O USO DE TERAPIA GÊNICA EM DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS COMO HUNTINGTON

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410081958


Alessandra de Jesus Teixeira
Camille Luiza Franco Guerreiro
Orientador: Prof. Msc. Gabriel de Oliveira Rezende
Coorientador: Prof. Victor Eduardo Pinheiro da Costa


RESUMO 

A doença de Huntington (DH) é considerada rara, hereditária e muito agressiva, que não possui  cura momento, mostrando uma taxa de suicídio nesses casos significativa. Visando abrandar os  sintomas e melhorar a qualidade de vida, os métodos terapêuticos representam um avanço para  tal. Dessa forma, o objetivo deste estudo é avaliar o uso da terapia gênica na doença de  Huntington em aspectos sociais e clínicos, bem como versar de forma sucinta sobre outras  doenças neurodegenerativas que possuem essas intervenções. Para isso, o seguinte estudo, trata-se de uma revisão da literatura, de cooperação mútua, tanto analítica quanto quantitativa, bem  como o estudo de casos múltiplos de forma que mostre a realidade profunda e completa. Busca se também através de referências bibliográficas e documentais trazer uma reflexão adiante dos tratamentos utilizados pelas pessoas portadoras da doença, abordando dados publicados no  período de 5 anos até os dias atuais e que oferecem informações relevantes diante do tema  central. É almejado encontrar resultados positivos para o uso da tecnologia em pacientes  neurodegenerativos. 

Palavras-Chaves: Genética; Doença de Huntington; Neurodegenerativa; Pacientes; Terapia.

ABSTRACT 

Huntington’s disease (HD) is considered rare, hereditary, and highly aggressive, with no current  cure, and shows a significant suicide rate in such cases. Aiming to alleviate symptoms and  improve the quality of life, therapeutic methods represent a significant advancement in this  regard. Thus, the objective of this study is to evaluate the use of gene therapy in Huntington’s  disease from social and clinical aspects, as well as briefly discuss other neurodegenerative  diseases that involve these interventions. To this end, the following study is a literature review,  involving mutual cooperation, both analytical and quantitative, as well as the study of multiple  cases to provide a deep and comprehensive reality. The study also seeks, through  bibliographical and documentary references, to reflect on the treatments used by people affected  by the disease, addressing data published over the past 5 years up to the present and offering  relevant information on the central topic. Positive results for the use of technology in  neurodegenerative patients are hoped to be found. 

Keywords: Genetics; Huntington’s Disease; Neurodegenerative; Patients; Therapy.

1. INTRODUÇÃO 

A doença de Huntington (DH) é considerada rara e hereditária, atinge ambos os sexos e  se desenvolve gradualmente a partir dos 30, não sendo desconsiderado outras faixas etárias. No  momento não existe cura (Gomes, 2021). É uma doença bastante agressiva, na qual os pacientes  em média vivem de 15 a 20 anos desde o início do distúrbio, embora alguns que contam com o  sistema de apoio à vida possam durar mais 30 anos. Contudo, o suicídio é uma forma comum  nos primeiros estágios da DH (Pasternak, 2014). Geralmente os indivíduos portadores da  mesma recebem ajuda de forma que a qualidade de vida possa melhorar e também visando  abrandar os sintomas, sendo as terapias responsáveis pelo retardo do aparecimento e a mudança  no avanço da doença (Gomes, 2021). 

É um fato que a população no Brasil e no mundo tem envelhecido cada vez mais rápido,  relacionando-se a doenças, principalmente as que atingem o cérebro (Boaventura, 2020). Desde  1990, no Brasil a demência teve um grande solavanco em índices como prevalência, morbidade  e mortalidade (Feter; Leite, 2021), ligado à disfuncionalidade neurológica alterando as  movimentações do corpo e o funcionamento do cérebro. O acréscimo no predomínio das  doenças neurodegenerativas liga-se tanto à progressão da longevidade e o envelhecimento  populacional, já que no Brasil a transição demográfica torna-se propícia a quadros assim, pela  ascendência do número de pessoas na terceira idade. Em sentido desse painel, a perda de  funções fisiológicas é comum, além de estar mais tendente a gerar esses males, como a própria  doença de Huntington (Carvalho; Kostic; Rodrigues, 2023). 

