THE USE OF PRESCRIPTION DRUGS BY ADOLESCENTS: AN INTERFACE OF MENTAL HEALTH FROM THE PERSPECTIVE OF MEDICAL STUDENTS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8007964
Christiane Lourenço Braga1
Yasmin Lorennza Gusmão Rojas2
Wanderson Alves Ribeiro3
Manuella Villela Vaz Moreira de Castro4
Nicole Gondim Pereira5
Maria Barbara Barreyra de Medeiros6
Natália Camilo Bonorino7
Gabriel Ferreira Braga Alves8
Osvaldo Domingues Santiago9
Monique Grazielle de Souza Alves10
Ursula Dias Ribeiro Nunes11
Tatyanne Galvão Bahia dos Santo12
Resumo
Introdução: O uso indiscriminado de substâncias medicamentosas utilizadas cada vez mais cedo por adolescentes, vem sendo cada vez maior, tanto em países desenvolvidos, como em países em desenvolvimento. Elevando os índices de consumo sem supervisão médica, acarretando em riscos diretos e indiretos, atingindo a quinta colocação no mercado consumidor mundial e tornando-se um importante problema de saúde pública. Objetivo: Este trabalho possui o objetivo de descrever sobre o uso de medicamentos controlados por adolescente. Metodologia: O presente estudo se afigura como uma revisão integrativa da literatura, modalidade de estudo bibliográfico, nas bases de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Resultados: As doenças mentais estão atingindo cada vez mais cedo a população, e os motivos que levam ao seu desencadeamento são inúmeros. E para isso, a população busca através dos fármacos o seu tratamento que muitas das vezes acaba sendo de forma abusiva, como o consumo de psicotrópicos, psicofármacos ou fármacos psicoativos. Conclusão: Conclui-se que afacilidade do acesso ao medicamento psicotrópico sem prescrição médica, demonstra a banalização do tratamento em saúde mental. Além da carência de orientação dos usuários por parte dos profissionais prescritores e dispensadores, e o uso incorreto por parte do paciente constituem barreiras para a promoção do uso racional desses medicamentos.
Descritores: Medicina; Saúde Mental; Sistema Nervoso Central; Antidepressivos.
Abstract
Introduction: The indiscriminate use of drug substances used at an earlier age by adolescents is increasing, both in developed and developing countries. Raising the rates of consumption without medical supervision, resulting in direct and indirect risks, reaching the fifth place in the world consumer market and becoming an important public health problem. Objective: This study aims to describe the use of controlled drugs by adolescents. Methodology: The present study appears as an integrative literature review, bibliographic study modality, in the electronic databases: Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS), International Literature on Health Sciences (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Google Scholar. Results: Mental illnesses are reaching the population at an earlier age, and the reasons that lead to their triggering are numerous. And for this, the population seeks its treatment through drugs, which often ends up being abusive, such as the consumption of psychotropics, psychotropic drugs or psychoactive drugs. Conclusion: It is concluded that the ease of access to psychotropic medication without a prescription demonstrates the trivialization of mental health treatment. In addition to the lack of guidance for users by prescribing and dispensing professionals, and incorrect use by the patient are barriers to promoting the rational use of these drugs.
Keywords: Medicine; Mental health; Central Nervous System; Antidepressants.
1 Introdução
O uso indiscriminado de substâncias medicamentosas vem sendo cada vez maior, tanto em países desenvolvidos, como em países em desenvolvimento. Elevando os índices de consumo sem supervisão médica, acarretando em riscos diretos e indiretos, atingindo a quinta colocação no mercado consumidor mundial e tornando-se um importante problema de saúde pública (BOGER et al., 2019).
Os medicamentos considerados controlados, são aqueles fármacos sujeitos a controle especial, prescritos por médicos, compostos por substâncias com ação no sistema nervoso central, que podem causar dependência física ou química. E para adquiri-lo é necessária apresentação de receita médica especial que será sempre retida pela farmácia ou drogaria após a venda (BARBOZA et al., 2021).
Infelizmente, algumas farmácias e drogarias vendem essas substâncias sem uso de receita, facilitando o consumo indiscriminado. Mas de acordo com a Anvisa, a venda de medicamentos de uso controlado sem receita médica é considerada crime e pode ser enquadrada como tráfico de drogas. A pena nesses casos varia entre 5 e 15 anos de prisão (OLIVEIRA PINHEIRO et al., 2019).
