OCORRÊNCIA DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS EM PACIENTE PÓS INTERNAÇÃO POR COVID-19 NO SUL MARANHENSE: UM RELATO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8022801


Bianca Ferraz Castro de Lucena1
Rayssa Gabrielle Pereira de Castro Bueno²


RESUMO:

De acordo com estudos realizados por pesquisadores brasileiros, foi possível identificar que aproximadamente 28% dos pacientes infectados por Covid-19 podem apresentar sintomas neuropsiquiátricos e neurológicos como dor de cabeça, perda de olfato e de memória. Em pesquisas já realizadas no Brasi, constatou-se alguns sintomas relacionados a função cerebral no sentido cognitivo, ou seja, como a pessoa desempenha tarefas de inteligência e até o aparecimento de alguns sintomas psiquiátricos, como depressão e ansiedade. Ainda não está claro se a neuropatologia do COVID-19 surge por causa da infecção viral direta do SNC ou indiretamente da resposta imune que o acompanha e resultante hipercoagulabilidade e doença crítica. Objetivou-se, com esta pesquisa, identificar os possíveis danos neurológicos causados no pós-COVID-19 através de um estudo de caso com paciente diagnosticada com demência pós internação por COVID-19, contemplando aspectos do diagnóstico, tratamento e recuperação. Metodologicamente, tratou-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, mediante a realização do estudo de caso de uma paciente com diagnóstico de demência, advindo de uma sequela pós internação por Covid-19 a partir de uma entrevista semiestruturada. Por ser uma pesquisa com caráter exploratório, buscou-se familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, ou pouco explorado. Portanto, evidencia-se como o covid19 é um importante percussor de sequelas neurológicas, que cursam com os seguintes sintomas:
Déficit cognitivo, encefalite, ansiedade, demência, depressão e outros, bem como torna-se clara a importância de estudos como esse, que demonstrem a relação patológica da covid à outras comorbidades.

Palavras-chave: Covid-19. Sequelas. Neuropatologia.

ABSTRACT:

According to studies carried out by Brazilian researchers, it was possible to identify that approximately 28% of patients infected by Covid-19 may have neuropsychiatric and neurological symptoms such as headache, smell and memory loss. In research already carried out at Unicamp, some symptoms related to brain function in the cognitive sense were found, that is, how the person performs intelligence tasks and even the appearance of some psychiatric symptoms, such as depression and anxiety. It remains unclear whether the neuropathology of COVID-19 arises because of direct viral infection of the CNS or indirectly from the accompanying immune response and resulting hypercoagulability and critical illness. The objective is to identify the possible neurological damage caused in the post-COVID-19 period through a case study with a patient diagnosed with post-hospital dementia due to COVID-19, covering aspects of diagnosis, treatment and recovery. As a methodology, as it is an exploratory research that seeks to develop a research with a qualitative approach, to do so, carry out a case study of a patient diagnosed with dementia, resulting from a post-hospitalization sequel due to Covid-19, based on an interview half structured. Because it is an exploratory research, it seeks to become familiar with a subject that is still little known, or little explored. Therefore, it is evident how covid-19 is an important precursor of neurological sequelae, which occur with the following symptoms: cognitive deficit, encephalitis, anxiety, dementia, depression and others, as well as the importance of studies like this one., which demonstrate the pathological relationship of covid to other comorbidities.


Keywords: Covid-19. Sequelae. Neuropathology.

  1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o primeiro caso confirmado da doença do coronavírus ocorreu em fevereiro de 2020. Com taxa de letalidade de 2,8% e mortalidade de 207,4 a cada 100mil habitantes, contamos com 435.751 óbitos confirmados até o momento (BRASIL, 2021). Porém, o Covid-19 ainda dizima milhares de pessoas da população brasileira e mundial.

A epidemiologia do SARS-CoV-2 indica que a maioria das infecções se espalha por contato próximo (menos de 1 metro), principalmente por meio de gotículas respiratórias. Não há evidência de transmissão eficiente para pessoas em distâncias maiores ou que entram em um espaço horas depois que uma pessoa infectada esteve lá (BRASIL, 2022).

A via de transmissão do vírus, se dar através do contato por gotículas respiratórias e possui um período de incubação de aproximadamente seis dias. É válido ressaltar que não existe estado crônico da infecção, pois os humanos não são seus hospedeiros naturais. O vírus é eliminado do corpo entre duas a quatro semanas e caso não encontre um hospedeiro, o mesmo não se multiplica. Os sintomas podem aparecer em até onze dias e em casos leves podem ocorrer: febre, tosse, fadiga, hemoptise e dispneia. Em casos mais graves, existe a possibilidade de uma pneumonia, síndrome do desconforto respiratório (SDRA), problemas cardíacos agudos e até falência múltipla dos órgãos (NUNES et al., 2020; SILVA; PINA; ORMOND, 2021).