A morte dos neurônios é causada pela alteração da huntingtina na DH (Associação  Brasil Huntington, 2022), Isso interfere na transcrição genética e na função imunológica e  mitocondrial (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). A terapia gênica entra como uma abordagem de  tratamento mais precisa, que vai combinar material genético por meio de vetores, reduzindo ou  ascendendo a expressão de alvos específicos (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). 

No campo da ciência dos genes muito tem se falado sobre as novas técnicas das décadas,  que mostram um avanço significativo para lidar com as alterações/mutações genéticas. Há  décadas existe um tratamento criado pela engenharia genética com a intenção de retificar  anomalias nucleotídicas ou precaver enfermidades agredindo a raiz da perturbação, provendo  material genético aos assistidos (Yunta, 2003), divulgando um cenário em que exista a  possibilidade de não apenas tratar, mas também sonhar em proporcionar a cura a determinadas doenças de origem genética, de modo que simboliza uma transformação relevante no tratamento  de doenças neurodegenerativas hereditárias e esporádicas (Sanchez-Valle, 2023). Observando a terapia gênica mostra-se um panorama esperançoso nesse tipo de  tratamento, vinculando-se a adjetivos como inovador e associando a avanço de grande impacto  na área das neurociências, sendo uma evolução da biotecnologia (Belém; Felipin, 2021).  Referindo-se à DH, vários ensaios clínicos estão em curso utilizando a terapia genética  (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). 

Nesse sentido, a gama de distúrbios degenerativos associados ao sistema nervoso são  imensos, especialmente relacionados ao declínio geral das habilidades mentais, e como foco  primordial uma das mais agressivas e raras é a doença de Huntington, englobando muitos  aspectos tanto sociais, assistenciais, quanto clínicos.

2. OBJETIVOS 

2.1. GERAL 

Avaliar o uso da terapia gênica na doença de Huntington em aspectos sociais e clínicos,  bem como sucintamente outras doenças neurodegenerativas. 

2.2. ESPECÍFICOS 

Investigar os desafios enfrentados na utilização de tratamentos genéticos na doença de Huntington; 

Demonstrar os efeitos da terapia gênica na qualidade de vida dos pacientes portadores de DH; 

Expor uma perspectiva ética dos recursos genéticos terapêuticos na doença de Huntington; 

Apresentar um panorama geral das condições vivenciadas pelos pacientes de Huntington; 

Transmitir os avanços das técnicas genéticas terapêuticas direcionados ao campo em questão de forma lacônica.

3. MATERIAIS E MÉTODOS 

3.1. TIPO DE ESTUDO 

Trata-se de um estudo de revisão crítica da literatura, com procedimento exploratório  e descritivo, que visa caracterizar os fatores relacionados à doença de Huntington, bem como  flexibilizar essa busca. A escolha das duas pesquisas possibilitará uma aquisição  pormenorizada, volvida e de vertente analítica, que engloba um trabalho mais centrado no ramo  a ser discutido. 

3.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 

Para cumprimento desta pesquisa serão selecionados literaturas e artigos em língua  portuguesa publicados no período de 2019 até os dias atuais, que ofereçam informações  sobre o tema do trabalho, sendo assim excluídos todos os dados com mais de 5 anos de  publicação e que não proporcionou dados com relação à temática. 

3.3. ANÁLISE DOS DADOS 

Mescla habilidades que competem em criar um campo de cooperação mútuo, no qual  a quantificação seja por tabela ou gráficos aliada a investigação analítica conferem mais  exatidão e precisão. Outra estratégia de pesquisa é o estudo de casos múltiplos que irá englobar  de maneira individual, observando as similaridades coletivas, de forma que mostre a realidade  profunda e completa. 

