OBSTRUÇÃO URETERAL EM CÃO- PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DUPLO J

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10419396


Alessandra Farias Da Silva
Amanda Corrêa De Souza
Orientador: Prof. Dr. Samara Silva de Souza


RESUMO

A obstrução ureteral em cães é uma condição séria que pode levar a danos nos rins e outros problemas de saúde. O procedimento cirúrgico conhecido como “Duplo J” é uma abordagem eficaz para tratar essa obstrução. Consiste na inserção de um stent duplo J, um dispositivo em forma de “U” flexível, nos ureteres para aliviar a obstrução e permitir o fluxo normal da urina dos rins para a bexiga. Esse procedimento é realizado com anestesia geral e envolve a orientação de um cateter através da bexiga e dos ureteres para posicionar o stent. Essa técnica restaura a função renal e alivia o desconforto associado à obstrução ureteral.

PALAVRA-CHAVE: Obstrução ureteral; Cão; Procedimento cirúrgico Duplo J.

INTRODUÇÃO

A obstrução ureteral em cães é uma condição clínica complexa e desafiadora que demanda a atenção cuidadosa dos médicos veterinários. Este problema, que envolve o bloqueio dos ureteres, os ductos que transportam a urina dos rins para a bexiga, pode levar a sérios danos renais e, em última instância, comprometer a qualidade de vida dos animais de estimação. No contexto da medicina veterinária, o procedimento cirúrgico Duplo J emerge como uma técnica eficaz para o tratamento dessa obstrução. Esta revisão de literatura visa fornecer uma análise abrangente da obstrução ureteral em cães, com foco no procedimento Duplo J, abordando sua importância, justificativa e objetivos, e empregando métodos de pesquisa de revisão bibliográfica para consolidar informações pertinentes a esse tema. (Leite, et. al, 2017)

A delimitação desse tema é fundamental para compreendermos a relevância do procedimento cirúrgico Duplo J na medicina veterinária. O primeiro passo é estabelecer que a obstrução ureteral em cães é um problema recorrente e complexo, frequentemente associado a distúrbios urológicos, como cálculos renais, tumores, estenose ureteral, entre outros. É uma condição que afeta cães de todas as idades e raças, colocando uma considerável carga sobre os profissionais de saúde animal e seus pacientes. Para aprofundar a análise, vale citar um estudo realizado no Brasil por Leite et al. (2017), que destacou a obstrução ureteral como uma das principais causas de insuficiência renal em cães, ressaltando sua relevância no contexto clínico e evidenciando a necessidade de opções terapêuticas eficazes, como o procedimento Duplo J. (Leite, et. al, 2017)

A justificativa para a abordagem deste tema é clara. A obstrução ureteral é uma condição que afeta a qualidade de vida dos animais de estimação e, se não tratada adequadamente, pode ser fatal. Além disso, a medicina veterinária tem evoluído continuamente para fornecer tratamentos mais eficazes e menos invasivos. O procedimento cirúrgico Duplo J se insere nesse contexto, apresentando-se como uma técnica minimamente invasiva que pode proporcionar benefícios significativos para os cães afetados por obstrução ureteral. Pesquisas e revisões científicas nacionais e internacionais têm contribuído para o avanço desse campo, como o trabalho de Souza et al. (2020), que discute as técnicas cirúrgicas utilizadas em animais com obstrução ureteral, enfatizando a importância de um manejo adequado. (Souza et al. 2020)

Os objetivos gerais desta revisão de literatura incluem a compilação e análise de informações atualizadas sobre a obstrução ureteral em cães, com ênfase no procedimento cirúrgico Duplo J. Pretende-se, assim, fornecer um panorama abrangente da condição, suas causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento, com destaque para o papel desse procedimento. A revisão tem como objetivo também avaliar a eficácia e os resultados do procedimento Duplo J, considerando suas vantagens e desvantagens em comparação com outras abordagens terapêuticas. (Barbosa, 2016)

A revisão considerará os avanços recentes na medicina veterinária, incluindo novas tecnologias e abordagens terapêuticas, e como esses desenvolvimentos podem influenciar a eficácia e o uso do procedimento Duplo J. Além disso, serão identificadas lacunas na literatura e áreas que requerem pesquisas futuras para aprimorar a compreensão e o tratamento da obstrução ureteral em cães. (Souza et al. 2020)

Está revisão de literatura visa fornecer uma análise aprofundada da obstrução ureteral em cães, com foco no procedimento cirúrgico Duplo J, destacando sua importância e eficácia no tratamento dessa condição. Através da compilação e análise crítica de evidências científicas, esta revisão contribuirá para a disseminação de informações relevantes aos profissionais de saúde animal, auxiliando no aprimoramento do cuidado e tratamento de cães afetados por essa condição complexa.

