OCORRÊNCIA DE ENCALHES DE TARTARUGAS MARINHAS NA REGIÃO DOS LAGOS, RJ

OCCURRENCE OF STRANDINGS OF SEA TURTLES IN THE LAKE REGION, RJ

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7835894


Andressa Basilio da Silva¹
Hanaka Hendrika Cardoso Nunes¹


Resumo

O presente artigo objetivou analisar as causas e consequências dos encalhes de tartarugas marinhas, encontradas na Região dos Lagos. Os dados analisados, coletados entre janeiro de 2019 a janeiro de 2020, correspondem ao Sistema de Monitoramento da Biota Aquática. Os registros foram separados em gráficos por espécie, estágio de desenvolvimento, condição final do animal, local de encalhe, mês, causa das mortes, presença ou ausência de fibropapiloma nos indivíduos vivos e mortos. No total foram registradas 605 ocorrências de encalhes. Quanto à condição final, 12% (71) dos animais foram encontrados vivos e 88% (534) mortos. Dos diagnósticos presuntivos das espécies necropsiadas, 54,3% (158) foram mortes naturais, 40,9% (119) mortes com a causas indeterminadas, 4,1% (12) mortes com causas antropogênicas, 0,7% (2) foram mortes por eutanásia. Foram diagnosticadas 12 mortes por causas antropogênicas, destas, 25% (3) foram interação com a pesca, 25% (3) apresentavam interação com embarcações marítimas e 50% (6) continham interação com resíduos antrópicos. Dos animais vivos e necropsiados, 7,9% (23) apresentavam fibropapiloma, e 92,1% (268) não apresentavam fibropapiloma. Dentre as mortes diagnosticadas como naturais, indeterminadas e por eutanásia, alguns indivíduos apresentavam resquícios de interação antropogênica. A presença de adulto da Caretta caretta evidenciou o fato que espécie utiliza a região como área de reprodução e desova. É fundamental a implantação de medidas mitigatórias que minimizem os impactos gerados sobre todas essas espécies de tartarugas marinhas encontradas na Costa Brasileira listadas em risco de extinção. 

Palavras-chave: Tartaruga Marinha. Encalhes. Região dos Lagos

ABSTRACT

This study aimed to analyze the causes and consequences of strandings of sea turtle species, found in the Lakes Region. The analyzed data, collected between January 2019 and January 2020, correspond to the Aquatic Biota Monitoring System. The records were separated into charts by species, stage of development, final condition of the animal, place of stranding, month, cause of death, presence or absence of fibropapilloma in living and dead individuals. In total, 605 stranding events were recorded. As for the final condition, 12% (71) of the animals were found alive and 88% (534) dead. Of the presumptive diagnosis of necropsied species, 54.3% (158) were natural deaths, 40.9% (119) deaths with undetermined causes, 4.1% (12) deaths with anthropogenic causes, 0.7% (2) were euthanasia deaths. Twelve deaths from anthropogenic causes were diagnosed, of these, 25% (3) were interaction with fishing, 25% (3) had interaction with marine vessels and 50% (6) contained interaction with anthropic waste. Of the live and necropsied animals, 7.9% (23) had fibropapiloma, and 92.1% (268) did not have fibropapiloma. Among the deaths diagnosed as natural, undetermined and by euthanasia, some individuals presented traces of anthropogenic interaction. The presence of an adult Caretta caretta evidenced the fact that species use the region as a breeding and spawning area. It is essential to implement mitigation measures that minimize the impacts generated on all these species of sea turtles found on the Brazilian coast listed at risk of extinction.

Keywords: Sea Turtle; Strandings; Lakes Region

1 Introdução

Nos últimos anos, com o crescimento dos efeitos do desenvolvimento costeiro e da crescente disposição da sociedade por recursos naturais e espaços, tem acontecido uma série de impactos de origem antrópica que afetam direta e indiretamente a biota marinha. Por exemplo, em toda costa brasileira, em muitas áreas de ocorrência das tartarugas marinhas, nota-se um crescimento de atividades industriais e áreas urbanas com a decorrente ocupação do litoral e o aumento de fontes de poluição, tanto em regiões oceânicas quanto costeiras (ICMBio, 2020). 

O atual estilo de vida das populações humanas é o principal responsável pela crescente degradação dos oceanos, que cobrem dois terços da superfície terrestre e que há muito tempo servem de depósito para todo tipo de resíduos antropogênicos, desde efluentes líquidos sanitários ou industriais até as mais diversas classes de lixo, como vidros, plásticos e materiais radioativos ou tóxicos (ARAÚJO & COSTA, 2003). Estes resíduos, quando despejado nos oceanos ou nas praias podem ser confundidos com alimentos por animais ali viventes, ou enredar animais com consequências letais. Afetam a saúde da fauna, das pessoas e a economia local (OCEAN CONSERVANCY, 2017). 

