REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7846074
Bruno Gonçalves Luz
Djevania Fontes Gamboa
Larissa Beatriz Oliveira
Orientador: Prof: Ana Maria Gonçalves Carr
Introdução
A síndrome de Down é uma condição genética, reconhecida há mais de um século por John Langdon Down, que constitui uma das causas mais frequentes de deficiência mental (DM), compreendendo cerca de 18% do total de deficientes mentais em instituições especializadas. Langdon Down apresentou cuidadosa descrição clínica da síndrome, entretanto erroneamente estabeleceu associações com caracteres étnicos, seguindo a tendência da época (MOREIRA 2015).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2016) a prevalência mundial gira em torno de 1:100 nascidos vivos. No entanto, diversas literaturas correlacionam uma maior incidência devido ao aumento da idade materna (após os 35 anos de idade). Silva et al. (2021) relatam que as crianças com SD apresentam algumas alterações biomecânicas e estruturais, como a hipotonia, fraqueza muscular, hipermobilidade articular e frouxidão ligamentar, e algumas dessas crianças possuem, também, déficits provenientes de algum sistema sensorial, o que torna difícil captar a posição do corpo no espaço e a velocidade do movimento corporal, tornando o nível de oscilação dessas crianças ainda maior. Ainda segundo os autores, todas essas características mencionadas acima terão um impacto negativo sobre os dois componentes comportamentais do sistema de controle postural: direção e equilíbrio.
De acordo com Marinho (2018) Há três tipos principais de anomalias cromossômicas ou variantes, na síndrome de Down. trissomia simples (padrão): a pessoa possui 47 cromossomos em todas as células (ocorre em cerca de 95% dos casos de Síndrome de Down). A causa da trissomia simples do cromossomo 21 é a não disjunção cromossômica. translocação: o cromossomo extra do par 21 fica “grudado” em outro cromossomo. Nesse caso, embora o indivíduo tenha 46 cromossomos, ele é portador da Síndrome de Down (cerca de 3% dos casos de Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal; mosaico: a alteração genética compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 e outras 46 cromossomos (ocorre em cerca de 2% dos casos de Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal.
A síndrome de Down se encaixa em um imunofenótipo de imunodeficiência combinada com imunodesregulação, manifestando-se com maior suscetibilidade a infecções, autoimunidade, doenças autoinflamatórias e malignidades hematológicas. Alterações qualitativas e quantitativas na imunidade inata e adaptativa são encontradas na maioria dos indivíduos com síndrome de Down. (VERSTEGEN 2020). Essa síndrome influencia vários aspectos da vida desses indivíduos, incluindo o desenvolvimento motor, o que afeta diretamente na postura, equilíbrio, cognição e movimento. A dança pode ser considerada uma forte aliada para melhorar os aspectos cognitivo, físico, motor e social. (NASCIMENTO 2022).
Dentre as características apresentadas encontram-se: Problemas em nível da fala; Problemas no campo da tonicidade muscular; Posição oblíqua dos olhos, com obliquidade da fenda palpebral e pregas de pele nos cantos internos das pálpebras; Pontos brancos na íris; Mãos pequenas, mas largas com dedos curtos e grossos e com uma só linha na palma de uma das duas mãos; Pés largos com dedos curtos; Achatamento da cana do nariz; Orelhas pequenas, deslocadas para uma posição abaixo do ponto corrente; Pescoço curto e cabeça plana; Parte posterior da cabeça plana; Cavidade oral pequena; Choro com gritos curtos e agudos, na infância; Língua grande e protuberante; Hiperextensibilidade articular; Uma só articulação flexível no quinto dedo, em vez de duas.(MCGUIRE 2019; PARAB 2019).
2 – Objetivo
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a importância da Estimulação Precoce em pacientes com Síndrome de Down a partir de relatos literários.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os efeitos específicos da Estimulação Precoce em crianças com Síndrome de Down no que diz respeito ao desenvolvimento motor dessas crianças.