4. REVISÃO DE LITERATURA 

Atenderam aos critérios da pesquisa 17 artigos completos publicados em revistas  indexadas no Brasil e no exterior, além de utilizar como base uma literatura da editora  Guanabara Koogan. Na busca dos artigos adequados para a revisão foram utilizadas palavras chaves como: “Terapia gênica”, “doenças neurodegenerativas” e “doença de Huntignton”. 

A seleção dos dados ocorreu a partir de consultas em artigos científicos presentes nas  bases de dados: Blog da ABH (Associação Brasil Huntington), Revista FT, Saber científico,  Revista Facto, Act Farmacêutica Portuguesa, Revista contribuciones a las ciencias sociales,  SciELO Brasil, Unic, RECIMA21 – Revista Científica Multidisciplinar, Clinic Barcelona e  Bvsalud.org.

4.1. Aspectos sociais e fisiológicos das doenças neurodegerativas 

Uma das chaves para obter um estado de bem-estar durante o envelhecimento é manter  o cérebro saudável. Todavia, em 2020 os números divulgados pela Organização Alzheimer’s  Disease International mostravam um percentual de 50 milhões de indivíduos convivendo com  disfuncionalidades neurológicas, bem como fazia-se um alerta para 131,5 milhões até 2050 (Boaventura, 2020). Enquanto no Brasil, desde 1990 a demência teve um grande solavanco em  índices como prevalência, morbidade e mortalidade (Feter; Leite, 2021), isso porque a  população nacional e mundial tem envelhecido cada vez mais rápido, relacionando-se a  doenças, principalmente as que atingem o cérebro (Boaventura, 2020). 

O envelhecimento é a perda de funções, o que leva ao aumento do perigo de surgimento  de deficiências neurodegenerativas (DN’s), como é o caso da Doença de Huntington (DH) (Tavares; Negrão; Lima, 2011). O acréscimo no predomínio das doenças neurodegenerativas  liga-se tanto à progressão da longevidade e o envelhecimento populacional, já que no Brasil a  transição demográfica torna-se propenso a quadros assim, pela ascendência do número de  pessoas na terceira idade. Em sentido desse painel, a perda de funções fisiológicas é comum,  além de estar mais tendente a gerar esses males, como a própria doença de Huntington  (Carvalho; Kostic; Rodrigues, 2023). 

Todos os sintomas e patologias são consequências dos danos neurais, pois é a partir  deles que as doenças neurodegenerativas podem ser classificadas e nomeadas. Em doenças  como Alzheimer (DA), a perda neural é localizada no hipocampo, prejudicando a memória e  causando a demência. Na doença de Parkinson (DP), o prejuízo ocorre nos neurônios  substantivos nigrais, afetando a coordenação motora. Enquanto em Huntington (DH) os  movimentos involuntários são prejudicados pela diminuição dos neurônios estriados (Belém;  Felipin, 2021). 

Existe um processo de restauração feito por enzimas reparadoras do DNA nuclear  (DNAn) dos neurônios. Com o passar do tempo, essa função acaba sendo comprometida,  diminuindo a sua eficácia pelos constantes danos por oxidação e metilação. Portanto, a  manifestação e evolução das DN’s ligam-se à condição de aglomeração das lesões no DNA dos  neurônios (Tavares; Negrão; Lima, 2011). 

4.2. O uso da terapia gênica em aspectos clínicos e sociais

Há décadas existe um tratamento criado pela engenharia genética com a intenção de  retificar anomalias nucleotídicas ou precaver enfermidades agredindo a raiz da perturbação,  provendo material genético aos assistidos (Yunta, 2003), divulgando um cenário em que exista  a possibilidade de não apenas tratar, mas também sonhar em proporcionar a cura a determinadas  doenças de origem genética, de modo que simboliza uma transformação relevante no tratamento  de doenças neurodegenerativas hereditárias e esporádicas (Sanchez-Valle, 2023). 