A exploração de petróleo, os resíduos antropogênicos, principalmente o plástico, é responsável pela mortandade de cerca de 100 mil animais marinhos anualmente em todo o mundo (INGESTÃO…, 2018). A pesca, a navegação e outras atividades marítimas, também têm sua parcela de culpa, no Brasil, cerca de 80% das mortes de tartarugas marinhas são causadas por petrechos de pesca (WORLD ANIMAL PROTECTION, 2018). De acordo com Hamann et al (2010), é evidente que a poluição causa grandes prejuízos em toda fauna marinha, incluindo as tartarugas marinhas, destes incluem-se a fibropapilomatose (apud SOUZA JÚNIOR, 2019). As espécies de tartarugas marinhas são migratórias e possuem hábitos alimentares e comportamentais distintos, habitam diversos locais em diferentes fases da vida, utilizam as ilhas oceânicas e as praias do litoral para a desova e diferentes regiões costeiras ou oceânicas para abrigo, alimentação e crescimento (ICMBio, 2020). 

Um estudo desenvolvido na Região dos Lagos, nos municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios e Cabo Frio, demonstrou um alto número de encalhes de tartarugas marinhas, principalmente da espécie Chelonia mydas. Os resultados mostraram que dentre principais artefatos que ocasionaram a mortandade, destacavam-se petrechos de pesca e resíduos sólidos ingeridos pelas tartarugas (AWABDI, 2013). Com isso tem-se a importância da realização dos monitoramentos nas praias, o que busca conhecer os problemas que as tartarugas marinhas enfrentam. 

O Projeto Tartarugas Marinhas – TAMAR é uma Organização Não Governamental – ONG, que institucionalmente está ligado ao Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICMBio, com a missão de conservar as tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, conta com o patrocínio da PETROBRAS, que atualmente, por meio do Programa Petrobras Ambiental, patrocina outras instituições que executam projetos com o intuito de conservação da biodiversidade marinha no Brasil (ICMBio, 2012). Dentre estes projetos existentes, se inclui o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos (PMP-BC), executado pela empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente que se estende de Vitória/ES a Araruama/RJ. Tal Projeto visa cumprir as exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, para o licenciamento ambiental das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural da PETROBRAS no pólo Pré-Sal da Bacia de Campos. 

Esse estudo foi feito com a finalidade de reunir informações referentes aos encalhes de tartarugas marinhas na Região dos Lagos no período de um ano, entre janeiro de 2019 a janeiro de 2020, desde a Praia de Unamar/Cabo Frio até a Praia Seca/Araruama. A partir da análise do Banco de Dados sobre monitoramento do Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática (SIMBA), disponibilizados pela empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente, objetivou-se reunir informações sobre os encalhes de tartarugas marinhas ocorridos no litoral da Região dos Lagos, desde a Praia de Unamar/Cabo Frio até a Praia Seca/Araruama, além de quantificar os encalhes de tartarugas marinhas no litoral da Região dos Lagos; estudar a presença de interações antrópicas nas tartarugas marinhas encalhadas; identificar o estágio de desenvolvimento e as espécies de tartarugas marinhas mais comumente encontradas encalhadas no litoral da Região dos Lagos e analisar a variação sazonal dos encalhes. 

Justifica-se entender a dinâmica dos encalhes e relacioná-los às suas causas. Relatar a problemática ambiental associada diretamente às ações antrópicas, principalmente os resíduos antropogênicos descartados inadequadamente nos ecossistemas marinhos. Sabe-se que a mortandade de tartarugas marinhas é um dos maiores problemas que se estende no mundo, são consideradas mundialmente espécies-bandeira, atribuídas por serem carismáticas, que atraem a atenção das pessoas. Tem importância para ajudar a difundir e massificar a mensagem conservacionista e sensibilizar a opinião pública sobre a necessidade de proteger animais menos conhecidos e seus habitats. Tornaram-se embaixadores dos oceanos, através delas foi possível proteger milhares de outras espécies, as características e fisiologia tornam-nas seres únicos e unem cada vez mais pessoas para a sua conservação (PROJETO TAMAR, 2011). Há, ainda, uma necessidade de organização dos dados disponibilizados na plataforma para subsidiar projetos de conservação das tartarugas e educação ambiental.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Caracterização das espécies de tartarugas-marinhas que ocorrem no Brasil

Segundo Andrade (2006, apud LUZZIETTI, 2012, p. 09), “As tartarugas existem há mais de 150 milhões de anos. Sua origem é terrestre, mas diferentemente dos outros répteis, elas evoluíram e se adaptaram ao ambiente marinho”. 