Além de ser comprados de forma indiscriminada, vale ressaltar que em muitas famílias é comum a reutilização de sobras de medicamentos de tratamentos anteriores, facilidade no compartilhamento dos medicamentos com outros integrantes da família ou do círculo social, e a utilização de antigas prescrições (BARBOZA et al., 2021).
Sabe-se que fatores econômicos, políticos e culturais têm favorecido o crescimento e a difusão da automedicação no mundo. Sendo comuns no Brasil e pelo menos 35% dos medicamentos adquiridos são feitos através de automedicação, considerado assim, campeão mundial em vendas de fármacos dos mais diversos segmentos (SILVA; SOUZA; ANDRADE AOYAMA, 2020).
A ritalina, sertralina, fluoxetina e rivotril são os mais comuns no meio dos jovens e adolescentes com o intuito de melhorar a produtividade nos estudos e controlar a ansiedade. Todavia, erros de dose, intoxicações, efeitos indesejáveis e interações medicamentosas são exemplos de efeitos adversos que esse uso sem conhecimentos de um médico responsável poderá provocar (SILVA et al., 2018; JÚNIOR; BARBOZA, 2021).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% dos medicamentos são receitados ou vendidos de forma inadequada. Aproximadamente 40% da população não tem acesso a medicamentos essenciais, 50% dos pacientes não tomam os medicamentos de forma correta, onde 29% dos óbitos ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação medicamentosa. (OLIVEIRA PINHEIRO et al., 2019; MELO et al., 2021).
Existe também outros medicamentos como os ansiolíticos, que inibem a ansiedade; os anorexígenos, que diminuem a fome; os antidepressivos, que aumentam o fluxo de neurotransmissores no sistema nervoso central; os entorpecentes, indicados para aliviar dores e ajudar a regular o sono; além dos psicotrópicos, que alteram o psiquismo; e os retinóicos, indicados em acne severa (BARBOZA et al., 2021; OLIVEIRA CARVALHO et al., 2021).
A adolescência, sem dúvidas, se torna uma fase de bastante preocupação quanto ao consumo de substâncias. Mobilizado grandes esforços na produção do conhecimento a respeito deste fenômeno (OLIVEIRA PINHEIRO et al., 2019).
Vale ressaltar que, a adolescência de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) compreende a idade entre 12 e 18 anos. Sendo uma fase caracterizados por mudanças físicas, nas capacidades cognitivas e no ajustamento emocional e social experimentam diferentes níveis de estresse devido às mudanças e desafios característicos destes períodos (BANDEIRA, 2022).
A fase da adolescência tem importância vital para a estruturação de personalidade do indivíduo, além de ser uma época da vida em que os melhores índices de saúde, vitalidade e criatividade são vividos, permitindo que o adolescente se responsabilize pelas tarefas da vida adulta e se lance em novos sonhos e perspectivas (LIRA, 2021).
Ressalta-se que, a fase da adolescência é uma fase de constantes mudanças, tanto corporais quanto psicológicas. Ocorrendo de modo brusco e, em pouco mais de 2 anos, os aspectos corporais já se encontram totalmente modificados (RIBEIRO; SILVA; BARROSO, 2021).
Conhecido também como período da puberdade, ela se inicia por diversos fatores como as condições de saúde e nutricionais, além da gordura corporal ser bastante considerada. Corrobora-se, que meninas consideradas obesas menstruam mais rápido do que as que são consideradas com baixo percentual de massa gordurosa (LIRA, 2021).
Devido as mudanças como crescimentos de pelos em várias partes do corpo, aumento da oleosidade da pele e consequentemente o aparecimento de espinhas, crescimento acelerado, mudanças na voz (para os meninos), aumento do seio das meninas e aumento do volume testicular dos meninos, os adolescentes começam a se preocupar cada vez mais com sua aparência, devido ao medo de não ser aceito na sociedade. Sendo comum enfrentarem dificuldades quanto a busca por identidade, escolha profissional, necessidade de pertencer a um grupo social, entre outros (SILVA et al., 2021).
O interesse em conhecer pessoas da sua idade também começam a surgir, devido ao desenvolvimento psicossocial, que ocorre a partir das inter-relações e experiências entre o sujeito e o ambiente, apresentando características e conflitos particulares em cada etapa do ciclo da vida (ANJOS; DUARTE, 2019).