Desde o começo grande parte da comunidade científica adotava postura positiva em  relação a viabilidade de tratar geneticamente. Todavia, a partir de 1990 o trajeto trilhado foi de  êxitos e decadências, em níveis instáveis, ao qual se prolongou por décadas até atingir um  progresso sucessivo. Com esse quadro contínuo a percepção enquanto a esfera genética  interligada às técnicas de assistência às doenças por meio desta tornou-se mais confiante (Silva,  2022). 

Com o avanço da genética tornou-se possível compreender melhor a estrutura  genômica, resultando em um cenário mais amplo para identificar as alterações. Dessa forma, a  terapia gênica surge como uma opção benéfica para tratar doenças que antes não tinham essa  alternativa (Sanchez-Valle, 2023) e a eficiência na capacidade de usar essas técnicas em prol  do auxílio terapêutico de doenças neurodegenerativas a define como indispensável (Belém;  Felipin, 2021). 

Para que a terapia gênica aconteça são necessários três processos importantes – o  material genético que será disseminado, a forma de propagar e a natureza da célula que integra  esses genes (Silva, 2022). 

Na primeira etapa os desígnios são os ácidos nucleicos, em que se transmuta o DNA  em RNA mensageiro ou converte o RNAm em proteína. A introdução do material genético no  núcleo da célula pode ser feita por duas táticas categorizadas como germinativas ou somáticas. A terapia somática executa esse procedimento sem interferir nas próximas gerações, enquanto  a germinativa baseia-se na transmissão dessas informações para linhagens futuras. Esses dois  métodos se divergem nos princípios legais, pois apenas a terapia somática é permitida, levando  em conta que a germinativa é mais invasiva, considerando que afeta geneticamente seus  sucessores (Silva, 2022). 

Na segunda etapa a forma de propagar esse material é através de um vetor. Este será  responsável por conduzi-lo até o local indicado. Eles classificam-se em dois tipos: 1- Não virais, que são técnicas físicas ou químicas, como componentes sintéticos conciliáveis com o  organismo humano, porém é um método dependente de um complexo de locomoção celular até  que seja exposto como tratamento no organismo. 2- Virais, que utilizam da estrutura dos vírus para entregar a forma terapêutica a célula-alvo, os mais predominantes são os retrovírus,  adenovírus e vírus associados (Belém; Felipin, 2021; Silva, 2022); 

Na terceira etapa, a natureza da célula é dependente do tipo de tratamento. Podem ser  identificadas como: in vivo, que a transmissão é realizada por via intravenosa ou em um ponto  do preciso do órgão. Enquanto a ex vivo, retira, modifica e introduz a célula novamente no  enfermo (Silva, 2022). 

4.2.1. Terapia gênica em doenças neurodegenerativas 

A manipulação de organismos vivos para criar tecnologias tem avançado quanto os métodos genéticos terapêuticos para intervir em enfermidades degenerativas do sistema  nervoso, utilizando alterações, silenciamento, remoção ou inclusão de genes modificados pelos  vetores, destacando os adenoassociados (Bélem; Felipin, 2021). 

Os Adenovírus(AV) contêm estruturas estratégicas que podem transferir os genes para  diversas células. Estes injetam seu material na célula-hospedeira, sem mesclar o DNA desta no  seu. Também passam um excelente retrato de seguridade, porém há a possibilidade do organismo reagir ativando o sistema de defesa (Carmona; Silva; Cruz, 2021). 

Ao mesmo tempo os Adenoassociados (AAV) carregam uma única fita de DNA, são  provenientes dos parvovírus e tem mais uso em experimentos científicos nas doenças  neurodegenerativas. Por não serem causadores de doenças, eles apresentam um bom índice de  segurança e uma habilidade primorosa de transferir o material aos neurônios in vivo. Embora  não sejam o ideal, os AAV são o melhor tipo para as doenças neurodegenerativas (Carmona;  Silva; Cruz, 2021). 