De acordo com o Projeto TAMAR (2011, p. 1).  

Os primeiros quelônios surgiram derivados de ancestrais terrestres e passavam a maior parte do tempo na água. Desenvolvendo formas de vida variadas, os dinossauros dominaram a terra há 150 milhões de anos. Nesse mesmo período, os atuais continentes se separaram e há 110 milhões de anos surgiram as primeiras tartarugas marinhas. Uma série de mudanças no clima do planeta provocou a extinção em massa dos dinossauros. Mas as tartarugas sobreviveram, diferenciando-se em várias espécies. Todas, porém, mantiveram sua característica principal: o casco protetor, formado pela fusão de costelas e vértebras e coberto por placas de queratina.

No mundo existem sete espécies de tartarugas marinhas, sendo cinco destas encontradas no Brasil: Tartaruga Cabeçuda (Caretta caretta), Tartaruga de Couro (Dermochelys coriacea), Tartaruga Oliva (Lepidochelys olivacea), Tartaruga Verde (Chelonia mydas) e Tartaruga de Pente (Eretmochelys imbricata). Todas estas listas se encontram em risco de extinção, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (MMA, 2001). 

a) Caretta caretta: O casco mede até 136 cm de comprimento e pesam quando adultas, em média, 140 kg, apresenta a carapaça com coloração marrom-amarelado. Manifesta uma dieta de predominância carnívora, alimentando-se de moluscos, caranguejos, mexilhões e outros invertebrados. A distribuição geográfica ocorre nos mares tropicais e subtropicais. Seus locais de desova no Brasil incluem os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Bahia (PROJETO TAMAR, 2011). 

b) Chelonia mydas: A carapaça mede até 143 cm de comprimento, pesando quando adultas, em média 160 kg, apresenta o casco com coloração verde ou verde-acinzentada escuro e marrom quando juvenis. Em seus primeiros anos de vida demonstra uma dieta omnívora, na fase juvenil, torna-se herbívora. Apresenta hábitos mais costeiros, tem a distribuição nos mares subtropicais, tropicais e águas temperadas, as principais áreas de desovas no Brasil estão localizadas nas ilhas oceânicas, como no Arquipélago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Ilha da Trindade (PROJETO TAMAR, 2011).

c) Lepidochelys olivacea: Esta é a menor das espécies, quando adulta, pesa em média 42 kg, tendo o casco de cor cinzenta em juvenis e verde-cinzento-escuro nos adultos, a carapaça mede em média de 72 cm. É carnívora e sua dieta alimentar inclui principalmente salpas, peixes, moluscos, crustáceos e ovos de peixe. Sua distribuição geográfica encontra-se nos mares tropicais e subtropicais, oceanos Pacífico e Índico, no Atlântico, ocorrem na América do Sul e na costa oeste da África, as áreas de desovas no Brasil estão localizadas desde o sul de Alagoas, passando por Sergipe, até o litoral norte da Bahia (PROJETO TAMAR, 2011).

d) Eretmochelys imbricata: O casco pode medir até 110 cm de comprimento, e pesar em média 86 kg, a carapaça é formada por placas laterais de cor marrom ou amarelada, que se imbricam como telhas e dois pares de escamas pré-frontais. Têm como alimento, crustáceos, briozoários, celenterados, esponjas e moluscos. Sua distribuição está entre mares tropicais e por vezes subtropicais dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, as principais áreas de desovas no Brasil encontram-se no litoral norte da Bahia e Sergipe, e no litoral sul do Rio Grande do Norte (PROJETO TAMAR, 2011).

e) Dermochelys coriacea: Esta é a maior das espécies, tendo a carapaça medindo até 178 cm, pesando em média 400 kg, o casco não contém placas, sendo formado por 7 quilhas longitudinais, de coloração negra com manchas brancas, azuladas e rosadas, cabeça e as nadadeiras são cobertas por uma pele apresentando uma textura semelhante ao couro de um animal. Tem sua dieta dominada por zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pirossomos e salpas. Sua distribuição se dá em todos os oceanos tropicais e temperados do mundo, a área de desova no Brasil ocorre somente no litoral norte do Espírito Santo (PROJETO TAMAR, 2011; ALMEIDA et al., 2011). 

2.2 Os impactos antrópicos nas tartarugas marinhas

A exploração de petróleo é um fator contribuinte para os impactos nas populações marinhas, operações com óleo onde se tem riscos de vazamento durante a produção ou transporte, além de contaminar a água, intoxica-se as espécies ali viventes causando a morte destes, em praias de desovas acomete a intoxicação de fêmeas, filhotes e tem-se a morte de embriões (SFORZA, MARCONDES e PIZETTA, 2017). 