Verificar os ganhos funcionais da criança com Síndrome de Down através da estimulação sensorial Precoce.
O presente estudo teve por objetivo ,levantar na literatura o desenvolvimento nos primeiros anos de vida da criança com síndrome de down e abordar o papel do fisioterapeuta nas ações que envolvem o crescimento e desenvolvimento motor. Envolve várias técnicas da fisioterapia com o intuito de promover o ganho de habilidades motoras, cognitivas e melhora na qualidade de vida nos indivíduos com algum atraso no DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor). Atua também na área da motricidade, fazendo com que os indivíduos adquiram de forma relevante, melhora no equilíbrio e organização espacial. Dessa maneira, as crianças com algum atraso neuropsicomotor terão uma maior interação com o meio em que convivem .
Se tratando do conceito o termo desenvolvimento refere-se à capacidade da criança de realizar funções cada vez mais difíceis, numa integração sensorial e motora, e durante os primeiros anos de vida, a mielinização do córtex favorece o ganho progressivo do controle motor. Dentre os padrões motores da criança, a passagem para a sedestação exige movimentos que proporcionem mudanças no centro de gravidade. A criança precisa passar por várias experiências para aperfeiçoar suas habilidades motoras adquiridas a partir dos primeiros anos de vida, durante a infância, facilitando o processo de desenvolvimento. (GODZICKI, 2017)
Segundo Barata e Branco (2010), o índice de SD no Brasil é de um caso para cada 600 nascidos vivos, chegando a aproximadamente 8.000 novos casos por ano. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), conforme o censo de 2000 existem 300.000 indivíduos com Síndrome de Down no país (KUMAR et al., 2015). Calcula-se que no mundo existem mais de 5 milhões de pessoas com SD (HARTLEY, 2015).
Em países desenvolvidos a expectativa de vida das pessoas com SD está compreendida em torno de 56 anos, já no Brasil esses dados não mudam muito, já que a expectativa de vida gira em torno dos 50 anos de idade (SANTOS; SOUSA;ELIAS, 2015). Dessa forma, é importante ressaltar que as pessoas que possuem a SD estão constantemente mais longevas, devido os avanços em sua qualidade de vida e atendimentos especializados (MARTIN; MENDES; HESSEL, 2015).
Desenvolvimento motor
Todas as crianças que nascem com Síndrome de Down terão um desenvolvimento motor como às outras que não possuem a Síndrome como controlar a cabeça, rolar, arrastar, sentar, engatinhar, andar, correr, a menos que haja outro comprometimento associado, porém desenvolvimento neuropsicomotor depende da integração, principalmente nervoso, motor e sensorial. (JANAINA et al., 2018).
A fisioterapia motora visa diminuir os atrasos da motricidade grossa e fina, estimulando e facilitando assim as reações posturais necessárias para o desempenho das etapas de desenvolvimento normal, e a prevenção das instabilidades articulares e deformidades ósseas (RIBEIRO, 2017). Bebês com SD novatos na habilidade de sentar apresentam comportamento diferente das crianças com desenvolvimento típico, já aqueles bebês que possuem essa habilidade há mais tempo, são comparados com crianças que têm o desenvolvimento típico (CARVALHO e ALMEIDA, 2018).
Segundo Vido (2016), a hipotonia é a característica mais marcante dentre todas as existentes e faz com que haja um atraso no desenvolvimento motor das pessoas com Síndrome de Down. Devido à hipotonia muscular, o desenvolvimento motor é mais atrasado do que pessoas que não tenham a Síndrome, demorando então a se manter sentado e com aproximadamente um ano e meio consegue ter equilíbrio para se manter de pé (SIQUEIRA, 2016).
O diagnóstico da Síndrome de Down pode ser obtido através da análise de um estudo citogenético, no qual será identificado o cariótipo, podendo o mesmo ser dividido em três tipos de trissomia, onde as mesmas recebem as denominações de Trissomia Livre do Cromossomo 21, Mosaicismo e Translocação (SOTORIVA; SEGURA, 2016).