Além dos vírus adenoassociados (AAV), outras estruturas de proteção e transporte virais tem potencial de aproveitamento conforme o foco (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). Em outras opções, os AAV são mais constantes e contínuos, bem como a ausência de toxicidade  encaixa-se nas vantagens (Carmona; Silva; Cruz, 2021). Apesar dessa desenvoltura em  ascensão existem contrariedades em relação à delineação deste poder como penetrar a barreira  hematoencefálica, atingir a medula espinhal e enfrentar os desafios neuroestruturais. Por essa  razão surgiu o desenvolvimento de outras referências de condutores, sendo mais exclusivos ou  usando de nanotecnologias (Bélem; Felipin, 2021). 

4.3. Aspectos gerais da doença de Huntington 

A doença de Huntington (DH) é um distúrbio neurodegenerativo, localizado nos  gânglios da base do cérebro, com base na observação dos sinais exibidos pelos indivíduos  afetados. É definida por uma tríade de sintomas: distúrbios motores (distonia, bradicinesia,  coreia, ataxia, disartria e disfagia), comprometimentos cognitivos (dificuldade de memória e  concentração, envelhecimento precoce do intelecto, problemas na organização de pensamentos,  em lidar com novas situações e na execução de tarefas) e transtornos psiquiátricos (alterações  de comportamento, ansiedade, depressão, irritabilidade e apatia). Esses sintomas manifestam-se, predominantemente, entre os 30 e 40 anos, embora exista uma rara possibilidade de  manifestação na fase juvenil, antes dos 20 anos (Paiva. et. al., 2022). 

Por ser uma condição clínica caracterizada por alterações que afetam as habilidades  motoras, cognitivas e comportamentais, está associada a mudanças cerebrais irreversíveis em  várias áreas como o córtex, tálamo, hipotálamo, globo pálido, substância cinzenta, entre outros,  são áreas cerebrais afetadas e, com a progressão dos sintomas da doença, ocorre uma  diminuição da capacidade dos movimentos voluntários, alterações de comportamento e perda  de memória. Essas complicações resultam em uma fragilidade do organismo, levando à  incapacidade e, eventualmente, à morte, geralmente decorrente de disfunções como doenças  cardiovasculares e pneumonia, pois a expectativa média de vida varia de 10 a 25 anos após o  início da DH (Paiva. et. al., 2022). 

A DH é uma mutação genética autossômica dominante, localizada no cromossomo 4,  no gene *interesting transcript* 15′ (IT 15), com uma alteração nas sequências dos nucleotídeos  citosina, adenina e guanina (CAG), que resulta na expansão da proteína Huntingtina (HTT).  Com a descoberta dessa mutação, é possível avaliar a repetição dos trinucleotídeos CAG; uma  repetição acima de 39 resulta na manifestação da doença, enquanto uma repetição de 28 ou  menos não levará ao desenvolvimento da condição. Embora não haja cura para impedir o início  dos sintomas ou retardar a progressão da doença, a terapia sintomática dos pacientes com DH  pode melhorar sua qualidade de vida e reduzir a gravidade da condição (Paiva. et. al., 2022). 

