OBESIDADE E A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA¹

OBESITY AND PHYSICAL ACTIVITY: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10929412


BASTOS, Giulia Letícia Lopes de Souza2


RESUMO

O presente trabalho tematiza a prática de atividade física na busca da qualidade de vida, evidenciando os desafios do profissional de Medicina nos dias atuais, partindo do objetivo principal fazer um levantamento de informações sobre os benefícios das atividades físicas na saúde das pessoas nos dias atuais. Dessa forma, busca-se fornecer informações e reflexões quanto à atuação dos profissionais de saúde no auxílio das pessoas atendidas pelos mesmos. Constata-se, pela presente pesquisa, que é através da prática de exercícios físicos que traz inúmeros benefícios para a saúde, e como também, pode atuar na prevenção de certas doenças e além de melhorar quadros patológicos desde que tenha um acompanhamento médico, ela também pode criar laços de amizade entre os praticantes trazendo-o de volta ao convívio social.

Palavras-chave: Atividade Física. Saúde. Qualidade de vida.

ABSTRACT

This paper focuses on the practice of physical activity in the search for quality of life, highlighting the challenges facing medical professionals today. The main objective is to gather information on the benefits of physical activity for people’s health today. The aim is to provide information and reflections on the role of health professionals in helping the people they serve. This research shows that the practice of physical exercise brings countless health benefits, and that it can also act to prevent certain diseases and improve pathological conditions, as long as it is accompanied by a doctor. It can also create bonds of friendship between practitioners, bringing them back into social contact.

Keywords: Physical Activity. Health. Quality of life.

1. INTRODUÇÃO

Este estudo tematiza a prática de atividade física na busca da qualidade de vida, evidenciando os desafios do profissional de Medicina nos dias atuais, partindo do objetivo principal fazer um levantamento de informações sobre os benefícios das atividades físicas na saúde das pessoas nos dias atuais. Nessa perspectiva, busca-se fornecer informações e reflexões quanto à atuação dos profissionais de saúde no auxílio das pessoas atendidas pelos mesmos. 

A atividade física é considerada todo movimento que a musculatura esquelética promove que resultará em gasto energético (TASSARA, 2012).

Existem hipóteses dos fatores causais dos transtornos mentais, que compreendem: biológicos (disfunções anatômicas e fisiológicas), de aprendizado (modelos de comportamento inadaptados aprendidos), cognitivos (inexatidão ou déficits no conhecimento ou consciência), psicodinâmicos (conflitos intrapsíquicos e déficits de desenvolvimento), ambientais (estressores e respostas ambientais adversas) (OMS, 2005)

É responsabilidade do profissional de Medicina, contribuir para promover, preservar e recuperar a saúde do homem, tendo ainda, como princípio básico, o bem-estar do indivíduo e da coletividade, no empenho da promoção da saúde, em especial quanto à assistência alimentar e nutricional (CFN, 2004).

2. METODOLOGIA

Este trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica, na visão de Minayo (2010, p.66), classifica-se como aquela que “trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo”. 

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado constituído de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas.  

Nessa perspectiva, como ressalta Richardson (2012, p.47):

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muitos dispersos pelo espaço. Por exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre população ou renda per capita; todavia, se tem a sua disposição uma bibliografia adequada, não terá maiores obstáculos para contar com as informações requeridas. 

Além disso, a pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. 

Dessa forma, a metodologia escolhida para a realização deste trabalho é de caráter descritivo e de natureza bibliográfica, levando em consideração ideias de autores que tratam do assunto.

Nesse sentido, para que o estudo em foco fosse realizado de maneira consciente, responsável e ética, realizou-se uma pesquisa utilizando como instrumento de coleta de dados livros, revistas, dicionários, artigos científicos, apostilas, Internet e outras fontes, levando em consideração obras de autores pertinentes ao tema.  Assim, logo após consulta e análise de bibliografias, procedeu-se a elaboração desse artigo científico, dando ênfase à opinião dos autores mencionados, bem como, a relevância de fatores e aspectos relacionados aos objetivos propostos na elaboração do projeto de pesquisa, documento inicial e necessário para que as etapas seguintes desse trabalho pudessem ser realizadas de maneira eficaz.

Com isso, logo após a etapa de coleta de dados, procedeu-se à análise das informações culminando com a elaboração deste artigo, onde foi possível incluir todas as informações condizentes e que tornaram-se de extrema importância no desenvolvimento e concretização do referido estudo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A atividade física é um dos processos biológicos mais complexos de que se tem conhecimento, independentemente de ser decorrente de uma atividade desportiva ou ligada ao trabalho profissional, podendo ser usada como um procedimento capaz de retardar e até mesmo reverter um processo patológico em andamento. (BRAZÃO, 1998)

A educação em saúde faz parte das atribuições de qualquer profissional que integre a equipe do PSF. O profissional de nutrição, além da prescrição dietética, precisa transmitir informações sobre hábitos saudáveis. Essa prática faz com que se desenvolva a autonomia diante do conhecimento do processo saúde-doença (ALVES; NUNES,2006). 

