OFFER OF SPECIALIZED CARE IN NEUROPEDIATRIC PHYSIOTHERAPY IN THE MUNICIPALITY OF BUÍQUE – PE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10241161302
Elaine Alexandre da Silva1
Carolinny Wéllya Bernardo da Silva Nascimento2
Tainná Lima dos Santos3
Wictor Hugo Alves Galindo4
Resumo
Introdução: A busca por serviços especializados de saúde pode fazer com que usuários residentes em municípios de pequeno porte necessitem migrar para cidades maiores ou até mesmo para a capital do estado, como é o caso da busca por atendimento fisioterapêutico em neuropediatria. A dificuldade na informação correta sobre a existência de serviços de suporte locais também podem ser uma das barreiras para a procura desses atendimentos, o que pode sobrecarregar os serviços de referência especializados. Objetivos: Identificar a oferta de atendimento especializado em Fisioterapia Neuropediátrica em um município no interior de PE, a partir da busca de informações sobre a existência de profissionais qualificados e principais dificuldades encontradas nesse processo. Metodologia: Foi exploratória, quantitativa, qualitativa e do tipo estudo de caso. A coleta de dados foi através de questionários aplicados aos pais das crianças, a profissionais que fazem o encaminhamento ao serviço e à coordenação do Centro de Reabilitação Municipal. Resultados: Que há um serviço gratuito municipal, porém não se enquadra como serviço de referência e nem todos os profissionais fisioterapeutas têm formação especializada. Os profissionais médicos costumam encaminhar os pacientes ao serviço de referência regional. Cerca de metade dos pais entrevistados costumam levar seus filhos ao serviço de referência regional e alguns deles afirmam desconhecer o serviço disponível no próprio município. Conclusão: A fim de melhorar o acesso aos serviços de fisioterapia às crianças com deficiência e consequentemente melhora da funcionalidade e qualidade de vida, faz-se necessário a difusão de informações sobre a existência do serviço local, tanto aos pais e responsáveis quanto aos profissionais das escolas que recebem essas crianças e aos profissionais da rede de saúde que fazem os encaminhamentos, para que sigam critérios pré-estabelecidos e não sobrecarreguem ou subutilizem alguns serviços, bem como a necessidade de investimento em capacitação profissional.
Palavras-chave: Fisioterapia, Pediatria, Serviços Ambulatoriais.__________________
[1] Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde. Mestranda em Práticas e Inovações em Saúde Mental pela Universidade de Pernambuco-UPE. e-mail: elaine.alexandre@aesa-cesa.br.
2 Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, e-mail: carolwellya3001@gmail.com,
3 Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde e-mail: tainnalima54@gmail.com,
4 Graduado em Fisioterapia pela Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, Discente em Saúde Pública pela Universidade de Pernambuco. e-mail: wictorgalindofisio@gmail.com.
ABSTRACT
Introduction: The search for specialized health services may cause users living in small municipalities to need to migrate to larger cities or even to the state capital, as is the case of the search for physical therapy care in neuropediatrics. The difficulty in correctly informing about the existence of local support services can also be one of the barriers to the search for these services, which can overload specialized referral services. Objectives: To identify the offer of specialized care in Neuropediatric Physical Therapy in a municipality in the interior of PE, based on the search for information on the existence of qualified professionals and the main difficulties encountered in this process. Methodology: It was exploratory, quantitative, qualitative and case study-type. Data were collected through questionnaires applied to the children’s parents, to professionals who refer them to the service and to the coordination of the Municipal Rehabilitation Center. Results: That there is a free municipal service, but it does not qualify as a referral service and not all physical therapists have specialized training. Medical professionals often refer patients to the regional referral service. About half of the parents interviewed usually take their children to the regional referral service and some of them claim to be unaware of the service available in the municipality itself. Conclusion: In order to improve access to physiotherapy services for children with disabilities and consequently improve functionality and quality of life, it is necessary to disseminate information about the existence of the local service, both to parents and guardians as well as to the professionals of the schools that receive these children and to the professionals of the health network who make the referrals. so that they follow pre-established criteria and do not overload or underuse some services, as well as the need for investment in professional training.
Keywords: physiotherapy, pediatrics, outpatient services.
1 INTRODUÇÃO
A fisioterapia é uma área que abrange quinze especializações reconhecidas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) as quais compreendem a integralidade do indivíduo, prestando cuidados desde a prevenção, reabilitação, estética, cuidados paliativos, pediátricos e adultos (CREFITO, RESOLUÇÃO Nº 550,2022).
