O USO DOS EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO PARA PACIENTES COM OSTEOARTRITE DE JOELHO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8277916


Josiander Spolidorio Arakaki;
Anderson Almeida de Oliveira;
Eduardo Santos Bezerra;
Orientador (a): Prof.ª Laura de Moura Rodrigues


RESUMO

Introdução: a osteoartrite (OA) é uma doença de característica reumática, degenerativa,  progressiva, incapacitante e de inicio tardio, causada pelo desgaste da cartilagem que reveste as extremidades ósseas causando um desbalanço metabólico e o surgimento de sinalizadores de degradação, que consequentemente  leva ao quadro inflamatório causando dor, rigidez, hipotrofia muscular e limitação da amplitude de movimento, onde sua maior incidência são pessoas idosas e obesas. Justificativa: para esse trabalho é encontrar tratamento não medicamentoso, como exercícios de reabilitação dos grupos musculares de membros inferiores, a fim de contribuir para melhora da qualidade de vida de pacientes com osteoartrite de joelho. Objetivo: avaliar os tratamentos de fortalecimento dos grupos musculares de osteoartrite de joelho, proporcionando melhor qualidade de suas AVD’s. Métodos: este método baseia-se em revisões literárias, checagem e comparação minuciosa de artigos científicos com ensaios randomizados publicados em até 10 anos priorizando a melhora do quadro de pacientes com osteoartrite de joelho. Resultados: foram encontrados diversos artigos nas bases de dados das plataformas plataformas Pubmed, Scielo, Google acadêmico e na Cochrane, dos quais treze abordavam a temática investigada, fortalecimento muscular para pacientes com osteoartrite de joelho em que com checagem minuciosa encontramos similaridade no tratamento de OA com intervenção convencional de reabilitação. Conclusões: De acordo com os resultados apresentados nesta revisão de literatura do presente estudo, podemos concluir que o tratamento para osteoartrose de joelho com a modalidade de exercícios de fortalecimento muscular determinou melhora da dor, da qualidade de vida relacionada à doença e na diminuição da medicação, sem efeitos deletérios.

Descritores (Decs):  osteoartrite de joelho; osteoartrite; osteoartrose; gonartrose.

ABSTRACT

Introduction: Osteoarthritis (OA) is a rheumatic, degenerative, progressive, disabling and late-onset disease, caused by the wear and tear of the cartilage that covers the bone ends, causing a metabolic imbalance and the appearance of degradation signals, which consequently leads to the inflammatory condition causing pain, stiffness, muscle hypotrophy and limitation of range of motion, where its highest incidence is elderly and obese people. Justification: for this work, the aim is to find non-drug treatment, such as rehabilitation exercises for lower limb muscle groups, in order to contribute to improving the quality of life of patients with knee osteoarthritis. Objective: to evaluate the strengthening treatments for knee osteoarthritis muscle groups, providing better quality of their ADLs. Methods: this method is based on literary reviews, checking and meticulous comparison of scientific articles with randomized trials published in up to 10 years prioritizing the improvement of the condition of patients with knee osteoarthritis. Results: several articles were found in the databases of Pubmed, Scielo, Google Scholar and Cochrane platforms, of which thirteen addressed the investigated theme, muscle strengthening for patients with knee osteoarthritis, in which, with thorough checking, we found similarity in the treatment of OA with conventional rehabilitation intervention. Conclusions: According to the results presented in this literature review of the present study, we can conclude that the treatment for knee osteoarthritis with the modality of muscle strengthening exercises determined improvement in pain, quality of life related to the disease and decrease in medication , without deleterious effects.

Descriptors (Decs): knee osteoarthritis; osteoarthritis; osteoarthritis; gonarthrosis.