Mazo (2001) define que “a atividade física é todo e qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética (voluntária) que resulta em gasto energético acima dos níveis de repouso”. Assim, pode-se dizer que a atividade física são todas as atividades diárias em que se gasta energia, que podem ser realizadas através de atividades esportivas, recreativas, em grupo e individuais. No entanto, Matsudo (2001, p.2) descreve alguns conceitos:

Atividade Física: definida como qualquer movimento corporal produzido em consequência da contração da musculatura que resulte em gasto calórico. Exercício: definido como uma subcategoria da atividade física que é planejada, estruturada e repetitiva; resultando na melhora ou na manutenção de uma ou mais variáveis da aptidão física. Aptidão física: é considerada não como um comportamento, mas uma características que o indivíduo possui ou atinge, como potência aeróbica, endurance muscular, força muscular, composição corporal e flexibilidade. 

Nesse sentido, é importante ressaltar que o bem – estar ou saúde social: essas expressões tratam do meio ambiente do indivíduo em termos relacionais, interpessoais e de participação social. A atividade física se insere na saúde social na medida em que a pessoa a pratica mais em grupo do que individualmente.

Com isso, Nieman (1999), destaca que a atividade física pode ser divertida e agradável, incentiva laços de amizade e solidariedade, contribui para um melhor controle da própria existência; pode ser praticada durante toda a vida; melhora o estado de saúde e bem-estar.

Além de fazer a prevenção dessas doenças através da atenção primária à saúde, a atuação do profissional de Medicina na Atenção Básica faz com que haja uma recepção imediata e humanizada, buscando muitas vezes a solução imediata do problema ou a definição do melhor encaminhamento para sua resolução (PINHEIRO, 2008).

De certa forma, através desses inúmeros benefícios que a atividade física proporciona, temos que prescrever a atividade física de forma segura e eficaz, evitando assim certas lesões no organismo dos praticantes, e além de termos cuidados com a prática de atividade física, tem que ter certa atenção quanto a questões sociais no que se diz respeito aos direitos das crianças. Assim, as mesmas precisam de lugares apropriados para a prática de atividade físicas, sociais, culturais e educativas.

Portanto, é através da prática da atividade física, que segundo várias pesquisas científicas podemos provar que sua prática traz inúmeros benefícios para a saúde, e como também pode atuar na prevenção de certas doenças e além de melhorar quadros patológicos desde que tenha um acompanhamento médico, ela também pode criar laços de amizades entre os praticantes trazendo-o de volta ao convívio social

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “situação de bem-estar físico, mental e social” e define qualidade de vida como “percepção do indivíduo de sua posição na vida, contexto da qualidade e do sistema de valores nos quais ele vive considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.  (FERREIRA, 2003).

Além disso, existe a prática de educação alimentar que segundo Valente (2012) ressalta que essa prática é adequada quando contribui para a construção de seres humanos saudáveis, conscientes de seus direitos e deveres e de sua responsabilidade para com o meio ambiente e com a qualidade de vida de seus descendentes.

Segundo Ferreira (2003, p.26), a avaliação de qualidade de vida vem recebendo atenção especial nos últimos anos, especialmente nos casos de pacientes portadores de doenças crônicas. Esse fato é decorrente da mudança na forma de avaliar a condição geral do paciente, que passou a ser realizada, não apenas pelos profissionais responsáveis pelo tratamento, mas também pelo próprio paciente. No entanto, o termo “qualidade de vida” tem sido muitas vezes um clichê, sem uma definição precisa, por se tratar de um conceito multidimensional. 

Nessa perspectiva, é importante mencionar que o profissional de nutrição tem o importante papel de promover uma reeducação dos hábitos alimentares da população fazendo a prevenção de doenças e a promoção da saúde através da qualidade de vida (SANTOS, 2005).