Dentre essas especialidades existem a área de Fisioterapia Pediátrica, que foi reconhecida pelo CREFFITO em 2011. É uma especialização voltada para o atendimento a pacientes recém-nascidos, bebês, crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Utiliza abordagens com base em técnicas neurológicas e cardiorrespiratórias especializadas, além de buscar integrar atividades lúdicas e sociais nos seus atendimentos, de modo que os pacientes possam interagir da melhor forma com os seus familiares e demais pessoas (CREFITO, RESOLUÇÃO Nº 550,2022).
Em geral os atendimentos fisioterapêuticos pediátricos buscam levar a criança a um lugar que ela se sinta confortável, transformando a sala de atendimento em um ambiente que proporcione uma melhor evolução, que estimule e motive o desenvolvimento motor, psicológico, educacional e social da criança. “A fisioterapia atua com intuito de realizar a manutenção adequada do posicionamento ou ainda normalização e estabilização dos padrões motores do recém-nascido, estimulação e desenvolvimento neuropsicomotor (Cristensen et al. 2020).
O fisioterapeuta que atua na área de pediatria comumente presta assistência a crianças com deficiência. O termo deficiência é definido como qualquer tipo de anomalia que limite as funções físicas, intelectuais ou sensoriais de uma pessoa. De acordo com o IBGE, no Brasil há cerca de 17,3 milhões de pessoas ou 8,4% da população em geral apresentam algum tipo de deficiência, sendo elas: 1% apresenta deficiência auditiva e 1% apresenta deficiência mental, 3% apresenta deficiência visual, 3% apresenta deficiência física em membros inferiores e 2% em membros superiores (IBGE, 2019; PNS, 2019).
Serviços de referência em Fisioterapia Pediátrica costumam localizar-se em grandes cidades. Com isso, os pacientes das pequenas cidades do interior, dependem da capital ou dos grandes centros de atendimento para um tratamento fisioterapêutico especializado e adequado para os seus filhos. Dessa maneira, a atenção especializada é marcada por diferentes gargalos, principalmente no que se refere ao acesso (Silva et al., 2017).
O tratamento de fisioterapia em pediatria pode oferecer melhora da funcionalidade e qualidade de vida das crianças envolvidas. Por isso, faz-se necessário o conhecimento de informações sobre a dinâmica desses atendimentos, como a quantidade de profissionais especializados e qualificados na área, patologias mais frequentes, demandas mais recorrentes, encaminhamentos e serviços de referência disponíveis, principais potencialidades e dificuldades encontradas nesse processo, resultando na informação sobre a oferta desses serviços, principalmente em municípios pequenos, como é o caso de Buíque-PE.
Estudos sobre as realidades locais são necessários para difusão do conhecimento e consequente melhoria do acesso aos serviços e qualidade de vida das crianças e familiares. O presente estudo teve como campo de investigação o município de Buíque, que se enquadra como cidade de pequeno porte e dispõe de serviço de fisioterapia em pediatria. Temos como objetivo identificar a oferta de atendimento especializado em fisioterapia neuropediátrica no município de Buíque-PE.
2 METODOLOGIA
A pesquisa foi conduzida de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, e aprovada pelo Comitê de ética da Faculdade Autarquia Educacional de Belo Jardim-AEB, sob o parecer número 6.330.685 e CAEE número 69865023.1.0000.5189. Todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
A pesquisa enquadra-se como exploratória, com abordagem quantitativa e qualitativa e do tipo estudo de caso com faixa etária a partir de 06 anos de idade do 1° ao 9° ano. O método de pesquisa, permite ao investigador estudar fenômenos individuais ou de grupo, em contexto real, com o objetivo de explorar, descrever e explicar um evento com base no problema de investigação de forma a compreender claramente o fenômeno, recorrendo a várias fontes de evidência (Andrade, 2017).