1. INTRODUÇÃO

A osteoartrite (OA) é uma doença reumática, degenerativa e progressiva que atinge as articulações sinoviais. Indivíduos com OA apresentam dor, rigidez articular matinal, sinais inflamatórios, crepitações, hipotrofia muscular e limitações na amplitude de movimento. (YAMADA et al., 2018)

A OA de joelho pode estar associada a sintomas de dor, instabilidade, redução da amplitude de movimento (ADM) e consequentemente diminuição da qualidade de vida e função. Esta limitação funcional resulta em um aumento do risco de morbidade e mortalidade, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia. (STEPHEN P. et al, 2021)

No estudo de Raposo F et al, mostrou que 10% da população com mais de 60 anos tem sérios problemas médicos resultantes da AO.( RAPOSO F. et al 2021). E no estudo de Cecilie B et al.  estimam uma prevalência de 27 milhões na população adulta dos Estados Unidos possuem a doença. (CECILIE B A F, et al2017)

Para Vicent et al. relataram em 2019 prevalência de 4,14% na população brasileira(VINCENT R. et al 2019). É esperado grande aumento no número de pacientes com OA no Brasil, uma vez que a população brasileira está envelhecendo e se tornando cada vez mais obesa. Existe relação direta entre a prevalência de AO, o aumento da idade e índice de massa corporal.( SHARON L et al, 2020)

Porém, alguns fatores de risco como gênero, idade, trauma, uso excessivo, genética e a obesidade contribuem para iniciar o processo de lesão nos diferentes componentes da articulação. Já é bem estabelecido que a sinóvia, o osso e a cartilagem são os três principais tecidos atingidos pelos mecanismos patológicos da AO. (RACHEL K, et al 2021)

A cartilagem tradicionalmente recebe a maior atenção no estudo da OA devido à sua destruição encontrada em estudos de imagem, assim como devido a imensa quantidade de processos biológicos nela ativados. O que ocorrem na cartilagem incluem o desbalanço metabólico e o surgimento de sinalizadores de degradação, estimulados por cascatas de citocinas, e a produção de mediadores inflamatórios. ( DEVITA P, et al 2018)

2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Décadas atrás, o tratamento da osteoartrite ou artrose (OA) era limitado ao uso de analgésicos simples, anti-inflamatórios, medidas físicas (emagrecimento, reforço muscular e modalidades fisioterápicas), infiltrações com corticoides e, nos casos refratários e mais graves, o tratamento cirúrgico. (NAZARI A. et al, 2019)

A cura da artrose ainda estar fora do alcance da medicina, já se discute a existência de drogas modificadoras da doença, que têm a capacidade de alterar a evolução da degeneração articular, retardando sua progressão, podendo até torná-la assintomática e, desse modo, evitando uma parcela dos procedimentos cirúrgicos de salvação. (NAZARI A. et al, 2019)

Com o tratamento muitos esperam que, se a medicação é capaz de retardar a doença, também pode torná-la assintomática, boa parte dos estudos com as drogas modificadoras de estrutura são de curta duração e comparados com drogas de ação rápida para analgesia. A OA é uma doença de evolução lenta. Porém, as alterações radiográficas demoram três anos para ser observadas/mensuradas. A própria perda do espaço articular do joelho está mais relacionada com a extrusão do menisco do que com a perda de cartilagem fêmoro-tibial. (NAZARI A. et al, 2019).

3. FORTALECIMENTO MUSCULAR

A fisioterapia utiliza de recursos terapêuticos, como exercícios, para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do indivíduo com OA.(YAMADA et al., 2018)

Portanto, um estudo com pacientes com OA de joelho mostrou que o músculo do quadríceps apresenta menos força muscular em quem tem a doença. Isto ocorre pelo fato do músculo quadríceps ter o papel de absorvedor de choque, uma fraqueza deste músculo diminui a proteção articular, resultando em um maior estresse e sobrecarga no joelho. (TSOKANOS A. et al 2019)

Em outro estudo com exercícios de fortalecimento de quadríceps e terapia manual adicional, mostrou que o exercício apresenta bons resultados, mas a terapia manual não apresentou diferenças significativas nos resultados em pacientes com OA de joelho.( RUNGE N. et al 2022) 

Kabiri S et al, realizaram um estudo com exercícios aeróbios combinado com exercícios de resistência muscular. Os autores verificaram que existe um efeito benéfico dos movimentos quando realizados com as duas modalidades, beneficiando os pacientes na diminuição da dor e na função. (KABIRI S et al 2018)

 Entretanto, houve uma variabilidade acentuada quanto ao tipo de exercício avaliado e principalmente em relação aos aspectos metodológicos. Além dos benefícios físicos, os exercícios também mostraram um efeito benéfico na saúde mental de pacientes com OA do joelho. Dessa forma, devido ao fato da diminuição da mobilidade ser um dos principais fatores responsáveis pela limitação da funcionalidade e diminuição da qualidade de vida de pacientes com OA de joelho, é de extrema importância que se pesquisem intervenções com base em uma metodologia adequada, que tenham como objetivo a melhora da funcionalidade e qualidade de vida destes pacientes. (TSOKANOS A. et al 2019)

Sendo assim, resolvemos explorar neste trabalho de conclusão de curso os exercícios de fortalecimento muscular e seus benefícios aos pacientes com OA de joelho.

