na  síntese de  substâncias pró-inflamatórias melhorando a sensibilidade à insulina em até 38%, porém em um estudo realizado por Novello, Franceschini e Quintiliano (2008) com pacientes  com  diabetes mellitus foram feitas suplementação de 6g de ômega 3 por 6 meses, no entanto não houve alteração significativa na glicose sanguínea. Sabendo que pessoas obesas apresentam altos níveis de marcadores inflamatórios Vaz et al. (2014) indicam a suplementação de ômega 3 a qual agirá como antiinflamatório, o que vai impedir a progressão da lesão  aterosclerótica e a progressão de doenças cardiovasculares.

No estudo randomizado realizado por Andrade, Ribeiro e Carmo (2006) onde nadadores de elite receberam óleo de peixe durante 45 dias, notou-se que a suplementação com óleo de peixe ocasionou efeito hipocolesterolêmico, com redução nos teores sanguíneos de VLDL, LDL e colesterol total, o mesmo defendido por Martins et al. (2008) que acreditam que o ácido graxo ômega 3 tem o papel de atuar na alteração dos indicadores bioquímicos do metabolismo lipídico.

Resultados semelhantes podem ser notados no estudo realizado por Monteiro (2007) onde o grupo placebo apresentou aumento dos índices de triglicerídeos e redução da concentração de HDL. De maneira similar, outros estudos vêm sendo realizados, e também evidenciaram que o ácido graxo ômega 3 tem efeito hipotrigliceridêmico, sendo que em uma análise de 72 estudos controlados por placebo houve suplementação de 1 a 7g diárias de EPA e DHA por, no mínimo, duas semanas, então foi possível notar que as concentrações plasmáticas de triglicerídeos foram reduzidas de 25 a 30% em geral (ANDRADE; RIBEIRO; CARMO, 2006).

Com o intuito de avaliar a presença de lesões ateroscleróticas nas artérias coronárias Mc Laughilinet al. (2005) analisaram 245 cadáveres sendo que desses 130 eram nativos do Canadá e 115 não eram nativos, como resultado observou-se uma maior concentração de ômega 3 no tecido adiposo dos indivíduos nativos quando comparado aos indivíduos não nativos, os quais apresentavam maior concentração de ômega 6, sendo que 75% dos nativos viviam em áreas rurais e tinham como hábito o consumo de peixes ricos em ômega 3 e os não nativos 84% viviam em áreas urbanas e assim consumiam menor quantidade de peixes.

Novello, Franceschini e Quintiliano (2008) discorrem sobre a possibilidade de haver relação entre a concentração plasmática de ômega 3 e pressão sangüínea, com isso eles relatam um estudo onde  houve  diminuições  de  6 mmHg  na pressão  sanguínea  sistólica  e  3 mmHg na  pressão  sanguínea  diastólica como resultado da suplementação de óleo de peixe, porém acredita-se que a suplementação com óleo de peixe não mudou a pressão sangüínea nos indivíduos mas seria  importante  do  ponto  de  vista  de prevenção primária.

Segundo Sant’Ana (2004) as recomendações das proporções de ômega 3 e 6 podem variar bastante, como ocorre nos países da Alemanha e Suécia onde o recomendável é de uma ingestão por meio da dieta de ômega 6/ômega 3 na razão de 5:1, a Food and Agricultural Organization (FAO) estabelece uma ingestão de w6/w3 na razão de 5-10:1, no Japão a ingestão é mais rigorosa na razão de w6/w3 de2:1, porém alguns órgãos acreditam ser mais eficiente estabelecer níveis de Ingestão Adequada (IA) para os ácidos graxos individualmente como a sociedade de cientistas chamada International Society for the Study of Fatty Acids and Lipids (ISSFAL) que estabeleceu para o ácido linoléico uma IA de 4,44 g/dia, para o ácido linolênico 2,22 g/dia, e ainda, para o consumo dos ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico de 0,65 g/dia.

Um estudo realizado com mulheres com o intuito de analisar a frequência do consumo de peixe, a separou da seguinte forma: as que consumiam peixe menos de uma vez por mês, as que consumiam 1 a 3 vezes no mês, uma  vez por semana,  de 2 a 4 vezes por semana e mais do que 5 vezes na semana, e então constataram uma diminuição significativa do risco de morte precoce por doença cardiovascular nas mulheres que mais consumiram peixe (HUT et al., 2002). Outra pesquisa semelhante, a de Daviglus (2004), concluiu que o risco de incidência de morte por doença cardiovascular entre quem consome uma refeição de peixe por semana comparada com quem faz menos de uma refeição por mês, estava associado a uma redução de risco entre 15% a 40%.