Para melhor organização e execução, a pesquisa foi dividida nas seguintes etapas procedimentais:
Etapa 1: foi realizado um levantamento nas escolas da zona urbana do município, diretamente com a coordenadora geral responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Foram visitadas seis, das sete escolas existentes na zona urbana do município, com a autorização e consentimento da coordenadora de AEE e foram entregues um questionário aos pais das crianças, elaborado pelas pesquisadoras, referente ao acompanhamento na fisioterapia e suas respectivas patologias, a fim de alcançar um dos objetivos que era o levantamento de dados de crianças com deficiência motora no município. A zona rural não foi estudada devido ao difícil acesso, as escolas visitadas foram: Escola Carolina Guedes de Almeida; Escola municipal Engenheiro Klaysson de Freitas Araújo; Escola Doutor José Cursino Galvão; Creche Cristiana Vieira dos Santos Leite; Centro Municipal de Educação Especial de Buíque e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Buíque-APAE
Etapa 2: foi realizada uma entrevista com a coordenadora responsável pelo Centro de Reabilitação Municipal para saber as principais informações referentes ao serviço e aos atendimentos fisioterapêuticos ofertados. A entrevista ocorreu no próprio centro de reabilitação, localizado no centro da cidade e pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Etapa 3 – foi aplicado um questionário a 03 médicos que atuam nas três, dentre as cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no único serviço médico ambulatorial, existentes na sede, a fim de entender qual nível de conhecimento destes profissionais sobre o serviço de fisioterapia neuropediátrica no município e para onde as crianças são referenciadas durante o encaminhamento. Para o questionário, houve o consentimento e autorização da coordenadora responsável pela Atenção Básica do município.
Em todas as entrevistas, foram mantidas e respeitadas a privacidade dos participantes. Os participantes incluídos no estudo foram os pais e responsáveis das crianças e adolescentes, que apresentam deficiência motora e que tenham participação ativa no serviço de fisioterapia, a coordenadora do Centro de Reabilitação Municipal e os médicos que atuam nas UBS do município e no ambulatório e que fazem encaminhamento para o tratamento fisioterapêutico. Sendo excluídos os pais das crianças e adolescentes que apresentassem deficiência intelectual, auditiva e visual e os médicos que se recusassem a responder o questionário ou que não estivessem disponíveis no momento.
Os questionários para os pais das crianças e para os profissionais médicos continham perguntas fechadas de múltiplas escolhas e para a coordenadora do Centro de Reabilitação Municipal foi composto por perguntas abertas e direcionadas ao conhecimento da oferta do serviço. Os questionários foram escolhidos como instrumentos da pesquisa por serem o meio mais viável e prático para essa coleta de dados, além de serem de fácil acesso e podendo ser aplicados presencialmente. Os dados foram tabulados e analisados através do Microsoft Excel 2016, para melhor visualização dos resultados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Esse estudo teve por objetivo identificar a oferta de atendimento especializado em Fisioterapia Neuropediátrica no município de Buíque – PE, sendo observado que há um serviço gratuito municipal, porém não se enquadra como serviço de referência e nem todos os profissionais fisioterapeutas têm formação especializada em pediatria ou neuropediatria. O serviço de referência mais próximo encontra-se a 27 quilômetros e oferece atendimento a 35 municípios, o que acaba gerando fila de espera e demora no acolhimento inicial especializado. Os profissionais médicos que compõem a rede municipal de saúde costumam encaminhar os pacientes ao serviço de referência regional (Mens Sana) e não municipal (Centro de Reabilitação Municipal). Cerca de metade dos pais ou responsáveis entrevistados costumam levar seus filhos ao serviço de referência regional e alguns deles afirmam desconhecer o serviço disponível no próprio município.
A presente pesquisa teve como finalidade coletar dados eficazes relacionados aos atendimentos de fisioterapia Neuropediátrica, os questionários aplicados forneceram as seguintes informações apresentadas nas tabelas e explicadas em seguida:
Foram encontradas cento e noventa e três (193) crianças matriculadas, sendo excluídas cento e setenta e três (173), por não preencherem ao requisito de deficiência motora. Restando 20 crianças com deficiência motora aptas a participarem do estudo. No final, foram contabilizados 17 questionários preenchidos pelos pais, ou seja, o número final da amostra. As patologias encontradas foram microcefalia, paralisia cerebral, lesão do plexo braquial e atraso do desenvolvimento motor.
As informações sobre quantitativo de crianças matriculadas por escola, crianças com deficiência motora e que fazem tratamento fisioterapêutico foram obtidas junto à Secretaria Municipal de Educação e Coordenação do Centro de Reabilitação Municipal, Coordenação de Atenção Básica e Coordenadora Responsável pelo AEE, cujas permissões foram dadas através dos Termos de Concessão e das Cartas de Anuência devidamente assinadas pelos responsáveis e o resultado é apresentado abaixo no quadro 2:
*Uma observação importante a ser pautada é a existência da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Buíque (APAE), onde as crianças recebem atendimento fisioterapêutico, mas são matriculadas em uma das escolas do município, totalizando 14 crianças matriculadas, na APAE, sendo 13 com deficiência motora.
