O USO DO VÁCUO ENDOSCÓPICO NO TRATAMENTO DE FÍSTULA GÁSTRICA PÓS BYPASS REVISIONAL: RELATO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7388254


Ciro Carneiro Medeiros
Alexandre Tellian
Valter Nelson Camargo Jorge
Christiny Emmanuelle Gabriel Bonassa
Bruna de Paolis Amim
Matheus Cesarino Villas-Boas
Danielle Gatti Tenis
Caroline Fernandes Alves Gatinoni
Isabella Gonçalves Carpanetti
Orientadora: Dra. Lara Taglieri Koyanagi


RESUMO 

Introdução: A obesidade é definida pelo acúmulo excessivo de gordura corporal potencialmente prejudicial à saúde e pode ser considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos. Tecnicamente, os procedimentos cirúrgicos para tratamento da obesidade podem ser divididos em restritivos, disabsortivos ou mistos. Atualmente as duas cirurgias bariátricas mais realizadas no mundo são o bypass gástrico em Y de Roux, classificado como misto, e a gastrectomia vertical, classificada como restritiva. Apesar do sleeve e do bypass gástrico em Y de Roux serem procedimentos seguros, com baixa taxa de morbimortalidade, algumas complicações podem ocorrer após o procedimento, incluindo fístulas, estenose de anastomose, úlceras de anastomose, síndrome de dumping, hérnia interna, falha na perda de peso, recuperação do peso, entre outros. Para enfrentar os crescentes desafios, novas abordagens vêm sendo desenvolvidas, exercendo um papel fundamental tanto no tratamento de primeira linha quanto no tratamento de resgate. Neste contexto, técnicas endoscópicas minimamente invasivas, como o uso de clipes, stents, sutura e terapia endoscópica a vácuo estão revolucionando o tratamento das deiscências e fístulas gastrointestinais. Essas técnicas podem ser aplicadas isoladas ou em combinação e fornecem uma alternativa menos invasiva à cirurgia, com menor morbidade e tempo de internação hospitalar. Objetivo: relatar um caso de uso do vácuo endoscópico no tratamento de fístula gástrica pós bypass revisional. Método: Trata-se de um relato de caso único atendido no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus – HUSF, localizado na cidade de Bragança Paulista, SP. O paciente autorizou a utilização dos dados contidos em seu prontuário, e se comprometeu a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Nenhuma informação que permita a identificação do paciente será divulgada. Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do HUSF, e só será iniciado se este Comitê o aprovar, entendendo que o mesmo respeita as diretrizes previstas na Resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, que discorre sobre os aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos.

Palavras-chave: Relato de caso, cirurgia bariátrica revisional, fístula de anastomose, terapia endoscópica a vácuo. 

INTRODUÇÃO 

A obesidade é definida pelo acúmulo excessivo de gordura corporal potencialmente prejudicial à saúde (BARROS; NEGRÃO; NEGRÃO, 2019) e pode ser considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos (WANDERLEY; FERREIRA, 2010). A doença está relacionada a uma inflamação sistêmica crônica e com distúrbios metabólicos (BARROS; NEGRÃO; NEGRÃO, 2019; FRANCISCHI et al., 2000). O resultado do tratamento clínico a longo prazo não é satisfatório em relação à perda de peso, sendo que 95% dos pacientes recuperam seu peso inicial em dois anos (BARROS; NEGRÃO; NEGRÃO, 2019). Nesse contexto, a cirurgia bariátrica vem sendo considerada o tratamento mais eficaz a longo prazo, por resultar em melhora da qualidade de vida e remissão de comorbidades (BARROS; NEGRÃO; NEGRÃO, 2019). 

Tecnicamente, os procedimentos cirúrgicos para tratamento da obesidade podem ser divididos em restritivos, disabsortivos ou mistos. Atualmente as duas cirurgias bariátricas mais realizadas no mundo são o bypass gástrico em Y de Roux, classificado como misto, e a gastrectomia vertical, classificada como restritiva (BARROS; NEGRÃO; NEGRÃO, 2019). 