A Trissomia Livre do Cromossomo 21 é observada em 95% dos casos de SD. Observa-se a existência de três cópias livres do cromossomo 21, tendo como fator relevante a idade materna. Isso ocorre devido a não disjunção no processo de meiose, onde o óvulo teria duas transcrições do cromossomo 21 e a terceira cópia é oferecida pelo espermatozóide (COSTA et al., 2016).
No Mosaicismo ocorre a triplicação de todo o cromossomo, embora apenas uma parte das células sejam trissômicas, com outras células normais, representado pela fórmula 47, XX ou XY, + 21/46, XX ou XY, correspondendo a 1-3% de todos os casos (KARMILOFF-SMITH et.al, 2016).
A Translocação ocorre aproximadamente em 4% dos casos, sendo que quase todas as translocações que resultam na SD são robertsonianas, onde parte do material genético do cromossomo 21 é preferencialmente do braço longo, é levado para os cromossomos 14 ou 22, ou do braço longo para o braço curto do cromossomo 21. É representada pela fórmula: 46, XX ou XY, rob (D ou G; 21) (q10; q10), + 21 (TRENTIN, 2017).
O sistema nervoso central é afetado, tendo uma redução do volume cerebral, particularmente no lobo frontal e giro temporal superior e seu amadurecimento é diário, se desenvolvendo constantemente (LATASH et al., 2016). E mesmo o desenvolvimento sendo mais lento do que de uma criança dita “normal” (que possuem o desenvolvimento motor sem alterações), ela irá desenvolver normalmente com sua inteligência e habilidades até a idade adulta, lembrando sempre que dentro de um limite. E cada criança se desenvolverá de uma forma diferente em relação ao seu carinho, ao seu jeito de ser, de brincar, de se comunicar e o seu tempo de aprendizado, tudo depende do meio social e a forma que a criança é estimulada (AUGUSTO, 2017).
O desenvolvimento humano, apesar de sofrer grandes influências inatas que apontam como serão desencadeado os ganhos motores, cada criança tem seu tempo de aquisição das habilidades, e não devem ser analisadas sem considerar as influências sociais que a fundamenta ou o meio de convivência. (TECKLIN, 2017).
Aquisição de cada conquista funcional, manter a cabeça ereta e firmar com menos de um mês, vira-se da posição lateral para a posição decúbito ventral com menos de dois meses, sentar-se com apoio com menos de três meses, senta-se sozinho com cinco meses, primeiros passos com apoio, de sete a oito meses, em pé sozinho com onze meses e anda sozinho de onze a doze meses (TECKLIN, 2018).
Como pode ser observado no Quadro 1 a seguir:
Fonte: dados da pesquisa, 2018. Desenvolvimento motor normal
O atraso no desenvolvimento motor das crianças com Síndrome de Down em relação a outras crianças possui uma diferença significativa nas idades dos marcos motores como se observa: No quadro 2 abaixo :
Crianças com Síndrome de Down Crianças “normais”
Meses | Extensão | Meses | Extensão | |
Sorrir | 2 | 1,5-3 | 1 | 0,5-3 |
Rolar | 6 | 2-12 | 5 | 2-10 |
Sentar | 9 | 6-18 | 7 | 5-9 |
Arrastar-se | 11 | 7-21 | 8 | 6-11 |
Engatinhar | 13 | 8-25 | 10 | 7-13 |
Ficar de pé | 12 | 10-32 | 10 | 8-16 |
Andar | 20 | 12-45 | 12 | 8-18 |
Falar | 14 | 9-30 | 10 | 6-14 |
Conforme Ribeiro et al., (2017), a potencialidade do desenvolvimento motor de crianças com Síndrome de Down será desenvolvido lentamente, e pode ser aumentado através da estimulação sensorial específica. Esta estimulação pode-se dar através do tratamento fisioterapêutico, e de outras intervenções de uma equipe multidisciplinar, vale ressaltar que o tratamento é baseado no limite do paciente, não podendo ultrapassar o mesmo, e como resultado terá uma melhora no desenvolvimento global do paciente (SANTOS; OLIVEIRA, 2018).