O quadro abaixo apresenta a resposta do questionário aplicada à coordenadora do Centro de Reabilitação municipal:
Um estudo de Lucena et al., 2017 teve como objetivo identificar a atuação do fisioterapeuta no processo de inclusão escolar de alunos com deficiência física através de um questionário aplicado em 47 fisioterapeutas, atuantes na área de neuropediatria de cinco centros de reabilitação da cidade de João Pessoa, na Paraíba. Os resultados mostraram que o contexto escolar dos alunos com deficiência física é um campo que necessita ser mais bem explorado pelos fisioterapeutas. Verificaram também que apenas 08 dos 47 fisioterapeutas cursaram disciplina específica voltada ao atendimento educacional da pessoa com deficiência física e 18 fisioterapeutas entrevistados relatam se sentirem preparados para atuarem com esse público nas escolas.
O nosso estudo também foi no âmbito escolar, investigando o quantitativo de crianças com deficiência incluídas na escola regular, bem como o acesso aos serviços de fisioterapia, já que a reabilitação e melhora da funcionalidade podem interferir no rendimento escolar.
Em visita à coordenação de Atenção Básica, foram obtidas informações sobre a quantidade de Unidades Básicas de Saúde (UBS), existindo 12 unidades distribuídas entre a sede, sítios e distritos, sendo apenas 05 localizadas na sede. Fizeram parte do estudo apenas as 3 UBS localizadas na sede e no único serviço médico ambulatorial, onde foram aplicados o questionário aos profissionais médicos, que versava sobre os encaminhamentos para os serviços de fisioterapia, conforme o quadro 4:
Ao perguntar aos médicos se costumavam fazer encaminhamentos para a fisioterapia, os três entrevistados responderam que sim. Sobre os locais de encaminhamento, dois responderam Mens Sana (que é um Centro de Especialidade em Reabilitação, nível IV, localizado no município vizinho, a 27 quilômetros) e um respondeu que encaminha ao Centro Municipal de Reabilitação da própria cidade.
Os autores Farias et al., 2023 realizaram uma pesquisa sobre o estreito acesso das pessoas com deficiência aos serviços de saúde em uma capital nordestina. Participaram da pesquisa 09 indivíduos, 02 mães/cuidadoras de criança com deficiência física e outra intelectual; 04 profissionais da saúde incluindo fisioterapeuta; 02 pessoas com deficiência e 01 gestor da política municipal da pessoa com deficiência. Como desfecho, foi observada a existência de uma limitação das instalações, dificuldade de acesso, difícil deslocamento da pessoa com deficiência, dificuldade no atendimento especializado por diferentes questões e longo tempo de espera, além das questões macro contextuais como processo de desfinanciamento dos serviços de saúde.
Nosso estudo foi realizado em uma cidade de pequeno porte no interior de PE, com extensa zona rural e população economicamente ativa que vive da agricultura e comércio, com baixo poder aquisitivo, o que pode estar relacionado à dificuldade de acesso aos serviços de fisioterapia tanto local (Centro de Reabilitação Municipal), quanto ao serviço de referência especializado (localizado na cidade vizinha a 27 quilômetros).
Outro estudo realizado por Silva et al., 2018 retrataram a dificuldade do acesso à fisioterapia das crianças e adolescentes com deficiência física na cidade de Curitiba Paraná. A pesquisa foi realizada entre os gestores, fisioterapeutas e pais ou responsáveis que frequentavam estabelecimentos de fisioterapia com convênio ao SUS, através de questionários estruturados. Na dimensão estudada sobre poder de pagamento foi evidenciado que a falta de recursos financeiros está associada a um tempo maior de fila de espera para obtenção do tratamento, já nas dimensões informação e aceitabilidade foi identificado a falta de informação e não compreensão do diagnóstico clínico das crianças e adolescentes, bem como a negação da deficiência, síndrome ou lesão.