A fotopoluição que está ligada, exclusivamente com o crescimento populacional no litoral, é causada pela incidência de luz artificial nas áreas de desovas, o que prejudica fêmeas e filhotes de tartarugas marinhas. As fêmeas podem vir a deixar de pôr os ovos devido à iluminação inadequada na areia das praias, os filhotes, por sua vez, ficam desorientados, ao passo que invés de seguir para o mar guiados pela luz da lua e das estrelas, passam a seguir no sentido contrário atraídos pela iluminação artificial, o que ocasiona fatalidades, alguns são atropelados, devorados por predadores ou morrem de desidratação (MAYNART, 2016). 

A fibropapilomatose, que é um exemplo de doença emergente em populações de tartarugas marinhas, e foi registrada no Brasil a partir de 1986, com casos cada vez mais frequentes desde então (BAPTISTOTTE 2007, MASCARENHAS & IVERSON 2008 apud REIS et al, 2010).  Caracterizada pela presença de múltiplos tumores na pele, esta doença pode afetar órgãos internos. Embora ainda não seja uma doença com a natureza totalmente conhecida, a presença dos tumores tem sido associada ao herpesvírus, onde a ocorrência é mais frequente em locais com o índice de poluição elevado, são raros os casos registrados em áreas de conservação. Desta forma, ficou evidente que as ações humanas, embora não sejam a causa primária, contribuem para a intensificação e proliferação da doença (PROJETO TAMAR, 2011).

2.3 Conservação das tartarugas marinhas

O Brasil ao assumir compromissos, assinou a Convenção sobre Diversidade Biológica durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a legislação brasileira criou o Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002:  

Art. 1o  Ficam instituídos, conforme o disposto no Anexo a este Decreto, princípios e diretrizes para a implementação, na forma da lei, da Política Nacional da Biodiversidade, com a participação dos governos federal, distrital, estaduais e municipais, e da sociedade civil.

 Foi concluído em Caracas, em 1o de dezembro de 1996, considerando a Convenção para a Proteção e a Conservação das Tartarugas Marinhas, o Decreto nº 3.842, de 13 de junho de 2001

Art. 1° A Convenção Interamericana para a Proteção e a Conservação das Tartarugas Marinhas, concluída em Caracas, em 1° de dezembro de 1996, apenas por cópia a este Decreto, deverá ser executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Em consequência da problemática ambiental que as tartarugas marinhas enfrentam por toda a costa brasileira, criaram-se áreas protegidas relevantes para a conservação destas, no total são 24 áreas, dentre essas, quatro têm o objetivo de proteger de alguma forma as tartarugas marinhas: Estação Ecológica dos Tupiniquins (SP); Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA); Reserva Biológica do Atol das Rocas (RN) e Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC). Entretanto, duas dessas, explicitamente têm no Decreto de criação o objetivo de proteger as tartarugas marinhas: Decreto nº 90.222, de 25 de setembro de 1984, Reserva Biológica de Comboios que tem o objetivo de proteger as tartarugas marinhas e seus locais de desova. Decreto nº 96.999, de 20 de outubro de 1988, Reserva Biológica de Santa Isabel com o objetivo de proteger da fauna local, especialmente as tartarugas marinhas que se encontram na Praia de Santa Isabel, a sua principal área de reprodução (ICMBio, 2017).

Existem alguns programas para a redução do lixo nos oceanos, a Ocean Conservancy conta com diversos destes: a Mobilização de limpeza costeira internacional; pesquisam e compartilham com o público, com a comunidade científica e os tomadores de decisão, detalhes importantes sobre o que destrói os oceanos; evitam que o lixo entre nas águas trabalhando com todos, de indivíduos a empresas, para alterar os produtos, práticas e comportamentos que levam ao lixo oceânico (OCEAN CONSERVANCY, 2017). 

Através do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Tartarugas Marinhas que delimitou alguns aspectos para a conservação de tartarugas marinhas, são feitos registros de encalhes através dos monitoramentos em todas as áreas de atuação do projeto o que permitem dados sobre a mortalidade de tartarugas marinhas, além de informar detalhes sobre distribuição, padrões etários de ocorrência, alimentação e deslocamento. Estes animais quando não estão em avançado estagio de decomposição, são realizadas necropsias para identificação da causa, determinação do sexo, parasitismo e outros aspectos. Animais vivos são registrados é feito a biometria e após estarem em boa condição são devolvidos ao seu habitat natural (SANTOS et al., 2011).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 A Região dos Lagos 

A Região dos Lagos, localizada no litoral do estado do Rio de Janeiro, é composta por sete municípios que, juntos, apresentam uma população de mais de 500 mil habitantes (Figura 1). A densidade demográfica da região (193 hab./km²) sendo inferior à média estadual (378 hab./km²) (SEBRAE, 2016).