Recomendam-se pelo menos duas porções de peixe por semana, sendo que indivíduos com doenças crônicas devam ingerir 1g de EPA e DHA por dia, já os hipertrigliceridêmicos a recomendação é de 2g a 4g por dia, podendo utilizar de suplementos ou alimentos fortificados como pães, leite e ovos já encontrados no mercado, sendo possível observar efeitos associados à redução do risco de mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes em pessoas que consumiram ovo contendo ômega 3 (9,3% ALA, 0,2% EPA, 1,5% DHA) (RAPOSO, 2010).

A comunidade científica apresenta grande interesse pelos ácidos graxos poliinsaturados ômega 3, principalmente EPA e DHA, e isso se deve ao resultado de diversos estudos que comprovam que o consumo de peixe está associado a redução dos coeficientes de morbimortalidade pelas doenças cardiovasculares, entretanto, para apresentar os efeitos benéficos, o consumo do ácido graxo ômega 3 deve estar numa proporção adequada no organismo, AGPI N-6/N-3 entre 3:1 a 5:1 (ANDRADE; RIBEIRO;CARMO, 2006). Os valores recomendados para ingestão diária é de 1,6g/dia para homens e 1,1g/dia para mulheres, já os derivados do ômega 3 o EPA e DHA devem estar na relação 2:1 (GEBAUER et al., 2006).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013) estudos demonstram que as dietas do Mediterrâneo ricas em ácido graxo monoinsaturado causaram redução de 31% no risco de síndrome metabólica, mostraram-se associados à menor risco de doença arterial coronariana e reduziram o risco de eventos cardiovasculares e mortalidade.

Com a modernização veio o sedentarismo, principal fator das doenças crônicas não transmissíveis, no entanto no mediterrâneo não houve um aumento tão significativo, pois sua cultura gastronômica está aliada aos hábitos saudáveis, rica em vitaminas, minerais, fibras, carboidratos complexos e ácidos graxos monoinsaturados, com isso, estudos analisaram a incidência de doenças cardiovasculares e notou-se maior ocorrência nos países industrializados e bem menor na Ilha de Creta, localizada no mediterrâneo, ou seja,essa dieta vem a beneficiar a população com índices mais baixos de doenças crônicas e taxas altas de expectativa de vida (DIAS; FERREIRA, 2013).

5 CONCLUSÃO

Com a globalização as alterações no estilo de vida e hábitos alimentares acarretaram o surgimento e agravamento de patologias como a obesidade, a desnutrição, as dislipidemias, hipertensão, diabetes, cardiopatias e outras. Diante do que foi exposto nessa pesquisa podemos afirmar a necessidade do hábito de uma alimentação saudável para saúde humana, onde os alimentos funcionais servem de estratégia para prevenção e controle de doenças, lembrando que eles não atuam na cura, apenas ajudam o organismo a se fortalecer e se prevenir.

Em uma análise comparativa entre as dietas ocidentais, mediterrânea e oriental concluiu-se que a dieta ocidental apresenta maiores riscos de surgimento das doenças crônicas não transmissíveis devido o alto consumo de ácidos graxos saturados e trans, com elevada taxa de ômega 6 em relação a de ômega 3.

Sendo assim, esse trabalho demonstra a importância da ingestão de uma dieta variada e equilibrada, evitando as gorduras saturadas e trans e dando assim atenção para o balanceamento da ingestão de ômega 6 e 3. Portanto o papel do profissional nutricionista é orientar a sociedade sobre os benefícios que esses hábitos saudáveis proporcionam à fisiologia do organismo, como a redução dos riscos de doenças inflamatórias como a arteriosclerose e cardiovasculares, além da prevenção das doenças crônicas não transmissíveis.

6  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, P. M. M.; RIBEIRO, B. G.;CARMO, M. G. T. Suplementação de ácidos graxos ômega 3 em atletas de competição: impacto nos mediadores bioquímicos relacionados com o metabolismo lipídico. Revista Brasileira Med. Esporte. v. 12, n. 6, p. 339/44, 2006.

ANDRADE, P. M. M.;CARMO,M. G. T. Ácidos graxos n-3: um link entre eicosanóides, inflamação e imunidade. mn- metabólica. v. 8, n. 3, 2006.

BALDISSERA, A. C.; BETTA, F. D.; PENNA, A. L. B.; LINDNER, J. D. Alimentos funcionais: uma nova fronteira para o desenvolvimento de bebidas protéicas a base de soro de leite. Semina: Ciências Agrárias. Londrina, v. 32, n. 4, p. 1497/1512, 2011.