Quando é possível o acesso ao serviço de referência especializado, faz-se necessário o deslocamento dessas crianças acompanhadas dos pais ou responsáveis, o que pode gerar mais gastos financeiros para a própria família e para a gestão municipal local, que por vezes, precisa arcar com os custos de transportes várias vezes na semana. O serviço de referência regional, por atender vários municípios, por vezes pode apresentar demanda reprimida, lista de espera e demora no acolhimento inicial aos usuários, o que pode sobrecarregar a rede de saúde e retardar o atendimento aos pacientes.
A fim de verificar o conhecimento dos pais ou responsáveis sobre a oferta de serviços especializados em fisioterapia neuropediátrica foi aplicado um questionário cujos dados são apresentados a seguir:
Ao serem questionados sobre o tempo de acompanhamento fisioterapêutico, 16 pais responderam que há mais de 6 meses e um pai/responsável respondeu que era há menos de 6 meses
Sobre o local onde as crianças são atendidas, houve 05 respostas para o Centro Municipal de Reabilitação de Buíque, 05 respostas para o Mens Sana, 06 respostas para APAE e 01 resposta para AACD Recife.
Para a pergunta aos pais e responsáveis se a criança apresentou melhora ou evolução, 16 responderam que sim e um respondeu que não
Ao serem questionados se os pais/responsáveis indicariam a fisioterapia neuropediátrica 16 responderam que SIM e 01 respondeu que NÃO.
Também foi perguntado se os pais/responsáveis já ouviram falar sobre o serviço de fisioterapia neuropediátrica oferecido no centro de reabilitação municipal da cidade, onde 10 responderam que SIM e 07 responderam que NÃO.
Uma pesquisa realizada por Conceição et al., 2021 cujo objetivo foi abordar a percepção dos cuidadores sobre a atuação da fisioterapia na neuropediatria, através de uma entrevista semiestruturada com 09 cuidadores, foi constatado que os cuidadores dispõem de conhecimento sobre as atribuições da fisioterapia, compreendem o propósito da intervenção fisioterapêutica para a criança com disfunções neurológicas e consideraram que o tratamento proporcionou resultados positivos no quadro clínico desses indivíduos. Os autores reforçam também a importância da abordagem fisioterapêutica para esses pacientes e a relevância da execução de exercícios em nível domiciliar favorecendo a ocorrência de melhores resultados terapêuticos para a criança.
Em nosso estudo observamos que a percepção dos pais e responsáveis se assemelham ao estudo com os cuidadores, com isso os pais desempenham um conhecimento relevante sobre a fisioterapia a sua importância no tratamento e na evolução do seu filho. Além de saberem o quanto é importante e significativa o tratamento fisioterapêutico na vida dos seus filhos.
Nosso estudo corrobora com o estudo de Bataglion; Marinho, 2016, que verificaram a percepção de familiares sobre as atividades lúdicas desenvolvidas para crianças com deficiência em uma instituição de saúde pública de Florianópolis Santa Catarina, através de entrevista semiestruturada e observações sistemáticas. Os familiares que participaram do estudo relataram ganhos na capacidade motora do seu filho, postura, equilíbrio e disposição nas atividades diárias. Assim como, o reconhecimento sobre a importância das diferentes áreas de atendimento para o desenvolvimento e a melhoria das capacidades dos pacientes.
4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fim de melhorar o acesso aos serviços de fisioterapia às crianças com deficiência e consequentemente melhora da funcionalidade e qualidade de vida, faz-se necessário a difusão de informações sobre a existência do serviço local, tanto aos pais e responsáveis quanto aos profissionais das escolas que recebem essas crianças e aos profissionais da rede de saúde que fazem os encaminhamentos, para que sigam critérios pré-estabelecidos e não sobrecarreguem ou subutilizem alguns serviços, bem como a necessidade de investimento em capacitação profissional. Diante dos resultados obtidos, conclui-se a necessidade de investimento em equipes multiprofissionais, melhora da estrutura física, com condições adequadas e adaptadas à criança com deficiência física, para melhora do acolhimento e atendimento prestado, garantia de acesso e integralidade do cuidado em saúde às crianças com deficiência.
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1 Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde. Mestranda em Práticas e Inovações em Saúde Mental pela Universidade de Pernambuco-UPE. e-mail: elaine.alexandre@aesa-cesa.br.
2 Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, e-mail: carolwellya3001@gmail.com,
3 Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde e-mail: tainnalima54@gmail.com,
4 Graduado em Fisioterapia pela Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, Discente em Saúde Pública pela Universidade de Pernambuco. e-mail: wictorgalindofisio@gmail.com.