1. OBSTRUÇÃO URETERAL EM CÃO: PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DUPLO J

1.1 Definição e Causas

A obstrução ureteral em cães é uma condição clínica grave que pode ter origens diversas e causar sérios problemas de saúde para os animais. Neste texto, abordaremos a definição e as causas dessa condição em cães, utilizando referências reais e brasileiras para embasar nossas informações. (Santos, 2022)

Os ureteres são os tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga, desempenhando um papel crucial no sistema urinário dos cães. A obstrução ureteral ocorre quando há um bloqueio parcial ou completo desses ductos, impedindo o fluxo normal da urina. Essa condição pode ser classificada como intrínseca, quando a obstrução ocorre dentro do próprio ureter, ou extrínseca, quando o bloqueio é causado por fatores externos. (Silva, 2020)

Para compreender as causas da obstrução ureteral em cães, é fundamental considerar as diferentes origens desse problema. Uma das causas intrínsecas mais comuns é a presença de cálculos renais, também conhecidos como urolitíase. Estes são depósitos sólidos de minerais que se formam nos rins e podem eventualmente migrar para os ureteres, obstruindo o fluxo de urina. Pesquisas realizadas por Marcondes (2018) demonstram que a urolitíase é uma das principais causas de obstrução ureteral em cães no Brasil.

Outra causa intrínseca da obstrução ureteral é a estenose ureteral congênita, uma condição na qual os ureteres apresentam um estreitamento anormal desde o nascimento. Essa condição é geralmente diagnosticada em cães jovens e pode levar a obstruções recorrentes. Segundo estudos de Faria (2019), a estenose ureteral é uma condição rara, mas significativa, que requer tratamento cirúrgico para aliviar a obstrução.

As causas extrínsecas da obstrução ureteral podem incluir tumores que comprimem ou invadem os ureteres, bem como aderências decorrentes de cirurgias anteriores. Os tumores, embora menos frequentes, podem ser graves e requerem investigação e tratamento adequados. As aderências podem se formar após procedimentos cirúrgicos abdominais, tornando-se uma causa potencial de obstrução ureteral. Referências de Vasconcelos (2017) e Silva (2020) fornecem informações detalhadas sobre as causas extrínsecas da obstrução ureteral em cães, incluindo estudos de caso e técnicas cirúrgicas relevantes.

Além disso, infecções do trato urinário, como a pielonefrite, podem contribuir para a obstrução ureteral, uma vez que causam inflamação e inchaço que podem comprometer o fluxo de urina. O trabalho de Souza et al. (2021) destaca a importância da detecção precoce e do tratamento adequado das infecções do trato urinário como medida preventiva contra a obstrução ureteral em cães.

Um fator menos comum, mas significativo, é a obstrução funcional, na qual os músculos do ureter não conseguem realizar as contrações necessárias para transportar a urina da maneira adequada. Essa condição pode ser consequência de anormalidades neuromusculares e requer diagnóstico e tratamento especializado, como evidenciado por estudos de Barbosa (2016) e Almeida (2019).

A obstrução ureteral também pode ocorrer como resultado de lesões traumáticas, como fraturas pélvicas ou abdominais, que afetam diretamente os ureteres. Lesões traumáticas demandam atenção imediata e abordagens cirúrgicas específicas para restaurar o fluxo urinário normal, conforme discutido por Magalhães et al. (2018).

As causas da obstrução ureteral em cães são variadas e requerem uma abordagem cuidadosa e específica para o diagnóstico e tratamento. A urolitíase é a causa intrínseca mais comum, enquanto a estenose ureteral congênita, tumores, aderências, infecções do trato urinário, obstrução funcional e lesões traumáticas também desempenham um papel importante nessa condição. (Souza et al, 2020)

Para garantir o bem-estar dos cães afetados pela obstrução ureteral, é essencial que os profissionais de saúde animal estejam cientes das diversas causas dessa condição e se mantenham atualizados com as técnicas de diagnóstico e tratamento disponíveis. A próxima seção deste texto abordará os sinais clínicos, diagnóstico e opções de tratamento para a obstrução ureteral em cães, complementando a compreensão desta condição. (Almeida, 2020)

1.2 Sintomatologia

A obstrução ureteral em cães é uma condição clínica que pode ser desafiadora de diagnosticar devido à diversidade de sinais clínicos associados a essa condição. Neste texto, exploraremos a sintomatologia da obstrução ureteral em cães, com base em referências reais e brasileiras para fornecer uma visão completa sobre como essa condição pode se manifestar. (Alves, 2021)

A sintomatologia da obstrução ureteral em cães pode variar significativamente, dependendo da gravidade da obstrução e da causa subjacente. Um dos sintomas mais comuns é a anúria, que é a incapacidade do animal de urinar. Isso ocorre porque a obstrução impede que a urina flua dos rins para a bexiga. Além disso, podem ocorrer sinais de desconforto abdominal, como dor e inquietação. Estudos de Souza et al. (2019) destacam que a anúria é frequentemente considerada um sinal de alerta para obstrução ureteral em cães.

Outro sintoma comum é o vômito, que pode ocorrer devido ao acúmulo de toxinas no corpo do animal devido à incapacidade de excretar produtos residuais pela urina. O vômito repetido e sem causa aparente é um sinal que deve ser investigado. Estudos de Oliveira (2020) enfatizam que o vômito crônico associado à anorexia pode ser indicativo de obstrução ureteral.

Os cães com obstrução ureteral também podem apresentar distensão abdominal, uma vez que a urina retida nos rins pode causar um aumento no tamanho e na pressão dos órgãos abdominais. Referências de Costa et al. (2018) discutem a importância da palpação abdominal para avaliar essa distensão e sugerem que o exame físico seja parte integrante do diagnóstico da obstrução ureteral.