BARBALHO, S. M.; BECHARA, M. D.; QUESADA, K.  R.; GOULART, R. A. Papel dos ácidos graxos ômega 3 na resolução dos processos inflamatórios. Revista Medicina. Ribeirão Preto, v. 44, n. 3, p. 234/40, 2011.

BARBOSA, K. B. F.; VOLP, A. C. P.; RENHE, I. R. T.; STRINGHETA, P. C. Ácidos graxos das séries ômega 3 e 6 e suas implicações na saúde humana. Revista Sociedade Brasileira Alimentação e Nutrição. São Paulo, v. 32, n. 2, p. 129/145, 2007.

BASHO, S. M.; BIN, M. C. Propriedades dos alimentos funcionais e seu papel na prevenção e controle da hipertensão e diabetes. Interbio, v.4, n.1, 2010.

BORGES, M. C.; SANTOS, F. M. M.; TELLES, R. W.;CORREIA, M. I. T. D.; LANNA, C. C. D. Ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e lúpus eritematoso sistêmico: o que sabemos? Revista Brasileira de Reumatologia. v. 54, n. 6, p.459/466, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 18, de 30 de abril de 1999. Aprova o Regulamento Técnico que Estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. Brasília,1999.

Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde.Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília. Série B.2011.

BROWNING, L. M. n-3 Polyunsaturated fatty acids, inflammation and obesity-related disease. Proc. Nutr. Soc., v. 62, n. 3, p. 447/53, 2003.

CARRAGETA, M. O. A dieta Mediterrânica e as doenças cardiovasculares. Revista Factores de Risco. n. 31, p. 24/29, 2014. 

CASA-NOVA, M. A.; MEDEIROS, F. Recentes evidências sobre os ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3 na doença cardiovascular. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, n. 10. 2011.

COSTA, A. G. V.; BRESSAN, J.; SABARENSE C. M. Ácidos Graxos Trans: Alimentos  e Efeitos na Saúde. Archivos Latinoamericanos de Nutrición. v. 56. n. 1, 2006.

COSTA, N. M. B.; ROSA, C. O. B. Alimentos funcionais, compostos bioativos e efeitos fisiológicos. Rio de Janeiro: Rúbio, 2010.

DAVIGLUS, L.M. Accumulated  evidence  on  fish consumption and coronary heart disease mortality -A meta-analysis of cohort studies. Circulation, v.109, p. 2705/2711, 2004.

DIAS, F. L.; FERREIRA, M. P. Dieta mediterrânea: benefícios nutricionais de uma cultura gastronômica. Revista Eletrônica de Nutrição, Alimentos e Gastronomia. v. 1, n. 1, p. 5/17, 2013.

FERRARI, C. K. B.; TORRES, E. A. F. S. Alimentos funcionais: quando a boa nutrição melhora a nossa saúde. Revista Portuguesa de Saúde Pública. v. 20, n.2, p. 31/34, 2002.

FRANÇA, F.C.O.; MENDES, A.C.R.; ANDRADE, I.S.; RIBEIRO, G.S.; PINHEIRO, I.B. Mudanças dos hábitos alimentares provocados pela industrialização e o impacto sobre a saúde do brasileiro. In: I Seminário sobre alimentação e cultura na Bahia. Anais do I Seminário sobre alimentação e cultura na Bahia. UEFS, 2012.

GEBAUER, S. K.; PSOTA, T. L.; HARRIS, W. S; KRIS-ETHERTON, P. M. n-3 fatty acid dietary recommendations and food sources to achieve essentiality and cardiovascular benefits.. Am J Clin. Nutr. v. 83. p.1526/35, 2006.

GIANEZINI, M.; ALVES, A. B.; TECHEMAYER, C. A.; RÉVILLION, J. P. P. Diferenciação de produto e inovação na indústria agroalimentar: a inserção de alimentos funcionais no Brasil. Edição Especial Agronegócios, v. 11, n. 1, p. 9/26, 2012.

HU, F.B; BRONNER L,; WILLETT, W. C.; STAMPFER, M. J.; REXRODE, K. M.; ALBERT, C. M.; HUNTER, D.; MANSON, J. E. Fish  and  omega-3  fatty  acid  intake  and  risk  of coronary heart disease  in women. JAMA, v. 287, p.1815/1821, 2002.

KAYSER, C. G. R.; KREPSKY, L. H.; OLIVEIRA, M. R.; LIBERALI, R.; COUTINHO, V. Benefícios da ingestão de ômega 3 e a prevenção de doenças crônico degenerativas – revisão sistemática. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo, v.4, n. 21, p.137/146, 2010.