4. JUSTIFICATIVA

Já comprovado na literatura que o tratamento farmacológico é benéfico para a população com osteoartrite reumatoide de joelho. Contudo, os tratamentos não farmacológicos como os exercícios de reabilitação também podem contribuir para a melhora da qualidade de vida destes pacientes. Porém, os exercícios de fortalecimento são poucos explorados e encontra se poucos estudos de boa qualidade. Com isto resolvemos realizar uma busca e uma revisão dos estudos existentes. (IMOTO A M. et al 2012)

5. OBJETIVOS

5.1 OBJETIVO PRIMÁRIO

Corroborar a contribuição dos métodos de reabilitação com o uso dos exercícios de fortalecimento para o tratamento de pacientes com osteoartrite reumatoide de joelho na melhora da dor.

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Explorar o uso dos exercícios de fortalecimento muscular em pacientes com artrite reumatoide de joelho, na melhora da mobilidade articular, da capacidade funcional e na melhora da qualidade de vida.

6. MATERIAL E MÉTODO

Este trabalho de conclusão de curso será uma revisão bibliográfica, baseados nos estudos existentes na literatura. A base de dados foram os artigos encontrados nas plataformas Pub med, Scielo, Google acadêmico e na Cochrane. 

A seleção de trabalhos para checagem foi baseada em ensaios clínicos randomizados controlados em indivíduos com osteoartrite de joelho, estudos publicados entre os anos de 2012 a 2022. A pesquisa destes estudos apresentados nesta revisão de literatura foi realizada entre fevereiro a novembro de 2023.

Foram incluídos estudos com pacientes que realizaram exercícios de fortalecimento muscular para a musculatura dos membros inferiores, porém que abordaram a conduta de reabilitação para o joelho com osteoartrite. Os estudos excluídos, foram os que utilizaram outras intervenções para reabilitação de joelho com osteoartrite além do exercício de fortalecimento, podendo ser metodologicamente um viés negativo para nossos objetivos.

O tipo de estudo em questão se baseia no formato descritivo sobre o tipo e progressão da patologia, bem como seus aspectos fisiológicos e fatores de risco.

Foram analisados e confrontados artigos científicos em língua portuguesa e inglesa onde prevalecem os avanços e descobertas de tratamento da doença, priorizando os melhores êxitos já estudados até os dias atuais.

7. RESULTADOS

Foram encontrados diversos artigos nas bases de dados das plataformas: Pubmed, Scielo, Google acadêmico e na Cochrane, utilizando os descritores, osteoartrite de joelho; osteoartrite; osteoartrose e gonartrose, desses, treze abordavam a temática investigada, fortalecimento muscular para pacientes com osteoartrite de joelho em que com checagem minuciosa encontramos similaridade no tratamento de OA através de intervenção convencional de reabilitação.

8. DISCUSSÃO

O tratamento para osteoartrose de joelho é um desafio para as pesquisas médicas, visto que tratamentos não farmacológicos são utilizados para melhorar as dores e os demais desconfortos causados pela doença (RAPOSO F. et al 2021).Os exercícios físicos fazem parte dos tratamentos não farmacológicos, já comprovados na literatura seus efeitos benéficos aos pacientes com esta doença. De uma forma global melhora a capacidade física, a flexibilidade, a coordenação motora, a capacidade cardiorrespiratória com a execução dos exercícios, o equilíbrio e os aspectos emocionais (CECILIE B A F, et al 2017, VINCENT R. et al 2019).