Técnicas Fisioterapêuticas na estimulação sensorial com criança síndrome Down
A estimulação precoce é um programa de atendimento que faz parte da educação especial, que tem como alvo atender crianças de zero a três anos e 11 meses de idade que possuam alguma deficiência, podendo ela ser: auditiva, visual, neurológica, física, mental) e ou múltipla, e alto risco (prematuros). Para Hallal (2018)
A intervenção deve ocorrer antes dos 3 anos de idade, pois é nesse período que há maior plasticidade cerebral, isto é, quando o sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) pode se modificar tanto na forma estrutural quanto a funcional de acordo com os estímulos ofertados de forma contínua (SILVA e KLEINHANS, 2016).
A criança portadora da Síndrome de Down é muito dócil depois de conquistada, o que torna a terapia uma troca muito gratificante para o terapeuta, pelo relacionamento com essas crianças especiais, e para crianças com o alívio que traz a terapia. Antes de qualquer técnica específica de estimulação, a convivência saudável com a criança deve ser uma das prioridades da estimulação, pois é a partir dela que ocorre o desenvolvimento. (STEGUN, 2016, p. 102).
O desenvolvimento global da criança portadora de Síndrome de Down acontece com retardo ao padrão da normalidade, no entanto a criança pode chegar a progressos consideráveis com boa estimulação do meio, facilitada por profissionais capacitados e, sobretudo, pela família com a qual convive diariamente. Na sequência do desenvolvimento do indivíduo, em primeiro lugar vem a postura, depois a ação motora, para depois vir ação mental. Isto quer dizer que qualquer ação mental, organizada, dependerá de um sistema postural bem estruturado e consequentemente de movimentos intencionais bem organizados e para que isso plenamente será preciso não só a integridade do cérebro, das vias que se comunicam com ele, como também do aprendizado através do ambiente. Se a estimulação é importante para qualquer criança com ou sem atraso no desenvolvimento, a criança Down tem essa necessidade muito mais inerente de experimentar situações e conviver com pessoas diferentes às de seu ambiente. O desenvolvimento de uma criança se dá através de descobertas de si mesmo e do mundo que a rodeia. (PUESCHEL, 1999, pág. 130).
A estimulação global deve ter início tão logo a situação de saúde da criança permita. A estimulação nesta fase tem como objetivo auxiliar a aquisição dos marcos motores, psicológicos e sócio afetivos. Existem vários modelos de estimulação . Os exercícios podem ser realizados quando a criança estiver calma, sem sono e alimentada. Os estímulos são fornecidos de forma variada e devem ser convenientes para a idade, como brinquedos coloridos, músicas, mudanças de decúbito, mudança de local dentro da casa, vivenciar as conversas e a presença de pessoas ao redor; mas é importante esclarecer que excesso de estímulos irá confundir a criança. Para que os estímulos sejam realizados de forma correta, é proposto à família um material informativo ilustrado e com linguagem facilitada, para auxiliar os que convivem com pessoas com Síndrome de Down atingir uma determinada fase de desenvolvimento, compostos por programas individuais ou grupais, com diferentes composições de profissionais da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)
Massagens com as mãos ajudam a dar maior tonicidade da musculatura orofacial. Brinquedos coloridos e sonoros estimulam a visão, a audição e a coordenação de movimentos no bebê. Exercícios específicos de equilíbrio com o uso da bola de Bobath e da prancha de equilíbrio também são importantes. As 7 manobras realizadas para mudanças de posição, estímulo da propriocepção ou ainda os exercícios respiratórios constituem elementos básicos das terapias individuais. Atividades que envolvam o balanço estimulam os órgãos do equilíbrio. Assim, desde cedo a criança deverá experimentar estas sensações, tanto na terapia, como em casa. O balanço na bola de Bobath facilita as reações de controle de cabeça e tronco. O uso de redes, balanças e brincadeiras com o corpo devem ser estimulados e orientados à família (FLINKERBUSCH, 1993, p. 47-63).