Figura 1 – Mapa da Região dos Lagos

Fonte: IBGE, 2018

Quatro municípios são litorâneos e apresentam diversas praias: Praia de Unamar, Praia Rasa, Praia Gorda, Praia de Manguinhos Norte, Praia de Manguinhos Sul, Praia da Tartaruga, Praia do Centro, Praia dos Ossos, Praia Azeda, Praia Azedinha, Praia de João Fernandes, Praia de João Fernandinho, Praia Brava, Praia do Forno, Praia da Foca, Praia da Ferradura, Praia da Ferradurinha, Praia de Geribá, Praia de Tucuns, Praia do Peró, Praia do Forte, Praia do Foguete, Prainha, Praia do Forno/Arraial do Cabo, Praia dos Anjos, Pontal do Atalaia, Praia Grande e Praia Seca (Quadro 1). 

Quadro 1: Distribuição das praias por município na área de estudo

MunicípioPraia
Armação dos BúziosPraia Gorda
Praia de Manguinhos Norte
Praia de Manguinhos Sul
Praia da Tartaruga
Praia do Centro
Praia dos Ossos
Praia Azeda
Praia Azedinha
Praia de João Fernandes
Praia de João Fernandinho
Praia Brava
Praia do Forno
Praia da Foca
Praia da Ferradura
Praia da Ferradurinha
Praia de Geribá
Praia de Tucuns
Cabo FrioPraia de Unamar
Praia Rasa
Praia do Peró
Praia do Forte
Praia do Foguete
Arraial do CaboPrainha
Praia do Forno
Praia dos Anjos
Pontal do Atalaia
Praia Grande
AraruamaPraia Seca

Por ser uma região com grande variedade de paisagens e vários ecossistemas como dunas, restingas, lagoas, costões rochosos, e grande diversidade de fauna e flora, incluindo espécies endêmicas, apresentou um crescimento acelerado nos últimos anos e atrai muitos turistas. Essa região recebe uma grande quantidade de ventos Nordeste – NE vindo do Oceano Atlântico Sul, por conta disso, em dois municípios, Cabo Frio e Arraial do Cabo, acontece o fenômeno da ressurgência provocado por uma corrente de águas profundas e frias trazidas do oceano levada à superfície, carregando consigo uma maior salinidade e uma alta concentração de nutrientes, o que atrai uma grande diversidade de organismos marinhos (SILVA, DOURADO & CANDELLA, 2006).  

3.2 Monitoramento e Coleta de dados

Os dados de estudos foram disponibilizados pela empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente, através da plataforma SIMBA que reúne dados dos monitoramentos de praias realizados pela empresa, como os registros de animais encalhados vivos e mortos, biometria, análises clínicas e necropsias. Os monitoramentos realizados pela empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente acontecem diariamente, iniciando a partir das 6h da manhã, desde a Praia de Unamar/Cabo Frio até a Praia Seca/Araruama (Figura 2). A maioria das praias são monitoradas a pé ou de bicicleta por uma equipe de monitores, enquanto em outras praias o monitoramento ocorre com o auxílio de quadriciclo por uma equipe de auxiliares técnicos. Cada setor é separado por trechos, que por sua vez são formados por 2 ou mais praias (Quadro 2), cada trecho possui um monitor responsável pela realização do monitoramento. O monitoramento realizado pela empresa abrange uma extensão do litoral, de aproximadamente 180,6 km.

Quadro 2: Setores, trechos e praias onde ocorre o monitoramento pela empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente.

PraiaTrechoSetorEstratégia
UNAMAR7A01












7A
MONITORAMENTO
RASA7A02MONITORAMENTO
GORDAMONITORAMENTO
MANGUINHOS NORTE
7A03
MONITORAMENTO
MANGUINHOS SULMONITORAMENTO
TARTARUGAMONITORAMENTO
CENTROMONITORAMENTO
OSSOS



7A04
MONITORAMENTO
AZEDAMONITORAMENTO
AZEDINHAMONITORAMENTO
JOÃO FERNANDESMONITORAMENTO
JOÃO FERNANDINHOMONITORAMENTO
BRAVAMONITORAMENTO
FORNOMONITORAMENTO
FOCAMONITORAMENTO
FERRADURAMONITORAMENTO
FERRADURINHAMONITORAMENTO
GERIBÁ7A05MONITORAMENTO
TUCUNSMONITORAMENTO
PERÓ7A06MONITORAMENTO
FORTE7A07MONITORAMENTO
FOGUETEMONITORAMENTO
PRAINHA
7A08
MONITORAMENTO
FORNOMONITORAMENTO
ANJOSMONITORAMENTO
PONTAL DO ATALAIAACIONAMENTO
PRAIA GRANDE7B017BMONITORAMENTO
PRAIA SECAMONITORAMENTO