Dessa maneira, baseando-se nas informações acima citadas, foi evidenciado a necessidade de investigação no que se diz respeito às principais sequelas ocasionadas pela COVID-19 nos pacientes em fase de reabilitação, bem como a análise do impacto na qualidade de vida e bem-estar desses indivíduos.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Características Gerais Sobre a Doença Provocada Pelo Coronavírus 2019 (Covid-19):

A infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, é potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. Este vírus foi descoberto em amostras de lavado bronco alveolar obtidas de pacientes com pneumonia de causa desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, em dezembro de 2019. Pertence ao subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e é o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos. (BRASIL,2022).

De origem zoonótica, o novo coronavírus posteriormente intitulado de SARS-CoV-2, tem por hospedeiro principal os animais silvestres como os morcegos do gênero rhinolophus, já sendo presente na literatura uma forte sugestão destes mamíferos como o principal habitat e interceptor da cepa viral aos seres humanos. De tal maneira, foi analisada a possibilidade de transmissão por meio apenas do contato ou ingestão do animal contaminado, já que 60% dos primeiros casos registrados tinham visitado o mercado de frutos do mar na cidade de Wuhanque concentrava fluxo contínuo no comercio do alimento infectado. (ACOSTA et al., 2020; PIMENTEL et al., 2020).

No entanto, um aumento no número de casos não relacionados ao local surgiu e trouxe à tona a possibilidade de outras formas de contaminação. Atualmente estudos já comprovam que os meios de transmissão incluem não só o já citado anteriormente, mas principalmente contato de gotículas contaminadas e aerossóis (OPAS; OMS,2020).

Os coronavírus são vírions, que foram identificados pelo formato de sua superfície quando vistos ao microscópio. Alguns desses patógenos estão relacionados a afecções do sistema respiratório de caráter mais letal e são responsáveis por desencadear surtos como a Síndrome Respiratória Aguda Grave, relacionada ao SARS-CoV (vírus da síndrome respiratória aguda grave) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, provocada pelo MERSCoV (vírus da síndrome respiratória do Oriente Médio). (HUANG Y, et al., 2020; GUAN W, et alt., 2020; MURRAY PR, et al., 2016).

Afirma-se que o SARS-CoV-2 trata-se de um beta coronavírus com material genético do tipo RNA e em sua superfície apresenta proteínas chamadas Spike (S) que são responsáveis por permitir a ligação ao receptor da célula hospedeira e possibilitar a entrada do vírus nessa célula (HUANG Y, et al., 2020; GUAN W, et alt., 2020; MURRAY PR, et al., 2016). Ainda, de acordo com as evidências mais atuais, o SARS-CoV-2, a infecção ocorre por meio da exposição a fluídos respiratórios de três maneiras: inalação de gotículas muito finas ou partículas de aerossol, deposição de gotículas respiratórias e partículas nas membranas mucosas expostas na boca, no nariz ou nos olhos, seja por respingos diretos e sprays, e tocar diretamente membranas mucosas com as mãos sujas por fluídos respiratórios contendo vírus ou indiretamente por tocar superfícies. (BRASIL,2022).

Segundo Harvey (2021), a doença de coronavírus 2019 (COVID-19), provocada pelo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), trata de uma iminência pandêmica devastadora, que levou e pode levar a um número global e substancial de mortes e a um prejuízo econômico sem precedentes. Desde o seu surgimento, o SARS-CoV-2 acumula modificações que levam ao aparecimento de diferentes variantes.

Em estudos recentes, observou-se que aproximadamente 15% dos casos sintomáticos desenvolvem manifestações clínicas graves necessitando de oxigenoterapia e 5% evoluem para estado crítico em ambiente de Unidade de Terapia Intensiva (UTI),em que há manejo de intervenções invasivas e pode conter a presença de pelo menos uma ou mais destas complicações: insuficiência respiratória, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), sepse, choque séptico, tromboembolismo, insuficiência renal aguda, insuficiência hepática, choque cardiogênico, miocardite, ou acidente cerebrovascular (OPAS, OMS; 2020).