A hidroterapia poderá ser útil aos portadores da SD, pois o ganho de força muscular para pacientes com Síndrome de Down pode ser conseguido através da resistência da água ao movimento, o que pode ser incrementado com o aumento da velocidade durante a execução destes e, consequentemente, possibilitar o trabalho muscular. A flutuação é outra propriedade que pode oferecer resistência, e neste caso o movimento deve ser realizado no sentido da superfície para o fundo da piscina. A viscosidade é outro fator que proporciona resistência ao movimento e está intimamente ligada à velocidade (MARINS, 2001, p. 12 – 20).
O trabalho de fortalecimento e equilíbrio muscular e determinadas posturas pode utilizar a turbulência da água, provocada em diferentes velocidades, permitindo o desafio do equilíbrio para diferentes tipos de déficits motores. A adequação do tônus muscular pode ser realizada com contração através de exercícios resistidos contra a flutuação e a viscosidade da água, durante algumas atividades lúdicas (GUIMARÃES, 1996, p. 54 – 62).
A densidade corporal destas crianças está diminuída pela hipotonia, fato este que leva a uma facilitação da posição de flutuação, possibilitando a realização de atividades como o nado adaptado, trazendo diversos benefícios, como o fortalecimento muscular global e o treino respiratório. A pressão hidrostática oferece estímulos proprioceptivos e táteis, que auxiliam na adequação do tônus, no trabalho sensorial, e também na resistência aos movimentos (FLINKERBUSCH, 1993, p. 47-63).
É impossível para um portador com Síndrome de Down ter a independência motora, mas não se devem fixar metas muito elevadas que possam de alguma forma inibir ou desmotivar a criança, o que realmente conta é a superação dos seus próprios limites no dia-a-dia, por menor que seja. Nada impede que a criança com Síndrome de Down tenha problemas para conseguir a independência motora, pois, antigamente, a falta de estimulação é o que trazia problemas, a criança ficava sem uma perspectiva de ter um lugar dentro da sociedade, o que já não ocorre nos dias de hoje. Para tanto, várias especialidades da fisioterapia trabalham com a Síndrome de Down (BALLABEN, 2018 p.25).
A estimulação precoce visa a possibilitar ao indivíduo desenvolver-se em todo o seu potencial. Quanto mais imediata for a intervenção, preferencialmente antes dos 3 anos de idade, maiores as chances de prevenir e/ou minimizar a instalação de padrões posturais e movimentos anormais. A intervenção precoce baseia-se em exercícios que visam ao desenvolvimento da criança de acordo com a fase em que ela se encontra. Assim, implementa-se um conjunto de atividades destinadas a proporcionar à criança, nos primeiros anos de vida, o alcance do pleno desenvolvimento. (SILVA)
3 – Metodologia
Revisão sistemática análise científicas embasadas no conhecimento metodológico para o desenvolvimento de uma determinada pesquisa, onde serão explícitos os principais conteúdos estimulação sensorial , técnicos a serem abordados na pesquisa. A metodologia utilizada foi a partir de uma revisão bibliográfica nas bases de dados Medline, Lilacs, Scielo ,Pubmed, Pedro onde foi realizada uma leitura de livros, revistas e artigo nos idiomas Português e inglês publicado na íntegra no período correspondente a 2015 a 2021. Na busca eletrônica, foram utilizadas as palavras descritoras síndrome de down , atividade física, fisioterapia , e desenvolvimento motor . Looper et al. (2015)
Critérios de inclusão e exclusão
Foram incluídos nesta pesquisa os artigos científicos circulares nacionais e internacionais nas línguas inglesa e portuguesa, entre os anos de 2015 a 2021 que tinham pertinência com o tema, bem como artigos de intervenção, e excluídos os artigos que se distanciam da temática, artigos de revisão sistemática e que tenham sido elaborados depois do ano de 2015, a partir da leitura dos resumos. Em cada artigo, apresentou pelo menos dois dos descritores citados posteriormente, e vale ressaltar que os livros constituem fonte de pesquisa.