Em 2019, o American College of Rheumatology (ACR) e a Arthritis Foundation, atualizando as recomendações do ACR de 2012 para o tratamento da mão, quadril e joelho OA. Com base nas evidências disponíveis, recomendações fortes ou condicionais foram feitas a favor ou contra as abordagens avaliadas. Recomendações fortes foram feitas para exercícios, perda de peso em pacientes com OA de joelho e/ou quadril com sobrepeso ou obesidade, programas de autoeficácia e autogerenciamento, tai chi, uso de bengala, órteses de mão para OA da primeira articulação carpometacarpal (CMC), órtese tibiofemoral para OA de joelho tibiofemoral, antiinflamatórios não esteróides tópicos (AINEs) para OA de joelho, AINEs orais e injeções intra-articulares de glicocorticóides para OA de joelho. Recomendações condicionais foram feitas para exercícios de equilíbrio, ioga, terapia cognitivo-comportamental, kinesiotaping para primeira CMC OA, órteses para articulações da mão que não sejam a primeira articulação CMC, órtese patelofemoral para joelho patelofemoral OA, acupuntura, modalidades térmicas. Esta diretriz fornece orientação para médicos e pacientes que tomam decisões de tratamento para o manejo da OA. Médicos e pacientes devem se envolver em tomadas de decisão compartilhadas que considerem os valores, preferências e comorbidades dos pacientes. Estas recomendações não devem ser usadas para limitar ou negar o acesso às terapias (NAZARI A. et al, 2019).

Há evidências científicas de que o exercício de fortalecimento muscular é um instrumento eficaz para melhorar a aptidão física, saúde e qualidade de vida em indivíduos saudáveis e causa efeitos benéficos nos sintomas em pacientes com osteoartrose de joelho (STEPHEN P. et al, 2021, RAPOSO F. et al 2021, CECILIE B A F,  et al 2017)

No presente estudo desta revisão de literatura, todos os estudos selecionados apresentaram melhora estatística da dor, na qualidade vida e na diminuição de medicamentos para controlar a dor, proporcionando impacto positivo na qualidade de vida destes pacientes com doença.

O exercício de fortalecimento muscular para osteoartrose de joelho deve ser individualizado, consiste em um programa de exercícios físicos que proporciona uma contração muscular voluntária com o objetivo de aliviar sintomas, melhorar a função, melhorar ou prevenir deformidades (STEPHEN P. et al, 2021, RAPOSO F. et al 2021).  . Os resultados dos estudos apresentados demonstraram um efeito positivo para melhora da qualidade de vida dos pacientes. 

Em nossa revisão, selecionamos estudos com programa de exercícios de fortalecimento para melhorar os sintomas e a função. Exercícios com carga utilizando peso corporal ou qualquer outro elemento pode melhorar a força, resistência, flexibilidade, coordenação, equilíbrio e, portanto, melhorar o desempenho das atividades da vida diária. Este tipo de programa de exercícios contribui muito para prevenção de quedas, uma vez que os pacientes com dor no joelho têm dificuldades para se locomover e manter o equilíbrio corporal (YAMADA et al., 2018, RAPOSO F. et al 2021, CECILIE B A F,  et al 2017, VINCENT R. et al 2019).

No estudo de Yamada e t al, 2018, teve por finalidade verificar o efeito da associação de exercícios de fortalecimento, de marcha e de equilíbrio sobre a dor, a amplitude de movimento, o equilíbrio, a qualidade de vida e a capacidade funcional de indivíduos com OA de joelho. Foi um estudo clínico cego, no qual participaram 16 indivíduos com OA de joelho de ambos os gêneros e idade média de 61,38 ±16,10 anos. Os participantes realizaram 12 sessões de fisioterapia, realizando exercícios de fortalecimento, marcha e equilíbrio. Similar ao estudo de DeVita et al, 2018, que também teve como objetivo avaliar o efeito do fortalecimento do quadríceps na força, potência e trabalho do músculo quadríceps e cargas compressivas tíbio-femorais durante a caminhada em adultos com osteoartrite de joelho. Os resultados de ambos os estudos demonstraram uma melhora dos sintomas da doença como dor, equilíbrio e força muscular.