2.2 Mecanismo de Invasão do vírus SARS-CoV-2:

Existem poucos estudos até o momento documentando sequelas neurológicas de longo prazo relacionadas ao COVID-19. No entanto, dadas as semelhanças de COVID-19 com outros coronavírus (especificamente SARS-CoV-1 e MERS-Cov), pode-se mensurar que sequelas neurológicas sejam desenvolvidas em pessoas com COVID-19, podemos citar como exemplos os distúrbios neurodegenerativos, e que o monitoramento cognitivo deve ser realizado em pacientes recuperados (SERRANO-CASTRO et al., TROYER et al. 2020).

Sabe-se que o COVID-19 utiliza o receptor da enzima de conversão da angiotensina 2 (ECA2) como um “sítio de ligação” ao se comunicar por meio das proteínas de pico (S), localizadas no envelope viral; além disso, detém diferentes formas de invasão ao sistema nervoso, como a entrada via nervo olfatório, a migração através da barreira hematoencefálica (BHE) e a transferência trans sináptica. Em resultado da super ativação da via clássica do sistema renina-angiotensina propiciada pelo vírus, há neuro inflamação, estresse oxidativo, resposta trombótica e vasodilatação, que provocam, de maneira direta ou indireta, manifestações neurológicas (PAYUS et al. 2020).

Evidências apontam que o CoV humano tem a capacidade de invadir os terminais nervosos periféricos e acessa o SNC através de uma propagação retrógrada, seja por meio de sinapses, endocitose ou exocitose (NEPAL et al., 2020). Ademais, a ocorrência de anosmia e ageusia relatada em casos de COVID-19 aponta o acesso direto ao longo do nervo olfatório como outra possibilidade de entrada do SARS-CoV2 e subsequente propagação trans sináptica. Além disto, outras possibilidades de entrada viral consistem na invasão do nervo trigêmeo, o qual possui terminais nociceptivos nas cavidades nasais, ou do nervo vago, cujas fibras sensoriais inervam o trato respiratório (VERKHRATSKY, 2020). Quanto à disseminação via transcribrial, ainda não está definido se o SARS-CoV-2 a utiliza (ZUBAIR et al., 2020).

A prevalência das manifestações neurológicas da COVID-19 é maior em casos de infecção grave, o que pode ser resultado da hipóxia cerebral por insuficiência respiratória (GAVRIATOPOULOU et al.,2020). Os sinais e sintomas neurológicos podem ser divididos em: associados ao SNC, como cefaleia, tontura, consciência prejudicada, doença cerebrovascular (DCV) aguda, ataxia, epilepsia, encefalomielite disseminada aguda (ADEM) e encefalite viral; associados ao sistema nervoso periférico (SNP), como hipogeusia/ageusia e hiposmia/anosmia e síndrome de Guillain-Barré (GBS); e musculoesqueléticos, como mialgia, lesão muscular e rabdomiólise (LEONARDI et al., 2020).

Em um estudo feito em Wuhan, em um total de 214 pacientes hospitalizados com a infecção, 78 apresentaram manifestações do sistema nervoso, os sintomas mais comumente mencionados foram cefaleia e tontura (MAO et al., 2020). Para migrar através da BHE o vírus conta com vários mecanismos, como transporte trans celular, paracelular e axonal retrógrado ao longo dos nervos sensoriais e olfatórios (DIVANI et al., 2020).

A BHE é composta por astrócitos, periócitos, matriz extracelular e endotélio vascular, cujas células regulam sua permeabilidade. Os endotélios expressam ECA2, estando, assim, em risco de infecção pelo SARS-CoV-2. Através do acesso ao tecido vascular e neuronal, o vírus inicia um ciclo de brotamento viral conforme entra em contato com a ECA2 em neurônios, glia e vasos. Outrossim, é provável que o SARS-CoV-2 infecte linfócitos, granulócitos e monócitos, que expressam ECA2 e atravessam a barreira (mecanismo do cavalo de Troia) (ZHOU et al., 2020).

Segundo Rubin (2020, p.2):

“Os transportadores de longa duração COVID-19 não conseguem reverter à rotina normal após a infecção pelo SARS-CoV-2 e relatam sintomas debilitantes persistentes, ou seja, fadiga, “névoa cerebral”, dor, sono interrompido e alterações de humor (RUBIN 2020)”

Evidenciou-se que, apesar dos pulmões representarem o órgão-alvo desse vírus, a hipóxia e resposta inflamatória afetam órgãos como: rins, fígado, TGI, coração, sistema nervoso e hematopoiético. As sequelas neurológicas mais simples estão relacionadas às disfunções olfativas e gustativas persistentes, pelo acometimento de células nervosas responsáveis por tais funções já que ao entrar no organismo pela via olfatória o vírus se direciona e infecta o Sistema Nervoso Central (SNC), migrando para o bulbo olfativo e outras regiões cerebrais como córtex, gânglios da base e o mesencéfalo. Além destas afecções outras queixas foram documentadas como cefaleia, tontura e sensação de raciocínio lento. Com relação às manifestações mais graves o déficit neurológico é mais comumente relatado, sendo também descrita ocorrência de acidente vascular isquêmico (AVI), convulsões, encefalite e neuropatias cranianas, todavia, em situações raras (CAMPOS et al., 2020; NUNES et al., 2020; CORNELY; ROCHA, 2020).