4.3.1. A qualidade de vida, os desafios enfrentados, os testes e diagnósticos dos  pacientes portadores de Huntington 

O manejo da DH é complexo, já que não existe um tratamento definitivo para a  condição, e as metas terapêuticas focam principalmente no controle dos sintomas e na oferta de  suporte multidisciplinar aos pacientes. Devido à característica progressiva e incapacitante da DH, uma estratégia ampla e individualizada é crucial para aprimorar a qualidade de vida dos  pacientes e reduzir o efeito da doença em sua funcionalidade e saúde (Kim, 2021). Dessa forma, a fisioterapia e a terapia ocupacional desencadeiam um papel essencial  no controle dos sintomas motores da DH, como coreia, distonia e dificuldades de equilíbrio.  Essas intervenções buscam otimizar a mobilidade, a coordenação e a autonomia funcional dos  pacientes, colaborando para preservar a qualidade de vida. Além disso, tratamentos  farmacológicos podem ser indicados para aliviar os sintomas motores e psiquiátricos da DH.  Medicamentos como a tetrabenazina podem auxiliar na redução da coreia e da distonia,  enquanto antidepressivos e ansiolíticos podem ser usados para tratar sintomas emocionais,  como depressão e ansiedade (Kim, 2021). 

Testes moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR), são usados para  observar as repetições dos códons CAG (que codificam o aminoácido glutamina), o que resulta  na produção da proteína HTT (poliglutamina), principalmente presente no sistema nervoso  central, causando neurotoxicidade. A DH pode se manifestar tanto em jovens (com menos de  21 anos) quanto em adultos em torno dos 40 anos (Paiva. et. al., 2022). 

A detecção da DH abrange uma conduta de vários campos como as análises  sintomatológicas, genealogia da enfermidade e testes genéticos específicos. Há diversas  metodologias diagnósticas usadas para comprovar o aparecimento da DH e reconhecer a  alteração no gene HTT responsável pela condição. As investigações clínicas são primordiais no  diagnóstico da doença, e acarreta sinais próprios, tal qual movimentos rápidos, irregulares e  involuntários, embaraço intelectual, desequilíbrio, mudanças de comportamento e contrações  musculares involuntárias que causam movimentos repetitivos. O profissional executa uma  investigação física aprofundada e uma avaliação rigorosa de manifestações demonstradas pelo  paciente. O histórico familiar possui funções importantes na descoberta da DH, em razão de  que a doença se propaga por sucessão autossômica dominante. A existência de familiares  abalados pela DH se intensifica a hipótese da enfermidade e consegue guiar a averiguação  clínica (Pereira. et. al., 2024). 

As avaliações genéticas são fundamentais para comprovar o parecer clínico da DH. O  teste mais usado é a investigação do aumento do trinucleotideo CAG no gene HTT, no qual há a capacidade de produzir da proteína variante de huntingtina. A apuração de recorrências de  CAG no gene HTT, consegue provar a existência da mutação e ajuda no diagnóstico da doença.  Também há outros meios de reconhecimento clínicos, imaginologia, exames que utilizam  campos magnéticos e as frequências de rádio para visualização das estruturas cerebrais, podem  ser aplicadas para determinar a redução muscular da estrutura cerebral que é responsável por várias funções emocionais e de memória no cérebro. Um dos aspectos comuns da doença. Os  arranjos clínicos, genealogia e testes genéticos são cruciais para o diagnóstico certeiro e  antecipado da enfermidade, possibilitando o começo das intervenções terapêuticas e assistência  apropriada (Pereira. et. al., 2024). 

4.4. A utilização da terapia gênica na doença de Huntington 

Ainda hodiernamente o tratamento para a doença de Huntington é em suma concentrado nos sintomas, entretanto a terapia gênica integra um método mais firme agregando  o genoma intermediado por um transportador, ao qual reduz ou amplia a manifestação do  interesse em particular (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). 

A bibliografia carrega a maioria dos indícios em relação a eficiência dos auxílios  genéticos através de ensaios que são usados vetores, como o vetor Adeno-associados sorotipo 5  AAV5 e AAV9, os dois englobando micro RNAs de interferência (miRNA) terapêuticos. Os  miRNA se conectam ao mRNA do gene HTT, e diminuem sua tradução. Em indivíduos de  pequeno e grande porte esse método sucedeu-se na diminuição de miRNA de HTT e da proteína  Huntingtina no órgão do sistema nervoso central que é responsável por gerir a atividade do  conjunto de elementos nervosos(cérebro) e em tecidos. A redução esteve nas variações  equivalentes à medida do vetor utilizado, isto é, grandes doses se reduziam muito mais. Dessa  forma, os animais tratados exibiram uma abundância de arranjos do vetor e do mRNA, que  demonstrou um avanço significativo dos sinais provocados pela DH (Bélem; Felipin, 2021). 