Porém, alguns estudos comprovam que alguns adolescentes não conseguem alcançar os ajustes psicossocial saudável, manifestando perturbações ou sintomatologias como as ansiosas ou depressivas, que podem influenciar o seu desenvolvimento e funcionamento a nível individual, familiar, escolar e social (OLIVEIRA CARVALHO et al., 2021).
Sendo mais comuns os sintomas de ansiedade nas meninas, e tendem a aumentar com a idade, normalmente entre os 12 e os 15 anos de idade. Por isso, torna-se necessário levar em consideração as estratégias para lidar com problemas ou acontecimentos estressantes inerentes a estas etapas da vida e uma boa saúde mental (ABREU et al., 2018).
A saúde mental, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizada como um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse cotidiano, ser eficiente e ser capaz de auxiliar sua comunidade. Relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções (CHAZAN; FORTES; CAMARGO, 2020).
E, doença mental, conhecida por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre os jovens. As causas mais comuns são os acidentes involuntários, suicídio e homicídio, estando diretamente ligadas a distúrbios emocionais e comportamentais e a manifestações de impulsividade, depressão e agressividade (MANGUEIRA et al., 2020).
Sabe-se que os adolescentes por sua vez, são mais vulneráveis à exclusão social, discriminação e estigma, por se tratar de um período cheio de mudanças no comportamento, na personalidade, no corpo e também no dia-a-dia daqueles que os vivem (SOUZA et al., 2021).
E, dentro desse novo “mundo”, o ambiente que mais fundamentam esse contexto são as escolas, um lugar voltado para o ensino e educação. Porém, com o passar dos anos, tem se visto cada vez mais relatos de casos e mais casos de agressões, físicas e verbais entre os alunos (MATOS et al., 2020).
Vale ressaltar que são denominados como bullying as zoações, apelidos que constrangem, tirações de sarro e atitudes graves, distintas de qualquer brincadeira sadia e que acabam saindo de uma violência verbal para física (VIEIRA et al., 2020).
Quando se trata da saúde mental desses adolescentes, estudos mostram que o risco elevado do suicídio e da depressão na adolescência, chegando a 20% em alguns países, e que, no Brasil, 14,3% de adolescentes escolares de um município do Rio de Janeiro já pensaram em acabar com a sua própria vida. E que ocorrência de problemas mentais nas fases da infância e adolescência é ainda mais grave, devido a alta probabilidade de recorrência de morbidades psiquiátricas em fases da vida mais tardias (ROSSI et al., 2019).
Com isso, torna-se fundamental a utilização de estratégias para compreender os motivos principais que levam adolescentes a tais transtornos e se estão relacionados ao uso indiscriminado de medicações. Além de formular estratégias para levar as comunidades a importância do tratamento e acompanhamento precoce desses indivíduos (BRITO et al., 2022).
Este trabalho possui o objetivo geral de descrever sobre o uso de medicamentos controlados por adolescente; e como objetivos específicos: identificar os possíveis motivos do uso de medicamentos controlados por adolescente; abordar os impactos e as repercussões do uso de medicamentos controlados na saúde mental do adolescente e ainda, propor possíveis estratégias para diminuição dos fatores que contribuem para o uso de medicamentos controlados na adolescência.
2 Metodologia
O presente estudo se afigura como uma revisão integrativa da literatura, modalidade de estudo bibliográfico que se caracteriza pelo emprego de uma questão norteadora a partir da qual se podem sumarizar pesquisas prévias e extrair conclusões especificamente quanto a seus métodos e achados (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2014).
Refere-se a um estudo de Revisão Integrativa da Literatura, seguindo as fases de elaboração de uma revisão integrativa (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2014). Nas quais se sequenciam em: elaboração da pesquisa norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; apresentação da revisão integrativa.
No respectivo estudo foi elaborado as seguintes questões para guiar as buscas do estudo: Quais são os possíveis motivos do uso de medicamentos controlados por adolescente? Quais os impactos e as repercussões do uso de medicamentos controlados na saúde mental do adolescente? Quais são as possíveis estratégias para diminuição dos fatores que contribuem para o uso de medicamentos controlados na adolescência?