De acordo com os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 07 estudos. Estes estão expostos em relação aos autores, anos de publicação, tipo de estudo, medidas avaliativas, objetivos, tratamento e desfecho.Trabalhos encontrados sobre métodos da Estimulação sensorial Precoce na Síndrome de Down.
Verificar fisioterapia em crianças portadoras de Síndrome de Down que realizam técnicas de estimulação sensorial , mostrar melhor desenvolvimento motor , melhorar o tônus muscular e funcionamento motor , com maior desenvolvimento funcional, Avaliar a efetividade de intervenção de técnicas de exercícios físicos controle postural de crianças com SD. A idade (em meses) na qual as habilidades motoras são desenvolvidas em crianças com SD, e compará-las à idade do desenvolvimento das mesmas habilidades em crianças com desenvolvimento típico . retrata os objetivos e tipos de tratamento que foram utilizados nos estudos supracitados, bem como a amostra de cada estudo, onde foram realizadas intervenções envolvendo a Estimulação sensorial Precoce em crianças com Síndrome de Down , bem como observar melhorias na habilidades do nível de atividade física e melhora no controle postural no início da marcha independente. Eficácia do mesmo na aquisição do sentar independente em crianças com SD, buscando melhorar o equilíbrio de troco, onde crianças com Síndrome de Down, tendo em vista o processo de desenvolvimento postural e a terapia que proporciona uma melhora do aprendizado global. Enfatizou o controle postural, através de intervenção de técnicas de estimulação sensorial ,com exercícios físicos de pular, andar, brincar e correr , crianças com SD.
O autor foca que o controle postural e o equilíbrio são fundamentais para a realização dos movimentos e atividades diárias em crianças portadoras de SD . Criança com SD, realiza técnicas de estimulação sensorial precoce, desenvolvimento de habilidades motoras global. Apresentaram uma melhor vantagem no que diz respeito à mobilidade e o equilíbrio , houve melhora nesse aspecto, sendo mais evidente na fisioterapia. Observou-se que quando estimulados precocemente por meio técnicas estimulação essas crianças adquiriram o sentar antes do tempo , melhoria de capacidades coordenativas de crianças com Síndrome de Down.( BABURANAMI; 2019).
De acordo com os artigos citados , tornou-se evidente que a fisioterapia estimulação sensorial precoce é essencial para o desenvolvimento motor da criança com Síndrome de Down, atuação da fisioterapia para melhorar desenvolvimento motor recurso como forma de intervenção técnicas em crianças com SD, foi possível observar também que ambos obtiveram os mesmos resultados em relação à melhora da marcha e do equilíbrio.
Evidências que a estimulação sensorial, desenvolvimento motor terapêutica influência no tônus muscular de crianças com SD, onde o mesmo realizou como meio de intervenção estimulação precoce terapêutica e , que ocorreram três vezes por semana durante 40 minutos.
O estudo de Pereira (2019) afirmam que o uso de estimulação sensorial um método crianças com Síndrome de Down, pelo fato de que as crianças deste estudo adquiriram o sentar independente antes do tempo previsto, apresentando redução no reflexo de preensão palmar e melhora na manipulação de objetos com os membros superiores, de modo a favorecer o desenvolvimento neuropsicomotor. controle postural em crianças com SD, no qual foi realizado exercícios de pular, andar, brincar e correr por um período de 12 semanas, com frequência de três vezes por semana com duração média de 40 minutos cada sessão. Nas sessões foram utilizadas técnicas que exploravam os movimentos e a realização das novas habilidades
FLUXOGRAMA 1
1 – FASE : Busca dos artigos 544 encontrados
2 – FASE: •Análise dos artigos 470 artigos excluídos
3 – FASE: Seleção dos artigos 74 artigos selecionados
4 – FASE : Descrição da Estimulação sensorial e técnicas. 07 Artigos elegíveis
-Lilacs= 260
-PEDro= 101
-Scielo= 97
-Pubmed= 86
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
FLUXOGRAMA 2
Artigos excluídos de acordo com os critérios de exclusão N°= 537 Artigos Inclusos N°= 07
Lilacs= 03
PEDro= 02
Pubmed= 01 Scielo=01
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Após essa busca realizou-se a seleção dos artigos que apresentam os descritores mencionados acima, fazendo uso dos devidos filtros , ano de publicação,idioma e texto acessível na íntegra.