2.3 Fatores de risco relacionados a existência de sequelas pós-internação por covid:

Na infecção por SARS-CoV-2 há um risco elevado de prejuízo da consciência ou delírio, principalmente em indivíduos mais velhos com comorbidades crônicas preexistentes (NIAZKAR et al.,2020). As alterações causadas pela neuro inflamação, combinadas ao estresse causado por experiências hospitalares, aflições e restrições sociais, favorecem o desenvolvimento de patologias e sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade, transtorno bipolar, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, psicoses e transtorno de estresse póstraumático (CHIA et al., 2020).

A COVID-19 provoca repercussões neuro anatômicas. O SNC e SNP são gravemente afetados pelo SARSCoV-2, ocasionando sequelas neuronais que a longo prazo podem, inclusive, estar relacionadas a doenças crônico-degenerativas. De início, pensou-se que o SARS-CoV-2 teria grande dificuldade em atravessar a barreira hematoencefálica (BHE).

Posteriormente, constatou-se que o receptor de ligação à proteína SARSCoV-2 Spike (S), ACE2, é bastante expresso em células endoteliais microvasculares do cérebro. A proteína S pode, também, danificar em vários graus a integridade da BHE, além de poder induzir resposta inflamatória das células endoteliais que alteram a função da BHE.

Essas descobertas corroboram a ação do vírus na BHE e, portanto, sua entrada no cérebro, favorecendo a ocorrência de micro trombos e encefalite associada à COVID-19 (WANG F, et al., 2020a). Uma possível explicação é embasada na ação do sistema imunológico exacerbada, combinada à hipóxia, o que pode resultar em lesão neuro inflamatória persistente e edema no cérebro, causando remodelamento patológico de redes neuronais, prejuízos ao hipocampo e a áreas do córtex relacionadas a funções cognitivas e variações comportamentais (YAVARPOUR-BALI & GHASEMI-KASMAN, 2020).

A desordem mental, o delírio e a disforia podem ser indícios de encefalopatias infecciosas tóxicas, outro acometimento moderado, uma vez que representam manifestações diretas do SARS-CoV-2 no Sistema Nervoso Central. A infiltração viral direta no SNC pode desencadear uma reação neuro inflamatória levando à ativação da micróglia, a qual proporciona processos desmielinizantes, sendo uma das causas principais das encefalopatias. (JASTI M, et al., 2020).

Na ausência de infiltração viral direta, a cascata de citocinas desencadeia uma resposta neuro inflamatória, causando ruptura da barreira hematoencefálica com a transmigração das células imunológicas da periferia para o sistema nervoso central, causando, por sua vez, os desequilíbrios na neurotransmissão. Apesar de raros e severos, alguns casos de encefalopatias podem levar a epilepsia, paralisia e perda de consciência, podendo chegar também ao coma (WU Y, et al., 2020; ABBOUD H, et al., 2020).

Conforme Al-Aly, et al. (2021), sequelas causadas pela Covid-19 são incidentes no sistema respiratório, como várias outras sequelas que incluem sistema nervoso e distúrbios neuro cognitivos, de saúde mental, metabólicos, distúrbios cardiovasculares, gastrointestinais, mal-estar, fadiga, dores musculoesqueléticas e anemia.

Nesse sentido, o acometimento do SNC pela infecção viral pode ter inúmeras complicações neurológicas e psiquiátricas, exercendo efeito tanto na fase aguda quanto nas possíveis sequelas da doença. Isso porque, a neuro inflamação instigada perturba a homeostase, modificando as redes neuronais e estimulando a morte neuronal (STEARDO & VERKHRATSKY, 2020).

  1. METODOLOGIA

Este estudo baseou-se em uma pesquisa exploratória, mediante abordagem qualitativa e realização de um estudo de caso junto a uma paciente com diagnóstico de sequela neurológica adquirido pós internação por Covid-19, a partir de uma entrevista semiestruturada e coleta de dados documentais. Por ser uma pesquisa com caráter exploratório, buscou-se familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, ou pouco explorado. (GIL, 2008).

No que tange ao estudo de caso, este, refere-se a um estudo restrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo (VERGARA, 2003).