KUS, M. M. M.; FILHO, J. M. Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes – Ácidos Graxos. São Paulo: Série de Publicações ILSI Brasil. v. 17. 2010.

LIMA, M. F.; HENRIQUES, C. A.; SANTOS, F. D.; ANDRADE, P. M.  M.; CARMO, M. G. T. Ácido graxo ômega 3 docosahexaenóico (DHA: C22:6 n-3) e desenvolvimento neonatal: aspectos relacionados a sua essencialidade e suplementação. Revista Sociedade Brasileira Alimentação Nutrição. v. 28, p. 65-77, 2004.

LOTTENBERG, A. M. P. Importância da gordura alimentar na prevenção e no controle de distúrbios metabólicos e da doença cardiovascular. Arq. Bras. Endocrinol. Metab.v. 53, n. 5, p. 595/607, 2009.

LUZ, G.; SILVA, S.; MARQUES S.; LUCIANO T. F.; SOUZA C. T. Suplementação de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 reduz marcadores inflamatórios e melhora a ação da insulina em fígado de camundongos. Revista de Nutrição. Campinas, v. 25, n. 5, p. 621/629, 2012.

MARTIN, C. A.; ALMEIDA, V. V.; RUIZ, M. R.; VISENTAINER, J. E. L.; MATSHUSHITA, M.; SOUZA, N.E.; VISENTAINER, J. V. Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Revista de Nutrição. Campinas, v. 19, n. 6, p. 761/770, 2006.

MARTINS, M. B.; SUAIDEN, A. S.; PIOTTO, R. F.; BARBOSA, M. Propriedades dos ácidos graxos poliinsaturados – ômega 3 obtidos de óleo de peixe e óleo de linhaça. Ver. Inst. Ciênc.Saúde. v. 26, n. 2, p. 153/6, 2008.

MCLAUGHLIN, J.; MIDDAUGH, J.; BOUDREAU, D.; C, MALCOM, G.; PARRY, S.; TRACY, R. C.; NEWMAN, W. Adipose tissue triglyceride fatty acids and atherosclerosis in Alaska Natives and non-Natives. Atherosclerosis, v. 181, n. 2, p. 353/362, 2005.

MERÇON, F. O que é uma Gordura Trans? Química Nova na Escola. v. 32, n. 2, p. 78/83, 2010.

MONTEIRO, V. C. B. Avaliação do estresse oxidativo em humanos e em animais suplementados com ácido graxo poliinsaturado ômega-3. 2007. f. 120. Dissertação (Mestrado em Ciências dos alimentos) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 3, n. 2, p. 99/112, 2006.

MOREIRA, N.X.; CURI, R.; MANCINI FILHO, J. M. Ácidos graxos: uma revisão. Revista Sociedade Brasileira Alimentação Nutrição. São Paulo, v.24, p.105/123, 2002.

MOURA, J. M. L. N.; GONÇALVES, L. A. G.; GRIMALDI, R.; SILVA, M. S.; RIBEIRO, A. P. B. Otimização das condições de produção de ésteres etílicos a partir de óleo de peixe com elevado teor de ácidos graxos ω-3. Quim. Nova. v. 29, n. 5, p. 956/959, 2006.

NOVELLO, D.; FRANCESCHINI, P.; QUINTILIANO, D. A. A importância dos ácidos graxos ω-3 E ω-6 para a prevenção de doenças e na saúde humana. Revista Salus, Guarapuava. v.2, 2008.

PACHECO, M. T. B.;SGARBIERI, V. C. Alimentos funcionais: conceituação e importância na saúde humana. In: I Simpósio Brasileiro sobre os Benefícios da Soja e para a Saúde Humana, Londrina. Anais do I Simpósio Brasileiro sobre os Benefícios da Soja e para a Saúde Humana. Embrapa, 2001.

PANAGIOTAKOS, D. B.; ZEIMBEKIS, A.; BOUTZIOUKA, V.; ECONOMOU, M.; KOURLABA, G.; TOUTOUZAS, P.; POLYCHRONOPOULOS, E. Long-term fish intake is associated with better lipid profile, arterial blood pressure, and blood glucose levels in elderly people from Mediterranean islands. Medicinal Science  Monitor, v. 13, n. 7, p. 307/312, 2007.

PERINI, J. Â. L.; STEVANATO, F. B.; SARGI, S. C.; VISENTAINER, J. E. L.; DALALIO, M. M. O.; MATSHUSHITA, M.; SOUZA, N. E.; VISENTAINER, J. V. Ácidos graxos poli-insaturados n-3 e n-6: metabolismo em mamíferos e resposta imune. Rev. Nutr. Campinas, v. 23, n. 6, p. 1075/1086, 2010.