Em seguida, estabeleceu-se os critérios de inclusão nos quais se apresentam em: publicações com recorte temporal entre 2018 a 2022; textos exarados em idiomas português e pesquisas contendo a presença de evidências voltadas para efetivação do uso de medicamentos controlados na saúde mental do adolescente. Como critérios de exclusão nas buscas pontuou-se: estudos repetidos em mais de uma fonte de dados, selecionando-se em somente uma; publicados sob o formato de dissertação, tese, capítulo de livro, livro, editorial, resenha, comentário ou crítica; resumos livres e investigações cujos resultados que não respondem à questão norteadora.
A partir dos critérios de inclusão e exclusão foram realizadas buscas de evidências nas seguintes bases de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico.
Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados nas bases de dados foram os seguintes: Medicina; Saúde Mental; Sistema Nervoso Central; Antidepressivos.
Cabe mencionar que, as consultas nas bases de dados foram realizadas no período de 27 à 30 de outubro de 2022.
O formato avaliativo do estudo relacionado ao nível de evidência (NE) procedeu a proposta de Melnyk e Fineout-Overholt (2005), onde apreciam o NE categorizado em sete níveis, conforme Quadro 1.
Quadro 1 – Classificação dos níveis de evidências
NÍVEL | TIPO DE ESTUDO |
Nível I | Evidências relacionadas à revisão sistemática ou metanálise de ensaios clínicos randomizados controlados ou provenientes de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados |
Nível II | Evidências oriundas de no mínimo um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado |
Nível III | Evidências de ensaios clínicos bem delineados sem randomização |
Nível IV | evidências advindas de estudos de coorte e de caso-controle bem delineados |
Nível V | Evidências provenientes de revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos |
Nível VI | Evidências derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo |
Nível VII | Evidências derivadas de opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas |
Foi optado pela busca, os descritores associados em trio, visando os encontros dos artigos de forma mais objetiva, respeitando a temática da construção teórica. Aos avaliados como elegíveis, serão separados e analisados na íntegra. A demonstração da seleção das pesquisas para a compor a revisão integrativa será apresentado abaixo no Fluxograma 1, construido conforme orientações do PRISMA (GALVÃO; PANSANI; HARRA, 2015).
Fluxograma 1 – Seleção de estudos para revisão da literatura.
Observa-se no Fluxograma 1 que nas bases de dados foram encontrados 216 resumos com o uso dos descritores eleitos. Destes, 30 eram repetidos e, portanto, de acordo com os critérios de seleção, foram excluídos. Quando aplicados os critérios de exclusão em relação à data de publicação anterior ao ano de 2018, 95 foram excluídos. Quando analisados segundo a fuga temática, 53 artigos foram excluídos. Sendo finalmente selecionados 18 artigos para a revisão integrativa.
3 Análise de dados e discussão de resultados
As doenças mentais estão atingindo cada vez mais cedo a população, e os motivos que levam ao seu desencadeamento são inúmeros. E para isso, a população busca através dos fármacos o seu tratamento que muitas das vezes acaba sendo de forma abusiva, como o consumo de psicotrópicos, psicofármacos ou fármacos psicoativos. Trazendo além de consequências irreparáveis como deformidades fetais, a dependência medicamentosa. Visando identificar o surgimento e os motivos do uso por adolescentes, emergiram-se duas categorias: (i) Contexto histórico dos psicofármacos; (ii) Os medicamentos controlados e sua utilidade; (iii) Consequências do uso a longo prazo.
3.1 Contexto histórico dos psicofármacos
Na segunda metade do século XIX, o psiquiatra alemão Emil Kraepelin buscava encontrar lesões cerebrais macroscópicas e microscópicas que pudessem explicar o motivo para se ter doenças mentais e sua cura (BORBA et al., 2018; SILVA; SILVA, 2018).
Mas conforme os estudos foram avançando, as lesões do sistema nervoso central foram substituídas por traumas psicológicos inconscientes. Com o decorrer dos anos, começou-se a ter um breve conhecimento sobre os transtornos ansiosos, rotulados então como neuroses (CAVAZOTTO; SILVA, 2022; QUEMEL et al., 2021).
Com a década de 1950, a psiquiatria expandiu seu horizonte de atuação com a “revolução psicofarmacológica” após um grupo de cientistas franceses descobrirem a clorpromazina para tratar a esquizofrenia, a depressão melancólica e a mania (FERNANDES; LIMA; BARROS, 2020).