Figura 2: Extensão do litoral onde ocorre o monitoramento pela empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente

Com relação aos procedimentos com os animais encontrados encalhados, incluindo os quelônios, aves e mamíferos, são adotadas medidas protocolares. Os animais mortos encontrados durante o monitoramento feito nas praias são recolhidos, registrados, é feita a biometria e logo após, os animais com todos ou alguns órgãos conservados são encaminhados para necropsia para realizar a determinação do sexo, a causa da morte e parasitismo se houver, os animais em avançado estágio de decomposição são descartados. Animais vivos, são levados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Araruama (CRDA) onde serão registrados, é feito o registro biométrico, recebe o devido tratamento e com a melhora é solto para seu habitat natural. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Das espécies identificadas, 72,2% (437) eram Chelonia mydas, 14,1% (85) Caretta caretta, 9,4% (57) Lepidochelys olivacea, 2,3% (14) Dermochelys coriacea, 1,3% (8) Eretmochelys imbricata, 0,7% (4) indivíduos não foram identificados as espécies devido ao avançado estágio de decomposição. Da espécie Chelonia mydas, 9,4% (10) eram adultos, 87,9% (398) juvenis, 100% (2) filhotes e 61,4% (27) não foi identificado o estágio de desenvolvimento. Enquanto a espécie Caretta caretta, 47,2% (50) eram adultos, 6,6% (30) juvenis e 11,4% (5) não foi identificado o estágio de desenvolvimento. Por outro lado, a espécie Lepidochelys olivacea, 34,0% (36) eram adultos, 1,3% (15) juvenis e 3,6% (6) não foi identificado o estágio de desenvolvimento. A espécie Dermochelys coriacea, obteve 8,5% (9) adultos, 0,7% (3) juvenis e 4,5% (2) não foi identificado o estágio de desenvolvimento. A espécie Eretmochelys imbricata, com 0,9% (1) adulto, 1,3% (6) juvenis e 2,3% (1) não foi identificado o estágio de desenvolvimento. E por último, os indivíduos que não foram identificados a espécie, 0,2% (1) eram juvenis e 6,8% (3) não foi identificado o estágio de desenvolvimento (Gráfico 1).

Dentre os indivíduos encalhados, 12% (71) dos animais foram encontrados vivos e 88% (534) mortos. De janeiro de 2019 a janeiro de 2020 foram registradas 605 ocorrências de encalhes de tartarugas marinhas na área de estudo, sendo 35,7% (216) em Cabo Frio, 41,0% (248) em Armação dos Búzios, 18,2% (110) em Arraial do Cabo e 5,1% (31) em Araruama.

Gráfico 1: Ocorrência dos encalhes por espécies e estágio de desenvolvimento, entre janeiro de 2019 a janeiro 2020

Dos animais encalhados, foram encontrados no município de Cabo Frio 87,5% (189) mortos e 12,5% (27) vivos, Armação dos Búzios 91,1% (226) mortos e 8,9% (22) vivos, Arraial do Cabo 82,7% (91) mortos e 17,3% (19) vivos, Araruama 90,3% (28) mortos e 9,7% (3) vivos.

Na praia de Unamar foram 11,0% (67) encalhes, 8,0% (47) na Praia Rasa, 3,2% (19) na Praia Gorda, 1,5% (9) na Praia de Manguinhos Norte, 21,6% (131) na Praia de Manguinhos Sul, 1,0% (6) na Praia da Tartaruga, 3,0% (18) na Praia do Centro, 0,5% (4) na Praia de João Fernandes, 0,3% (2) na Praia de João Fernandinho, 1,0% (6) na Praia Brava, 0,6% (4) na praia do Forno/Armação dos Búzios, 2,5% (14) na Praia da Ferradura, 0,5% (3) na Praia da Ferradurinha, 2,0% (12) na Praia de Geribá, 1,8% (11) na Praia de Tucuns, 8,2% (50) na Praia do Peró, 5,6% (34) na Praia do Forte, 4,1% (25) na Praia do Foguete, 3,1% (19) na Prainha, 0,3% (2) na Praia do Forno/Arraial do Cabo, 2,1% (13) na Praia dos Anjos, 7,0% (42) na Praia Grande, 4,8% (29) na Praia Seca. Existem praias onde não acontecem monitoramento regularmente, e o resgate dos animais encalhados são feitos através de acionamentos, chamam-se Praias Desconhecidas, nestas, as ocorrências foram de 3,0% (18) no município de Cabo Frio, 1,5% (9) em Armação dos Búzios, 1,5% (9) em Arraial do Cabo e 0,3% (2) em Araruama.