A pesquisa foi realizada em Imperatriz- MA, junto a uma paciente diagnosticada com demência. Tal doença foi relatada e diagnóstica e os sintomas surgiram após a mesma ter apresentado diagnóstico positivo para COVID-19 e evoluído com gravidade. A participante da pesquisa, trata-se de uma mulher, xx anos, residente na cidade de Imperatriz – MA, casada, mãe de duas filhas e que exercia atividades laborais com normalidade e que se encontra atualmente em tratamento pós-síndrome.

Como instrumento para a coleta dos dados foi formulado e aplicado um roteiro de entrevista semiestruturada (Apêndice C), no período compreendido entre agosto de 2022 e junho de 2023, junto a uma paciente com sequelas neurológicas apresentadas pós internação por Covid-19, onde os questionamentos direcionaram-se ao diagnóstico, sinais e sintomas, acompanhamento clínico, tratamento e qualidade de vida, visto que a sequela neurológica póscovid-19 ainda é pouco conhecida e quase não se tem estudos direcionados a mesma. Esta metodologia, por não seguir um modelo tão rígido e ter flexibilidade e possibilidade de adaptações ao entrevistado, as suas reações ao contexto, permitem uma coleta de dados mais significativo.

O presente estudo foi executado mediante a aprovação em comitê de ética da Faculdade de Imperatriz (FACIMP), atendendo a Resolução 466/2012 CNS – TCLE, sob o nª do parecer xxx/2023. A participante do estudo foi esclarecida sobre a importância do mesmo e a autorização dos dados foi realizada através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A) e Carta de Informação ao Sujeito (Apêndice B), conforme rege a Resolução

466/12, do Conselho Nacional de Saúde, sobre aspectos éticos envolvendo a pesquisa com seres humanos, garantindo total sigilo, retirada de sua participação e acompanhamento acerca dos riscos e benefícios da pesquisa.

  1. RESULTADO E DISCUSSÃO

Apresentam-se a seguir os resultados encontrados mediante a metodologia aplicada de ao estudo de caso. O estudo foi aplicado a uma paciente diagnosticada com demência pós internação por Covid-19, do sexo feminino. Partiu-se de uma entrevista semiestruturada a fim de conhecer a história da paciente em relação ao curso da doença, associando os dados aos documentos coletados analisados referentes aos exames e evolução da paciente.

4.1 Relato de caso

Paciente do sexo feminino, Z.F.O.C., 57 anos, Farmacêutica. Nascida em 04 de agosto de 1965. Casada, 02 Filhas e 01 neta. Residente na cidade de Imperatriz estado Maranhão.

Relato de como os sintomas começaram:

“Tudo começou no dia 21 de fevereiro de 2021 quando meu esposo foi para o hospital com sintomas graves de covid-19, tais como: fraqueza, falta de ar, tosse e dor intensa no peito, ele ficou internado e teve que ir direto para uti, então eu decidi fazer um teste de covid também, deu positivo, como tenho problemas de má circulação, comecei a fazer o uso da clexane (enoxaparina sódica) injetável 1x ao dia no hospital”.

No dia 26 de fevereiro de 2021 ao levantar-se pela manhã, a paciente que estava em isolamento social e fazendo o tratamento medicamentoso em casa, sentiu fraqueza extrema e desmaios, foi socorrida imediatamente pela sua filha e levada para um hospital particular na cidade que a mesma reside em Imperatriz- MA.

“No dia 26 de fevereiro de 2021 eu senti fraqueza e sensação de desmaio e fui levada para o hospital, porém eu sabia desde o dia 22 de fevereiro de 2021 que eu estava com 25% do pulmão comprometido, mas não quis preocupar os meus familiares”.

No dia 28 de fevereiro de 2021 a paciente que já estava com auxílio de 15 L de oxigênio precisou fazer o uso da VNI (Ventilação não invasiva) que é um método de ventilação mecânica alveolar, no qual o suporte ventilatório é fornecido ao paciente sem a necessidade de intubação endotraqueal. Podendo ser aplicada através da pressão negativa (VNIPN) ou através da pressão positiva (VNIPP) contínua ou intermitente.

Além de ser um método de fácil aplicação e remoção e, possuir eficácia clínica significativa, a VNI possui algumas vantagens em relação a VMI, como diminuição da necessidade de intubação (tendo em vista que a presença do tubo pode causar lesão à mucosa da via aérea, causando ulceração, inflamação e edema, ou ainda em casos extremos, estenose da via aérea) redução da necessidade de sedação, redução da duração da hospitalização e uma menor taxa de mortalidade, utilizando ainda recursos que mantêm a fala, a deglutição, permitem que o paciente expectore secreções e preservam as funções de defesa do aparelho muco ciliar.