Diversos experimentos investigaram a proteção e a eficiência prévia do auxílio genético para a DH, utilizando sucessões adicionais de DNA encapsuladas nos vetores (AAV2),  vertentes das células encapsuladas em fatores neurotróficos. Os testes clínicos em processo  inclusive estão pesquisando possíveis vetores virais tal qual como AAV5, AAV9, para o  tratamento diversas disfunções doenças degradativas do sistema nervoso, com uma grande  demanda sem assistência para potencializar tratamentos alternativos da enfermidade (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). 

Houve estudos que trabalharam a didática de intervenções em DH, mas não atingiram  êxito. Estes visavam terapias voltadas a remediar a proteína de Huntingtina, bem como outros  relacionados aos processos inflamatórios e alteração celular (Ambrosio; Neto; Pirani, 2023). 

Outro tipo de tratamento utilizado é a técnica de CRISPR, sendo a partir dela a  modificação da cadeia matriz de um gene para resultar em uma replicação na decifração dela.

Quando utilizado na doença de Huntington, o sistema de “copiar e colar” da proteína de  Huntingtina é alterada moldando o equilíbrio dela (Rodrigues. et. al., 2022). Também há propostas que utilizam as ribozimas na DH, que separa o RNA mensageiro  no lugar escolhido com ágil deterioração de resíduos de mRNA. No sistema in vitro utilizado  na doença de Huntington os resultados obtiveram êxito, por meio do transporte com os  adenoassociados que propagam ribozimas em particular (HD6 e HD7) proporcionam uma  diminuição de cerca de 60% na manifestação de RNA de muHTT assim que transportada em  relação ao plasmídeo exclusivo (Rodrigues. et. al., 2022). 

No sistema in vitro utilizado na doença de Huntington os resultados obtiveram êxito,  por meio do transporte com os adenoassociados que propagam ribozimas em particular (HD6 e  HD7) proporcionam uma diminuição de cerca de 60% na manifestação de RNA de muHTT  assim que transportada em relação ao plasmídeo exclusivo. Graças as DNAenzimas a repetição  de Huntingtina caiu um número significativamente das células com alterações. Apesar dos  números mostrarem uma abordagem esperançosa ainda são necessários mais estudos envolvendo a prática in vivo a doença de neurodegenerativas como a doença de Huntington (Rodrigues. et. al., 2022). 

Por fim, produziram uma análise em que se mostrava uma DNAenzima transformada  fundamentada em reincidências que diminuirão a proteína mutante ou a quantidade de proteína  mutante em diversos tipos celulares em um tipo animal. As bases proporcionaram indicativos  de que o DNAenzima entres outros tratamentos separam as repetições de CAG abundantes. O  diferencial entre o DNAenzima e a outras auxiliares de silenciamento do RNA, é ela que ceifa  qualquer RNA que não possui uma enzima auxiliar. A DNAenzima age nas repetições de  moléculas que formam os ácidos nucleicos que fornecem uma expectativa para a degradação  cerebral, no presente, sem cura e seu rearranjo estende-se a outras enfermidades similares com  a DH.

5. CONCLUSÃO  

Durante todo o trajeto voltado para a esfera genética o caminho tem sido de ganhos e  perdas apresentando um quadro contínuo e confiante em relação a viabilidade de tratar doenças  neurodegenerativas através de métodos biotecnológicos. Entende-se que com a evolução da  genética a compreensão sobre a estrutura genômica tornou-se mais ampla, de forma que a  identificação das alterações é percebida com mais facilidade. Esse avanço permitiu novas  alternativas de auxílio terapêutico em doenças degradativas do sistema nervoso, utilizando  métodos de alteração, silenciamento, remoção ou inclusão de genes modificados pelos vetores. 