Em uma distribuição temporal (Gráfico 2), no ano de 2019, foram registrados 11,1% (67) encalhes no mês de janeiro, 8,2% (50) em fevereiro, 10,6% (64) em março, 3,6% (22) em abril, 5,0% (30) em maio, 6,5% (39) em junho, 8,7% (53) em julho, 12,7% (77) em agosto, 9,6% (58) em setembro, 8,6% (51) em outubro, 7,1% (43) em novembro, 8,2% (50) em dezembro, e no primeiro dia de janeiro de 2020, término do período de estudo, foi registrado apenas 0,1% (1) encalhe. 

Gráfico 2:  Ocorrência temporal de encalhes de tartarugas marinhas, entre janeiro de 2019 a janeiro de 2020.

Dos animais encalhados e necropsiados, 83,2% (242) não apresentavam interação antropogênica, e 16,8% (49) apresentavam interações antropogênicas. Dos diagnósticos presuntivos das espécies necropsiadas, 54,3% (158) foram mortes naturais, 40,9% (119) mortes com a causas indeterminadas, 4,1% (12) mortes com causas antropogênicas, 0,7% (2) foram mortes por eutanásia (Gráfico 3). 

Gráfico 3:  Diagnóstico dos animais encalhados e necropsiados, entre janeiro de 2019 a janeiro de 2020

Dos animais vivos e necropsiados, 7,9% (23) apresentavam fibropapiloma, e 92,1% (268) não apresentavam fibropapiloma. No Gráfico 4, é possível perceber que foram diagnosticadas 12 mortes por causas antropogênicas, destas, 25% (3) foram interação com a pesca, 25% (3) apresentavam interação com embarcações marítimas e 50% (6) continham interação com resíduos antrópicos.

Gráfico 4: Classificação das interações antrópicas dos animais encalhados e necropsiados, entre janeiro de 2019 a janeiro de 2020.

Cinco espécies de tartarugas marinhas foram identificadas na área de estudo. Dessas espécies identificadas, a Chelonia mydas, obteve maior percentual de ocorrências, no trabalho de Reis et al. (2010) e Coelho (2009), realizados no litoral do Rio de Janeiro e outro no litoral da Bahia, respectivamente, pode-se observar o mesmo padrão nas ocorrências, tendo em vista maior incidência de encalhes de juvenis da espécie Chelonia mydas que se explica pelo fato de utilizarem as zonas costeiras ricas em algas para se alimentar. 

Da espécie Caretta caretta, obteve-se um maior percentual de encalhes de indivíduos adultos, por se tratar de uma região utilizada por essa espécie para reprodução e desovas. Lepidochelys olivacea também apresentou um alto percentual de encalhes de indivíduos adultos, possivelmente por essa espécie utilizar a região como parte de sua rota migratória ou como área de alimentação (SECCO et al, 2010). Por outro lado, a Dermochelys coriacea apresentou baixa incidência, que segundo Secco et al (2010), isso se explica pelo fato desta espécie residir por um curto período de tempo na região, afirmando seu caráter migratório. A espécie Eretmochelys imbricata apresentou o menor percentual de encalhes, sugere-se que esta região não apresente ambientes favoráveis, refletindo o estudo de Poli (2011) onde afirma-se que as principais áreas de alimentação são mais próximas do litoral paraibano. 

Demonstrou-se maior número de encalhes de indivíduos mortos do que de indivíduos vivos. A praia de Maguinhos Sul em Armação dos Búzios, obteve o maior percentual de encalhes, sugere que seja pelo recorte do continente, sendo esta a praia mais extensa do município, e também pelo fato do munícipio receber correntes marítimas quentes vindas do Equador e outras frias vinda do Polo Sul, fazendo com que se tenha águas límpidas frias e transparentes, e águas quentes e turvas (TAVARES, BULHÕES e ESTRADA, 2010), a Praia de Maguinhos Sul recebe ventos provenientes NE e SW (sudoeste) que associados as correntes marítimas influencia o alto número de encalhes na região. 

Cabo Frio, obteve o segundo maior percentual de encalhes; sugere-se que seja pelo fato de ser uma área com alto potencial de alimentação, que está diretamente ligado ao fenômeno de ressurgência onde o principal mecanismo é o vento NE que é muito intenso na região (VALENTIN, 2001).

Levando em consideração as estações do ano, houve maior percentual de encalhes nos meses de janeiro, julho, agosto e dezembro, que correspondem ao verão e ao inverno. No trabalho de Coelho (2009), tendo em vista as estações do ano, apresentou-se um padrão nas ocorrências de encalhes, que se justifica pela mudança nas direções dos ventos, onde no inverno o vento predominante é o NE, enquanto no verão o vento é SE (sudeste).