“No dia 28 de fevereiro de 2021 eu já estava me sentindo muito fraca, com bastante dificuldade de respirar, não estava conseguindo levantar sozinha e precisava de auxílio das minhas filhas ou das enfermeiras para tomar banho e ir ao banheiro e também para beber água e estava comendo pouco”.

No dia 03 de março de 2021 a paciente já estava bem debilitada e a VNI (Ventilação não invasiva) já não estava sendo tão eficaz, ela também estava ficando na posição prona para melhorar a respiração.

A melhora da oxigenação e a redução da mortalidade são os principais motivos para a implementação da posição prona em pacientes com SDRA (Síndrome do desconforto respiratório agudo) (CLAUDE GUÉRIN, at al.,2020)

De maneira conceitual, a posição prona pode resultar em uma distribuição mais uniforme de estresse e tensão pulmonar, levando a uma melhor combinação ventilação-perfusão e melhora regional na mecânica pulmonar e da parede torácica. (BOLOURAS V, et al.,2016)

No dia 04 de março de 2021 a paciente começou a apresentar sintomas como: delírio e confusão mental, que são sugestivos da ocorrência de hipoxia, que significa uma baixa oxigenação nos tecidos, incluindo o cérebro e então a equipe medica decidiu levar a mesma para a uti (Unidade de terapia intensiva). Chegando na UTI a mesma foi submetida ao uso de oxigenoterapia nasal de alto fluxo (ONAF) para evitar a intubação.

Atualmente, acredita-se que tanto a VNI quanto a ONAF podem evitar a necessidade de intubação ou ventilação invasiva, sendo que os pacientes que requerem estes tipos de intervenções podem ser cuidados fora da UTI (CARTER et al, 2020).

“No dia 04 de março de 2021 eu estava bem debilitada e segundo relatos da minha filha, ela disse que eu estava delirando e chamando pela minha falecida mãe, não tenho muitas lembranças desse dia, só lembro de me despedir do meu esposo, dar um beijo em sua mão e dizer que Deus cuidaria de tudo e que tudo ficaria bem”.

Ainda no dia 04 de março de 2021 a equipe médica decidiu optar pelo uso da ventilação mecânica invasiva, ou seja, intubar a paciente pois a mesma não estava reagindo de forma eficiente as outras técnicas de respiração não invasiva.

A ventilação mecânica, por sua vez, embora vital no suporte da função respiratória em pacientes com insuficiência respiratória grave, se não for feita da forma correta, pode causar danos aos pulmões (lesão pulmonar induzida por ventilador) e piorar o quadro clínico do paciente (AMATO et al, 2015; MENG et al, 2020; GRASSELLI et al, 2021).

Segundo os dados obtidos do boletim médico da paciente no dia 05 de março de 2021 a mesma havia dado entrada na UTI com sintomas de confusão mental, hipoxia, em estado grave, com o pulmão bastante comprometido, precisou também fazer hemodiálise pois a mesma teve a diurese bastante diminuída, chegando apenas a 430 ml/dia. Estava na ventilação assistida com 70% de oxigênio, a saturação com a ventilação mecânica estava 94%.

“Foram mais de 30 dias na UTI e ao todo 52 dias no hospital, fui intubada, traqueostomizada, fiz hemodiálise, minha pressão arterial chegou a ficar 80×30 mmHg e tive um quadro de afasia grave, os médicos disseram que eu sou um milagre de Deus”.

Pacientes acometidos pela COVID-19 podem cursar com hipóxia grave (GUO YR, et al., 2020). Como argumentado por Abdennour L, et al. (2012) no artigo “Interaction brainlungs”, a infecção viral no parênquima pulmonar tem potencial para gerar uma inflamação alveolar, comprometendo significativamente o processo de hematose. Tal distúrbio pode contribuir para hipoxia do sistema nervoso, instalando-se então um processo isquêmico que resulta, principalmente, em distúrbios da circulação cerebral e em edema intersticial, que podem acentuar-se em casos de hipóxia prolongada, progredindo para quadros de hipertensão intracraniana, de doença cerebrovascular aguda e de deterioração gradual da função cerebral. Nesse sentido, o metabolismo anaeróbico, portanto, promove a formação de metabólitos tóxicos causando mau funcionamento e edema cerebral (LOPESJ,2020).

4.2 Discussão

É possível observar que os sintomas da COVID-19 podem surgir em intervalo de dois a 14 dias após a exposição ao vírus. O período médio de incubação é de, aproximadamente 5 dias. A transmissibilidade dos pacientes infectados é, em média, de sete dias após o início dos sintomas. Porém, a transmissão pode ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.