Já no estudo de Stephen P et al, 2021, afirmam que a fraqueza muscular da coxa está associada ao desconforto no joelho e à progressão da osteoartrite. Porém, pouco se sabe sobre a eficácia do treinamento de força de alta intensidade em pacientes com osteoartrite do joelho ou se pode piorar os sintomas do joelho. Objetivo deste estudo foi determinar se o treinamento de força de alta intensidade reduz a dor no joelho e as forças compressivas da articulação do joelho mais do que o treinamento de força de baixa intensidade e mais do que o controle da atenção em pacientes com osteoartrite do joelho. Diferente dos estudos de Yamada que foi realizado com 12 sessões de fisioterapia, o do DeVita, 12 semanas, mas similar ao utilizar um grupo controle com educação da doença. O resultado também difere dos outros estudos, apresentado que entre os pacientes com osteoartrite do joelho, o treinamento de força de alta intensidade em comparação com o treinamento de força de baixa intensidade ou um controle de atenção não reduziu significativamente a dor no joelho ou as forças compressivas da articulação do joelho em 18 meses. Os resultados não suportam o uso de treinamento de força de alta intensidade em vez de treinamento de força de baixa intensidade ou um controle de atenção em adultos com osteoartrite do joelho.

Na revisão sistemática de Raposo et al, 2021, mostra que os estudos selecionados, incluindo os de fortalecimento muscular melhoraram a dor e a função, porém o mesmo resultado nos   treinos de alongamento, pliometria e propriocepção, não se podem tirar conclusões concretas. Contudo, os mesmos resultados não podem se ver no estudo Cecilie et al, 2017, as intervenções de exercícios seguindo os critérios do ACSM American College of Sports Medicine para treinamento de força fornecem resultados superiores na força dos extensores do joelho, mas não na dor ou na incapacidade. Um aumento de menos de 30% na força extensora do joelho provavelmente não é clinicamente benéfico em termos de alterações na dor e na incapacidade.

Já no estudo de Vicent et al 2019, teve como objetivo comparar a eficácia do exercício de resistência com foco excêntrico ao exercício de resistência com foco concêntrico nos sintomas e força da osteoartrite (OA) de joelho. Noventa participantes consentiram. Os participantes foram randomizados para exercício de força concêntrica e excêntrica ou uma lista de espera, grupo de controle sem exercícios. Quatro meses de treinamento físico supervisionado foram concluídos usando máquinas tradicionais de musculação ou máquinas combinadas modificadas que sobrecarregaram a ação excêntrica. Os principais resultados incluíram força máxima em uma repetição (extensão do joelho, flexão da perna e leg press), taxa semanal de ganho de força, pontuação total e sub pontuações do Índice de Osteoartrite da Universidade McMaster e Western Ontario (WOMAC). Ambos os tipos de treinamento de resistência aumentaram efetivamente a força da perna. A força muscular de flexão e extensão do joelho pode modificar a função e os sintomas de dor, independentemente do tipo de contração muscular. Qual modo escolher pode ser determinado pela preferência, objetivos, tolerância ao tipo de contração e disponibilidade do equipamento. O que diferencia dos estudos anteriores é a metodologia empregada, porém com resultados semelhantes na melhora nos sintomas da doença comparada a outros estudos (VINCENT R. et al 2019, RAPOSO F. et al 2021, CECILIE B A F, et al 2017).

Comparando o estudo de Rachel K et al, 2021, com os outros estudos e uma metodologia totalmente diferente. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa de exercícios de fortalecimento e atividade física autodirigido baseado na web, apoiado por mensagens de texto automatizadas de mudança de comportamento na dor e função do joelho para pessoas com OA de joelho. Ao término do programa os resultados foram semelhantes ao estudo de Vicent et al 2019 , ocorreu uma melhora nos sintomas da doença e através do programa houve uma mudança de comportamento para incentivar a adesão ao exercício melhorou a dor e a função do joelho em 24 semanas. Essa intervenção digital não supervisionada e de acesso gratuito é uma opção eficaz para melhorar o acesso do paciente aos exercícios recomendados para OA e/ou para apoiar os médicos no fornecimento de gerenciamento de exercícios para pessoas com OA de joelho em escala em toda a população (RACHEL K, et al 2021).