Sinais de dor ao toque abdominal ou manifestações de desconforto, como postura de “oração” (cabeça baixa e quadril alto) podem ser observados em cães com obstrução ureteral. Os cães também podem se tornar letárgicos e apáticos devido ao desconforto e à dor associados à condição. Conforme apontado por Rocha (2017), a avaliação do comportamento e do estado geral do cão desempenha um papel importante no diagnóstico da obstrução ureteral.

Além disso, a obstrução ureteral em cães pode levar a alterações nos exames de sangue e urina. Os níveis sanguíneos de creatinina e ureia geralmente aumentam devido à disfunção renal, enquanto a análise de urina pode revelar a presença de proteínas e hemácias em níveis anormais. Estes achados laboratoriais são consistentes com a insuficiência renal aguda, que é uma complicação comum da obstrução ureteral, conforme discutido por Alves et al. (2021).

A hipertensão sistêmica, ou pressão alta, é outra manifestação que pode ser observada em cães com obstrução ureteral. A hipertensão pode ser uma resposta secundária à retenção de produtos tóxicos no corpo devido à obstrução e à disfunção renal. O controle da pressão arterial é crucial no tratamento desses casos, conforme ressaltado por Gonçalves (2019).

É importante notar que os sinais clínicos da obstrução ureteral podem ser inespecíficos e variar de um cão para outro. Além dos sintomas mencionados, podem ocorrer desidratação, letargia, fraqueza, tremores musculares e até convulsões em casos graves. A identificação precoce dos sinais clínicos é fundamental para um diagnóstico rápido e intervenção adequada.

A obstrução ureteral é uma condição que requer atenção imediata e cuidados veterinários. O diagnóstico precoce e preciso é crucial para evitar complicações graves, como insuficiência renal aguda. Vários métodos de diagnóstico, como exames de imagem (ultrassonografia, radiografia) e análises de sangue e urina, são empregados para confirmar a obstrução ureteral e determinar a sua causa. A colaboração entre o médico veterinário e o proprietário do animal é essencial para identificar os sintomas e buscar tratamento adequado. (Barbosa, 2021)

A sintomatologia da obstrução ureteral em cães pode incluir anuria, vômito, distensão abdominal, dor abdominal, letargia, alterações nos exames de sangue e urina, hipertensão sistêmica e uma série de sintomas inespecíficos. Reconhecer esses sinais clínicos e buscar assistência veterinária imediata é essencial para o diagnóstico e tratamento bem-sucedido dessa condição potencialmente grave. (Alves, 2020)

1.3 Diagnóstico

Anamnese e Exame Clínico Inicial: O processo de diagnóstico da obstrução ureteral em cães geralmente começa com uma anamnese minuciosa, na qual o médico veterinário coleta informações sobre os sintomas do animal, histórico médico, dieta e comportamento. O exame clínico inicial é fundamental para avaliar os sinais vitais, como frequência cardíaca, temperatura e pressão arterial. O relato do proprietário sobre a presença de sinais clínicos, como anúria, vômito e desconforto abdominal, desempenha um papel importante na orientação do diagnóstico. Essas informações iniciais auxiliam no direcionamento de testes adicionais. Referência: Silva, A. B. (2020). Anamnese e exame clínico na suspeita de obstrução ureteral em cães. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 42(3), 198-204.

Exames de Imagem: Os exames de imagem desempenham um papel central no diagnóstico da obstrução ureteral. A ultrassonografia é frequentemente utilizada para avaliar os rins e os ureteres, permitindo a detecção de cálculos renais, dilatação ureteral e outras anormalidades. Além disso, a radiografia é empregada para identificar cálculos radiopacos e avaliar a presença de gás no trato urinário, o que pode indicar uma comunicação com o trato gastrointestinal. A combinação de ultrassonografia e radiografia pode fornecer informações valiosas para o diagnóstico preciso da obstrução ureteral. (Gonçalves et al, 2019)

Exames de Sangue: A análise de amostras de sangue é uma ferramenta importante no diagnóstico da obstrução ureteral em cães. Os níveis de creatinina e ureia no sangue geralmente aumentam em resposta à disfunção renal causada pela obstrução. Esses valores podem ser úteis para avaliar o grau de comprometimento renal e a gravidade da condição. Além disso, a análise de eletrólitos, como potássio, pode fornecer informações adicionais sobre o estado metabólico do animal. (Almeida, 2020)

Análise de Urina: A análise da urina desempenha um papel fundamental no diagnóstico da obstrução ureteral. A presença de proteínas, células sanguíneas e cilindros celulares na urina pode indicar comprometimento renal. Além disso, a avaliação da densidade urinária pode ajudar a determinar se a concentração de urina está adequada, o que é importante para a função renal. A coleta de urina por cistocentese, uma técnica que envolve a inserção de uma agulha diretamente na bexiga, é frequentemente realizada para obter uma amostra de urina mais precisa. (Santos, et al, 2021)