A qualidade de vida é um fator de extrema relevância para a vida humana tendo em vista que quando fala-se em qualidade refere-se ao fato de relacionar a vida com a necessidade dessa qualidade nos diversos aspectos que envolvem o ser humano. Dessa forma, a qualidade de vida tem se tornado importante critério na avaliação da efetividade de tratamentos e intervenções na área da saúde. Esses parâmetros têm sido utilizados para analisar o impacto das doenças crônicas no cotidiano das pessoas e, para isso, é necessário avaliar indicadores de funcionamento físico, aspectos sociais, estado emocional e mental, da percussão de sintomas e da percepção individual de bem-estar. A relevância dos indicadores de qualidade de vida é fundamental não só por ser um aspecto básico de saúde, como também porque permite mostrar a relação existente entre a qualidade de vida, a morbidade e a mortalidade (PALMA, 2000)

A presença de desnutrição, obesidade, anemia e diabetes, principalmente numa mesma família, comprovam a insegurança alimentar e nutricional que no Brasil está associada a negação do direito ao acesso a alimentação necessária à vida e alimentação inadequada (PINHEIRO, 2008)

O profissional de Medicina é o profissional que recebe na sua formação acadêmica um conhecimento específico que lhe permite a partir de diagnóstico e observação de valores socioculturais de cada paciente, propor as devidas orientações nutricionais adequando-as à realidade de cada família, sendo um profissional indispensável no modelo de atenção à saúde proposto pelo governo (SANTOS, 2005).

O profissional de nutrição tem o importante papel de promover uma reeducação dos hábitos alimentares da população fazendo a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de vida. Nos serviços de saúde, através das consultas com monitoramento do estado nutricional, há possibilidade de diagnósticos longitudinais, o que é de grande importância para a melhoria das condições alimentares e nutricionais da comunidade. Com a coleta de dados antropométricos integrados a outros marcadores de saúde como hipertensão e diabetes, há uma resposta mais efetiva com relação à necessidade de cada paciente ( MACHADO, 2006).

4. CONCLUSÃO

Diante da realização desse artigo pode-se concluir que é através da prática da atividade física e da reeducação alimentar  que podemos provar que sua prática traz inúmeros benefícios para a saúde, e como também pode atuar na prevenção de certas doenças; e além de melhorar quadros patológicos desde que tenha um acompanhamento médico, ela também pode criar laços de amizades entre os praticantes trazendo-o de volta ao convívio social. Para isto, o profissional de Medicina atua de forma intervencionista, a partir do aconselhamento e monitoramento dos hábitos alimentares.

Nesse sentido, ele possui conhecimentos capazes de melhorar o perfil epidemiológico e nutricional da população. A falta do profissional de Medicina  no suporte e orientação correta abre espaço para que outros profissionais façam uso, de forma superficial, de seus conhecimentos sobre alimentação e nutrição, mesmo sabendo que não possuem formação adequada nesta área. 

A compreensão e capacitação dos profissionais de saúde que trabalham nas unidades básicas tornam-se, cada vez mais, instrumentos de importância ímpar para uma prática com qualidade e responsável por atender o paciente de uma forma acolhedora e eficiente.

Portanto, após todas essas análises espera-se ter contribuído para um aumento no conhecimento, não só de clientes e profissionais que atuam na área, mas de toda a população, fazendo com que este conhecimento ampliado seja aplicado no decorrer dos seus dias como pessoas humanizadas, e para que também contribuem no aumento do bem estar dos pacientes, bem como, na minimização das dificuldades enfrentadas por eles, colaborando para a efetivação e construção de um ambiente acolhedor, prazeroso e acima de tudo, que interfira de maneira positiva na qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

ALVES, V. S.; NUNES, M. O. Educação em Saúde na atenção médica ao paciente com hipertensão arterial no Programa Saúde da Família. Interface -Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.18, p.131-47, jan/jun 2006.

BRAZÃO, M. Atividade física & saúde. Jornal de Medicina do Exercício da SMDRJ, Rio de Janeiro. p. 6-9, jan./mar. 1998.

FERREIRA, V. Educação física, recreação, jogos e desportos. Rio de Janeiro. Sprint. 2003.

MACHADO, N. M. V. Reflexões sobre saúde, nutrição e a estratégia de saúde da família. 2006. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/noticia_01_09_06.pdf. Acessado em 10 de Outubro de 2023.

MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso: concepção gerontológica. Porto Alegre: Sulina, 2001.

MINAYO, M.C.S. (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 29 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999.

PALMA, A. Atividade física, processo saúde-doença e condições sócio-econômicas: uma revisão da literatura. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.14, n.1, p. 97-106, jan./jun. 2000.

PINHEIRO, A. R. O. Nutrição em saúde Pública: Os potenciais de inserção na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Revista eletrônica Tempus. Vol. 1, No 1, 2008.

RICHARDSON, R.J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

SANTOS, A. C. A inserção do nutricionista na estratégia da saúde da família: o olhar de diferentes trabalhadores da saúde. Fam. Saúde Desenv., Curitiba, v.7, n.3, p.257-265, set./dez. 2005.

TASSARA, V. Obesidade na infância e interações familiares: uma trama complexa. Belo Horizonte: Coopmed, 2012.

VALENTE, F. (org.). Direito Humano à alimentação: desafios e conquistas. São Paulo: Cortez, 2012. 


1Artigo apresentado ao Curso de Bacharelado em Medicina, do Centro Universitário UNINORTE.
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