Na revisão sistemática com AO de joelho realizado por Tsokanos A et al, 2019, com terapia manual, várias técnicas e métodos de fisioterapia têm sido usados ​​para o tratamento da OA, incluindo técnicas de tecidos moles, exercícios terapêuticos e técnicas manuais. O objetivo principal desta revisão sistêmica foi avaliar a eficácia a curto e longo prazo da terapia manual em pacientes com OA de joelho em termos de diminuição da dor e melhora da amplitude de movimento e funcionalidade do joelho. No final do estudo concluíram que a terapia manual é eficaz para o tratamento, porém com uma ressalva, mais estudos devem ser realizados para sustentar este resultado, comparando com exercício de fortalecimento muscular que apresenta bons resultados já incluídos nesta revisão de literatura. Comparando com o estudo de Yamada e t al, 2018 e  Vicent et al 2019, que realizaram metodologias totalmente diferentes e apresentando resultados confiáveis já mencionados neste estudo.  

Uma outra meta análise que sustenta o estudo de Tsokanos et al, 2019, foi o estudo de Runge N et al, 2022, em que avaliaram benefício adicional da combinação de terapia manual e terapia de exercícios sobre a terapia de exercícios isoladamente na dor e função em pacientes com osteoartrite de quadril ou joelho. No qual foram incluídos 19 estudos. Houve evidência de certeza muito baixa a moderada de que a terapia manual adicionou benefícios a curto prazo para dor e combinou dor, função e rigidez (escala global WOMAC), mas não para função baseada em desempenho e função autorreferida. A médio prazo, houve evidências de baixa a muito baixa certeza de que a terapia manual adicionou benefícios para a função baseada no desempenho e o escore global WOMAC, mas não para a dor. Houve evidência de alta certeza de que a terapia manual não forneceu benefício adicional a longo prazo para dor e função. Houve uma certeza muito baixa a moderada de evidências que apoiam a terapia manual como um complemento à terapia de exercícios para dor e escala global WOMAC, mas não funciona em pacientes com osteoartrite de joelho ou quadril a curto prazo. Houve alta certeza de evidência de nenhum benefício para terapia manual adicional em relação à terapia de exercícios isoladamente a longo prazo. Comparando com os estudos de fortalecimento muscular, este resultado deste estudo e do anterior comprova a superioridade dos exercícios de força para AO de joelho ( RAPOSO F. et al 2021, CECILIE B A F, et al2017, VINCENT R. et al 2019, SHARON L et al, 2020).

Uma outra comparação foi no estudo de Kabiri S et al, 2018, uma comparação de três modos de exercício aeróbico combinado com treinamento resistido na dor e função de pacientes com osteoartrite de joelho, um estudo controlado randomizado. Utilizaram como instrumentos de avaliação o teste de caminhada de 6 minutos, Escala Visual Analógica de dor, Time up and Go e o teste de levantar e sentar. Semelhante ao estudo de Nazari A et al, 2019, que também uso os mesmos instrumentos em sua metodologia. Após 8 semanas todos os modos de exercício aeróbico combinados com treinamento de resistência reduziram a dor e melhoraram a função. No entanto, a ergometria de braço pode proporcionar maior alívio da dor e desempenho esportivo; enquanto a esteira pode causar maior melhora no Time up and Go.

E por fim, o estudo de Imoto et al, 2012, tem uma semelhança e comprovação em relação aos outros estudos apresentados nesta revisão, em que o exercício de fortalecimento muscular para AO de joelho é benéfico para esta população, como de Yamada e t al, 2018, Vicent et al 2019, e Rachel K et al, 2021. Um estudo controlado randomizado, teve como verificar o efeito de um programa de fortalecimento de quadríceps com duração de oito semanas na dor, função e qualidade de vida de pacientes com osteoartrite do joelho. Considerando a análise por intenção de tratar, houve melhora estatisticamente significante no grupo intervenção quando comparado ao grupo controle em todas as variáveis avaliadas. Pode se concluir que um programa de exercícios de fortalecimento do quadríceps foi efetivo na melhora da dor, função e qualidade de vida de pacientes com osteoartrite do joelho. 

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Em consonância entre os autores dessa sistemática revisão literária, trazemos a luz aos leitores, ênfase na eficácia do tratamento com fortalecimento muscular em pacientes com OA de joelho de forma subjetiva.

 Há evidências científicas de que o exercício de fortalecimento muscular é um instrumento eficaz para melhorar a aptidão física, saúde e qualidade de vida em indivíduos saudáveis e causa efeitos benéficos nos sintomas em pacientes com osteoartrose de joelho (STEPHEN P. et al, 2021, RAPOSO F. et al 2021, CECILIE B A F,  et al 2017). O exercício de fortalecimento muscular para osteoartrose de joelho deve ser individualizado, consiste em um programa de exercícios físicos que proporciona uma contração muscular voluntária com o objetivo de aliviar sintomas, melhorar a função, melhorar ou prevenir deformidades (STEPHEN P. et al, 2021, RAPOSO F. et al 2021). 

10. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados apresentados nesta revisão de literatura do presente estudo, podemos concluir que o tratamento para osteoartrose de joelho com a modalidade de exercícios de fortalecimento muscular determinou melhora da dor, da qualidade de vida relacionada à doença e na diminuição da medicação, sem efeitos deletérios.

11. REFERÊNCIAS

1. YAMADA F Y, MÜLLER A F, TEIXEIRA P L et al. Efeito dos exercícios de fortalecimento, de marcha e de equilíbrio no tratamento de osteoartrite de joelho. Brasileira de Revista Ciência e Movimento. v 26, n 3, 2018.

2. STEPHEN P. MESSIER, SHANNON L. MIHALKO, DANIEL P. BEAVERS et al. Effect of High-Intensity Strength Training on Knee Pain and Knee Joint Compressive Forces Among Adults with Knee OsteoarthritisThe START Randomized Clinical Trial. Jama.325(7):646-657, 2021.

3. RAPOSO F, RAMOS M, LÚCIA CRUZ A. Effects of exercise on kneeosteoarthritis: A systematic review. Musculokeletal Care, 19(4):399-435,2021.

4.  CECILIE B A F, CARSTEN JUHL B C, ROBIN CHRISTENSEN A, HANS LUND B D et al. The role of muscle strengthening in exercise therapy for knee osteoarthritis: A systematic review and meta-regression analysis of randomized trials. Semin arthritis Rheum. 47(1):9-21, 2017.

5. VINCENT R, VASILOPOULOS T, MONTERO C et al. Eccentric and Concentric Resistance Exercise Comparison for Knee Osteoarthritis. Med Sci Sports Exerc. 51(10): 1977–1986, 2019.

6. SHARON L. K, TUHINA N, MARC C. H, CAROL O. 2019 American College of Rheumatology/Arthritis Foundation Guideline for the Management of Osteoarthritis of the Hand, Hip, and Knee. Arthritis Care & Research. 149–162, 2020.

7. RACHEL K, RANA S H, JESSICA K et al. Effects of a Self-directed Web-Based Strengthening Exercise and Physical Activity Program Supported by Automated Text Messages for People with Knee Osteoarthritis: A Randomized Clinical Trial. Jama Inter Med. 1;181(6):776-785, 2021.

8. DEVITA P, AABOE J, BARTHOLDY C, LEONARDIS JM. Quadriceps-strengthening exercise and quadriceps and knee biomechanics during walking in knee osteoarthritis: A two-centre randomized controlled trial. Clin Biomech. 59:199-206, 2018.  

9. NAZARI A, MOEZY A, NEJATI P, MAZAHERINEZHAD A. Efficacy of high-intensity laser therapy in comparison with conventional physiotherapy and exercise therapy on pain and function of patients with knee osteoarthritis: a randomized controlled trial with 12-week follow up. Lasers Med Sci. (3):505- 516, 2019.

10. TSOKANOS A, LIVIERATOU E, BILLIS E et al. The Efficacy of Manual Therapy in Patients with Knee Osteoarthritis: A Systematic Review. Medicina (Kaunas). 7;57(7):696, 2019.

11. RUNGE N, AINA A, MAY S. The Benefits of Adding Manual Therapy to Exercise Therapy for Improving Pain and Function in Patients with Knee or Hip Osteoarthritis: A Systematic Review with Meta-analysis. J Orthop Sports Phys Ther. 52(10):675-A13, 2022.

12. KABIRI S, HALABCHI F, ANGOORANI H, YEKANINEJAD S. Comparison of three modes of aerobic exercise combined with resistance training on the pain and function of patients with knee osteoarthritis: A randomized controlled trial. Phys Ther Sport. 32:22-28, 2018. 

13. IMOTO A M, PECCIN M S, TREVISANI F M. Exercícios de fortalecimento de quadríceps são efetivos na melhora da dor, função e qualidade de vida de pacientes com osteoartrite do joelho. Acta ortop. bras. 20 (3), 2012.