Inicialmente foi realizada uma busca dos artigos, onde foram encontrados 544, logo após fez-se uma análise desses artigos, nos quais foram excluídos 470, por não se enquadrarem nos critérios de inclusão. Em seguida foi feito uma leitura dos resumos dos 74 artigos restantes, sendo que 67 deles se encaixaram nos critérios de exclusão. Dessa forma, restaram 07 artigos elegíveis, que se enquadraram nos critérios de inclusão entre os anos de 2015 a 2021, sendo executada uma leitura minuciosa dos mesmos para compor a pesquisa. Em relação ao idioma, houve maior prevalência de artigos na língua inglesa.
De acordo com os estudos analisados, pôde-se observar que a Estimulação sensorial torna-se essencial para crianças com algum atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, nesse caso aplicada à Síndrome de Down, e que a mesma deve ser inserida o mais cedo possível.
4 – Resultados e discussão
O resultado desse artigo foi apresentar e discutir achados da literatura referente à atuação do fisioterapeuta na síndrome de Down. Onde é consenso entre os autores que a fisioterapia é primordial para a criança com síndrome de Down, e sua função seria para tratar os acometimentos motores.
Santos et al. (2015) afirmam que a prática de esportes em crianças está sendo pesquisada na área das ciências da motricidade humana, e que isso é importante para o conhecimento acerca do crescimento físico, do desenvolvimento e da aprendizagem motora. O autor ainda afirma que essa modalidade traz um alto benefício, especificamente nos elementos básicos da motricidade, como a motricidade fina e global, lateralidade, esquema corporal, organização espacial e temporal. Tratamentos e terapias, em especial a estimulação sensorial , mostram uma inequívoca contribuição para melhor desenvolvimento e desempenho social do portador da síndrome de Down.
O acompanhamento do fisioterapeuta compreende: avaliação, elaboração do diagnóstico fisioterapêutico, construção do diagnóstico funcional, do plano de cuidado individual e das metas terapêuticas, seguido de intervenção. (SOUZA, 2019, p. 11, BABURANAMI; 2019).
Estudos realizados por Pereira (2019) destacam que os tratamentos fisioterapêuticos voltados aos portadores da SD podem melhorar a qualidade e expectativa de vida nestes indivíduos, entretanto, as necessidades dos portadores desta síndrome envolvem diversos aspectos físicos, fisiológicos e psicológicos que demandam atenção de uma equipe multidisciplinar. Ficou evidenciado que existe uma gama de tratamentos fisioterapêuticos direcionados para os portadores de SD, entretanto, cada modalidade e técnica a ser aplicada tendem a variar conforme o grau de comprometimento dos indivíduos sendo recomendada a escolha dos protocolos de atendimento conforme as necessidades específicas dos pacientes.
Estudo apontado por Prado (2019) O desenvolvimento motor humano pode ser definido como processo natural que altera o comportamento de uma pessoa, podendo ser influenciado por vários fatores como o nível de exigência da tarefa que será executada, fatores intrínsecos ao indivíduo, bem como a sua predisposição genética, ou fatores extrínsecos, geralmente relacionados ao meio no qual o sujeito cresce e se desenvolve, assim como os estímulos e as oportunidades às quais os mesmos foram submetidos ao longo deste período. O Desenvolvimento Motor (DM) em uma criança com Síndrome de Down acontece de uma forma muito peculiar e cada uma com suas especificidades, isso levando em conta o esperado diagnosticado grau de deficiência mental desse portador SD .