Atualmente, é visto ao longo da revisão literária que o tratamento para os pacientes  portadores de Huntington é baseado em base de terapia sintomática voltada para melhorar a qualidade  de vida e reduzir a gravidade dessa condição. É relevante ressaltar que não existe um tratamento  definitivo para essa enfermidade, por isso a terapia gênica chega como uma futura esperança  para auxiliá-la, de forma que possa reduzir a manifestação do interesse em particular. 

Adiante, os muitos estudos feitos hodiernamente são voltados a categoria animal e  encontram-se em fase de testes. Alguns ensaios apresentam um resultado potencial, assim como  outros necessitam de mais aprofundamento para compreendê-los melhor. Dos testes existentes  os vetores são muito importantes, principalmente os adenoassociados que exercem grande  função para demonstrar avanços significativos. Também, os ensaios demonstram muito  potencial quanto às enzimas voltadas ao material genético, bem como outra técnica exercitada  é a de CRISPR, sendo uma inovação e dando esperanças. 

Portanto, percebeu-se que os vetores são de suma importância para a eficiência  desse tratamento. Em relação a isso, exercido na doença de Huntington nota-se a necessidade  de estudos mais aprofundados, levando em consideração que é uma enfermidade de gênero  agressivo, que afeta tantas habilidades motoras, quanto cognitivas, bem como  comportamentais, que resulta na fragilidade do organismo levando a incapacidade e progressivamente a morte.

6. REFERÊNCIAS 

ABH, conselho científico. UniQure divulga resultados parciais do primeiro estudo de terapia gênica para DH. Blog  da ABH (Associação Brasil Huntington), 2022. Disponível em: https://abh.org.br/uniqure-divulga-resultados parciais/#:~:text=Trata%2Dse%20de%20uma%20terapia,de%20Huntington%2C%20Alzheimer%20e%20Parkin son. Acesso em: 13 mar. 2024. 

Ambrosio, Gabriel; Neto, Tadeu; Pirani, Leonardo. A utilização de terapia gênica no tratamento da Doença de  Huntington. Revista FT, 2023. Disponível em: https://revistaft.com.br/a-utilizacao-da-terapia-genica-no tratamento-da-doenca-de-huntington/. Acesso em: 13 mar. 2024. 

Belém, Mayara; Felipin, Kátia. Eficácia da terapia gênica no tratamento de doenças neurodegenerativas por meio  de modelos experimentais. Saber científico, 2021. Disponível em:  https://periodicos.saolucas.edu.br/index.php/resc/article/view/1569#:~:text=Portanto%2C%20o%20uso%20da% 20terapia,tratamento%20do%20processo%20de%20neurodegenera%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 10 mar.  2024. 

Boaventura, Laila. Doenças neurodegenerativas relacionadas ao envelhecimento. Revista Facto, 2020. Disponível  em: https://abifina.org.br/facto/62/artigos/doencas-neurodegenerativas-relacionadas-ao-envelhecimento/. Acesso  em: 12 mar. 2024. 

Carmona, S.; Silva, S; Cruz, M.T.; Terapia gênica na doença de Alzheimer: uma nova abordagem terapêutica. Act  Farmacêutica Portuguesa, 2021. Disponível em:  https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/274/234. Acesso em: 28 SET. 2024. 

Carvalho, Luiz; Kostic,Velibor; Rodrigues, Fabiano. Doenças neurodegenerativas associadas com as fases da vida.  Revista contribuciones a las ciencias sociales, 2023. Disponível em:  https://ojs.revistacontribuciones.com/ojs/index.php/clcs/article/view/1293/798. Acesso em: 13 mar. 2024. 

Feter, Natan; Leite, Jayne. O Brasil está preparado para o aumento previsto na prevalência da demência?. SciELO  Brasil, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00056421. Acesso em: 12 mar. 2024. 

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