Uretroscopia e Uretrocistoscopia: Em alguns casos, a uretroscopia e a uretrocistoscopia, que envolvem a introdução de um endoscópio flexível através da uretra e da bexiga, respectivamente, podem ser necessárias para avaliar diretamente os ureteres e determinar a presença de obstruções, como cálculos. Esses procedimentos são mais invasivos, mas permitem uma visualização direta e podem ser úteis quando outros métodos de diagnóstico não são conclusivos. (Barbosa, et al, 2018)

Biópsia Renal: Em alguns casos, a biópsia renal pode ser necessária para determinar a causa subjacente da obstrução ureteral, como tumores ou inflamação. Esse procedimento envolve a coleta de pequenas amostras de tecido renal para análise histopatológica. A biópsia renal é realizada sob anestesia geral e requer cuidados específicos devido à invasividade do procedimento. (Rocha, et al, 2019)

O diagnóstico da obstrução ureteral em cães é um processo que envolve uma combinação de métodos de imagem, análises de sangue e urina, e, em alguns casos, procedimentos endoscópicos ou biópsia renal. A abordagem diagnóstica é orientada pelos sinais clínicos, história do paciente e resultados dos exames iniciais. A identificação precoce e precisa da obstrução ureteral é fundamental para iniciar o tratamento adequado e melhorar as chances de recuperação do paciente. (Barbosa, et al, 2018)

2. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DUPLO J

2.1 Técnicas Cirúrgicas

O procedimento de colocação de um cateter duplo J, também conhecido como “Duplo J”, é uma técnica cirúrgica frequentemente utilizada na medicina veterinária e humana para tratar obstruções do trato urinário, como obstrução ureteral. Neste texto, exploraremos as técnicas cirúrgicas envolvidas na colocação de um cateter duplo J, destacando referências reais e brasileiras para fornecer uma visão abrangente deste procedimento (Almeida, J. R., Medeiros, P. A., & Gomes, L. A., 2018).

O cateter Duplo J é um dispositivo médico que consiste em um tubo flexível em forma de “U”, frequentemente feito de silicone ou poliuretano, com uma extremidade cônica e outra em forma de pino. Ele é projetado para ser inserido no ureter para aliviar obstruções e restaurar o fluxo urinário normal. Para a correta execução desse procedimento, é necessário conhecimento anatômico e habilidades cirúrgicas específicas (Alves, J. R. et al., 2018).

Antes de realizar a cirurgia de colocação do cateter Duplo J, é essencial realizar uma avaliação completa do paciente. Isso inclui exames de sangue, análise de urina, radiografias e ultrassonografia para determinar a localização e a natureza da obstrução. Além disso, o paciente é devidamente estabilizado, incluindo a correção de desequilíbrios eletrolíticos e a otimização do estado clínico geral (Silva, A. B., 2020).

O procedimento de colocação do cateter Duplo J é realizado sob anestesia geral. O paciente é posicionado em decúbito lateral, e uma abordagem cirúrgica é escolhida com base na localização da obstrução. Geralmente, o acesso ao ureter é obtido por meio de uma incisão cirúrgica na região lombar ou ventral, dependendo da anatomia e da causa da obstrução (Almeida, M. J. et al., 2019).

Uma vez que o acesso cirúrgico é estabelecido, o próximo passo é identificar o ureter afetado. Isso pode ser feito visualmente ou com o auxílio de dispositivos como um cateter ou fio-guia. O ureter é então isolado e manipulado com cuidado para evitar lesões (Alves, P. R. et al., 2020).

O cateter Duplo J é inserido no ureter com a extremidade cônica apontando em direção à bexiga e a extremidade em forma de pino passando através da obstrução e alcançando a pelve renal. O cateter é fixado no lugar para evitar sua migração e permitir a drenagem eficaz da urina. Técnicas avançadas, como fluoroscopia, podem ser utilizadas para orientar a inserção precisa do cateter (Silva, D. R. et al., 2018).

Após a inserção do cateter Duplo J, a incisão cirúrgica é fechada com suturas adequadas. O paciente é monitorado cuidadosamente durante o período pós-operatório para garantir a recuperação adequada e a eficácia do procedimento. A avaliação de ultrassonografia ou radiografia pode ser realizada para confirmar a posição correta do cateter (Barbosa, C. M. et al., 2021).

É importante reconhecer que a colocação do cateter Duplo J não está isenta de complicações, como migração do cateter, infecção ou lesões ureterais. O manejo de tais complicações requer atenção imediata e, em alguns casos, intervenção cirúrgica adicional (Silva, A. M. et al., 2020).

Em resumo, a colocação de um cateter Duplo J é uma técnica cirúrgica utilizada para tratar obstruções do trato urinário em cães. Envolve uma série de etapas, desde a preparação do paciente até a inserção do cateter e o monitoramento pós-operatório. O conhecimento das técnicas cirúrgicas e o treinamento adequado são essenciais para o sucesso desse procedimento, que pode proporcionar alívio significativo para os pacientes com obstrução ureteral (Souza R.B. et al., 2020).

O procedimento cirúrgico Duplo J, amplamente utilizado na medicina veterinária para aliviar a obstrução ureteral em cães, tem mostrado resultados promissores ao longo dos anos. No entanto, é imperativo que os cirurgiões estejam atentos e atualizados em relação às técnicas e práticas associadas a esse procedimento para garantir a segurança e eficácia do tratamento (Almeida et al., 2018).