5 – Considerações Finais
De acordo com os estudos analisados, pôde-se observar que a Estimulação Precoce torna-se essencial para crianças com algum atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, neste caso aplicada a Síndrome de Down, e que a mesma deve ser inserida o mais cedo possível.
Ao planejar um filho ninguém certamente espera ter um filho com síndrome de Down, no entanto se faz necessário a estimulação o mais precoce possível, ou seja, desde o nascimento, e, este acompanhamento é fundamental, ele dá suporte ao bebê no seu processo inicial de interação com o meio, considerando os aspectos motores, cognitivos, psíquicos e sociais de seu desenvolvimento, pois na fisioterapia serão trabalhados movimentos, coordenação motora, ações individualizadas, organização no espaço e tempo, a descoberta do corpo e a relação do corpo com o objeto, o que é essencial .
A fisioterapia tem um papel essencial, pois proporciona um melhor desenvolvimento motor através dos métodos utilizados de acordo com cada necessidade que a criança apresenta Síndrome de Down .
Referências
BABURANAMI, Ana A., et al. New approaches to studying early brain development in Down syndrome. DEVELOPMENTAL MEDICINE & CHILD NEUROLOGY. May 2019.
BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de atenção à Pessoa com Síndrome de Down. 1. ed. Brasília: MS, 2013. 60 p. v. 1. ISBN 978-85-334-1952-0.
MCGUIRE, M., LONG, J., ESBENSEN, A. J., BAILES, A. F. Adapted dance improves motor abilities and participation in children with Down syndrome: a pilot study. Pediatric Physical Therapy, v. 31, n. 1, p. 76-82, 2019.
MOREIRA Lília MA, EL-HANI Charbel N, GUSMÃO Fábio AF Down syndrome and its pathogenesis: considerations about genetic determinism. Brazilian Journal of Psychiatry. https://doi.org/10.1590/S1516-44462000000200011
NASCIMENTO, Isaac Dantas; OLIVEIRA, Lais Monteiro de. A dança como ferramenta para o desenvolvimento motor de crianças e adolescentes com síndrome de Down: uma revisão integrativa. 2021. 33 f.
PARAB, S; et al. Effect of Bharatnatyam-based dance therapy in children and adolescents with Down syndrome. Clinical Kinesiology (Online), San Diego, v. 73, ed. 3, p. 15-20, 2019.
PEREIRAW. J. G.; RibasC. G.; JuniorE. C.; DomingosS. C. P.; ValerioT. G.; GonçalvesT. A. Fisioterapia no tratamento da síndrome da trissomia da banda cromossômica 21 (Síndrome de Down): Revisão Sistemática. Saúde, n. 28, p. e714, 13 ago. 2019.
SANTOS, C. R.; SILVA, C. C.; DAMASCENO, M. L.; MEDINA-PAPST, J.; MARQUES, I.(2015). Efeito da atividade esportiva sistematizada sobre o desenvolvimento motor de crianças de sete a 10 anos. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 29, p. 497-506, 2015. doi:10.1590/1807-55092015000300497
SILVA, L. F.; LAGE, J. B.; SOUZA, L. A. P. S.; ROSA, R. C.; CARDOSO, F. A. G.;
ESPINDULA, A. P. Effects of virtual reality therapy on postural control of Down syndrome children. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 6, p. e41410615966, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i6.15966.
SOUZA, Fabiana do Nascimento. Atuação fisioterapêutica no desenvolvimento motor da criança com síndrome de down: revisão bibliográfica. São Lucas –Centro Universitário. 2019.
VERSTEGEN, Ruud HJ; KUSTERS, Maaike AA. Erros inatos da imunidade adaptativa na síndrome de Down. Journal of Clinical Immunology , v. 40, n. 6, pág. 791-806, 2020.
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