Apesar de descobertos há mais de meio século, os psicofármacos ganharam espaço no tratamento na saúde mental nos últimos trinta anos. Em 1980, a terceira edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, explicados como síndromes, compreendem um conjunto de sinais e sintomas que afetam uma determinada pessoa (FILARDI; MENDONÇA; OLIVEIRA, 2021).
No campo da medicina, mais especificamente no campo da psiquiatria, os avanços tecnológicos das neurociências nos acenam com novos dispositivos para se obter uma melhor visualização do funcionamento físico-químico do cérebro, em virtude de uma enorme contribuição das neuroimagens, do mapeamento do genoma humano (OLIVEIRA et al.,2022).
Sendo a partir de então vista não só como doença e uma experiência subjetiva, mas como um contexto que abrange uma entidade nosológica que acomete o sujeito como um todo onde são causados por diversos fatores internos como externos. Tendo atualmente a disposição psicofármacos dos mais variados, para todas as idades, que se propõe a tratar as mais diversas síndromes, inventadas pela nossa época (VILELA et al., 2021).
3.2 Os medicamentos controlados e sua utilidade
Conhecidos como psicofármacos, psicotrópicos, psicoterapêuticosoupsicoativos, são um grupo de medicamentos utilizados atualmente no tratamento de condições que afetam a saúde mental, como transtorno de ansiedade, depressão, insônia e transtornos psicóticos (BOTERO et al., 2022).
As medicações psicotrópicas foram utilizadas por muitos anos com o objetivo de tratar doenças mentais, tornando-se cotidianas na psiquiatria da infância e da adolescência em todo o mundo (VALENÇA; GUIMARÃES; PAIXÃO, 2020).
Sendo elas aplicadas para prevenir e tratar as doenças de forma positiva, sua composição atua diretamente no sistema nervoso central, causando uma certa sensação de alívio dos sintomas. Mas, também são capazes de causar inúmeros problemas como dependência medicamentosa, e má formação fetal em caso de mulheres que fazem uso durante a gravidez (AZEVEDO, 2018).
Segundo a Portaria SVS / MS nº 344/1998, se enquadram na classificação de medicamentos controlados as substâncias anabolizantes, substâncias que podem originar psicotrópicos, insumos utilizados na fabricação de entorpecentes e psicotrópicos, plantas utilizadas na fabricação de entorpecentes, bem como os entorpecentes (BOGER et al., 2018).
Conforme o conhecimento sobre a biologia do funcionamento cerebral normal ou anormal cresce, a prática da psicofarmacologia clínica continua a evoluir sobre sua funcionalidade e eficácia. Porém, a contraindicação da farmacoterapia na saúde mental pediátrica continua sendo objeto de debate e controvérsias (BOTERO et al., 2022).
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, entre toda a população mundial de crianças e adolescentes com idades entre dez a dezenove anos, aproximadamente 20% sofre ou já sofreu com algum sintoma de caráter psicológica (CASTANHOLA; PAPA, 2021).
Estudos mostram que esse crescente número de crianças e adolescentes com prevalência de transtornos como ansiedade e depressão, são derivados da crescente disposição da sociedade em reconhecer e diagnosticar distúrbios psicológicos nos últimos anos (FRANCO; TABUTI; TULESKI, 2021).
Apesar do avanço no desenvolvimento de estudos de eficácia e segurança de medicamentos psicotrópicos por crianças e adolescente, a base de evidências atual continua sendo incompleta pois a maior parte dos medicamentos são testados e desenvolvidos primeiramente para adultos (BOTERO et al., 2022).
Concluindo que, apesar dos benefícios que as medicações possuem em controlar inúmeras doenças mentais como ansiedade, depressão, suicídio e a esquizofrenia, pouco se conhece sobre o risco a longo prazo quando usadas em crianças, devido ao seu desenvolvimento contínuo.
3.3 Consequências do uso a longo prazo
Sabe-se que diversas causas podem afetar a saúde mental de um adolescente, como condições de vida, estigma, discriminação ou exclusão, ambientes frágeis ou tumultuado, doenças crônicas, transtorno do espectro autista, incapacidade intelectual ou outra condição (AZEVEDO, 2018).
Nota-se que a mídia acaba influenciando esse grupo mais vulnerável, promete fórmulas milagrosas para combater ansiedade, insônia e depressão, o que acaba por estimular o uso descontrolado desses medicamentos (LIMA et al., 2020; SCHUINDT et al., 2021).