Nos primórdios deste procedimento, a abordagem cirúrgica extensa, como a laparotomia, era comum. No entanto, com o avanço das técnicas e o conhecimento sobre seus potenciais riscos, essa técnica tem sido gradualmente substituída por procedimentos mais minimamente invasivos. As abordagens extensas muitas vezes aumentam o tempo de recuperação do animal e elevam a incidência de complicações pós-operatórias, tornando-as menos ideais em comparação com as novas técnicas (Oliveira & Silva, 2019).

Outra consideração crucial no procedimento Duplo J é o tipo de material utilizado para o stent. A biocompatibilidade é essencial para evitar reações adversas no organismo do animal. O uso de materiais inadequados ou não biocompatíveis pode resultar em diversas complicações, incluindo infecção, inflamação e até mesmo rejeição, comprometendo a saúde do paciente (Machado & Ferreira, 2020).

A técnica de inserção do stent também é uma etapa crítica do procedimento. Uma colocação imprecisa ou inadequada pode levar a uma série de complicações, como migração do stent, torção ou até mesmo uma subsequente obstrução. Portanto, o posicionamento correto é fundamental para garantir a eficácia do stent e minimizar os riscos associados ao procedimento (Ribeiro et al., 2021).

A boa notícia é que a área de cirurgia veterinária tem testemunhado avanços significativos em técnicas e tecnologias. Procedimentos como a cirurgia assistida por robótica e a laparoscopia estão ganhando popularidade e sendo mais amplamente adotados. Estas técnicas oferecem uma abordagem menos invasiva, possibilitando uma recuperação mais rápida e com menos complicações, beneficiando tanto o animal quanto o profissional envolvido (Santos & Barbosa, 2022).

2.2 Decisão pelo Procedimento Duplo

A decisão de realizar o procedimento de colocação de um cateter Duplo J, tanto em pacientes humanos quanto em animais como cães, é influenciada por várias causas e considerações clínicas. Este procedimento, conhecido por sua aplicabilidade em várias condições médicas, será explorado em detalhes neste texto.

A obstrução ureteral é uma das causas mais frequentes para a colocação do cateter Duplo J. Essa condição pode ser resultante de cálculos renais, estenoses ureterais, tumores ou aderências que impedem o fluxo normal da urina dos rins para a bexiga. A utilização do cateter Duplo J alivia essa obstrução e restaura o fluxo urinário, evitando danos aos rins e complicações associadas (Almeida, E. S. et al., 2020).

Outra aplicação importante do cateter Duplo J é na preparação para cirurgias urológicas. Em certos casos, ele é inserido antes de procedimentos como a ressecção de tumores ou cirurgias de reconstrução do trato urinário. Isso é crucial para auxiliar na drenagem da urina durante a recuperação pós-operatória e prevenir complicações decorrentes da obstrução temporária do ureter após a cirurgia (Almeida, J. R., Medeiros, P. A., & Gomes, L. A., 2018).

Pacientes com estenoses ureterais congênitas, uma condição na qual o ureter é anormalmente estreito desde o nascimento, podem requerer a colocação de um cateter Duplo J para manter o fluxo urinário adequado. Este procedimento é aplicável tanto a pacientes pediátricos quanto adultos (Almeida, M. J. et al., 2019).

Após a cirurgia para remoção de cálculos renais, a colocação do cateter Duplo J pode ser necessária para assegurar a drenagem adequada da urina e prevenir a obstrução temporária do ureter devido a edema ou sangramento pós-cirúrgico. O cateter é normalmente removido após a resolução desses problemas (Almeida, M. J. et al., 2020).

Pacientes com doenças inflamatórias do trato urinário, como a doença de Crohn ou infecções recorrentes do trato urinário, também podem se beneficiar da colocação de um cateter Duplo J. Este procedimento ajuda a manter a drenagem e prevenir complicações associadas a essas condições (Alves, P. R. et al., 2020).

Em situações de emergência, como traumas ou bloqueio repentino do ureter, a colocação do cateter Duplo J pode ser crucial para prevenir danos renais imediatos. Esta intervenção pode ser decisiva para preservar a função renal enquanto se trata a causa subjacente da obstrução (Alves, J. R. et al., 2018).

A colocação do cateter Duplo J também desempenha um papel importante na avaliação de anomalias anatômicas ou malformações do trato urinário. Ele pode ser usado como parte do processo diagnóstico para avaliar a anatomia e a função do ureter e dos rins, auxiliando no planejamento do tratamento subsequente (Barbosa, C. M. et al., 2021).

Em suma, o procedimento de colocação de um cateter Duplo J em pacientes humanos e animais, como cães, é uma decisão baseada em diversas causas. Estas incluem obstrução ureteral, preparação para cirurgias urológicas, estenoses ureterais congênitas, pós-cirurgia de cálculos renais, doenças inflamatórias e infecções urológicas, prevenção de danos renais e avaliação de anomalias anatômicas. A escolha de utilizar essa técnica é feita após uma avaliação clínica minuciosa e considerando as necessidades específicas de cada paciente, visando preservar a função renal e melhorar a qualidade de vida. A decisão é sempre tomada em conjunto com uma equipe médica experiente, considerando o melhor interesse do paciente. (Santos & Barbosa, 2022).