A Secretaria de Vigilância de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil emitiu um alerta que as principais comorbidades identificadas nos pacientes diagnosticados com COVID-19 são: cardiopatia, diabetes, doença neurológica, doença renal e pneumopatia.

O anexo B em que o médico descreve no laudo da paciente, que a mesma se encontra em tratamento médico com importante déficit cognitivo, tendo iniciado pós-covid e o mesmo descreve o cid10: G 05.1 que inclui doenças inflamatórias do sistema nervoso central na qual podemos englobar: Encefalite, mielite e encefalomielite. A encefalite decorre pela instalação de lesão inflamatória no parênquima cerebral, desencadeada por patógenos, e pode levar à episódios de convulsões e de distúrbios de consciência, além de cefaleia. A encefalite por infecção da COVID-19 passou a ter base sólida após verificação de presença do SARS-CoV-2 no liquor (XIANG P, et al., 2020; ELLUL MA e SOLOMON T, 2018; WANG Z, et al., 2020).

Nesse contexto podemos observar que, algumas pesquisas esclareceram a relação do decréscimo da memória e da atenção com o acometimento do hipocampo (visto que o hipocampo é rico em receptores IL-1b), gânglios da base e cerebelo, ressaltando ainda mais a teoria de que a tempestade de citocinas está relacionada diretamente com a fisiopatologia da disfunção cognitiva nos pacientes infectados pelo coronavírus (PERISSE,2022).

O déficit de atenção e de memória são os sintomas mais preponderantes, ainda assim, outras alterações estão presentes em vários pacientes, como dificuldade de aprendizado e de concentração, diminuição da velocidade de processamento, entre outros. Contudo, é primordial que haja novos estudos que investiguem a dinâmica do déficit cognitivo a longo prazo em pacientes com COVID-19 no que diz respeito ao perfil inflamatório do acometimento da cognição, visto que ainda é uma doença recente (DESIDÉRIO,2007).

No entanto, esses achados são similares aos encontrados em outras maneiras do SARS- CoV-2 afetar o cérebro, como a hipóxia. A hipóxia é comum em pacientes infectados com o vírus, atinge áreas cerebrais sensíveis à falta de oxigenação e que são responsáveis por tais funções do domínio cognitivo, como o hipocampo e o lobo medial temporal 33,34,12. Essas alterações, tanto da hipóxia quanto da reação inflamatória, foram relatadas em fase aguda e em até cerca de 5 a 6 meses após a doença (PERISSE,2022).

Como podemos observar e contextualizar no caso da nossa paciente, a mesma apresentou quadro de hipoxia, estado grave e longos dias de internação e coma induzido pois a mesma ficou 17 dias intubada e mais 10 dias com traqueostomia e suporte de ventilação mecânica.

Então, mediante aos dados coletados durante a entrevista é notório o impacto que as sequelas advindas do covid-19 causaram não só para a paciente, mas também para toda a família.

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos observar que além da neuro inflamação, os sintomas neuro-psiquiátricos em pacientes com Covid-19 parecem estar associados a micro trombos que resultam em perda neuronal e estão relacionados a um comportamento com intensão suicida demonstrado por alguns pacientes. O SARS-CoV- 2 pode-se utilizar de duas vias para infectar as células nervosas: via hematogênica e via neuronal, onde ambas contribuem para o estado hiper inflamatório que acomete o SNC.

Além disso, a hipóxia causada pela agressão pulmonar do vírus da COVID-19 também contribui para as repercussões danosas na cognição. Dessa forma, sabe-se que ambos os processos afetam algumas estruturas cerebrais, entre elas: lobo frontal, hipocampo, lobo medial temporal, gânglios da base e cerebelo. Os danos nessas áreas corroboram acentuadamente com o desenvolvimento de alterações neurológicas enfrentadas por esses pacientes.

Em síntese, até a data de conclusão deste artigo, os danos cognitivos causados pela COVID-19 estão sendo prevalecentes. Além do mais, é de extrema importância que os profissionais da saúde executem uma abordagem pertinente e eficiente e um acompanhamento longitudinal desses pacientes. Por essa razão, é incontestavelmente necessário que mais pesquisas que relacionem os déficits cognitivos e a COVID-19 no Brasil sejam feitas, visto que é uma doença emergente e predominante no cenário global atual.

REFERÊNCIAS

BRAGATTO, Marina Guimarães et al. Estudo das sequelas neuro anatômicas associadas à Síndrome Pós-COVID-19. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 12, p. e8759-e8759, 2021.