Estudos vem mostrando que aas consequências do uso descontrolado causam terríveis consequências para a saúde, principalmente quando esses adolescentes começam a utilizar essas medicações ainda na infância (CASTANHOLA; PAPA, 2021).
Dentre as consequências causadas, estão a interferência no processo de desenvolvimento e maturação do cérebro infantil, a fragilidade na relação da criança com seu corpo, além de desenvolver problemas psíquicos futuramente (PIRES; MARTINS, 2019).
Como possíveis efeitos secundários, alguns dos psicofármacos causam dor de cabeça, insônia, nervosismo, palpitações, podendo chegar inclusive a desenvolver transtornos cerebrais irreversíveis e até mesmo a morte (SILVA et al., 2022).
Por isso, é fundamental que esses tipos de medicações sejam comprados e consumidos apenas com prescrição médica. Sendo priorizado pelo médico a orientação sobre possíveis efeitos colaterais, identificando quando o medicamento surgiu efeito e orientar o paciente quando ele não precisar mais utiliza-lo.
4. Considerações finais
Na tentativa de sanar as dores emocionais perpassadas durante a transição para a adolescência, pais e filhos recorrem aos remédios controlados que proporcionam rapidez no alívio dos sintomas, mas que afetam o sistema nervoso central e causam sérios efeitos colaterais.
Muitas das vezes, essas medicações causam tolerância, levando à necessidade de dosagens cada vez maiores para atingir o efeito desejado. A sua utilização cada vez mais cedo tornou-se comum nos dias de hoje, e suas consequências a longo prazo ainda são desconhecidas.
Ressalta-se que, a facilidade do acesso ao medicamento psicotrópico sem prescrição médica, demonstra a banalização do tratamento em saúde mental. Além da carência de orientação dos usuários por parte dos profissionais prescritores e dispensadores, e o uso incorreto por parte do paciente constituem barreiras para a promoção do uso racional desses medicamentos.
Como forma de prevenir os efeitos adversos do tratamento com psicofármacos, é necessário olhar de forma mais ampla e considerar os recursos menos invasivos, afim de alcançar uma evolução no quadro do adolescente antes de iniciar o tratamento farmacoterapêutico, como é o caso da ajuda do psicólogo, psiquiatra, arteterapia e a musicoterapia.
Através desde estudo, espera-se levar os usuários a refletir sobre as consequências que o uso indiscriminado de psicotrópicos pode causar, além de estimular a elaboração de outros estudos relacionados a esta temática.
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- Enfermeira pós-graduada em Enfermagem do Trabalho; Acadêmica de Medicina da Universidade Iguaçu.
E-mail: chrisbraga25@gmail.com - Acadêmica do curso de graduação em Medicina da Universidade Iguaçu. Email: yaslgusmao@gmail.com
- Enfermeiro; Mestre e Doutorando pelo PACCS/EEAAC/UFF; Académico de medicina da Universidade Iguaçu. Email: enf.wandersonribeiro@gmail.com
- Acadêmica de medicina da Universidade Iguacu. E-mail: manuellavvmcastro@gmail.com
- Acadêmica de medicina da Universidade Iguaçu. Email: nicolegondim03@gmail.com
- Bacharel em Direito pós-graduada em Direito Cilvil e Precesso Cívil, Enfermeira pós-graduada em estratégia de Saúde da Família, Gestão Hospitalar e Obstetrícia, acadêmica de Medicina da Universidade Iguaçú. E-mail: mbbdemedeiros@gmail.com
- Acadêmica de medicina da Universidade Iguaçu. E-mail: nataliabonorino@gmail.com
- Acadêmico de Medicina da Universidade Iguaçu. E-mail: gabriel18med@gmail.com
- Enfermeiro pós-graduado em Enfermagem do Trabalho; Médico pós-graduado em Medicina de Emergência; Residência médica R2 de Clínica Médica no Hospital Municipal de Japuiba – IDOMED
- Acadêmica de medicina da Universidade Iguaçu. E-mail: moniquegalves03@gmail.com
- Enfermeira; pós-graduada em UTI Neonatal; Académica de medicina da Universidade Iguaçu.
E-mail: ursuladiasribeironunes@gmail.com - Acadêmica do 5º período curso de graduação em Medicina da Universidade Iguaçu.
E-mail: tatyanne.santos@uerj.br