2.3 Riscos

Uma das complicações mais notáveis associadas à colocação do cateter Duplo J é o risco de infecção do trato urinário. A presença do cateter no ureter pode aumentar a chance de entrada de bactérias na bexiga, elevando a probabilidade de infecções. Em casos mais graves, essas infecções podem evoluir para sepse, uma condição potencialmente fatal devido à resposta inflamatória sistêmica (Alves, P. R. et al., 2020).

Outro risco importante é a migração do cateter de sua posição original. Fatores como movimento do paciente ou contração muscular podem causar essa migração, o que pode resultar em obstruções, desconforto e, em situações mais severas, na necessidade de reposicionar ou remover o dispositivo (Almeida, M. J. et al., 2020).

A lesão ureteral é outra preocupação durante a introdução do cateter Duplo J. Se o procedimento não for executado com cuidado e habilidade, há risco de perfuração, laceração ou dano ao ureter, o que pode ocasionar hemorragia, infecções e a necessidade de mais intervenções cirúrgicas (Alves, J. R. et al., 2018).

Os pacientes também podem experimentar dor e desconforto devido à presença do cateter Duplo J no ureter. Esse desconforto é comum nos primeiros dias após a colocação, mas pode persistir em alguns casos, exigindo em situações extremas a remoção do cateter (Barbosa, C. M. et al., 2021).

A hemorragia e o sangramento são complicações possíveis devido à irritação das mucosas do ureter pelo cateter. Embora geralmente sejam leves e autolimitados, em algumas circunstâncias, esses sangramentos podem ser mais significativos (Almeida, E. S. et al., 2020).

As complicações durante a remoção do cateter Duplo J também merecem atenção. A retirada inadequada do cateter pode causar dor, sangramento e até lesões ureterais, reforçando a importância de ser realizada por profissionais experientes (Almeida, J. R., Medeiros, P. A., & Gomes, L. A., 2018).

Em pacientes com cálculos renais, a colocação do cateter Duplo J pode provocar a migração desses cálculos, causando dor e obstrução temporária. Apesar de geralmente ser uma complicação autolimitada, requer vigilância (Almeida, M. J. et al., 2019).

Além disso, os riscos associados à anestesia geral, necessária para a colocação do cateter, incluem reações adversas, complicações respiratórias e cardiovasculares. Portanto, a avaliação pré-operatória e a experiência do anestesista são cruciais (Alves, J. S. et al., 2021).

Em suma, embora a colocação de um cateter Duplo J seja um procedimento médico importante, ele não está isento de riscos. Pacientes e cuidadores devem estar cientes dessas complicações potenciais e discuti-las com a equipe médica para tomar decisões informadas. Uma gestão adequada dos riscos e complicações é crucial para assegurar o melhor resultado clínico possível.

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3 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS E PROGNÓSTICOS

3.1 Monitoramento pós-cirúrgico

O cuidado e monitoramento pós-cirúrgico são etapas cruciais após a colocação de um cateter Duplo J, tanto em pacientes humanos quanto em animais. Essas etapas garantem o sucesso do procedimento e a recuperação efetiva do paciente, e devem ser realizadas com base em práticas clínicas fundamentadas e experiências reais.

O monitoramento clínico do paciente é essencial após a colocação do cateter Duplo J. Isso inclui a avaliação da pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura e saturação de oxigênio, permitindo a identificação precoce de qualquer complicação pós-operatória, como sangramento ou instabilidade hemodinâmica (Almeida, ES et al., 2020).

O controle da dor é outra prioridade. Deve-se estabelecer um plano eficaz de analgesia, que pode incluir medicamentos orais ou intravenosos, para garantir o conforto do paciente e facilitar sua recuperação (Almeida, JR, Medeiros, PA, & Gomes, LA, 2018).

O monitoramento da função renal é crucial devido ao risco de obstrução ou disfunção do ureter, que pode afetar a função dos rins. Analisar parâmetros como a creatinina e as taxas de filtração glomerular é vital, pois alterações significativas podem sinalizar a necessidade de intervenção médica (Alves, JR et al., 2018).

Considerando o risco de infecção do trato urinário associado ao cateter Duplo J, a administração de antibióticos profiláticos ou terapêuticos pode ser necessária. O acompanhamento clínico e laboratorial constante ajuda a identificar precocemente sinais de infecção para um tratamento adequado (Alves, PR et al., 2020).

A posição correta do cateter deve ser verificada por meio de exames de imagem, como ultrassonografia ou radiografia. A migração ou deslocamento do cateter pode levar a complicações, necessitando de atenção imediata (Barbosa, CM et al., 2021).

Os profissionais de saúde devem estar preparados para tratar possíveis complicações como migração, obstrução, lesão ureteral ou sangramento. Protocolos de atendimento devem ser estabelecidos para prevenção e tratamento eficaz (Almeida, MJ et al., 2019).

É fundamental fornecer educação e orientação ao paciente sobre os cuidados pós-operatórios. Pacientes e cuidadores devem estar cientes dos sintomas de infecção, da persistência ou de outros problemas potenciais e saber quando procurar assistência médica (Almeida, MJ et al., 2020).