RAMOS, S.; RAMOS, M. E. M. Dieta e risco cardiovascular: ômega 3, óleo de oliva,oleaginosas, o que é fato? Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul. v. 14, n. 6, p. 10/12, 2005.

RAPOSO, F. H. Efeito dos ácidos graxos n-3 e n-6 na expressão de genes do metabolismo de lipídeos e risco de aterosclerose. Revista Nutrição. Campinas, v. 23, n. 5, p. 871/879, 2010.

RIQUE, A. B. R.; SOARES, E. A.; MEIRELLES, C. M. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Rev. Bras. Med. Esporte. v. 8, n. 6, p. 244/54, 2002.

ROBERFROID, M. B. Functional foods: concepts and application to inulin and oligofructose. British Journal of Nutrition. Brussels, v. 87, n. 2, p. 139/143, 2002.

RODRIGUES, M. A.; ARAÚJO, E. P. Avaliação do impacto do consumo da dieta ocidental no IMC de usuários do SUS do município de Piracicaba. In: 6º Amostra acadêmica UNIMEP sobre ciência, tecnologia e sociedade. Anais da 6º Amostra acadêmica UNIMEP sobre ciência, tecnologia e sociedade. UNIMEP. 2008.

RONCONI, A. P. S. Alimentos funcionais em alimentação coletiva: um estudo exploratório no extremo sul catarinense. 2009. 55 f. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Nutrição) – Faculdade de Nutrição de Santa Catarina, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2009.

SANTOS, L. E. S.; BORTOLOZO, E. A. F. Q. Ingestão de ômega 3: considerações sobre potenciais benefícios no metabolismo lipídico. Publ. UEPG Ci. Exatas Terra Ci. Agr. Eng. Ponta Grossa, v. 14, n. 2, p. 161/170, 2008.

SANT’ANA, L. S. Mecanismos bioquímicos envolvidos na digestão, absorção e metabolismo dos ácidos graxos ômega.  RBPS, v. 17, n. 4, p. 211-216, 2004.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol, 2013. v. 100, Supl.3,  40p.

IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol, 2007. v. 88, Supl.1,  19p.

SOUZA, S. M. G.; ANIDO, R. J. V.; TOGNON, F. C. Ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 na nutrição de peixes – fontes e relações. Revista de Ciências Agroveterinárias. Lages, v.6, n.1, p. 63/71, 2007.

SUÁREZ-MAHECHA, H.; FRANCISCO, A.; BEIRÃO, L. H.; BLOCK, J. M.; SACCOL, A.; PARDO-CARRASCO, S. Importância de ácidos graxos polinsaturados presentes em peixes de cultivo e de ambiente natural para a nutrição humana. B. Inst. Pesca. São Paulo, v. 28, p. 101/110, 2002.

TARDIDO, A. P.; FALCÃO, M. C. O impacto da modernização na transição nutricional e obesidade. Revista Brasileira de Nutrição Clinica. v. 21, n. 2, p. 117/24, 2006.

VAZ, D. S. S.; GUERRA, F. M. R. M.; GOMES, C. F.; SIMÃO, A.N. C.; JUNIOR, J. M.A. Importância Do Ômega 3 Para A Saúde Humana: Um Estudo De Revisão. Revista UNINGÁ Rev. v. 20, n. 2, p. 48/54, 2014.

VAZ, J. S.; DEBONI, F.; AZEVEDO, M. J.; GROSS, J. L.; ZELMANOVITZ, T. Ácidos Graxos como marcadores biológicos da ingestão de gorduras. Revista Nutrição. Campinas. v. 19, n. 4, p. 489/500, 2006.

VIDAL, A. M.; DIAS, D. O.; MARTINS, E. S. M.; OLIVEIRA, R. S.; NASCIMENTO, R. M. S.; CORREIA, M. G. S. A ingestão de alimentos funcionais e sua contribuição para a diminuição da incidência de doenças. Ciências Biológicas e da Saúde. Aracaju, v. 1, n.15, p. 43/52, 2012.

VOET, D.; VOET, J.G.; PRATT, C.W. Fundamentals of Biochemistry. Ed New York: Wiley, 2002.


1Graduação em Nutrição pelo Centro de Ensino Superior De Ilhéus – CESUPI (2014), Pós- Graduada em Nutrição Clínica Funcional (2016), e Pós-Graduanda em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – IFES – (2023). Aluna Especial do Programa de Pós Graduação em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2023). Atualmente professora titular da Anhanguera- Bahia.