Apesar do sleeve e do bypass gástrico em Y de Roux serem procedimentos seguros, com baixa taxa de morbimortalidade, algumas complicações podem ocorrer após o procedimento, incluindo fístulas, estenose de anastomose, úlceras de anastomose, síndrome de dumping, hérnia interna, falha na perda de peso, recuperação do peso, entre outros. Em alguns casos selecionados, os pacientes irão se beneficiar da cirurgia bariátrica revisional. Porém, esses procedimentos estão associados a taxas de complicações maiores do que as iniciais. Independentemente da técnica utilizada e, de acordo com a literatura, as taxas variam de 13 a 55% em diferentes estudos (BRAGA et al., 2021).  

As fístulas gastrointestinais ocorrem por deiscência de anastomose ou pela comunicação não fisiológica do trato gastrointestinal com outro órgão ou com a pele (CEREATTI et al., 2020). São condições graves e potencialmente fatais que podem ocorrer em uma ampla variedade de apresentações clínicas. O tratamento conservador com jejum, suporte nutricional adequado e antibioticoterapia associado a medidas invasivas como drenagens guiadas por imagem ou por via laparoscópica e as cirurgias revisionais foram por muito tempo as únicas medidas disponíveis. 

Para enfrentar os crescentes desafios, novas abordagens vêm sendo desenvolvidas, exercendo um papel fundamental tanto no tratamento de primeira linha quanto no tratamento de resgate (HEIMROTH; CHEN; SUTTON, 2018). Neste contexto, técnicas endoscópicas minimamente invasivas, como o uso de clipes, stents, sutura e terapia endoscópica a vácuo estão revolucionando o tratamento das deiscências e fístulas gastrointestinais. Essas técnicas podem ser aplicadas isoladas ou em combinação e fornecem uma alternativa menos invasiva à cirurgia, com menor morbidade e tempo de internação hospitalar.  

OBJETIVO 

  Relatar um caso de uso do vácuo endoscópico no tratamento de fístula gástrica pós bypass revisional. 

MÉTODO 

Trata-se de um relato de caso único atendido no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus – HUSF, localizado na cidade de Bragança Paulista, SP. O paciente autorizou a utilização dos dados contidos em seu prontuário, e se comprometeu a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Nenhuma informação que permita a identificação do paciente será divulgada. Somente dados do prontuário serão avaliados, nenhuma outra intervenção será realizada. Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do HUSF, e só será iniciado se este Comitê o aprovar, entendendo que o mesmo respeita as diretrizes previstas na Resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, que discorre sobre os aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos. 

ORÇAMENTO 

Especificação do gasto Custo estimado 
Deslocamento ao Serviço R$100,00 
Telefonia R$30,00 
Total R$130,00 

Observação: Todos os gastos deste projeto correrão por conta do pesquisador principal, não sendo gerado nenhum custo para o HUSF ou para a paciente descrita no prontuário avaliado. 

CRONOGRAMA 

 Julho de 2022  Setembro de 2022 
 Confecção do projeto e submissão ao COEP.  Relato do caso, redação da Discussão, Conclusão, Resumos, listagem das Referências finais, e submissão do trabalho à publicação.  

REFERÊNCIAS 

BARROS, F. DE; NEGRÃO, M. G.; NEGRÃO, G. G. Comparação da perda de peso após sleeve e bypass gástrico em y-de-roux: revisão sistemática. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 32, 2019.  

BRAGA, J. G. R. et al. Cirurgia revisional em complicações nutricionais graves após cirurgia bariátrica: relato de 4 casos de uma única instituição e revisão da literatura. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 48, 2021.  

CEREATTI, F. et al. Endoscopic management of gastrointestinal leaks and fistulae: What option do we have? World Journal of Gastroenterology, v. 26, n. 29, p. 4198, 2020.  

FRANCISCHI, R. P. P. DE et al. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Revista de Nutrição, v. 13, p. 17–28, 2000.  

HEIMROTH, J.; CHEN, E.; SUTTON, E. Management approaches for enterocutaneous fistulas. The American Surgeon, v. 84, n. 3, p. 326–333, 2018.  

WANDERLEY, E. N.; FERREIRA, V. A. Obesidade: uma perspectiva plural. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 185–194, 2010.