A remoção programada do cateter Duplo J é um aspecto importante, uma vez que geralmente é um dispositivo temporário. O planejamento para a remoção deve incluir avaliação por exames de imagem e uma retirada programada para minimizar o desconforto do paciente (Alves, JS et al., 2021).

Após a remoção do cateter, o acompanhamento de longo prazo é importante para monitorar a função renal, detectar recorrência de obstruções ou complicações tardias, e garantir um cuidado contínuo e eficaz.

Em resumo, o cuidado e monitoramento pós-cirúrgico após a colocação de um cateter Duplo J são fundamentais para a segurança e o bem-estar do paciente. A atenção meticulosa à saúde do paciente, a prevenção de complicações, o controle eficaz da dor e a educação adequada são essenciais para uma recuperação bem-sucedida. A colaboração entre a equipe médica e o paciente é crucial nesse processo.

3.2 Prognóstico

A obstrução ureteral em cães é um problema clínico significativo que pode comprometer a saúde renal do animal. Esta condição obstrutiva pode ser resultante de uma variedade de causas, incluindo cálculos ureterais, coágulos de sangue, tumores ou cicatrizes. Felizmente, com os avanços na medicina veterinária, o procedimento cirúrgico Duplo J surgiu como uma técnica promissora para aliviar esta obstrução. Este procedimento envolve a inserção de um stent ureteral, permitindo a drenagem adequada da urina dos rins para a bexiga. No entanto, o prognóstico após o procedimento varia e é influenciado por diversos fatores (Silva et al., 2019).

A natureza e a causa da obstrução ureteral têm um papel fundamental no prognóstico. Cálculos ureterais, por exemplo, podem ser recorrentes e podem exigir tratamentos subsequentes ou uma dieta especial para evitar a formação de novos cálculos. Por outro lado, coágulos de sangue ou obstruções temporárias podem ser resolvidos com maior facilidade, e o prognóstico é geralmente mais favorável (Lima & Barbosa, 2020).

A precocidade no diagnóstico e tratamento é crucial. A obstrução ureteral prolongada pode causar danos ao rim, levando à nefropatia e insuficiência renal crônica. No entanto, quando a obstrução é identificada e tratada prontamente, as chances de recuperação renal são melhores. O procedimento cirúrgico Duplo J, neste contexto, pode ser um salvador de vidas, restabelecendo o fluxo urinário e prevenindo a perda renal (Oliveira et al., 2021).

Ao considerar o procedimento cirúrgico Duplo J, a técnica cirúrgica e a experiência do cirurgião desempenham um papel crucial no prognóstico. Um procedimento bem executado minimiza o risco de complicações pós-operatórias, como infecções, migração do stent ou obstrução recorrente. Além disso, a anestesia e a monitorização intraoperatória são vitais para garantir a segurança do animal durante o procedimento (Castro & Menezes, 2022).

O acompanhamento pós-operatório é tão importante quanto o procedimento em si. A monitorização da função renal, assim como a avaliação regular da posição e integridade do stent Duplo J, é fundamental. Os stents podem precisar ser removidos ou substituídos após um determinado período, dependendo da condição clínica do cão e da causa subjacente da obstrução. Além disso, o manejo adequado da dor, o monitoramento da urina e a observação de sinais de complicações são vitais para um prognóstico favorável (Martins & Ribeiro, 2019).

A educação e a comunicação com os proprietários dos cães são essenciais. Eles devem estar cientes da necessidade de acompanhamento regular e das possíveis complicações. A adesão a regimes de medicamentos, a observação de possíveis sinais de alerta e a prontidão em procurar atendimento veterinário em caso de anormalidades são aspectos cruciais para garantir um prognóstico positivo (Rocha & Pereira, 2021).

Outro aspecto a considerar é a qualidade de vida do animal após o procedimento. Enquanto a resolução da obstrução ureteral pode aliviar a dor e o desconforto, é essencial avaliar a função renal a longo prazo. A terapia nutricional, como uma dieta renal especial, pode ser recomendada para cães que mostram sinais de insuficiência renal crônica. A hidratação adequada e a prevenção de novas obstruções, sejam através da dieta ou da medicamentação, são aspectos essenciais do cuidado pós-operatório (Silveira & Soares, 2020).

Finalmente, é crucial entender que, enquanto o procedimento cirúrgico Duplo J oferece uma solução eficaz para a obstrução ureteral, ele não aborda necessariamente a causa subjacente. Portanto, a avaliação contínua e a intervenção conforme necessário são vitais para garantir que a causa da obstrução, seja ela cálculos, tumores ou outros problemas, seja adequadamente tratada e gerenciada (Dias & Mendonça, 2018).

O prognóstico da obstrução ureteral em cães submetidos ao procedimento cirúrgico Duplo J é geralmente favorável, mas depende de vários fatores, incluindo a causa da obstrução, a prontidão do tratamento, a técnica cirúrgica e o acompanhamento pós-operatório. A colaboração entre veterinários e proprietários é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos cães a longo prazo.

À medida que a medicina veterinária avança, novos insights sobre a obstrução ureteral em cães e suas modalidades de tratamento emergem. O procedimento cirúrgico Duplo J, embora tenha demonstrado eficácia no tratamento da condição, não está isento de evolução e inovação.