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MANTOVANI, Elisa et al. Síndrome da fadiga crônica: uma sequela emergente em sobreviventes do COVID-19?. Journal of NeuroVirology, v. 27, n. 4, p. 631-637, 2021.

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GOMES, Romina Santos et al. Manejo da via aérea e intubação traqueal em pediatria: uma atualização. Rev Med Minas Gerais, v. 32, n. Supl 11, p. S17-S23, 2022.

DE BRITO, Isadora Loraynne Alves Soares; DE MIRANDA FORTALEZA, Lilian Melo. A influência da posição prona no combate a hipoxia em pacientes com Covid-19 (revisão de literatura).

PONTES, Leticia et al. Perfil clínico e fatores associados ao óbito de pacientes COVID-19 nos primeiros meses da pandemia. Escola Anna Nery, v. 26, 2021.

DE SOUZA, Mateus Marinho Silva; DA SILVA SANTIAGO, Moana Divina. Covid-19, distúrbios psiquiátricos e disfunções bioquímicas no encéfalo. Avanços em Medicina, p. 8484, 2021.

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SILVA, Guilherme Ferreira Santos et al. COVID-19 e suas manifestações no sistema nervoso. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 5, p. e7151-e7151, 2021.


APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a) Z. F.O. C, após a leitura da Carta de Informação ao SUJEITO, ciente dos procedimentos propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que o(a) senhor(a), a qualquer momento, poderá retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado se torna informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.

Imperatriz (MA), 15 de novembro de 2022.

_________________________________________ Assinatura do sujeito OU seu representante legal


APÊNDICE B
CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO/ AO RESPONSÁVEL PELO

SUJEITO

Esta pesquisa tem como intuito realizar um estudo de caso com paciente diagnosticada com sequelas neurológicas pós internação por COVID-19, contemplando aspectos do diagnóstico, tratamento e recuperação. Para tanto, realizaremos uma entrevista semiestruturada, que se assemelha a um diálogo baseado no assunto em que se pretende focar, no qual possui um guia adaptável. Por não seguir um modelo tão rígido e ter flexibilidade e possibilidade de adaptações ao entrevistado, as suas reações ao contexto, permitem uma coleta de dado mais significativo, que será aplicado a uma paciente diagnosticada com Demência, sendo este participante do estudo residente no município de Imperatriz- MA. Para tal solicitamos sua autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos mínimos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação em que ela não se sinta confortável, esta poderá se retirar da pesquisa a qualquer momento. O participante poderá cessar sua colaboração sem consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos participantes e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderá ser esclarecida, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida ao Projeto de pesquisa na disciplina de TCC, que os resultados da mesma serão divulgados na monografia, obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação do participante, instituições ou locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo.

Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s) pesquisador(es). Obrigado.


APÊNDICE C
ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA COM PACIENTE COM COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS PÓS COVID-19.

  1. Sexo:
  1. Idade:
  1. Situação Conjugal:
  1. Tem filhos:
  1. Município de residência:
  1. Quando começou a sentir os sintomas de covid-19?
  1. O tratamento inicial foi feito em casa ou no hospital?
  1. Quando os sintomas de covid-19 começaram a se agravar?
  1. Foram quantos dias de internação hospitalar?
  1. Quando você estava na uti, quem acompanhava os boletins médicos?
  1. Houve complicações na uti?
  1. Como foram os primeiros dias após a alta hospitalar definitiva?
  1. Antes da covid-19 você fazia o uso continuo de alguma medicação?
  1. Quando a família começou a perceber as dificuldades cognitivas diretas? Tais como: Déficit de atenção, falta de concentração, perda de memória recente, fadiga mental, falta de interação e isolamento social, pensamentos de morte e outros.
  1. Fale um pouco de como você encarou essa sequela neurológica no começo e como você lhe dar com ela agora.
  1. Como está sua vida, após a covid-19?
  1. Você teve que mudar hábitos e rotinas?

ANEXO D

APROVAÇÃO DA COMISSÃO DE ÉTICA DA FACULDADE DE IMPERATRIZ (FACIMP) SOB O PROCESSO DE NÚMERO 007/2023

ANEXO B
ATESTADO MÉDICO DAS SEQUELAS PÓS COVID-19.

ANEXO C
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO ENCÉFALO.


1 Acadêmica do décimo período do curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMP WYDEN, Biancaferraz97@outlook.com.

² Orientadora, Rayssa Gabrielle Pereira de Castro Bueno, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional (UNITAU). Docente e coordenadora do curso de farmácia da faculdade de Imperatriz-FACIMP, rayssagcastro@hotmail.com.