Dentre as causas de origem antropogênica, a interação com resíduos sólidos apresentou maior percentual, podendo ser subestimado por não conter essa informação na plataforma para os animais que encalharam vivos. Outros estudos sobre ingestão desses detritos reportaram altas frequências (POLI, 2011), sugere-se que esse fato tem maior frequência, quando relacionado com hábitos alimentares e distribuição geográfica das espécies, pois espécies com hábitos mais costeiros tende a ter mais facilidade em ingerir esses resíduos, uma vez que a poluição marinha é um fator que só aumenta no mundo todo. Nos estudos de Tomás et al. (2002), Poli (2011) e Awabdi (2013), confirmou-se que as interações com resíduos de origem antrópicas têm grande frequência, sendo o plástico, o mais frequente, pois, este quando ingerido em grande quantidade bloqueia o intestino, impedindo o animal de se alimentar. 

No estudo de Coelho (2009), a interação com a pesca refletiu maior percentual, sendo a captura incidental considerada um dos principais problemas enfrentados pelas tartarugas marinhas (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1990). Dentre os apetrechos de pescas que atingem estes animais, pode-se destacar as pescas com palangre de superfície e rede de deriva (MARCOVALDI et al, 2006), além disso, o emalhamento nas redes de pescas, ingestão de linhas e/ou anzóis, colisões com embarcações (ÓROS et al., 2004 apud COELHO, 2009). 

Dentre as doenças emergentes nas tartarugas marinhas, a fibropapilomatose obteve um alto percentual, tanto em animais vivos, quanto em animais mortos, embora seja uma doença de natureza benigna, esta, pode acometer fatalidades, pois, impossibilita os animais de se locomoverem, e consequentemente, se alimentarem. No Brasil a média geral da doença para a espécie Chelonia mydas, é de 15,4% (BAPTISTOTTE,2007), esse padrão de grande percentual da doença, foi confirmado no estudo de Reis et al. (2010). 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas informações obtidas no estudo das ocorrências de encalhes de tartarugas marinhas, é possível concluir que se obteve um maior registro de encalhes de indivíduos da espécie Chelonia mydas, e que há uma predominância de juvenis, sendo a maioria desses da espécie Chelonia mydas. Os indivíduos da espécie Caretta caretta em sua maioria foram adultos, isto provavelmente ocorreu por parte da área de estudo ter registros de desovas dessa espécie. Dos indivíduos que encalharam, em sua maioria, estavam mortos. Não foi possível identificar a causa da morte dos animais em avançado estágio de decomposição.

A área com maior número de encalhes foi o município de Armação dos Búzios, especialmente na Praia de Manguinhos Sul. Sendo provável que isso aconteça, devido à posição geográfica, clima da região e hábitos alimentares dos animais. Os meses que mais ocorreram encalhes foram correspondentes às estações do ano, sendo o verão e inverno, com maior percentual, se explica devido às direções dos ventos, sendo NE e SE. 

Dentre as mortes diagnosticadas como naturais, indeterminadas e por eutanásia, alguns indivíduos apresentavam resquícios de interação antropogênica. Das mortes diagnosticadas, em sua maioria, foram decorrentes de doenças patológicas, enquanto a minoria foi por ações antrópicas. Conforme os diagnósticos das espécies de tartarugas marinhas encalhadas, o número de causas devido a ações antropogênicas, foi no geral, pequeno. Entretanto, as mortes diagnosticadas como indeterminadas e natural, demonstrou percentuais relevantes tendo em vista interações antrópicas, pois, mesmo não sendo o fator determinante da causa, nestes animais continham resquícios com interações humanas.  

Não foi possível a análise gastrointestinal dos animais vivos, pois esta não estava disponibilizada pela plataforma, bem como os prontuários destes animais. Sugere-se uma padronização e melhoria deste sistema.

Há necessidade de projetos de educação ambiental com os pescadores locais, pois a captura incidental é um dos maiores problemas enfrentados pelas tartarugas marinhas. São necessários mais estudos quanto aos encalhes de tartarugas marinhas, como a direção das correntes e a posição geográfica da região de estudo. Diante de todos esses problemas expostos, é fundamental a implantação de medidas mitigatórias que minimizem esses impactos gerados sobre todas essas espécies de tartarugas marinhas encontradas na Costa Brasileira listadas em risco de extinção. 

6 REFERÊNCIAS

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¹Licenciada em Ciências Biológicas pela Unilagos. Pós graduanda em Ensino de Ciências Naturais pelo Instituto Federal Fluminense – campus Cabo Frio. andressabasiliosilva@gmail.com
¹Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará. Pós graduada em Biologia Marinha pela Unyleya. hannynunes@gmail.com