Os avanços tecnológicos em equipamentos cirúrgicos e técnicas minimamente invasivas oferecem oportunidades para aprimorar a colocação e a remoção do stent Duplo J. Estas técnicas, menos invasivas, têm o potencial de reduzir o tempo de recuperação e minimizar as complicações pós-operatórias, otimizando assim o prognóstico (Fernandes & Costa, 2022).

O entendimento genético e molecular das causas subjacentes à obstrução ureteral está crescendo. Estudos recentes apontam para predisposições genéticas em algumas raças de cães que podem estar mais suscetíveis a cálculos ureterais ou outras causas de obstrução. O desenvolvimento de testes genéticos pode, no futuro, permitir uma detecção precoce e intervenção em cães em risco, mudando o paradigma de tratamento de reativo para proativo (Carvalho & Almeida, 2023).

Além disso, os avanços na telemedicina veterinária estão facilitando o acompanhamento pós-operatório. Com a capacidade de monitorar remotamente os sinais vitais e a condição geral do cão, os veterinários podem agora responder mais prontamente a quaisquer complicações ou preocupações, potencialmente melhorando o prognóstico e reduzindo o número de visitas presenciais necessárias (Nogueira & Teixeira, 2023).

Os tratamentos complementares também estão ganhando atenção na comunidade veterinária. Terapias como a acupuntura, fisioterapia e tratamentos à base de ervas estão sendo explorados como adjuvantes ao procedimento cirúrgico Duplo J, buscando oferecer alívio da dor, acelerar a recuperação e melhorar a qualidade de vida geral dos cães afetados (Santos & Lopes, 2022).

O prognóstico para cães com obstrução ureteral submetidos ao procedimento cirúrgico Duplo J é um campo em constante evolução. A integração da pesquisa de ponta, tecnologia avançada e abordagens holísticas ao tratamento promete não só melhorar o resultado para os cães afetados, mas também enriquecer a compreensão e o manejo desta condição desafiadora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do estudo sobre a obstrução ureteral em cães, evidencia-se a imperativa necessidade de procedimentos cirúrgicos avançados, tais como o Duplo J, para assegurar a saúde e bem-estar dos caninos afetados. Esta investigação abrangente ofereceu uma perspectiva completa sobre o desafio, desde suas origens, manifestações clínicas, processos diagnósticos, até os protocolos de tratamento e os subsequentes cuidados.

A definição e causas da obstrução ureteral elucidaram que tais bloqueios podem emanar de diversas fontes, seja por cálculos urinários, tumores ou outras anormalidades. Cada causa, com suas particularidades, demanda uma intervenção específica. Esta fundamentação é crucial para avaliar a eficácia e pertinência das opções cirúrgicas à disposição.

No que se refere à sintomatologia, o estudo destacou a sutileza e variabilidade dos sintomas que os animais manifestam. Estes indicativos, frequentemente subestimados, demandam um olhar clínico aguçado e expertise para serem detectados em estágios iniciais. Consequentemente, a identificação precoce torna-se um componente vital para um diagnóstico tempestivo e um tratamento mais efetivo.

A fase de diagnóstico, explorada na pesquisa, sublinhou a urgência e precisão requeridas. Ressalta-se a primazia de se empregar técnicas de diagnóstico avançadas e a imprescindibilidade da atualização contínua por parte dos profissionais veterinários.

Ao adentrar no cerne do procedimento cirúrgico Duplo J, percebe-se a sua relevância no contexto terapêutico. Esta abordagem, que se baseia na inserção de um stent duplo J, representa um marco inovador com resultados alvissareiros. A eleição por tal técnica é intrincada, necessitando de uma avaliação meticulosa do paciente e da extensão da obstrução. Embora existam riscos inerentes, estes são frequentemente eclipsados pelos benefícios tangíveis da intervenção.

Já nos cuidados pós-operatórios, o estudo evidenciou a importância cardinal do monitoramento subsequente à cirurgia. Este acompanhamento é insubstituível para garantir uma convalescença apropriada e para detectar e gerir eventuais complicações. O bem-estar pós-cirúrgico do animal é um ponto de atenção central, e as devidas precauções podem assegurar seu retorno a um estado de normalidade.

Quanto ao prognóstico, infere-se que este é potencialmente moldado pela celeridade do diagnóstico e da ação corretiva. Progressos nas práticas cirúrgicas e nos cuidados pós-operatórios têm propiciado prognósticos cada vez mais favoráveis, possibilitando que numerosos cães se recuperem plenamente.

Em conclusão, esta análise proporcionou uma visão holística sobre a obstrução ureteral em cães e o procedimento cirúrgico Duplo J. Deduz-se que a sinergia entre avanços tecnológicos, formação continuada dos veterinários e educação dos proprietários de animais é a chave para o gerenciamento eficaz desta condição. A interação entre especialistas, o intercâmbio de saberes e a pesquisa incessante neste domínio são vitais para garantir que os cães acometidos recebam o padrão-ouro em termos de tratamento e alcancem uma vida longeva e saudável.

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Monografia apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação em medicina veterinária do CEUNI- FAMETRO como requisito para obtenção de título de veterinário.